O que você faz com o lixo que você produz? Joga fora tudo junto ou separa os recicláveis e reutilizáveis?

E quando você precisa jogar fora uma lâmpada queimada, uma pilha que acabou, um controle remoto que deixou de funcionar ou a bateria de seu celular que não carrega mais? Como você descarta esses resíduos?

E algo mais simples: como você descarta, por exemplo, os cacos de vidro quebrado?

Você sabia que uma das maiores causas de acidentes com os coletores de lixo é o fato de cacos de vidro serem jogados direto no saco plástico de lixo? Muitos desses trabalhadores sofrem cortes profundos.

O descarte correto dos resíduos sólidos se inicia com o acondicionamento correto do lixo e a separação do que é reutilizável, reciclável, lixo comum e descarte tóxico.

Você tem ideia da quantidade de lixo produzida por dia no mundo todo?

Cada pessoa produz, em média, um quilo de lixo por dia, incluindo o material reciclável do lixo comum. A população mundial hoje (enquanto estou escrevendo este artigo, 05/11/2018) é de mais de 7,5 bilhões de pessoas, o que dá mais de 7,5 milhões de toneladas de lixo por dia, produzidos só pelas pessoas.

Mas não somente as pessoas produzem lixo. Empresas, fábricas, lojas, restaurantes, lanchonetes, escolas, hospitais etc. também o produz.

A Figura 2 mostra o panorama geral da produção de resíduos sólidos – o que engloba o descarte de lixo comum, reutilizáveis, recicláveis e também os descartes tóxicos.

Se todos esses descartes forem para aterros sanitários e lixões, em pouco tempo a Terra será um planeta coberto de lixo. Imagina, então, se forem jogados nos rios e mares!

Por isso, é essencial reutilizar e reciclar os materiais, para diminuir a quantidade de lixo descartado. Aliás, você já leu o artigo sobre reutilização e reciclagem?

Os resíduos produzidos nos hospitais, do mesmo modo que os cacos de vidro, precisam de tratamento especial para não expor pessoas nem o meio ambiente ao perigo de agulhas, seringas, sangue, vírus, bactérias, medicamentos, materiais radioativos etc.

Em 1987, aconteceu um acidente radioativo em Goiânia, por causa do descarte errado da fonte de um equipamento de radioterapia. A fonte radioativa (Césio radioativo) estava blindada em uma cápsula de ferro e por esse motivo acabou indo parar em um depósito de ferro-velho. Essa cápsula foi aberta, e o Césio radioativo – um pó azul brilhante – foi liberado, contaminando pessoas e o meio ambiente.

Esse descarte errado gerou a necessidade do acompanhamento de 112.800 pessoas. Destas, 129 precisaram de tratamento médico constante, 30 tiveram de ficar em isolamento e quatro faleceram.

Além disso, nesse acidente foram produzidos 3.500 metros cúbicos de lixo radioativo, que tiveram de ser concretados e acondicionados em contêineres que estão até hoje guardados na cidade de Abadia de Goiás, a 23 km de Goiânia, e requerem monitoramento periódico.

Os danos causados ao meio ambiente dependem de vários aspectos, mas principalmente das características do material descartado e do local de descarte (rio, mar, solo etc.).

Materiais diferentes possuem tempos de decomposição ou degradação diferentes; quando maior esse tempo, mais poluente será o material. Na tabela abaixo, comparamos o tempo de decomposição de alguns materiais.

Tabela 1: Tempo de degradação dos materiais. Disponível em: http://www.projetoreciclar.ufv.br/?area=tempo_degradacao. Acesso em: 13 nov. 2018. (Adaptada)

O dano causado pelo descarte incorreto de pilhas, baterias e equipamentos eletroeletrônicos não se restringe ao material de sua composição, normalmente plástico ou metal, mas aos elementos químicos que ele possui.

As pilhas, por exemplo, podem funcionar à base de chumbo, lítio, manganês, mercúrio, ferro, níquel ou óxido de prata. Se forem descartadas de forma incorreta, com o lixo comum, elas podem acabar em lixões e causar contaminação do lençol freático pelos metais tóxicos de sua composição.

Assim, todos esses objetos devem ser encaminhados aos centros de coleta apropriados a cada um deles. Dependendo da cidade, as lojas de materiais de construção possuem coleta seletiva de lâmpadas e pilhas. Alguns postos de gasolina também. Pesquise em sua cidade os locais de coleta.

O descarte de lâmpadas é bem delicado, pois além do perigo do vidro, existe o perigo da contaminação provocada pelos gases de seu interior. Por esse motivo, leve-as sempre aos centros de coleta apropriados.

Os plásticos são atualmente os vilões da poluição que causa tantos danos ao meio ambiente, pois estão muito mais presentes na nossa vida do que o vidro, o papel, o papelão e as embalagens de metal. Além disso, seu descarte incorreto produziu na Terra cinco ilhas de plástico que ficam circulando pelos oceanos.

Veja, abaixo, o vídeo da NASA, que mostra a localização e a formação dessas ilhas. Os pontos brancos se movendo nos oceanos são os plásticos.

Todo esse lixo plástico boiando nos oceanos tem causado a morte de inúmeros animais, principalmente das espécies que se alimentam de peixe. O plástico se movimenta ao sabor das correntes e brilha sob a luz do Sol, o que faz com que ele seja confundido com alimento.

Outros animais acabam morrendo por ficarem presos ou aprisionados nos plásticos.

Por esses motivos, fica evidente a importância de separar os resíduos sólidos em reutilizáveis, recicláveis, tóxicos e lixo comum.

Um simples chiclete que uma pessoa cospe no chão causa danos ambientais, seja provocando a morte de um pássaro por asfixia, ao ser atraído pelo cheiro do chiclete, seja sendo levado para o esgoto pela chuva.

Pense nisso sempre que for jogar alguma coisa fora. Descarte os resíduos corretamente!

Figura 1: Caminhão da coleta de lixo de Coronel Fabriciano MG

Figura 2: Diagrama resíduos sólidos

Figura 3: Albatross at Midway Atoll Refuge