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Curso: Cálculo multivariável > Unidade 4
Lição 1: Integrais de linha para funções escalaresIntrodução à integral de linha
Introdução à integral de linha. Versão original criada por Sal Khan.
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RKA4JL - E aí, pessoal!
Tudo bem? Nesta aula nós vamos começar a falar
a respeito de integrais de linha. Quando queremos saber a área
sobre uma curva em um plano, por exemplo, se tivermos aqui um plano
cartesiano e uma função qualquer, f(x), como podemos encontrar a área entre
um ponto x igual a “a” e x igual a “b”? Nós já vimos isso em
diversas aulas. Para encontrar essa área aqui, nós devemos dividi-la em infinitos retângulos
com larguras muito, muito pequenas e essa largura é tão pequena
que podemos chamar de dx e a altura vai ser
o f(x) naquele ponto. Então, a área de um retângulo
vai ser f(x) vezes dx, ou seja, a área
desse retângulo, e embora ele esteja grande na minha figura,
é um retângulo infinitesimalmente pequeno. Lembre-se: nós vamos ter infinitos retângulos
desse para cobrir toda a área entre “a” e “b”. Para representar essa soma,
nós utilizamos esse símbolo, que é o símbolo de integral,
que vai de “a” até “b”. Então, basicamente, é assim que representamos
a área sob essa curva, isso no plano. O que vamos fazer nessa aula é
estender esse conceito para três dimensões. Para isso, vamos utilizar um
plano tridimensional aqui em que o eixo y está
nessa direção, o eixo x aqui e eu posso definir a trajetória
de uma partícula nesse plano. Para isso, nós vamos precisar
parametrizar as variáveis x e y. O que isso quer dizer? Simples. Nós dizemos que x é igual a alguma função
que dependa de um parâmetro t e que y seja igual à outra função
que dependa também do parâmetro t. Esse t varia entre “a” e “b”, e é assim que você define a trajetória
de uma partícula no plano xy. Quando t for igual a “a”, x vai ser igual a g(a)
e y vai ser igual a h(a). Então, quando x
for igual a g(a), você vai ter o ponto
(g(a), h(a)), ou seja, o h(a) está aqui e t continua variando
até que fica igual a “b”, o que significa que o movimento da
partícula vai ser mais ou menos esse aqui. Essa trajetória é uma curva
que podemos chamar de "c". Agora, digamos que eu
tenha uma outra função que associa cada ponto
do plano xy com algum valor. Digamos que essa função seja f(x,y). Ela, basicamente, pega os valores
do plano xy e associa a um valor. Eu posso colocar
o gráfico dela aqui. Basicamente, se pegar qualquer ponto
nesse plano xy e jogar nessa função f(x,y), você vai obter
um ponto no espaço. Isso fica mais claro quando olhamos
alguns exemplos mais concretos. Vamos dizer que f(x,y) seja uma superfície
mais ou menos assim. Claro, meu desenho não está totalmente
alinhado, mas algo mais ou menos assim. Lembre-se de que, se eu pegar um valor qualquer
desse plano xy e colocar nessa função, nós vamos ter um valor no espaço. E claro, essa função
pode ser qualquer uma. Por exemplo, f(x,y)
pode ser igual a x mais y ou então f(x,y) pode
ser igual a x vezes y. Nesse caso, se x
é igual a 1 e y é igual a 2, f(x,y) vai ser igual a 1 vez 2,
que é igual a 2 e 1 mais 2 é igual a 3. Sempre você vai encontrar
um valor constante e o interessante é que quando coloca
todos os pontos do plano xy na função, você vai obter essa superfície. Agora, eu quero fazer
algo interessante. Dessa vez eu não quero encontrar
a área sob essa curva, mas sim a área que
passa por essa curva c. Aqui é como se fosse
uma trajetória linear, que vai de x igual a
“a” até x igual a “b” e aqui a trajetória
é essa curva c. Se colocasse todos os
pontos da curva na função, você encontraria uma área
mais ou menos assim e a traçaria
sobre a superfície. Imagine que isso aqui
é como se fosse uma parede, uma superfície na qual você
está colocando várias cortinas e, com isso, você teria a parede
e, aqui embaixo, teria o chão. Você também pode ligar
outro ponto aqui. Com isso, vai ter um retângulo
aqui e outro aqui, e, claro, vários outros. Basicamente, o que
eu estou querendo dizer é que você vai ter uma espécie
de parede curva aqui e o que queremos saber nesta aula
é como achar a área dela, ou seja, como achar a área
dessa superfície que aparece se você pegar pontos do
plano xy e colocar na função. Deixe-me até completar
o desenho, deixe-me reforçar. Nós podemos utilizar
essa mesma analogia, ou seja, se fizermos uma pequena
variação na distância da nossa curva, nós poderemos chamar de ds, e se multiplicarmos essa
mudança pelo f(x,y) nesse ponto, conseguiremos achar
a área desse retângulo. Esse aqui que eu estou pintando. Esse ds você pode, basicamente,
imaginar como uma pequena mudança, uma pequena variação no
comprimento do arco da curva, ou apenas uma pequena mudança
no comprimento do arco. Com isso, você já pode imaginar
que a área desse retângulo vai ser a base,
