Conteúdo principal
Cálculo Avançado BC
Curso: Cálculo Avançado BC > Unidade 10
Lição 12: Resto de LagrangeResto de um polinômio de Taylor (parte 1)
Quanto mais termos tivermos em uma aproximação polinomial de Taylor de uma função, mais perto chegamos da função. Mas QUÃO perto? Vamos embarcar em uma jornada em busca do erro associado a uma aproximação com o polinômio de Taylor. Versão original criada por Sal Khan.
Quer participar da conversa?
Nenhuma postagem por enquanto.
Transcrição de vídeo
RKA2G - Vamos supor que a gente
tenha uma função aqui f(x). Vamos desenhar o gráfico
de uma função f(x) qualquer. Colocar aqui o eixo "y", o eixo "x". Digamos que o gráfico dessa função
qualquer seja algo assim. O que eu quero fazer é aproximar
esta função usando o polinômio de Taylor. Mas eu quero fazer isso em torno de x = a. Aqui é o eixo "x", aqui é o eixo "y". A gente quer aqui, em torno de x = a,
vamos aproximar esta função usando o polinômio de Taylor. Já vimos que a ideia de usar
o polinômio de Taylor é: primeiro, vamos precisar de um polinômio que tenha todas as derivadas
aplicadas em "a" igual às derivadas da função "f"
aplicadas em "a" e, além disso, o próprio polinômio
aplicado em "a" tem que ser igual à função "f"
aplicada em "a", também. Então, esse polinômio de Taylor que a gente
está procurando, vamos escrever P(x). É comum você ver, de vez em quando,
um N maiúsculo para dizer que este polinômio
vai ter grau N. Então, a gente está fazendo
uma aproximação de ordem N. Até pode aparecer também assim: alguns autores usam Pɴ,a ("N" é o grau) para dizer que é um polinômio de grau N
centrado em "a". A gente vai fazer a aproximação
em torno de "a". Não vou escrever isso sempre, mas vamos
deixar aqui desta vez para você saber Se aparecer, você já sabe o que significa: um polinômio de grau N centrado em "a". É o polinômio de Taylor. Relembrando, ele vai ficar: f(a), mais... Aqui a gente vai ter a derivada primeira
da função aplicada em "a", vezes (x - a), mais... Aqui a gente vai ter f'', a derivada
segunda da função aplicada em "a" vezes (x - a), só que vai ser ao quadrado, e aqui aparece o 2 fatorial. Aqui também, você pode colocar
1 fatorial, se quiser. Não muda nada, 1 fatorial é 1. Se quiser, pode colocar.
Se não quiser, não precisa. Mais... Aqui a gente vai ter a derivada terceira
da função aplicada em "a", vezes (x - a)³ sobre 3 fatorial. Acho que já dá pra você ver como vai ser,
mais ou menos, a cara desse polinômio. Vamos colocar aqui três pontinhos, mais... Como é um polinômio de grau N,
o último termo aqui vai ser f(n), a derivada enésima da função "f"
aplicada em "a", vezes (x - a)ⁿ dividido por "n" fatorial. Vou apagar isto,
porque aqui é um parêntese. Está aqui o polinômio de Taylor, esta aproximação aqui da função f(x)
em torno de x = a. Já sabemos que este polinômio e a função
vão ser iguais quando "x" for "a". Então, se eu colocar, no lugar do "x", "a", todos estes termos que têm (x - a)
vão ficar zero, vão sumir. Vai ficar P(a) = f(a). Então, já temos que P(a) vai ser igual a f(a). Além disso, a gente já sabe que, quanto
mais termos eu colocar neste polinômio, melhor vai ficar o encaixe da curva
do polinômio com a curva da função. Além de ter que P(a) = f(a),
eles vão ser iguaizinhos aqui, esse encaixe vai ficar algo
mais ou menos assim. Vou tentar desenhar isso. Seria uma curva mais ou menos assim,
a curva do polinômio. Mas tudo isto até agora foi só revisão. A gente tem o gráfico de uma função
"f" qualquer aqui, um polinômio de Taylor para fazer
a aproximação dessa função. Quanto mais termos a gente
coloca aqui no polinômio, maior vai ficar o grau do polinômio e melhor vai ser o encaixe
