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Português EF: 9º ano
Curso: Português EF: 9º ano > Unidade 2
Lição 1: Funcionamento da língua- Uso da vírgula em adjunto adverbial deslocado
- Uso da vírgula em adjunto adverbial deslocado
- Uso dos pronomes “que”, “cujo” e “onde”
- Uso dos pronomes “que”, “cujo” e “onde”
- Concordância verbal com palavras pluralizadas
- Concordância verbal com coletivo especificado ou partitivo
- Casos de concordância verbal
- Colocação pronominal: usos no dia a dia x norma-padrão
- Colocação pronominal: usos no dia a dia x norma-padrão
- Pronomes demonstrativos: esse, este, isso, isto
- Pronomes demonstrativos: esse, este, isso, isto
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Colocação pronominal: usos no dia a dia x norma-padrão
Nesta aula, explicamos alguns casos de colocação pronominal, chamando atenção para a diferença entre alguns usos coloquiais e as recomendações da norma-padrão. Sobre a Khan Academy: A Khan Academy oferece exercícios, vídeos e um painel de aprendizado personalizado para ajudar estudantes a aprenderem no seu próprio ritmo, dentro e fora da sala de aula. Temos conteúdos de matemática, ciências e programação, do jardim da infância ao ensino superior, com tecnologia de ponta. De graça, para todos e para sempre. #YouCanLearnAnything Se inscreva no canal! Versão original criada por Khan Academy.
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Transcrição de vídeo
RKA22JL - Olá! Hoje, vamos
falar sobre pronomes. Melhor. Vamos falar sobre
colocação pronominal. A colocação pronominal é o nome que se dá
ao emprego adequado dos pronomes oblíquos átonos. Oi? Pronomes o quê?!
Oblíquos átonos. Pronome oblíquo é aquele que, em uma sentença,
exerce a função de complemento verbal. Ou seja, é objeto direto
ou objeto indireto na frase. O pronome, não custa lembrar, substitui
ou qualifica o nome. E, de um jeito todo particular,
determina a pessoa do discurso. “Eu” é um pronome, só que é um
pronome pessoal do caso reto e, portanto, sempre vai ocupar a posição
de sujeito numa frase. “Eu recebi o pacote
das mãos de Adelaide.” Quando o pronome ocupa
o complemento verbal da frase, não dá para usar o pronome pessoal
do caso reto. É preciso usar o pronome oblíquo.
Há duas formas de pronome oblíquo. O tônico, que tem acentuação forte:
“Adelaide entregou o pacote para mim”. E o átono, que tem acentuação fraca:
“O pacote me foi entregue por Adelaide”. Para cada pronome pessoal, temos um
ou mais de um pronome oblíquo. É só ver este quadro aqui.
Quando a gente usa um e quando uso o outro? Normalmente, os pronomes oblíquos átonos
exercem a função de objeto direto e os pronomes oblíquos tônicos exercem
a função de objeto indireto. Mas, atenção! “Lhe” e “lhes” são átonos, só que também são
comumente usados como objeto indireto. Muito bem. Mas o que queremos discutir
hoje é a colocação pronominal, e colocação pronominal tem a ver
com o uso adequado dos pronomes oblíquos átonos. Pois bem. Onde
colocamos o pronome? Antes do verbo? Depois do verbo?
No meio do verbo? Dependendo da sentença, todas essas opções
são aceitas. E aí começa confusão. Porque você há de concordar comigo
que português é uma língua muito linda, mas, às vezes, consegue ser
bem complicadinha, não é mesmo? O lugar correto do pronome faz parte
da norma padrão, aquela que representa a língua, só que, no uso coloquial, nem sempre
se coloca o pronome no lugar certo. Xiii, vai começar? Vai! Se no dia a dia, você até fala para o seu amigo
“me dá esse lápis, por favor”, pela norma padrão,
o correto é “dá-me esse lápis, por favor”. Na norma padrão, pronome oblíquo átono
nunca inicia uma frase. Na linguagem coloquial, porém,
essa colocação acaba sendo muito natural. Assim sendo, o que você precisa aprender
aqui hoje? Duas coisas. Primeiro, como utilizar a colocação pronominal
corretamente de acordo com a norma padrão. E segundo, em que situações
a colocação pronominal pode ser utilizada sem se adequar
exatamente à norma padrão. Vamos lá? Segundo a norma padrão, pronomes
oblíquos átonos podem vir antes do verbo. Isso se chama próclise. Podem vir depois do verbo, é a ênclise. E podem vir no meio do verbo,
é a mesóclise. A próclise é usada normalmente
em todos os tempos verbais. A ênclise é usada no passado
e no presente e não deve ser usada no futuro, porque a mesóclise é a colocação pronominal
exclusiva dos tempos futuros. Então, olha só. “Adelaide me entregou,
me entrega, me entregará o pacote.” Próclise. “Adelaide entregou-me, entrega-me o pacote.”
