Conteúdo principal
Curso: Português EF: 9º ano > Unidade 1
Lição 3: Funcionamento da língua (2)- Concordância em verbos impessoais (HAVER e FAZER)
- Concordância em verbos impessoais
- Ortografia: palavras homófonas
- Ortografia: palavras homófonas
- Estrangeirismos na língua portuguesa
- Estrangeirismos na língua portuguesa
- Uso de asterisco e apóstrofo na língua portuguesa
- Uso de asterisco e apóstrofo na língua portuguesa
© 2024 Khan AcademyTermos de usoPolítica de privacidadeAviso de cookies
Estrangeirismos na língua portuguesa
Nesta aula, apresentamos os estrangeirismos, abordando seu conceito, exemplos e adequação de uso.
Sobre a Khan Academy: A Khan Academy oferece exercícios, vídeos e um painel de aprendizado personalizado para ajudar estudantes a aprenderem no seu próprio ritmo, dentro e fora da sala de aula. Temos conteúdos de matemática, ciências e programação, do jardim da infância ao ensino superior, com tecnologia de ponta.
De graça, para todos e para sempre. #YouCanLearnAnything
Se inscreva no canal! Versão original criada por Khan Academy.
Quer participar da conversa?
Você entende inglês? Clique aqui para ver mais debates na versão em inglês do site da Khan Academy.
Transcrição de vídeo
RKA22JL - Olá! Ou será que eu
deveria dizer “hello”? Porque hoje a nossa aula é sobre
estrangeirismos. Estrangeirismos são palavras
de origem estrangeira que passam a fazer parte
da própria língua. Podem ser adaptadas às regras
ortográficas e morfológicas ou podem ser usadas
na sua forma original. Veja este trecho de um texto
que trata das boas relações no trabalho. É um texto adaptado
e diz mais ou menos o seguinte: “Imagine que você negocie um trabalho
como ‘ghost writer’, mas tenha o hábito de alimentar
a cultura do ‘spoiler’. Qual é a garantia que a empresa
que contratou seus serviços terá em relação ao sigilo
das informações profissionais? Isto pode impactar no seu ‘networking’! Só que, no mundo do ‘marketing’,
é importante valorizar o ‘personal branding’” Uau! Pode ser que o texto lhe pareça meio estranho,
mas eu garanto: é em português. O texto trata de um tema
que talvez não lhe seja muito familiar, mas dá para entender que, se você for
contratado por um trabalho de escritor, sigilo é tudo. Simples assim. Os termos usados nesse texto
vêm do inglês. “Ghost writer”, “spoiler”, “networking”,
“marketing”, “personal branding”. No jargão das agências de comunicação,
são termos corriqueiros, já fazem parte do dia a dia
dos profissionais que atuam com publicidade, gestão de marcas, desenvolvimento
de produtos, produção de textos... Negócios em geral. Você não precisa entrar
em uma agência de comunicação para se deparar
com estrangeirismos. Olha só, quando você liga
o seu computador, você navega pelos “sites”,
usando o seu “mouse”, lê o conteúdo de um “blog”,
ouve um “podcast”, faz “streaming” de um vídeo
ou assiste uma “live”. Você está diante de estrangeirismos
ultracorriqueiros na língua portuguesa. Todas essas palavras mantiveram
a sua grafia, mas há termos estrangeiros
que se adaptam às regras gramaticais e acabam se incorporando
de outra maneira. Aquele arquivo que não lhe interessa mais,
por exemplo, você vai deletar. Aquele outro que você quer
gravar e guardar, você vai renderizar. Deletar e renderizar são verbos
que vêm do inglês e acabaram se adaptando à morfologia
e à ortografia do português. Gente, uma das palavras mais utilizadas
no português é um estrangeirismo: "Futebol”.
