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Estrangeirismos na língua portuguesa

Nesta aula, apresentamos os estrangeirismos, abordando seu conceito, exemplos e adequação de uso. Sobre a Khan Academy: A Khan Academy oferece exercícios, vídeos e um painel de aprendizado personalizado para ajudar estudantes a aprenderem no seu próprio ritmo, dentro e fora da sala de aula. Temos conteúdos de matemática, ciências e programação, do jardim da infância ao ensino superior, com tecnologia de ponta. De graça, para todos e para sempre. #YouCanLearnAnything Se inscreva no canal! Versão original criada por Khan Academy.

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Transcrição de vídeo

RKA22JL - Olá! Ou será que eu deveria dizer “hello”? Porque hoje a nossa aula é sobre estrangeirismos. Estrangeirismos são palavras de origem estrangeira que passam a fazer parte da própria língua. Podem ser adaptadas às regras ortográficas e morfológicas ou podem ser usadas na sua forma original. Veja este trecho de um texto que trata das boas relações no trabalho. É um texto adaptado e diz mais ou menos o seguinte: “Imagine que você negocie um trabalho como ‘ghost writer’, mas tenha o hábito de alimentar a cultura do ‘spoiler’. Qual é a garantia que a empresa que contratou seus serviços terá em relação ao sigilo das informações profissionais? Isto pode impactar no seu ‘networking’! Só que, no mundo do ‘marketing’, é importante valorizar o ‘personal branding’” Uau! Pode ser que o texto lhe pareça meio estranho, mas eu garanto: é em português. O texto trata de um tema que talvez não lhe seja muito familiar, mas dá para entender que, se você for contratado por um trabalho de escritor, sigilo é tudo. Simples assim. Os termos usados nesse texto vêm do inglês. “Ghost writer”, “spoiler”, “networking”, “marketing”, “personal branding”. No jargão das agências de comunicação, são termos corriqueiros, já fazem parte do dia a dia dos profissionais que atuam com publicidade, gestão de marcas, desenvolvimento de produtos, produção de textos... Negócios em geral. Você não precisa entrar em uma agência de comunicação para se deparar com estrangeirismos. Olha só, quando você liga o seu computador, você navega pelos “sites”, usando o seu “mouse”, lê o conteúdo de um “blog”, ouve um “podcast”, faz “streaming” de um vídeo ou assiste uma “live”. Você está diante de estrangeirismos ultracorriqueiros na língua portuguesa. Todas essas palavras mantiveram a sua grafia, mas há termos estrangeiros que se adaptam às regras gramaticais e acabam se incorporando de outra maneira. Aquele arquivo que não lhe interessa mais, por exemplo, você vai deletar. Aquele outro que você quer gravar e guardar, você vai renderizar. Deletar e renderizar são verbos que vêm do inglês e acabaram se adaptando à morfologia e à ortografia do português. Gente, uma das palavras mais utilizadas no português é um estrangeirismo: "Futebol”. Vem de “foot” e “ball”. E o objetivo do futebol é fazer gols, não é? “Goal”, do inglês. Mas nem só do inglês vêm os estrangeirismos. Se no quarto em que você dorme existe um abajur, saiba que abajur veio do francês, “abat-jour”. Algo como abaixar a luz, quebra-luz. Você também já deve ter ouvido alguém perguntar onde fica o toalete. Toalete vem do francês. A França é muito conhecida por causa da moda, não é? Então, há muitas palavras relacionadas a este universo que vêm do francês. Crochê, tricô, sutiã, lingerie, vitrine. Da Itália, herdamos um monte de comidas: pizzas, canelone, cappuccino. Também herdamos palavras ligadas à música: ópera, adágio, maestro. A incorporação de palavras estrangeiras à língua não é nova, não. A língua é muito dinâmica. Nós temos no dicionário de português, palavras que vieram do árabe, por exemplo. Alface, algarismo, alcachofra, armazém, açúcar, azeitona, café, xarope, tambor. Da África, adotamos palavras ligadas a uma série de temas. Da música, por exemplo: berimbau, samba. De comida, moqueca, farofa, fubá, quitute, quiabo. E mais: camundongo, marimbondo, moleque, caçula, muvuca, quitanda. E uma das palavras mais fofas que a gente tem hoje na língua portuguesa: cafuné. Também herdamos palavras indígenas: capivara, arara, jacaré, jabuti, cupim, jararaca, abacaxi, açaí, caju, capim, buriti, cupuaçu, jabuticaba, jequitibá, pitanga, samambaia, pipoca, paçoca, guri, xará, potiguar, peteca, carioca. Essas palavras foram, um dia, estrangeiras, mas acabaram sendo incorporadas à língua. Há vários motivos pelos quais uma palavra estrangeira se incorpora à língua. Hoje em dia, isso está muito relacionado aos avanços tecnológicos, à globalização. Está ligada a maior aproximação com os falantes de outros idiomas e ao processo de assimilação cultural, que é natural. Às vezes, a incorporação de uma palavra traz um novo vocábulo à língua. Por exemplo, um show é um show. “Show”, em inglês, é o mesmo que “mostrar”. Poderíamos usar a palavra “espetáculo”? Sim! Mas talvez não conseguimos transmitir a mesma ideia que a palavra “show” nos transmite, não é mesmo? Alguns estudiosos da língua acreditam que devemos usar o termo em português sempre que for possível. Em alguns casos, faz todo sentido. Para que falar com um “manager” se eu posso falar com um “gerente”. Em outros casos, fica mais complicado. Agora, há casos em que o estrangeirismo não pode ser usado de jeito nenhum, porque aí ele vira um barbarismo. Você provavelmente já ouviu alguém dizer alguma coisa mais ou menos assim: “na hora, eu realizei”, querendo dizer que tinha percebido alguma coisa, que tinha caído em si por alguma razão. Oi?! Gente, realizar, em português, significa “fazer algo”, pôr em prática, fazer acontecer, certo? Não é se dar conta de nada. Só que, em inglês, “realize” significa exatamente isso, perceber, notar, entender, reparar. “Na hora, eu realizei”?! Não, criatura, não! Isso é um barbarismo. Realizar, usado nesse sentido todo errado, ultrapassa o que se entende por estrangeirismo. Vira um vício de linguagem. Nesse caso, é melhor evitar. Muito bem! O que temos até aqui? O estrangeirismo é a incorporação de palavras de outras línguas à língua portuguesa. Está ligado à tecnologia e à globalização, ao contato que existe hoje entre falantes de idiomas diferentes, e faz parte dos processos naturais de assimilação cultural. As línguas, de modo geral, são muito dinâmicas e assimilam termos estrangeiros ao seu léxico. Alguns desses termos mantêm a própria grafia, outros se adaptam à morfologia e à ortografia. Alguns estrangeirismos têm similar na língua portuguesa e poderiam ser evitados. Sempre que você tiver a oportunidade de escolher, prefira o termo já consagrado. Agora, alguns são verdadeiros barbarismos, e esses têm que ser evitados. Uma última dica, o estrangeirismo faz parte da nossa língua, portanto, use-o, porque ele comunica e traz a informação. Agora, lembre-se, se tiver que usar termos estrangeiros quando estiver escrevendo, não esqueça de colocá-los entre aspas. É uma forma de mostrar que você sabe usar a língua e conhece a norma padrão. Ok? Muito bem. Espero que você tenha gostado da aula e a gente se vê por aí. Até mais!