que nesse caso é o ds, vezes altura,
que é f(x,y), e se quisermos calcular a
soma desses infinitos retângulos, utilizaremos a integral
de t igual a “a” até t igual a “b”
desse f(x,y) vezes ds. Isso aqui vai dar a área
que estamos procurando. Claro, isso tudo ainda
é muito abstrato. Mais à frente nós vamos
ver algumas aplicações que você vai ver que
fazem muito sentido. Nós podemos colocar
tudo isso aqui em função de t. Primeiramente, vamos
nos concentrar nesse ds. Eu posso colocar o eixo xy aqui
de novo, refleti-lo e colocá-lo desse jeito. Com isso, essa curva c,
se você estiver olhando de cima, vai ser algo
mais ou menos assim. Esse aqui vai ser t igual a “a”
e esse, t igual a “b” e temos uma pequena variação do comprimento
da nossa curva, que chamamos de ds. Será que existe alguma forma de relacioná-lo com
mudanças infinitesimais em x e y? Se você perceber desse ponto inicial
até o ponto final, tivemos uma pequena variação
em x e uma pequena variação em y e essa pequena variação em x,
que eu posso colocar aqui, nós podemos chamar de dx e a pequena variação em y
nós podemos chamar de dy. Se você perceber, aqui foi
formado um triângulo retângulo e nós podemos utilizar o teorema
de Pitágoras para calcular esse ds. Lembrando que o teorema
de Pitágoras diz que o quadrado da hipotenusa,
que nesse caso é o ds, é igual à soma
dos quadrados dos catetos, ou seja, dx² mais dy², e como o ds
é um comprimento, isso vai ser igual à raiz
quadrada de (dx² mais dy²). Com isso, podemos reescrever essa
expressão utilizando essa raiz quadrada, ou seja, podemos reescrever a integral
de t igual a “a” até t igual a “b” de f(x,y) vezes ds, só que o ds
é igual a essa raiz quadrada, e, com isso, multiplicamos pela
raiz quadrada de (dx² mais dy²), mas ainda não chegamos
aonde queremos porque aqui temos t
e a integral só tem x e y, ou seja, precisamos
colocar tudo em termos de t. Nós sabemos que x e y
são funções de t, correto? Com isso, nós podemos
reescrever a integral como a integral de
t igual a “a” até t igual a “b” de x(t), já que x
é igual a x(t), e y(t), já que
y é uma função de t, e multiplicamos isso pela
raiz quadrada de (dx² mais dy²) mas ainda não temos
nada em termos de t. Precisamos colocar dt em algum lugar
aqui para calcular essa integral. Vamos ver isso mais à frente. Mas eu só quero dar
uma noção a respeito disso. Nós podemos manipular
os diferenciais algebricamente. Podemos multiplicar por dt e dividir
por dt ao mesmo tempo. Isso não vai mudar
o valor da expressão. Deixe-me colocar isso aqui ao lado
para você entender melhor. Nós temos a raiz
quadrada de (dx² mais dy²) e podemos multiplicar
isso por dt e, ao mesmo tempo,
dividir por dt, ou seja, isso vai dar 1
e não vai alterar o resultado. Mas, manipulando algebricamente, nós podemos
colocar essa parte dentro da raiz. Como? Nós podemos colocar
1 sobre dt, que multiplica a raiz quadrada
de (dx² mais dy²) e multiplicamos por dt,
que é esse dt aqui, ou seja, eu só
reescrevi essa parte. E se eu quiser colocar esse 1 sobre dt
dentro da raiz quadrada, posso elevá-lo ao quadrado e colocar
como a raiz quadrada de 1 sobre (dt)² que multiplica (dx² mais dy²)
e um dt do lado de fora. Se retirar a raiz quadrada
desse 1 sobre (dt)², você volta para essa parte
e se aplicar a distributiva, você vai ficar com
raiz quadrada (dx sobre dt)² mais (dy sobre dt)²
vezes dt. Basicamente, o que eu fiz aqui
foi aplicar a distributiva e como ambos os termos
vão ficar ao quadrado, eu posso colocar somente
esse quadrado aqui. Agora, nós podemos pegar
essa parte e substituir aqui. Então, reescrevendo,
vamos ficar com a integral de t igual a “a” até t igual a “b”
de f(x(t), y(t)) vezes dessa parte aqui,
que é igual a essa, e qual é a integral de x
em relação a t? É a mesma coisa que
a derivada disso aqui, ou seja, dx/dt é igual a
à derivada de g(t) e dy/dt é igual à
derivada de h(t). Basicamente, se conhecemos
essas duas funções, podemos achar as suas
derivadas em relação a t. Mas, claro, nessa aula eu vou deixar
exatamente igual ao que eu fiz aqui, ou seja, à raiz quadrada
de (dx/dt)² mais (dy/dt)² vezes dt. Essa fórmula parece
algo bem complicado, mas, na verdade, nós conseguimos
usá-la com certa facilidade e você vai ver que ela auxilia
em diversas aplicações do cálculo. Basicamente, nós
simplificamos esse problema de comprimento de arco,
ou integral de linha. Nós estamos calculando a integral
sob uma curva ou sob uma linha em vez de calcular somente
em um intervalo no eixo x. Nós colocamos tudo
isso em termos de t. Deu muito trabalho,
mas, basicamente, você tem que entender
que isso aqui é ds, a variação de distância no
comprimento do arco da curva, isso aqui é a altura
do retângulo e essa é a integral que representa
a soma dos infinitos retângulos para calcular a área pedida
de t igual a “a” até t igual a “b”. Eu espero que essa aula
tenha os ajudado e até a próxima, pessoal!