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A Revolução Neolítica

Ensaio da Dra. Senta German

Uma vida estabelecida

Quando as pessoas pensam sobre a era neolítica, com frequência pensam em Stonehenge, a imagem icônica desta época. Datada de aproximadamente 3000 a.C. e situada na planície de Salisbury, na Inglaterra, é uma estrutura maior e mais complexa do que qualquer coisa construída anteriormente na Europa. Stonehenge é um exemplo dos avanços culturais provocados pela revolução neolítica — o desenvolvimento mais importante na história da humanidade. O modo como vivemos hoje, estabelecidos em casas, perto de outras pessoas em vilas e cidades, protegidos por leis, comendo alimentos cultivados em fazendas e com tempo de lazer para aprender, explorar e inventar, é consequência da Revolução Neolítica, que ocorreu há cerca de 11.500-5.000 anos. A revolução que levou ao nosso modo de vida foi o desenvolvimento da tecnologia necessária para plantar e colher alimentos e domesticar animais.
Antes da revolução neolítica, você provavelmente teria vivido com sua família como um nômade, nunca ficaria em algum lugar por mais de alguns meses, vivendo sempre  em abrigos temporários, sempre em busca de comida e nunca possuiria algo que não pudesse ser facilmente levado em um bolso ou em um saco. A mudança para o modo neolítico de vida foi enorme e conduziu a muitos dos prazeres (muita comida, amigos e um lar confortável) dos quais desfrutamos ainda hoje.
Stonehenge, aprox. 3.000 a.C., planície de Salisbury, Inglaterra

Stonehenge, aprox. 3.000 a.C., planície de Salisbury, Inglaterra

Arte do Neolítico

As fortes mudanças na maneira das pessoas viverem também mudaram os tipos de arte que elas faziam. A escultura neolítica tornou-se maior, em parte, porque as pessoas não tinham mais que carregá-la de um lado para o outro. A cerâmica tornou-se mais difundida e passou a ser usada para armazenar alimentos colhidos nas fazendas. Foi nessa época que ocorreu a primeira produção de álcool e quando a arquitetura, e sua decoração interior e exterior, primeiro se desenvolveu. Resumindo, as pessoas se estabeleceram e começarem a viver em um mesmo lugar, ano após ano.
É muito improvável que Stonehenge tenha sido feito pelos primeiros nômades paleolíticos. Teria sido um desperdício investir tanto tempo e energia na construção de um monumento em um lugar ao qual poderiam nunca mais retornar ou ao qual poderiam retornar com pouca frequência. Afinal de contas, o esforço para construí-lo foi extraordinário. Stonehenge possui cerca de 100 metros de circunferência e as pedras que compõem o anel exterior pesam cerca de 50 toneladas. As pedras pequenas, pesando cerca de 6 toneladas, foram extraídas de distâncias de até 725 km. O uso ou significado de Stonehenge não é claro, mas o projeto, o planejamento e a execução apenas poderiam ser realizados por uma cultura na qual a autoridade fosse inquestionável. Aqui está uma cultura que foi capaz de reunir centenas de pessoas para executar um trabalho muito difícil por longos períodos de tempo. Esta é outra característica da era Neolítica.
Crânios com gesso e conchas do neolítico pré-cerâmica, 6000-7000 a.C, encontrados no sítio arqueológico de Yiftah'el, na Baixa Galiléia, Israel

Crânios com gesso e conchas do neolítico pre-cerâmica, 6000-7000 a.C, encontrados no sítio arqueológico Yiftah'el, na Baixa Galiléia, Israel

Crânios com gesso

O período Neolítico também é importante porque foi quando primeiro encontramos boas evidências da prática religiosa, uma inspiração perpétua para as belas artes. Talvez ainda mais fascinantes sejam os crânios engessados encontrados na área em torno de Levant, em 6 locais diferentes, incluindo Jericó. Nesta fase do neolítico, c. 7000-6000 a.C, as pessoas muitas vezes eram enterradas sob o piso de casas e em alguns casos seus os crânios eram removidos e cobertos com gesso, a fim de criar rostos bastante semelhantes aos vivos, completos com a colocação de conchas para os olhos e tinta para imitar cabelos e bigodes.
A interpretação tradicional destes crânios foi a de que ofereciam um meio de preservação e de culto aos antepassados masculinos. No entanto, pesquisa recente demonstrou que, entre os sessenta e um crânios engessados encontrados, há um número elevado de mulheres e crianças. Talvez os crânios não fossem tanto objetos religiosos, mas sim imagens poderosas feitas para ajudar no luto por pessoas queridas.
Os povos do Neolítico não possuíam linguagem escrita, então, talvez nunca saibamos (o exemplo mais antigo de escrita ocorreu na Suméria na Mesopotâmia no final do quarto milênio a.C. No entanto, existem estudiosos que acreditam que a primeira proto-escrita foi desenvolvida durante o período Neolítico).
Ensaio da Dra. Senta German

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