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Doenças causadas por protozoários

Neste artigo estudamos de forma geral as doenças causadas por protozoários. Aprofundamos o estudo da amebíase a título de exemplo, ressaltando sintomas e formas de prevenção.

Introdução

Vou te fazer uma pergunta bem pessoal, você já teve giárdia ou ameba?
Você toma vermífugos de quanto em quanto tempo?
Eu tenho cachorros e, por causa disso, tomo vermífugo uma vez por ano.
E eu tive, sim, giárdia; quando morei em um país que não tinha saneamento básico nem tratamento de água. Naquela época, me contaminei comendo salada de folhas em um restaurante.
Mas sobrevivi! Foi só tomar os remédios e seguir as recomendações do médico.
Todas as pessoas deveriam tomar vermífugo pelo menos uma vez ao ano, principalmente as que comem fora de casa. Isso porque não sabemos exatamente como foi o processo de higienização dos alimentos e a origem da água usada na preparação da comida e lavagem das verduras, frutas e louças.
Mas não são apenas os alimentos e a água que podem ser vetores de transmissão de doenças, você mesmo pode ser um vetor de transmissão de doenças dependendo de seus hábitos de higiene.
Por exemplo, vamos ver que a amebíase é transmitida pelo contato com as fezes e vômitos do doente, sem os cuidados essenciais e/ou a posterior lavagem correta das mãos.

Protozoários e doenças

Existem na natureza cerca de 10 mil espécies de protozoários parasitas, ou seja, que dependem da energia de outro organismo para viver. Essa dependência traz danos e doenças para aquele que hospeda o protozoário em seu corpo.
Destes 10 mil, apenas algumas dezenas infectam os seres humanos. Entre as doenças causadas por eles, temos malária, doença de Chagas, giardíase, leishmaniose e amebíase, por exemplo.
A malária é transmitida pelo mosquito Anopheles que está infestado com protozoários Plasmodium. Os sintomas mais comuns da malária são febre alta, calafrios, dor de cabeça, cansaço e mal-estar. A prevenção se dá evitando a picada do mosquito, que pode ser realizada pelo uso de repelentes ambientais ou corporais, de telas mosquiteiro ou pelas campanhas públicas de dedetização.
Figura 1: O Plasmodium (em roxo). Crédito: National Institutes of Health, CC-PD-Mark. Acesso em: 27/11/2018.
A doença de Chagas é transmitida pelo barbeiro infestado com o protozoário Trypanosoma cruzi. Quando o barbeiro pica a pessoa para sugar sangue, ele defeca. Ao coçar a pele, a pessoa carrega as fezes infectadas no local picado, fazendo com que o Trypanosoma cruzi entre em sua corrente sanguínea. Essa doença causa o crescimento do coração. A prevenção se dá evitando o contato com o barbeiro.
Figura 2: Trypanosoma cruzi. Crédito: CDC/Dr. Myron G. Schultz, PD US HHS CDC. Acesso em: 27/11/2018.
A giardíase é causada pelo protozoário Giardia lamblia, encontrado em alimentos e água contaminados. Os principais sintomas são cólica intestinal, náuseas, vômitos e diarreia. Em casos mais graves surgem lesões intestinais que podem levar o doente à desnutrição e até mesmo à morte. A prevenção inclui bons hábitos de higiene, cuidados com os alimentos e ferver a água antes de tomar.
Figura 3: Giardia lamblia. Crédito: Department of Health and Human Services, PD US HHS. Acesso em: 27/11/2018.
Por fim, a leishmaniose é causada pela picada de mosquitos infectados com o protozoário Leishmania. Os principais sintomas são as lesões na pele. A prevenção se dá evitando a picada do mosquito, da mesma forma usada para evitar a picada do mosquito Anopheles.
Figura 4: Leishmania tropica. Crédito: Doc. RNDr. Josef Reischig, CSc., CC-BY-SA-3.0. Acesso em: 27/11/2018.
Vamos ver agora com mais detalhes a amebíase.

Amebíase

A amebíase é uma infecção causada por um protozoário que se apresenta em duas formas: cisto e trofozoíto.
Figura 5: Ameba. Crédito: Picturepest, CC-BY-2.0. Acesso em: 27/11/2018.
O quadro clínico varia de uma forma branda até outra mais aguda. Na forma mais leve a doença se caracteriza por dor abdominal leve ou moderada e presença de sangue e/ou muco nas fezes. Já na fase aguda, o doente fica com diarreia sanguinolenta intensa, febre e calafrios.
Em casos mais graves, a ameba pode, a partir do intestino, se disseminar pela corrente sanguínea e invadir outros tecidos, originando a forma extraintestinal da doença. Normalmente esse parasita ataca também o fígado, os pulmões e o cérebro, podendo causar a morte do doente.
As principais formas de contaminação são a ingestão de alimentos ou água contaminados por fezes que possuem cistos de ameba. A falta de higiene facilita a disseminação desses cistos e a contaminação.
Os cistos, no interior do hospedeiro humano, liberam os trofozoítos que se multiplicam no trato intestinal, de onde podem vir a infectar outros órgãos do doente.
A transmissão é mantida pela eliminação de cistos no ambiente, que podem contaminar a água e os alimentos.
Figura 6: Ciclo da amebíase. Crédito: imagem modificada de LadyofHats, domínio público. Acesso em: 27/11/2018.
A amebíase está associada às condições inadequadas de saneamento básico e deficiência de higiene pessoal e/ou ambiental.
Por isso os cuidados com as fezes dos pacientes são extremamente importantes, e também os hábitos básicos de higiene, como lavar as mãos após o uso do banheiro e lavar cuidadosamente os vegetais com água potável, deixando-os imersos em hipoclorito de sódio a 2,5% (uma colher de sopa de hipoclorito em 1 litro de água filtrada), durante meia hora, para eliminar os cistos.

Referências das figuras

Figura 1: Plasmodium
Figura 3: Giardia lamblia
Figura 5: Ameba

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