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Português EF: 9º ano
Curso: Português EF: 9º ano > Unidade 4
Lição 4: Funcionamento da língua- Quando a vírgula é opcional?
- Quando a vírgula é opcional?
- Regência verbal e nominal: usos no dia a dia x norma-padrão
- Regência verbal e nominal: usos no dia a dia x norma-padrão
- Orações adjetivas restritivas e explicativas
- Orações adjetivas restritivas e explicativa
- Predicativo do sujeito e verbos de ligação
- Predicativo do sujeito e verbos de ligação
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Regência verbal e nominal: usos no dia a dia x norma-padrão
Nesta aula, explicamos o significado de regência verbal e nominal, chamando atenção parar a diferença entre alguns usos coloquiais e as recomendações da norma-padrão.
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Transcrição de vídeo
RKA8JV - Olá! Nesta aula, vamos conversar sobre
a regência verbal e nominal que usamos no dia a dia e a que é considerada adequada
segundo a norma padrão. Antes, vamos recordar
o que significa regência. Olha, regência verbal é a parte da língua
que mostra a relação entre o verbo e os termos que se seguem a ele
e que completam o seu sentido. O verbo no caso é o regente, como o regente da orquestra, sabe? Ele meio que diz para o complemento
como esse complemento deverá ser regido. Por exemplo, quem vai,
vai a algum lugar, certo? O verbo ir é transitivo indireto
e exige a preposição "a". "Fui ao médico". "Milena vai ao parque", "os garotos irão ao campeonato." Já a regência nominal, é a maneira
pela qual um nome, que pode ser um substantivo,
um adjetivo ou um advérbio, se relaciona com
os seus complementos. De maneira geral, essa relação entre o nome
e os seus complementos é estabelecida por uma preposição, assim, conhecer a preposição é fundamental para que saibamos
como aplicar a regência nominal. Olhe estes exemplos. "Aos poucos, as TVs em preto e branco
foram substituídas pelas TVs em cores." Percebeu que o nome TV pede
preposição "em" no complemento? Embora a gente ouça muito por aí
"TV a cores", o mais adequado, pela regência nominal, é "TV em cores". Olhe a outra. "Ele é igualzinho a você quando pequeno." Nesta frase, também há
uma preposição importante. Embora no dia a dia a gente até diga
que fulano é igualzinho você, a regência adequada para
o nome igual é "igual a". Bom, acho que ficou claro aquela ideia
do regente da orquestra, não é? Mesmo que os músicos saibam
a melodia e leiam a partitura, é o regente quem coordena todo o conjunto. Por isso, em uma orquestra, a figura do regente é tão importante. Na língua portuguesa, a regência permite a construção
de uma unidade significativa. Quando a regência é direta, a formação da frase não precisa
de nenhum elemento de apoio. Veja este exemplo de
regência nominal direta. "As crianças são lindas." "Crianças" é o substantivo
que rege o adjetivo. "Lindas" está no plural porque concorda
com o substantivo "crianças". "Lindas" é um adjetivo regido
pelo substantivo "crianças". Agora, veja um exemplo
de regência verbal direta. "Os assinantes queriam
melhor atendimento." "Querer", nesta frase,
é verbo transitivo direto. "Melhor atendimento" é
o complemento regido por ele, só que a regência também
pode ser indireta, e aí, é preciso saber um pouquinho mais
sobre preposição. A preposição é uma palavra invariável que liga dois termos de uma oração, e dependendo do sentido que
se deseja dar a ligação desses termos, será preciso usar
uma preposição apropriada. No caso da TV em cores
ou TV a cores, por exemplo. Por que TV em cores
e não TV a cores? Você já parou para pensar nisso? Olha só, "em" é uma preposição de modo, "a" é uma preposição de distância. "a cor" é um modo de ver a TV ou tem a ver com a distância
