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Variação linguística na língua portuguesa

Nesta videoaula, falamos sobre o fenômeno da variação linguística e abordamos algumas variedades existentes na língua portuguesa.  Versão original criada por Khan Academy.

Transcrição de vídeo

RKA22JL - Olá! Tudo bem? Sabemos que a língua é dinâmica e se modifica ao longo do tempo pelos falantes. Você deve perceber que a fala é muito mais sujeita a essas mudanças que a escrita. Não somente o tempo cria variações linguísticas, a região onde moramos também é fator de mudanças. Os grupos sociais, a faixa etária e a situação de comunicação interferem na forma como nos expressamos. É sobre isso que o vídeo de hoje vai tratar, dos tipos de variação linguística. Ao longo da história, a língua foi se alterando de acordo com as necessidades de cada época. Escrevíamos, antigamente, palavras com ph em vez de f. Por exemplo, em farmácia. Já valorizamos palavras do francês. Usamos mademoiselle para nos referirmos à uma senhorita ou uma moça. Percebeu as mudanças? Abajur para luminária. Hoje, adotamos termos vindos do inglês, principalmente, quando se relacionam com a tecnologia. Games, em vez de jogos, empresas de tecnologia são startups. A lista é longa. Tempos verbais foram perdendo espaço. Em vez de dizermos “Eu já estudara esse assunto”, preferimos “Eu já tinha estudado esse assunto”. Viu só? A variação é normal. Olhe o tamanho do Brasil. Você acha que todos falam do mesmo jeito? Bolacha ou biscoito? Muitas pessoas discutem qual é a forma correta. Linguisticamente, as duas formas estão certas. São exemplos da variação regional. Outro exemplo que ilustra a variação regional ou geográfica é mandioca, Também chamada de aipim, macaxeira, e até mesmo pão-de-pobre, dependendo da região do Brasil. Por qual nome essa delícia é conhecida na região em que você mora? Ainda no que diz respeito à variação regional, os sotaques merecem destaque. O som do r varia em palavras como porta. O s, em exemplos como refresco, pode ser chiado, como dizem os amigos cariocas. “Refre[ʃ]co” As letras t e d também mudam de pronúncia. “[t]ia [d]iana trouxe lei[t]e quen[t]e” pode ser falado assim: “[t͡ʃ]ia [d͡ʒ]iana trouxe lei[t͡ʃ]e quen[t͡ʃ]e” As vogais “e” e “o” podem ser mais abertas na forma n[o]rdestina ou n[ɔ]rdestina, se preferir. Essas variações dão um colorido lindo à nossa língua portuguesa. Destaco também mudanças nas construções de frases. Algumas regiões adotam o pronome tu como forma de tratamento da pessoa com quem se fala. Em outras regiões, prefere-se usar você. E você? Prefere qual forma? Os grupos sociais e a idade dos falantes também interferem no modo como falamos. Minha mãe nunca gostou que eu usasse gírias, mas eu dizia a ela “desencana, mamis! eu manjo dessa parada de português!”. Brincadeira. Eu não era louco de fazer isso. Deve ser por isso que hoje sou professor. A escolaridade também molda a fala. Pessoas que estudaram mais tempo tendem a usar uma linguagem bem diferente de quem não teve tanta oportunidade de estudar. Percebeu que até agora eu não falei em certo ou errado? Pois é. Costumamos falar que a linguagem se adapta ao contexto, à situação comunicativa. Um advogado precisa ser mais formal e valer-se de uma linguagem mais próxima do padrão culto ao exercer sua profissão. Mas pode se preocupar menos com a precisão linguística num churrasco com os amigos, por exemplo. Você também vai passar por situações em que deverá se preocupar mais com o modo como usa a língua, como provas na escola, o ENEM, daqui a alguns anos, uma entrevista de emprego. Por isso é importante entender a variação linguística. Espero que tenha ajudado você a entender que variação linguística é normal, faz parte do dia a dia da língua e que ultrapassa a ideia equivocada, que ainda escutamos por aí, de que é um erro. É claro que aprender as normas do português é importante para alguns contextos. mas isso não invalida o fato de que a diversidade na fala faz parte de nossa língua. Uma vez usada no contexto correto, a variação enriquece a comunicação. Não a aceitá-la ou ridicularizá-la é agir com preconceito e preconceitos devem ser combatidos. Obrigado, bons estudos e até a próxima! Tchau!