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Regência verbal e nominal: usos no dia a dia x norma-padrão

Nesta aula, explicamos o significado de regência verbal e nominal, chamando atenção parar a diferença entre alguns usos coloquiais e as recomendações da norma-padrão. Sobre a Khan Academy: A Khan Academy oferece exercícios, vídeos e um painel de aprendizado personalizado para ajudar estudantes a aprenderem no seu próprio ritmo, dentro e fora da sala de aula. Temos conteúdos de matemática, ciências e programação, do jardim da infância ao ensino superior, com tecnologia de ponta. De graça, para todos e para sempre. #YouCanLearnAnything Se inscreva no canal! Versão original criada por Khan Academy.

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RKA8JV - Olá! Nesta aula, vamos conversar sobre a regência verbal e nominal que usamos no dia a dia e a que é considerada adequada segundo a norma padrão. Antes, vamos recordar o que significa regência. Olha, regência verbal é a parte da língua que mostra a relação entre o verbo e os termos que se seguem a ele e que completam o seu sentido. O verbo no caso é o regente, como o regente da orquestra, sabe? Ele meio que diz para o complemento como esse complemento deverá ser regido. Por exemplo, quem vai, vai a algum lugar, certo? O verbo ir é transitivo indireto e exige a preposição "a". "Fui ao médico". "Milena vai ao parque", "os garotos irão ao campeonato." Já a regência nominal, é a maneira pela qual um nome, que pode ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, se relaciona com os seus complementos. De maneira geral, essa relação entre o nome e os seus complementos é estabelecida por uma preposição, assim, conhecer a preposição é fundamental para que saibamos como aplicar a regência nominal. Olhe estes exemplos. "Aos poucos, as TVs em preto e branco foram substituídas pelas TVs em cores." Percebeu que o nome TV pede preposição "em" no complemento? Embora a gente ouça muito por aí "TV a cores", o mais adequado, pela regência nominal, é "TV em cores". Olhe a outra. "Ele é igualzinho a você quando pequeno." Nesta frase, também há uma preposição importante. Embora no dia a dia a gente até diga que fulano é igualzinho você, a regência adequada para o nome igual é "igual a". Bom, acho que ficou claro aquela ideia do regente da orquestra, não é? Mesmo que os músicos saibam a melodia e leiam a partitura, é o regente quem coordena todo o conjunto. Por isso, em uma orquestra, a figura do regente é tão importante. Na língua portuguesa, a regência permite a construção de uma unidade significativa. Quando a regência é direta, a formação da frase não precisa de nenhum elemento de apoio. Veja este exemplo de regência nominal direta. "As crianças são lindas." "Crianças" é o substantivo que rege o adjetivo. "Lindas" está no plural porque concorda com o substantivo "crianças". "Lindas" é um adjetivo regido pelo substantivo "crianças". Agora, veja um exemplo de regência verbal direta. "Os assinantes queriam melhor atendimento." "Querer", nesta frase, é verbo transitivo direto. "Melhor atendimento" é o complemento regido por ele, só que a regência também pode ser indireta, e aí, é preciso saber um pouquinho mais sobre preposição. A preposição é uma palavra invariável que liga dois termos de uma oração, e dependendo do sentido que se deseja dar a ligação desses termos, será preciso usar uma preposição apropriada. No caso da TV em cores ou TV a cores, por exemplo. Por que TV em cores e não TV a cores? Você já parou para pensar nisso? Olha só, "em" é uma preposição de modo, "a" é uma preposição de distância. "a cor" é um modo de ver a TV ou tem a ver com a distância que a TV está de você? Percebeu a diferença? Preposições podem indicar modo, como acabamos de ver, TV em cores, podem indicar distância, "estou a menos de 100 metros do alvo", podem indicar tempo, "vivemos naquela cidade por 5 anos", podem indicar finalidade, "foi contratada para cuidar da agenda de shows da banda", podem, ainda, indicar causa, posse, instrumento. O importante é entender o sentido que se quer dar à frase, aí é que entra a regência. Nenhum trabalhador está "de greve", eles devem estar "em greve". Ninguém namora "com" alguém, as pessoas simplesmente namoram. Se você não estudar, você não vai repetir "de ano", você pode repetir "o ano". Com os nomes é a mesma coisa. Você pode estar acostumado ou acostumada com as aulas de português da Khan Academy, mas não é por causa disso que você vai jogar videogame junto com seus amigos. Acostumado aceita as regências "com" e "a". "Estou acostumado com a rotina", "estou acostumado a ler antes de dormir". Junto, quando expressa "perto de'', "ao lado de", não permite regência com "com", a regência no caso é com "a" ou com "de", você jogará videogame junto a seus amigos, junto de seus amigos. Hmmm, então você verá como fica seu saldo junto ao banco? A, ai, ai, ai, ai. Olha só, ver o saldo perto do banco? Ao lado do banco? Junto não está expressando a ideia de "perto de", "ao lado de" nesta frase. No caso, você tem que ver o saldo "com" o banco. Veja aqui alguns exemplos de regência que a gente precisa saber. Quem vai, vai "a" algum lugar, certo? "Ir a". Quem prefere, prefere uma coisa "a" outra, preferir "x" a "y". Quem obedece, obedece "a" alguém, "obedecer a". Já quem assiste, pode tanto estar prestando uma assistência, ajudando ou socorrendo alguém, "assistir o doente", quanto ver, pode estar vendo alguma coisa, "assistir ao filme", "assistir à estreia". No primeiro caso, assistir é verbo transitivo direto e a regência é direta. No segundo caso, é transitivo indireto e exige a preposição "a", "assistir a". E implicar? Bom, se for no sentido de trazer consequências, não tem preposição, "subir aí implica risco de se machucar", não implica "em" risco de se machucar, não implica "em" risco nenhum. Implicar com esse sentido é verbo transitivo direto. Agora, quando implicar tem sentido de embirrar, ter implicância com alguém, aí ele é transitivo indireto. Neste caso, ele pede preposição. "Era tamanho barulho na reforma que os vizinhos implicaram de vez com os moradores do 301". Implicaram "com" os vizinhos, ficaram chateadinhos, fizeram birra, aí tem preposição. Agora, o seguinte. Como é que a gente sabe quando usar ou não usar preposição, e pior, como a gente sabe que preposição que a gente deve usar? Uma coisa eu digo, não adianta tentar aprender regência decorando regrinhas, e a gente só aprende isso usando a língua. Tem que ler, tem que pesquisar, tem que tirar dúvida. No dia a dia, ninguém vai reclamar se você cometer um deslize e falar TV a cores, por exemplo. Se a mensagem for clara, se a comunicação acontecer, todo mundo vai ficar feliz, mas se você tiver que fazer uma apresentação mais formal, por exemplo, não pega muito bem, né, dizer que você foi "na" escola, que assistir "o" espetáculo, que prefere isto "do que" aquilo. Olha, eu sei que eu nem preciso dizer de novo, mas eu digo, porque nunca é demais lembrar. A língua portuguesa é muito rica, e a gente só vai saber usar língua portuguesa se a gente treinar bastante, escrevendo, produzindo e falando. Para encerrar hoje, eu quero lançar aqui um desafio para você. Qual destas duas frases apresenta a regência correta, na sua opinião? "Tenho certeza de que você aprendeu bastante na aula de hoje" ou "tenho certeza que você aprendeu bastante na aula de hoje"? Hmmm. E a gente se vê por aí. Até mais!