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Ciclo da água local e global

Neste artigo vemos as relações existentes entre o ciclo da água local e global a partir do estudo do ciclo da água da Amazônia. Para tanto tratamos do ciclo da água e clima local e da influência dos rios voadores no regime de chuvas do sudeste e sul brasileiros.

Introdução

Você já percebeu que o ar fica mais úmido na praia ou perto de represas e lagos?
Por isso, suamos mais e o ar fica grudento.
E você já ouviu falar que em desertos o clima é muito seco e praticamente não chove?
Por esse motivo, neles a vegetação é basicamente composta de plantas rasteiras e cactos.
Figura 1: O deserto.
Tudo isso são consequências do ciclo da água do local, que contribui na formação do clima.
Agora, você já ouviu falar dos rios voadores da Amazônia? Sabia que eles têm influência no clima das regiões Sul e Sudeste do Brasil?
Nas épocas de chuvas ou de secas muito intensas, os noticiários explicam o funcionamento desses rios voadores.
Mas se você nunca ouviu falar deles, não tem problema! Vamos explicá-los mais adiante, pois eles estão entre os melhores exemplos do efeito do ciclo da água no clima global – ou, pelo menos, é um dos exemplos mais impressionantes.
Vamos começar?

Ciclo da água na Amazônia

A região amazônica é um dos lugares onde mais chove no planeta, ou seja, ela detém um dos maiores índices pluviométricos conhecidos.
Isso por conta das altas temperaturas – com médias anuais por volta dos 26°C aliadas à presença da floresta e à enorme quantidade de rios e igarapés, tudo isso influenciando no ciclo local da água.
Figura 2: Floresta amazônica vista do alto.
A região é conhecida por ter apenas duas estações – o período de cheia e o de seca, cada um com duração de seis meses.
Vamos ver como é o ciclo da água amazônica.
Quando chove nessa região, parte da chuva cai diretamente no solo e parte atinge as copas das árvores da floresta.
A parte que atinge o solo é evaporada pelo calor do solo ou da matéria orgânica depositada nele.
Já a parte que cai sobre a copa das árvores desce pelos galhos e troncos e pinga deles, formando o que se chama de chuva interna. Você já andou debaixo da árvore depois da chuva? Caem pingos na gente mesmo que a chuva já tenha parado, certo?
Agora, veja a Figura 2 novamente e imagine isso acontecendo na floresta. Já pensou? Existe na Amazônia, assim, o que chamamos de chuva interna.
Ao atingir o solo, parte da chuva interna também evapora, e outra parte é absorvida ou se junta aos igarapés.
Com a evaporação, a água volta para a atmosfera e fecha o ciclo. Até aqui, tudo bem, é o ciclo da água normal. A diferença vem pela presença da floresta.
Figura 3: Floresta amazônica.
As árvores – como seres vivos que são – transpiram, liberando água para o ambiente.
A transpiração é mais clara nos seres humanos do que nas plantas, pois sentimos o suor escorrendo em nosso corpo, mas as plantas também transpiram.
A transpiração das plantas é perceptível em terrários fechados. Se você quiser construir um para verificar, veja as instruções no artigo sobre a construção de terrários no 2o ano.
É a transpiração das plantas que faz com que elas sequem e morram quando o solo não possui água suficiente para suprir as necessidades e perdas.
As árvores, então, liberam água para a atmosfera e fazem isso por dois processos: pela evaporação, que ocorre em suas folhas; e pela transpiração, no processo que chamamos de evapotranspiração.
Figura 4: O processo de evapotranspiração das árvores.
Estudos realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – o Inpa – indicam que uma árvore que possui uma copa de 10 metros de diâmetro é capaz de evapotranspirar mais de 300 litros de vapor de água por dia!
Como a floresta amazônica é imensa, o volume de água inserido na atmosfera pela evapotranspiração também será imenso.
Avaliando que a floresta amazônica possua em torno de 600 bilhões de árvores, teríamos 6 trilhões de litros de vapor de água inseridos na atmosfera por dia! Portanto, é compreensível que a floresta interfira no ciclo da água da região.
Parte do vapor de água acaba por se condensar, formando nuvens que rapidamente se transformam em chuva, graças ao calor ambiente.
Por isso é que chove tanto na região amazônica.
Vamos ver, agora, como o ciclo da água da Amazônia interfere na região Sudeste.

Rios voadores

O que será que acontece com a parte do vapor d'água que foi evapotranspirado pelas árvores da Amazônia e continuam na atmosfera?
Antes de responder, lembre-se de que a atmosfera não está parada, estática, mas em constante movimento por causa da presença de ventos.
Esses vapores são, então, transportados pelos ventos na forma de rios voadores.
Eles voam primeiro rumo à Cordilheira dos Andes, que funciona como uma barreira natural, com seus 4 mil metros de altura. Parte dos rios voadores deságua como chuva nas encostas da cordilheira.
Figura 5: Fenômeno atmosférico na Cordilheira dos Andes.
A parte que não desaguou na cordilheira segue seu caminho rumo ao Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, e ainda para o norte da Argentina e para o Uruguai.
A frequência de aparecimento dos rios voadores ainda não é conhecida. Mas sempre que eles atravessam o país, o volume de chuva é bem maior que a média dos dias em que eles não estão presentes.
Quem poderia imaginar que a Amazônia interfere nas chuvas do Sudeste e Sul do país?

Referências das figuras

Figura 1: O deserto

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