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Recursos persuasivos em textos argumentativos

Nesta aula, exploramos os aspectos e os elementos que ajudam a construir a persuasão dentro de textos argumentativos. A Khan Academy oferece exercícios, vídeos e um painel de aprendizado personalizado para ajudar estudantes a aprenderem no seu próprio ritmo, dentro e fora da sala de aula. Temos conteúdos de matemática, ciências e programação, do jardim da infância ao ensino superior, com tecnologia de ponta. De graça, para todos e para sempre. #YouCanLearnAnything​ Se inscreva no canal! Versão original criada por Khan Academy.

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RKA4JL - Olá! Como vai? O tema de nossa aula hoje são os recursos persuasivos em textos de argumentação. "Argumentação", você sabe o que é: um discurso organizado em que se desenvolve um raciocínio, uma ideia, um ponto de vista a respeito de alguma coisa com o objetivo de influenciar a opinião de alguém sobre essa coisa. No cerne da argumentação está a persuasão. Persuadir é, efetivamente, levar alguém a acreditar naquilo que transmitimos. É a capacidade de, por meio de um texto escrito ou de uma comunicação oral, levar o outro adotar um novo comportamento, assumir uma nova opinião. Então, em nossa aula, vamos tratar dos recursos persuasivos que nos ajudarão a construir textos mais convincentes. Veja este trecho do artigo de opinião escrito pelo jurista Miguel Reale Júnior e publicado no jornal O Estado de São Paulo em novembro em 2020. Esse é apenas um parágrafo de um texto que explica a importância da vacinação no momento social em que a obrigatoriedade da vacina tem sido amplamente questionada. Miguel Reale Júnior argumenta em seu texto que a vacina é uma arma eficaz de imunização e, em alguns casos, é a única maneira de evitar a disseminação de uma doença. No caso, ele trata especificamente das vacinas contra a covid-2019. Por isso ele se vale de diversos argumentos. Primeiro ele cita a Revolta da Vacina, que ocorreu em 1900 no Rio de Janeiro e que levou muitos brasileiros daquela época a questionarem a obrigatoriedade de se vacinar contra a varíola. Informações desencontradas levam as pessoas a desdenharem dos benefícios da imunização em massa. Assim surgem as “fake news", cada um diz o que pensa, só que muitas vezes as pessoas dizem o que pensam baseadas apenas em uma crença, no que acham ou imaginam, e não no que sabem ou conhecem efetivamente. Primeiro ponto a destacar, então: para argumentar é preciso ter informação e saber usá-la. Mas Reale Júnior se fale de outros recursos para persuadir o leitor sobre a importância e a necessidade de tomar vacina. Ele cita, por exemplo, leis e decretos que impõem a obrigatoriedade da vacina no Brasil. Em seu texto ele também menciona uma lei que versa sobre a prevenção da contaminação e dá direito aos agentes de saúde e ao estado de decidirem como e quando deve ser realizada a vacinação da população. Para arrematar, ele cita o artigo 3º da Constituição Brasileira, que consagra o valor da solidariedade. Ora, o que ele pretende com isso? Mostrar ao leitor que tomar vacina não é só se proteger. É proteger o outro também. É um ato solidário. Nós vimos aqui só um trechinho do texto, mas eu mostrei, apresentei a você todos os elementos persuasivos usados pelo jurista para defender sua opinião. É isso que dá força, é isso que torna o texto potente e confiável. Um discurso persuasivo precisa transmitir credibilidade, e o exemplo que vimos transmite credibilidade. Por quê? Porque traz argumentos de autoridade que não podem ser refutados: fatos históricos, leis, decretos, porque faz comparações e analogias que facilitam a compreensão do argumento. Quando ele explica os questionamentos da população sobre a obrigatoriedade da vacina contra a varíola lá nos idos de 1900, ele faz o leitor pensar nos questionamentos que têm ocorrido em 2020 e 2021 sobre a eficácia das vacinas anticoronavírus. Ele ainda mostra que houve uma curadoria muito bem feita da informação. O autor do texto não buscou qualquer informação em qualquer fonte. Ele foi direto nos livros de história. Consultou leis, consultou a Constituição. Se o objetivo dele era convencer o leitor, o mínimo que podíamos esperar é que ele usasse fontes confiáveis para construir a sua argumentação, certo? E isso mostra outro ponto importante: Miguel Reale Júnior explicita suas fontes de informação. É a Constituição Brasileira, é a Lei Nº 6.259/75, é o decreto 78.231/76, é a Lei 13.979/20 e por aí vai. Se quero convencer você, contar com o apoio de fontes confiáveis será uma forma bacana de fazer isso. É diferente de dizer "eu acho isso". Eu posso até achar isso, mas, para ser convincente, tenho que comprovar que o meu achismo tem base legal, tem base científica, não é mesmo? E se o texto tem base científica, ele mostra uma relação de causa e consequência. No caso, o autor se vale do que aconteceu no Rio de Janeiro em 1900: uma série de manifestações públicas contra a vacina, distúrbios sociais, ação da polícia e um saldo de pelo menos 30 mortos e mais de 900 pessoas presas. Pela analogia com os dias atuais, é um fator importante que merece ser divulgado. E outra coisa: repare que os discursos persuasivos usam muitos verbos no imperativo. Se eu quero convencer você e se quero parecer convincente, o imperativo é um tempo verbal muito adequado para isso. Por fim, a clareza e a objetividade do texto. Como posso ser persuasivo se você não entende que eu escrevi ou falei? E o título, óbvio. O título do artigo de opinião que estudamos é "Vacina obrigatória". Simples e direto. Já dá uma ideia do que vem pela frente. Onde usamos tudo isso? Em um artigo de opinião como esse, em um debate, em um blog ou um vlog opinativo, em uma carta de reclamação, em uma dissertação, até em uma charge é possível observar elementos persuasivos. Aliás, a charge é uma forma muito interessante de argumentar e expressar opiniões. O que você acha desta, por exemplo, criada pelo ilustrador Adão e que trata da importância da vacinação? Muito bem. Espero que você tenha gostado da aula de hoje e que use cada vez mais e melhores recursos persuasivos em seus textos argumentativos. Um forte abraço e a gente se vê por aí. Até mais!