entre esta curva do polinômio e a curva da função, mais próximo vai ficar aqui, principalmente quando
a gente se afasta de x = a. Mas o que eu quero fazer aqui
no vídeo é o seguinte: será que tem como a gente medir o quanto
esta aproximação está realmente boa? Será que tem como a gente ver se este
encaixe entre as duas curvas é realmente bom? Será que a gente pode definir uma função que calcule para a gente a diferença
entre essas duas funções? Esta função aqui costuma aparecer
como função resto: Rɴ,a⁽ˣ⁾. Também pode aparecer para você
como função erro: Eɴ,a⁽ˣ⁾. Tome cuidado porque às vezes você
pode confundir aqui. Isto é até evitado por alguns autores,
porque se pode confundir isto, em Estatística, com o valor esperado. Então, lembrar que isto é "erro". A função erro vai ser definida assim: vamos usar as mesmas cores que a gente usou. Vai ser a diferença entre
o resultado na função "f" (o valor da função "f" aplicada
naquele valor "x" que eu quero), menos a diferença com... Vamos usar
a mesma coisa cor do polinômio. Menos o valor aplicado no polinômio
para aquele valor de "x". A gente também tem um polinômio
de grau N centrado em "a". Então seria isto, eu quero tentar criar
essa função resto, essa função erro. Vou passar a chamar de erro. Erro seria a diferença entre "f",
que é a função, e o polinômio. Vamos dar um exemplo aqui para você,
para ficar mais claro. O que seria a gente calcular o erro... O erro desta função em um valor x = b,
digamos? O que significaria isso? Digamos que você tenha x = b aqui. Aqui está o "b". Se "x" é "b", você vai fazer
a função aplicada em "b", menos o valor do polinômio aplicado em "b". Então, você tem a função aqui. Quando x = b, a função está
dando um valor aqui em cima. Este é o valor. E, quando x = b, o polinômio está
um pouco mais embaixo aqui. Você vai ver que existe
uma diferença entre eles. Este é o valor no qual
estamos interessados. Então, isto seria o erro, neste caso. Mas, se eu tentar fazer isso aqui,
a mesma coisa que em "a", não em "b", se eu quiser calcular o erro aqui em "a", você vai ver que o polinômio aplicado em "a"
e a função aplicada em "a" são iguais. Então, se eu fizer o erro aqui em "a", eu vou ter f(a) - P(a). Como eles são iguais, o erro vai dar zero. Vou escrever isto, que é importante. O erro... Aqui eu já não vou ficar escrevendo
esses índices, já vamos colocar aqui. Já pressupõe-se aqui que é de grau N
e centrado em "a". Para a gente ganhar tempo. Então, o erro, E(x), aqui vamos já colocar em "a". O erro aqui, quando eu estiver
avaliando em "a", ele vai ser: f(a) - P(a). Eu já sei que estas duas coisas são iguais
no polinômio de Taylor. Então, isto vai dar zero. Legal, isto é um resultado importante
para a gente. E se eu tentar fazer agora a derivada
primeira deste erro? Se eu fizer E'(a), isto vai ficar f'(a) - P'(a). O que tem mais bacana no polinômio
de Taylor é o seguinte: Como a gente define o polinômio de Taylor até
o grau do polinômio, que no caso é o grau "n", até o grau do polinômio, a gente vai ter
que as derivadas desse polinômio vão ser iguaizinhas às derivadas da função
quando a gente aplicar em "a". Por exemplo, quando a gente tem a derivada
primeira da função f'(a), e tem aqui a derivada primeira
do polinômio em "a". O que vai dar esta derivada primeira
do polinômio? Eu vou fazer a derivada primeira,
este termo aqui é constante, já vai sair. Este aqui eu vou ter... Aqui tem um x¹. Então, vai ter uma constante vezes "x",
a derivada primeira aqui, vai dar a própria constante. Então, vai
aparecer só este termo aqui. Daqui para a frente, eu vou ter,
pela regra do tombo, termos aparecendo em (x - a).