Ênclise. “Adelaide entregar-me-á o pacote.”
Mesóclise. Quando você vai usar
essas construções? Quando estiver redigindo um texto
em que é importante demonstrar o bom conhecimento da língua.
Em uma prova, por exemplo. Em um documento oficial,
em um currículo de trabalho, em uma carta, um relatório, uma dissertação.
Oportunidade não vai faltar. A boa comunicação é uma qualidade desejada
pelo mercado de trabalho e comunicar-se bem
não é falar pelos cotovelos. É saber como
se expressar. Por isso, quando você estiver
escrevendo um texto literário, se quiser demonstrar
o que sua personagem está pensando, você poderá usar a colocação pronominal
coloquial sem problemas. Na literatura, isso é permitido, porque a literatura
é uma forma de expressar artisticamente um contexto. Agora, em um texto acadêmico,
o que se avalia é o aspecto científico, o uso correto da língua,
de acordo com a norma padrão. Você diria para alguém ou conhece alguém
que diria uma frase assim: “Adelaide entregar-me-á o pacote.” Você, qualquer pessoa, eu inclusive,
diremos qualquer coisa como: “A Adelaide vai me entregar o pacote.”
E estaríamos corretos. Mas todos nós também falaríamos coisas
como “Me dá o lápis, aí”. Embora no uso coloquial essa
construção seja até natural, pela norma padrão, é uma forma
de colocação pronominal erradíssima. Muito bem!
Voltando à norma padrão. Quando é que se usa próclise,
ênclise ou mesóclise? Na próclise, o pronome vem antes do verbo
sempre que a frase tiver uma palavra negativa. “Jamais o teria convidado
se soubesse disso.” Sempre que a frase tiver
palavras interrogativas ou pronomes indefinidos. “Quem o convidou?” Em orações subordinativas. “Queríamos tanto que nos convidassem”. E em orações que contenham advérbios
ou locuções adverbiais antes do verbo. “De vez em quando,
nos convidavam.” Agora, a ênclise. Se pudermos, usemos a próclise,
que não tem erro. Mas, há situações em que o uso
da ênclise é necessário. Quando o verbo está no
início da oração, por exemplo. “Convidei-o para o churrasco.” Com verbos no gerúndio, no infinitivo impessoal
ou no imperativo afirmativo. “Acabamos convidando-o para o churrasco.” “Achei melhor convidá-lo para o churrasco.” “Estou em dúvida.
Convide-o você.” E a mesóclise? Usamos no futuro.
No futuro do presente. “Convidá-los-emos para
o churrasco programado.” Ou no futuro do pretérito. “Convidá-los-íamos,
se houvesse churrasco programado.” De tudo isso, ficou o quê?
Tínhamos duas coisas para aprender, certo? Um, como utilizamos a colocação
pronominal corretamente, aprendendo o uso da próclise,
da ênclise e da mesóclise. Próclise é a colocação do pronome
oblíquo átono antes do verbo. Ênclise é a colocação do pronome
oblíquo átono depois do verbo. E mesóclise é a colocação do pronome
oblíquo átono no meio do verbo. Próclise se adota em
todos os tempos verbais e é obrigatória em sentenças que têm palavras
negativas, interrogativas, pronomes indefinidos, em orações subordinadas e em frases que têm
advérbios ou locuções adverbiais antes do verbo. Ênclise é adotada nos tempos passado
e presente e nunca no futuro. Se couber a próclise na sentença, prefira.
Mas há casos em que só podemos usar a ênclise. Frases que começam com um verbo
são um desses casos. Verbos no gerúndio, no infinitivo impessoal ou no
imperativo afirmativo também exigem o uso da ênclise. E a mesóclise é utilizada
apenas nos tempos futuros. Segunda coisa que
precisávamos aprender hoje, em que situações a norma padrão
pode ser deixada de lado? Em linguagem coloquial, por exemplo,
tanto oral quanto escrita. Você precisa sair por aí falando
por meio de mesóclises? Não! Mas, quando estiver produzindo um texto
que se baseia na norma padrão da língua, você deverá se
preocupar com isso, sim. No dia a dia,
isso não vai ser necessário. No texto acadêmico ou profissional,
ser-lhe-á necessário tomar esse cuidado, okay? Muito bem! Era isso que tínhamos
para aprender hoje. Espero que você tenha gostado da aula
e a gente se vê por aí. Até mais!