que a TV está de você? Percebeu a diferença? Preposições podem indicar modo,
como acabamos de ver, TV em cores, podem indicar distância, "estou a menos de 100 metros do alvo", podem indicar tempo, "vivemos naquela cidade por 5 anos", podem indicar finalidade, "foi contratada para cuidar
da agenda de shows da banda", podem, ainda, indicar causa,
posse, instrumento. O importante é entender o sentido
que se quer dar à frase, aí é que entra a regência. Nenhum trabalhador está "de greve",
eles devem estar "em greve". Ninguém namora "com" alguém, as pessoas simplesmente namoram. Se você não estudar,
você não vai repetir "de ano", você pode repetir "o ano". Com os nomes é a mesma coisa. Você pode estar acostumado ou acostumada
com as aulas de português da Khan Academy, mas não é por causa disso que você vai jogar videogame junto com seus amigos. Acostumado aceita as regências
"com" e "a". "Estou acostumado com a rotina", "estou acostumado a ler antes de dormir". Junto, quando expressa "perto de'',
"ao lado de", não permite regência com "com", a regência no caso é com "a"
ou com "de", você jogará videogame
junto a seus amigos, junto de seus amigos. Hmmm, então você verá como fica
seu saldo junto ao banco? A, ai, ai, ai, ai. Olha só, ver o saldo perto do banco? Ao lado do banco? Junto não está expressando a ideia de
"perto de", "ao lado de" nesta frase. No caso, você tem que ver
o saldo "com" o banco. Veja aqui alguns exemplos de regência
que a gente precisa saber. Quem vai, vai "a" algum lugar, certo? "Ir a". Quem prefere, prefere uma coisa "a" outra, preferir "x" a "y". Quem obedece, obedece "a" alguém,
"obedecer a". Já quem assiste, pode tanto estar
prestando uma assistência, ajudando ou socorrendo alguém,
"assistir o doente", quanto ver, pode estar vendo alguma coisa,
"assistir ao filme", "assistir à estreia". No primeiro caso, assistir
é verbo transitivo direto e a regência é direta. No segundo caso, é transitivo indireto
e exige a preposição "a", "assistir a". E implicar? Bom, se for no sentido
de trazer consequências, não tem preposição, "subir aí implica risco de se machucar", não implica "em" risco de se machucar, não implica "em" risco nenhum. Implicar com esse sentido
é verbo transitivo direto. Agora, quando implicar
tem sentido de embirrar, ter implicância com alguém, aí ele é transitivo indireto. Neste caso, ele pede preposição. "Era tamanho barulho na reforma que os vizinhos implicaram de vez
com os moradores do 301". Implicaram "com" os vizinhos, ficaram chateadinhos,
fizeram birra, aí tem preposição. Agora, o seguinte. Como é que a gente sabe quando usar
ou não usar preposição, e pior, como a gente sabe que
preposição que a gente deve usar? Uma coisa eu digo, não adianta tentar
aprender regência decorando regrinhas, e a gente só aprende isso usando a língua. Tem que ler, tem que pesquisar, tem que tirar dúvida. No dia a dia, ninguém vai reclamar se você cometer um deslize
e falar TV a cores, por exemplo. Se a mensagem for clara,
se a comunicação acontecer, todo mundo vai ficar feliz, mas se você tiver que fazer uma
apresentação mais formal, por exemplo, não pega muito bem, né, dizer que você foi "na" escola,
que assistir "o" espetáculo, que prefere isto "do que" aquilo. Olha, eu sei que eu nem preciso
dizer de novo, mas eu digo, porque nunca é demais lembrar. A língua portuguesa é muito rica, e a gente só vai saber
usar língua portuguesa se a gente treinar bastante,
escrevendo, produzindo e falando. Para encerrar hoje, eu quero lançar aqui um desafio para você. Qual destas duas frases apresenta
a regência correta, na sua opinião? "Tenho certeza de que você aprendeu
bastante na aula de hoje" ou "tenho certeza que você aprendeu
bastante na aula de hoje"? Hmmm. E a gente se vê por aí. Até mais!