Vem de “foot” e “ball”. E o objetivo do futebol é fazer gols,
não é? “Goal”, do inglês. Mas nem só do inglês
vêm os estrangeirismos. Se no quarto em que você dorme
existe um abajur, saiba que abajur veio do francês,
“abat-jour”. Algo como abaixar
a luz, quebra-luz. Você também já deve ter ouvido alguém
perguntar onde fica o toalete. Toalete vem do francês. A França é muito conhecida
por causa da moda, não é? Então, há muitas palavras relacionadas
a este universo que vêm do francês. Crochê, tricô, sutiã, lingerie, vitrine. Da Itália, herdamos um monte de comidas:
pizzas, canelone, cappuccino. Também herdamos palavras
ligadas à música: ópera, adágio, maestro. A incorporação de palavras
estrangeiras à língua não é nova, não. A língua é muito dinâmica. Nós temos no dicionário de português,
palavras que vieram do árabe, por exemplo. Alface, algarismo, alcachofra, armazém,
açúcar, azeitona, café, xarope, tambor. Da África, adotamos palavras
ligadas a uma série de temas. Da música, por exemplo:
berimbau, samba. De comida, moqueca, farofa,
fubá, quitute, quiabo. E mais: camundongo, marimbondo,
moleque, caçula, muvuca, quitanda. E uma das palavras mais fofas
que a gente tem hoje na língua portuguesa: cafuné. Também herdamos
palavras indígenas: capivara, arara, jacaré, jabuti, cupim,
jararaca, abacaxi, açaí, caju, capim, buriti, cupuaçu, jabuticaba,
jequitibá, pitanga, samambaia, pipoca, paçoca, guri,
xará, potiguar, peteca, carioca. Essas palavras foram,
um dia, estrangeiras, mas acabaram sendo
incorporadas à língua. Há vários motivos pelos quais uma palavra
estrangeira se incorpora à língua. Hoje em dia, isso está muito relacionado
aos avanços tecnológicos, à globalização. Está ligada a maior aproximação
com os falantes de outros idiomas e ao processo de assimilação cultural,
que é natural. Às vezes, a incorporação de uma palavra
traz um novo vocábulo à língua. Por exemplo, um show
é um show. “Show”, em inglês,
é o mesmo que “mostrar”. Poderíamos usar a palavra “espetáculo”?
Sim! Mas talvez não conseguimos
transmitir a mesma ideia que a palavra “show” nos transmite,
não é mesmo? Alguns estudiosos da língua acreditam que devemos usar
o termo em português sempre que for possível. Em alguns casos,
faz todo sentido. Para que falar com um “manager”
se eu posso falar com um “gerente”. Em outros casos,
fica mais complicado. Agora, há casos em que o estrangeirismo
não pode ser usado de jeito nenhum, porque aí ele vira
um barbarismo. Você provavelmente já ouviu alguém dizer
alguma coisa mais ou menos assim: “na hora, eu realizei”, querendo dizer
que tinha percebido alguma coisa, que tinha caído em si
por alguma razão. Oi?! Gente, realizar, em português, significa “fazer algo”,
pôr em prática, fazer acontecer, certo? Não é se dar
conta de nada. Só que, em inglês, “realize” significa
exatamente isso, perceber, notar,
entender, reparar. “Na hora, eu realizei”?!
Não, criatura, não! Isso é um barbarismo. Realizar, usado nesse sentido
todo errado, ultrapassa o que se entende
por estrangeirismo. Vira um vício de linguagem.
Nesse caso, é melhor evitar. Muito bem!
O que temos até aqui? O estrangeirismo é a incorporação
de palavras de outras línguas à língua portuguesa. Está ligado à tecnologia
e à globalização, ao contato que existe hoje
entre falantes de idiomas diferentes, e faz parte dos processos naturais
de assimilação cultural. As línguas, de modo geral,
são muito dinâmicas e assimilam termos estrangeiros
ao seu léxico. Alguns desses termos
mantêm a própria grafia, outros se adaptam à morfologia
e à ortografia. Alguns estrangeirismos têm similar
na língua portuguesa e poderiam ser evitados. Sempre que você tiver a oportunidade de
escolher, prefira o termo já consagrado. Agora, alguns são verdadeiros barbarismos,
e esses têm que ser evitados. Uma última dica, o estrangeirismo
faz parte da nossa língua, portanto, use-o, porque ele comunica
e traz a informação. Agora, lembre-se, se tiver que usar termos
estrangeiros quando estiver escrevendo, não esqueça de
colocá-los entre aspas. É uma forma de mostrar que você
sabe usar a língua e conhece a norma padrão. Ok? Muito bem. Espero que você
tenha gostado da aula e a gente se vê por aí.
Até mais!