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Curso: Português EF: 9º ano > Unidade 1
Lição 2: Textos eleitoraisGênero propaganda política
Nesta aula, apresentamos o gênero propaganda política, levando em conta seu contexto de produção e os meios de veiculação (televisão, internet, rádio, "santinhos" impressos etc.).
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Transcrição de vídeo
RKA22JL - Olá!
Tudo bem? Na aula de hoje, apresentaremos informações
sobre o gênero textual propaganda política. A cada dois anos, o país escolhe
seus governantes. Em um ano, escolhem-se prefeitos
e vereadores das cidades. Dois anos depois, são eleitos
o presidente da república, senadores e deputados federais e estaduais. Todos os cargos têm mandatos
de quatro anos, exceto senadores. Em época de eleição, os políticos são
como produtos de limpeza. Há tantos por aí.
Como saber qual deve ser escolhido? Em meio a tantas opções, muitas vezes não sabemos
em qual confiar, por isso há tantas propagandas. A propósito, essa palavra propaganda
significa propagar, difundir, divulgar qualidades. A propaganda tem o intuito
de persuadir o público, fazê-lo aderir a um produto
ou a determinadas ideias. No caso de um sabão em pó,
a tentativa de persuasão se dá pela promessa de roupas limpas
e impecavelmente brancas. O mecanismo usado na propaganda
política é parecido. A propaganda de um candidato
se vale de promessas de uma cidade, de um estado ou um país limpos da
corrupção e impecavelmente administrados. Porém, há uma diferença. O sabão em pó pode ser trocado por outra marca
rapidamente caso não cumpra o prometido, com o político eleito, temos que esperar
quatro anos para trocá-lo. Esse é um tópico
importante da vida pública e eu vou lhe mostrar mais sobre
as propagandas políticas para que você saiba
como são e como funcionam e, assim, não seja
enganado quando for votar futuramente. O primeiro conceito
que você deve saber é quais são os tipos de propaganda
política que nós temos. São três: a propaganda intrapartidária
é uma propaganda interna, realizada pelo filiado
de um partido político e é dirigida aos demais integrantes
visando convencê-los a indicar o seu nome para concorrer a um cargo eletivo
em uma eleição futura. Não tem divulgação na mídia
e não atinge os eleitores. A propaganda partidária
serve para divulgar ideais, programas e propostas
dos partidos políticos. O objetivo é conquistar novos simpatizantes
e filiados às agremiações partidárias. Essa espécie de propaganda é transmitida
por meio das emissoras de rádio e televisão. Sempre nos períodos
em que não coincidem com a eleição. A propaganda eleitoral
é a que mais conhecemos. Ela é voltada à população em geral
com o intuito de propagar o nome e a candidatura de
determinados candidatos. Tem a finalidade específica de convencer
o eleitor de que este ou aquele candidato seria o melhor para
o cargo em disputa. Esse tipo de propaganda deve obedecer
a regras estabelecidas pela justiça eleitoral. Caso haja alguma infração, multas
e outras penas podem ser aplicadas. Essa propaganda é feita por meio da televisão,
rádio, internet, nas redes sociais, panfletos, santinhos, outdoors,
placas e muros. Muitas dessas formas utilizadas para apresentar
e promover candidatos recebem críticas, porque contribuem
para o aumento da poluição. Vamos entender agora algumas características da
propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Essa propaganda, chamada de horário
eleitoral gratuito, consiste de 90 minutos diários destinados à divulgação
dos candidatos, sendo dois blocos de 10 minutos. Os outros 70 minutos são destinados
às chamadas inserções. Aquelas entradas menores,
de 15 segundos a um minuto. A distribuição de tempo não é igual
para todos os partidos, quem tem mais deputados
e senadores tem mais tempo. Além disso, deve-se
entender que há coligações de partidos. Diferentes partidos se unem em torno de uma candidatura,
seja a presidente, a governador ou a prefeito. E o tempo de cada partido
se soma aos demais da coligação. Por isso você vê
alguns problemas longos e outros em que candidato
fala mais rápido que um leiloeiro. Em muitos casos, a propaganda no rádio
usa a mesma peça criada para a televisão. Contudo, como no rádio
tem-se apenas o áudio, muito do efeito pretendido
pelo marqueteiro, que é o nome dado ao profissional
