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Colocação pronominal: usos no dia a dia x norma-padrão

Nesta aula, explicamos alguns casos de colocação pronominal, chamando atenção para a diferença entre alguns usos coloquiais e as recomendações da norma-padrão. Sobre a Khan Academy: A Khan Academy oferece exercícios, vídeos e um painel de aprendizado personalizado para ajudar estudantes a aprenderem no seu próprio ritmo, dentro e fora da sala de aula. Temos conteúdos de matemática, ciências e programação, do jardim da infância ao ensino superior, com tecnologia de ponta. De graça, para todos e para sempre. #YouCanLearnAnything Se inscreva no canal! Versão original criada por Khan Academy.

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RKA22JL - Olá! Hoje, vamos falar sobre pronomes. Melhor. Vamos falar sobre colocação pronominal. A colocação pronominal é o nome que se dá ao emprego adequado dos pronomes oblíquos átonos. Oi? Pronomes o quê?! Oblíquos átonos. Pronome oblíquo é aquele que, em uma sentença, exerce a função de complemento verbal. Ou seja, é objeto direto ou objeto indireto na frase. O pronome, não custa lembrar, substitui ou qualifica o nome. E, de um jeito todo particular, determina a pessoa do discurso. “Eu” é um pronome, só que é um pronome pessoal do caso reto e, portanto, sempre vai ocupar a posição de sujeito numa frase. “Eu recebi o pacote das mãos de Adelaide.” Quando o pronome ocupa o complemento verbal da frase, não dá para usar o pronome pessoal do caso reto. É preciso usar o pronome oblíquo. Há duas formas de pronome oblíquo. O tônico, que tem acentuação forte: “Adelaide entregou o pacote para mim”. E o átono, que tem acentuação fraca: “O pacote me foi entregue por Adelaide”. Para cada pronome pessoal, temos um ou mais de um pronome oblíquo. É só ver este quadro aqui. Quando a gente usa um e quando uso o outro? Normalmente, os pronomes oblíquos átonos exercem a função de objeto direto e os pronomes oblíquos tônicos exercem a função de objeto indireto. Mas, atenção! “Lhe” e “lhes” são átonos, só que também são comumente usados como objeto indireto. Muito bem. Mas o que queremos discutir hoje é a colocação pronominal, e colocação pronominal tem a ver com o uso adequado dos pronomes oblíquos átonos. Pois bem. Onde colocamos o pronome? Antes do verbo? Depois do verbo? No meio do verbo? Dependendo da sentença, todas essas opções são aceitas. E aí começa confusão. Porque você há de concordar comigo que português é uma língua muito linda, mas, às vezes, consegue ser bem complicadinha, não é mesmo? O lugar correto do pronome faz parte da norma padrão, aquela que representa a língua, só que, no uso coloquial, nem sempre se coloca o pronome no lugar certo. Xiii, vai começar? Vai! Se no dia a dia, você até fala para o seu amigo “me dá esse lápis, por favor”, pela norma padrão, o correto é “dá-me esse lápis, por favor”. Na norma padrão, pronome oblíquo átono nunca inicia uma frase. Na linguagem coloquial, porém, essa colocação acaba sendo muito natural. Assim sendo, o que você precisa aprender aqui hoje? Duas coisas. Primeiro, como utilizar a colocação pronominal corretamente de acordo com a norma padrão. E segundo, em que situações a colocação pronominal pode ser utilizada sem se adequar exatamente à norma padrão. Vamos lá? Segundo a norma padrão, pronomes oblíquos átonos podem vir antes do verbo. Isso se chama próclise. Podem vir depois do verbo, é a ênclise. E podem vir no meio do verbo, é a mesóclise. A próclise é usada normalmente em todos os tempos verbais. A ênclise é usada no passado e no presente e não deve ser usada no futuro, porque a mesóclise é a colocação pronominal exclusiva dos tempos futuros. Então, olha só. “Adelaide me entregou, me entrega, me entregará o pacote.” Próclise. “Adelaide entregou-me, entrega-me o pacote.” Ênclise. “Adelaide entregar-me-á o pacote.” Mesóclise. Quando você vai usar essas