Não vão sumir, porque vai cair o 2 e vai ficar (x - a)¹. Aqui vai cair o 3, vai ficar (x - a)². Isso é importante. Todos estes termos aqui vão ter um (x - a) aparecendo. Quando eu vou aplicar aqui,
no lugar do "x", o "a", como a gente quer fazer o P' em "a", estes termos aqui também
vão todos desaparecer. Vai sumir isto, vai sumir isto,
vai sumir tudo. Já vai sumir isto, que é uma constante. Então, vai sobrar só f'(a). Portanto, a gente vai ter que P'
aplicado em "a" vai ser f'(a). Este é um resultado bacana,
que a gente vai usar. Vamos escrever isto para a gente não perder. Já sabemos que o polinômio de Taylor,
a gente já definiu que vai dar P(a) = f(a). Eu sei também que P'(a)... P'(a) também vai ser igual a f'(a). Sei também que, se eu continuar
com isto, é verdade: P''(a) = f''(a). E isto vale até a gente chegar no grau "n", que é a derivada do polinômio
de grau "n" em "a". é igual à derivada de ordem "n"
da função em "a". Como a gente sabe que isto vai acontecer, a gente sabe também que aqui
eu posso calcular o E''(a) e isso vai dar f''(a) - P''(a). Então, a gente já sabe que isto
aqui vai dar zero, porque f'(a) - P'(a), os dois são iguais,
então, isto dá zero. Aqui a gente sabe que este cara, f''(a) - P''(a) vai dar zero também, porque estes dois caras são iguais. E a gente pode dizer que isto vai acontecer até aqui, o erro de ordem "n", a derivada de ordem "n" do erro,
aplicada em "a", também vai dar a derivada de ordem "n"
da função aplicada em "a", menos a derivada de ordem "n"
do polinômio aplicada em "a". Isto também vai dar zero. E este resultado é muito importante
para a nossa ideia de como medir, de como tentar
majorar o erro, que é a ideia principal neste vídeo. Talvez a gente até vai falar disso
em outro vídeo, mais para a frente, mas a nossa ideia do vídeo seria isso: tentar majorar, tentar medir,
limitar esse erro. A gente quer tentar achar
esse limite para o erro principalmente quando a gente vai se
afastando aqui de onde estamos centrando, da nossa aproximação, no caso, x = a. Legal, a gente tem o nosso resultado,
mas vamos pensar uma coisa: o que daria a derivada de ordem (n + 1)
aqui da função erro? Vamos tomar a derivada de ordem (n + 1)
aqui dos dois lados da equação. Ficaria: a derivada de ordem (n + 1)
da função erro, aqui avaliada em "x". Não necessariamente em "a",
vamos fazer em um "x" qualquer. Vai ficar: a derivada de ordem (n + 1)
da função "f", menos a derivada de ordem (n + 1)
do polinômio, também aplicada em "x". Vamos pensar uma coisa: o que dá a derivada
de ordem (n + 1) de um polinômio P? Este polinômio sendo de ordem "n". Bom, dá para você fazer isso aqui,
provar isso para o caso geral, mas eu vou tentar mostrar aqui que há até uma maneira intuitiva
da gente imaginar o que vai dar. Imagine aqui, por exemplo,
que você tem y = x. Quando você fizer a derivada
(isto é um polinômio de grau 1), quando você fizer a derivada de uma
ordem superior, de uma a mais (vou fazer a derivada segunda)... Quando eu fizer a derivada primeira:
derivada primeira de "x" dá 1, a derivada segunda dá zero. Então, a derivada de um polinômio de grau 1, quando eu faço a derivada segunda, dá zero. Se eu pegar um polinômio de grau 2?
Vamos pegar y = x². Agora vamos pegar a derivada
desse cara com uma ordem acima. Vamos fazer a derivada terceira. A derivada primeira de x² é 2x. A derivada segunda de x² vai ficar
a derivada de 2x, que vai ser 2. Depois, a derivada terceira vai ser a derivada
de 2, que é uma constante, dá zero. Portanto, a derivada de um polinômio
de grau 2, a terceira derivada dele, a derivada de ordem 3, vai dar zero. Em geral, você pode provar isto. Isto acontece mesmo
para um polinômio de grau "n". Se eu tenho um polinômio de grau "n" e estou
fazendo a derivada de ordem (n + 1), uma a mais do que o grau do polinômio, isto aqui vai dar zero. Então, vamos ter aqui que a derivada
de ordem (n + 1) da função E(x) vai ser igual à derivada de ordem (n + 1) da função f(x). E o que eu quero fazer aqui... Na verdade,
a gente vai ter que deixar para o próximo vídeo, mas a gente quer tentar limitar isto. Se a gente conseguir limitar este cara aqui, se conseguir controlar o erro, se a gente conseguir, na verdade,
majorar este cara. Digamos que a gente consiga um valor
limite aqui para o módulo desse número. Dá para a gente supor que o módulo disto,
o valor absoluto, é menor que um certo valor "m",
por exemplo. Se a gente conseguir limitar isto, talvez usando um pouquinho de cálculo, se sair integrando este cara, a gente
consiga voltar na função original e consiga limitar, de alguma forma,
este erro que a gente vai cometer aqui se a gente tiver um tipo de imposição dessa, se tiver um valor máximo que a gente
admite como erro. Mas a gente vai ver isso no próximo vídeo.