que cuida da campanha da imagem do candidato, dessa imagem se perde. Conhecida como
“a festa da democracia”, cada eleição atrai pessoas de todos os tipos
como candidatos aos cargos eletivos. A propaganda tenta criar a imagem de um super-herói
capaz de resolver todos os problemas. Nesse verdadeiro vale-tudo,
surgem figuras excêntricas, como essas aqui. Na televisão é que
ocorre a mágica. Há quem exalte os próprios feitos
e faça promessas aos eleitores. Feitos um tanto exagerados
em alguns casos, promessas que dificilmente
são realizadas em outros. O importante é criar uma boa imagem
do candidato. Ele não deve ser exatamente bom,
mas deve parecer bom. Infelizmente, muitos nem precisam ser
tão honestos assim. Há quem tente se eleger de forma
pouco ética, usando denúncias relacionadas a vida
política e até pessoal para difamar adversários
e conquistar votos dos oponentes. Mais uma vez, parecer honesto ou menos corrupto
que o concorrente também faz a diferença. Os candidatos que dispõem de mais tempo
na televisão tentam se mostrar próximos da população. Nos vídeos, frequentemente abraçam idosos,
crianças, sorriem e acenam para todos. Frequentam os espaços do povo
e até comem comida simples. Fazem isso para parecerem comuns,
verdadeiros representantes do povo. Alguns exploram trajetórias de vida, mostrando
serem fortes e terem superado desafios. E, enquanto fazem isso,
uma música calma ao fundo cria a atmosfera. Nas cenas em que surgem junto da população
ou fazendo promessas empolgadas, uma música mais alegre os acompanha.
A linguagem corporal é padronizada. Mãos se agitam de modo firme
enquanto falam e, como é fundamental grudar o nome
na cabeça do eleitor, “jingles”, músicas curtas
como de propagandas comerciais, se espalham. Certamente, seus pais, tios, avós
e até você, deve se lembrar de alguma. “No meu governo...”, “Se eu for eleito...”, são frases comuns que ouvimos nessas propagandas
e que introduzem propostas ou promessas. Alguns afirmam que não prometem
por meio de promessas. “Não faço promessas eleitoreiras”,
“prometo apenas o meu trabalho e dedicação”. Além disso, fala-se
frequentemente em renovação. “Vote pela renovação”.
União e participação popular. “Juntos, podemos mais.”
“Estamos juntos nessa caminhada.” Na propaganda impressa, inimiga
do meio ambiente segundo muitos cidadãos, destacam-se os santinhos,
com um nome um tanto sugestivo e irônico, dependendo da figura
de longa ficha policial, são assim chamados por lembrarem
as imagens de santos. Esses santinhos hoje são produzidos
e distribuídos em menor quantidade. Mas ainda têm o objetivo de fazer
o leitor guardar o nome do candidato, pois esses impressos podem ser levados
com o leitor até a urna, impedindo que se esqueça do número
do candidato. Por isso, muitos desses impressos trazem o número
de vários candidatos a diferentes cargos que pertençam
a mesma coligação. Pelo tamanho reduzido, não trazem muitas informações
além do nome e número dos candidatos. Mas, recentemente,
cada vez mais frequente, o uso das redes sociais
vem ganhando espaço entre os candidatos. Como forma de aproximar
os mais jovens da política, candidatos exploram em suas páginas
do Facebook, Instagram, e Twitter, uma linguagem mais descontraída
nos chamados “memes”. Brincam com a própria imagem,
satirizam atuais administradores, mas também abrem
espaço para notícias falsas, uma vez que chegam rapidamente
aos usuários das redes e nem sempre verificam o teor do conteúdo
e repassam para seus contatos. Nota-se, portanto, que a propaganda
política é um gênero persuasivo usado por políticos
para tentar conquistar votos dos cidadãos. Na televisão e no rádio,
a propaganda se vale de músicas, discursos que exaltam o candidato
e sua trajetória, tentando mostrar o político como alguém
igual ao povo. Os santinhos têm perdido espaço
por causa da sujeira causada, mas ainda servem como forma de se lembrar
dos números dos candidatos na hora do voto. As redes sociais vêm ganhando importância
como um meio de chegar a mais pessoas, sobretudo jovens, através dos memes.
Têm linguagem leve e bem-humorada. Agora que você aprendeu
o que é uma propaganda política, deve ter percebido que, nela,
a imagem é muito importante. Mais até do que
a realidade. Então, quando tiver seu título de eleitor, pesquise
mais sobre os candidatos e vote com consciência. Obrigado, bons estudos,
e até a próxima aula. Tchau!