construções? Quando estiver redigindo um texto em que é importante demonstrar o bom conhecimento da língua. Em uma prova, por exemplo. Em um documento oficial, em um currículo de trabalho, em uma carta, um relatório, uma dissertação. Oportunidade não vai faltar. A boa comunicação é uma qualidade desejada pelo mercado de trabalho e comunicar-se bem não é falar pelos cotovelos. É saber como se expressar. Por isso, quando você estiver escrevendo um texto literário, se quiser demonstrar o que sua personagem está pensando, você poderá usar a colocação pronominal coloquial sem problemas. Na literatura, isso é permitido, porque a literatura é uma forma de expressar artisticamente um contexto. Agora, em um texto acadêmico, o que se avalia é o aspecto científico, o uso correto da língua, de acordo com a norma padrão. Você diria para alguém ou conhece alguém que diria uma frase assim: “Adelaide entregar-me-á o pacote.” Você, qualquer pessoa, eu inclusive, diremos qualquer coisa como: “A Adelaide vai me entregar o pacote.” E estaríamos corretos. Mas todos nós também falaríamos coisas como “Me dá o lápis, aí”. Embora no uso coloquial essa construção seja até natural, pela norma padrão, é uma forma de colocação pronominal erradíssima. Muito bem! Voltando à norma padrão. Quando é que se usa próclise, ênclise ou mesóclise? Na próclise, o pronome vem antes do verbo sempre que a frase tiver uma palavra negativa. “Jamais o teria convidado se soubesse disso.” Sempre que a frase tiver palavras interrogativas ou pronomes indefinidos. “Quem o convidou?” Em orações subordinativas. “Queríamos tanto que nos convidassem”. E em orações que contenham advérbios ou locuções adverbiais antes do verbo. “De vez em quando, nos convidavam.” Agora, a ênclise. Se pudermos, usemos a próclise, que não tem erro. Mas, há situações em que o uso da ênclise é necessário. Quando o verbo está no início da oração, por exemplo. “Convidei-o para o churrasco.” Com verbos no gerúndio, no infinitivo impessoal ou no imperativo afirmativo. “Acabamos convidando-o para o churrasco.” “Achei melhor convidá-lo para o churrasco.” “Estou em dúvida. Convide-o você.” E a mesóclise? Usamos no futuro. No futuro do presente. “Convidá-los-emos para o churrasco programado.” Ou no futuro do pretérito. “Convidá-los-íamos, se houvesse churrasco programado.” De tudo isso, ficou o quê? Tínhamos duas coisas para aprender, certo? Um, como utilizamos a colocação pronominal corretamente, aprendendo o uso da próclise, da ênclise e da mesóclise. Próclise é a colocação do pronome oblíquo átono antes do verbo. Ênclise é a colocação do pronome oblíquo átono depois do verbo. E mesóclise é a colocação do pronome oblíquo átono no meio do verbo. Próclise se adota em todos os tempos verbais e é obrigatória em sentenças que têm palavras negativas, interrogativas, pronomes indefinidos, em orações subordinadas e em frases que têm advérbios ou locuções adverbiais antes do verbo. Ênclise é adotada nos tempos passado e presente e nunca no futuro. Se couber a próclise na sentença, prefira. Mas há casos em que só podemos usar a ênclise. Frases que começam com um verbo são um desses casos. Verbos no gerúndio, no infinitivo impessoal ou no imperativo afirmativo também exigem o uso da ênclise. E a mesóclise é utilizada apenas nos tempos futuros. Segunda coisa que precisávamos aprender hoje, em que situações a norma padrão pode ser deixada de lado? Em linguagem coloquial, por exemplo, tanto oral quanto escrita. Você precisa sair por aí falando por meio de mesóclises? Não! Mas, quando estiver produzindo um texto que se baseia na norma padrão da língua, você deverá se preocupar com isso, sim. No dia a dia, isso não vai ser necessário. No texto acadêmico ou profissional, ser-lhe-á necessário tomar esse cuidado, okay? Muito bem! Era isso que tínhamos para aprender hoje. Espero que você tenha gostado da aula e a gente se vê por aí. Até mais!