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Jericó

Um oásis natural

O sítio de Jericó, logo ao norte do Mar Morto e a oeste do rio Jordão, é uma das cidades continuamente habitadas mais antigas do mundo. A razão para isso pode ser encontrada no seu nome Árabe, Ārīḥā, que significa perfumado; Jericó é um oásis natural no deserto, onde incontáveis fontes de água fresca podem ser encontradas. Esse recurso atraiu seus primeiros visitantes entre 10000 e 9000 a.C, e ainda serve aos seus descendentes que vivem lá atualmente.
Tell es-sultan, sítio arqueológico de Jericó visto de cima (foto: Fullo88, domínio público)
Tell es-sultan, sítio arqueológico de Jericó visto de cima
(foto: Fullo88, domínio público)

Referência Bíblica

O sítio de Jericó é melhor conhecido por sua identidade com a Bíblia, e isso tem atraído para lá peregrinos e exploradores desde o século IV d.C; mas a exploração arqueológica séria apenas começou na segunda metade do século XIX. O que continua a atrair os arqueólogos para Jericó atualmente é a esperança de encontrar alguma evidência do guerreiro Josué, que guiou os Israelitas a uma improvável vitória contra os Cananeus ("as muralhas da cidade caíram quando Josué e seus homens marcharam ao redor delas soprando cornetas" Josué 6:1-27). Embora evidência inequívoca do próprio Josué ainda não tenha sido encontrada, o que tem sido descoberto são cerca de 12.000 anos de atividade humana.
O achado mais espetacular de Jericó, no entanto, não data do tempo de Josué, mais ou menos na Idade do Bronze (3300-1200 a.C), mas sim da época mais antiga da era Neolítica, antes mesmo que a tecnologia para fazer cerâmica tivesse sido descoberta.
Olhando para baixo na torre de Jericó (foto: Reinhard Dietrich, domínio público)
Olhando para baixo na torre de Jericó
(foto: Reinhard Dietrich, domínio público)

Muralhas Antigas

O sítio de Jericó se eleva acima da vasta planície do Vale do Jordão, sua altura é o resultado de camada sobre camada de habitação humana. Os primeiros visitantes do sítio que deixaram vestígios (ferramentas de pedra) vieram no período Mesolítico (cerca de 9000 a.C) mas o primeiro assentamento no local, em torno da fonte Ein as-Sultan, data do início da era Neolítica, e essas pessoas que construíam casas, cultivavam plantas e mantinham animais, estavam entre os primeiros a fazer isso em em todo o mundo. Especificamente, nos níveis A do Neolítico Pré-cerâmico em Jericó (8500-7000 a.C), arqueólogos encontraram restos de um assentamento muito grande de casas circulares feitas com tijolo de barro e cobertas com tetos abobadados.
Como sugere o nome desta era, estas primeiras pessoas em Jericó não tinham ainda descoberto como fazer cerâmica, mas elas faziam vasos de pedra, teciam panos e, para as ferramentas, elas negociavam um tipo particularmente útil de pedra, a obsidiana, de um lugar muito distante, Ciftlik, no leste da Turquia. O povoado cresceu rapidamente e, por razões desconhecidas, os habitantes logo construíram uma grande muralha de pedra e um fosso exterior em torno da sua cidade, além de uma torre de pedra com quase oito metros de altura, localizada junto ao lado interno da muralha. Teorias sobre a função dessa muralha variam desde defesa militar, manter fora animais predadores, até o combate ao aumento natural do nível do solo em torno do assentamento. No entanto, independentemente do seu uso original, aqui temos a primeira versão das muralhas que Josué habilmente conquistou uns seis mil anos mais tarde.

Crânios humanos engessados

O período Neolítico A Pré-Cerâmico é seguido pelo Neolítico B Pré-Cerâmico (7000-5200 a.C), que era diferente do seu antecessor em aspectos importantes. As casas nesta época eram uniformemente retangulares e construídas com um novo tipo de tijolos de barro retangulares que eram decorados com formas de espinha de peixe feitas com o polegar, sempre assentados longitudinalmente com argamassa de argila espessa. Esta argamassa, como um reboco, também foi usada para criar uma superfície lisa nas paredes interiores, estendendo-se também para o chão. Neste período há forte evidência de culto ou crença religiosa em Jericó. Os arqueólogos descobriram um edifício excepcionalmente grande datando do período com uma série singular de poços e bacias rebocados no seu interior, bem como estruturas abobadadas adjacentes, que se acredita que eram para uso cerimonial.
Crânio humano engessado de Jericó, Neolítico B Pré-Cerâmica, c. 7200 a.C (Museu Britânico)
Crânio humano engessado com olhos de concha, Neolítico B Pré-Cerâmico, c. 7200 a.C. (Museu Britânico)
Outra possível evidência de prática de culto foi descoberta em várias casas da cidade Neolítica Pré-Cerâmica, na forma de crânios humanos engessados que foram moldados para se assemelhar a cabeças vivas. Conchas foram usadas para os olhos e traços de tinta revelaram que a pele e o cabelo também estavam incluídos nas representações. O maior grupo encontrado tinha nove exemplares, enterrados no aterro abaixo do chão rebocado de uma casa.
Jericó não é o único sítio em que os crânios engessados foram encontrados no Neolítico Pré-Cerâmico nível B; eles também foram encontrados em Tell Ramad, Beisamoun, Kfar Hahoresh, 'Ain Ghazal e Nahal Hemar. Entre os cerca de sessenta e dois crânios descobertos nesses locais, sabemos que homens mais velhos e mais jovens, bem como mulheres e crianças estão representados, o que coloca questões interessantes sobre o seu significado. Eles eram pontos focais no culto dos ancestrais, como se pensava originalmente, ou funcionavam como imagens pelas quais membros da família falecidos poderiam ser lembrados? Como não temos qualquer registro escrito do sistema de crenças praticado no período Neolítico na área, nunca saberemos.
Ensaio da Dra. Senta German

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