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Conteúdo principal

Produção de medicamentos, desenvolvimento tecnológico e impactos socioambientais II

Esta videoaula é uma continuação da anterior e apresenta diferentes tipos de medicamentos — fitoterápicos, alopáticos, manipulados, entre outros, ressaltando que a sua produção foi viabilizada pelo desenvolvimento da ciência e da tecnologia. No caso dos medicamentos, o foco é reconhecer que eles podem auxiliar no tratamento e manutenção da saúde, mas também que a automedicação é prejudicial e pode ter consequências graves para o organismo. No vídeo ainda são analisadas as consequências do descarte inadequado para o ambiente, como a contaminação da água, do solo e de outros seres vivos.

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Transcrição de vídeo

RKA - Olá, meu amigo ou minha amiga, tudo bem com você? Seja muito bem-vindo(a) à segunda parte da aula sobre medicamentos. E, nesta aula, nós vamos conversar sobre o conceito de medicamento e também sobre como a indústria farmacêutica funciona. Então, fique ligado em mais esta aula. O conceito de medicamento, como algo que ajuda no processo de cura, já era utilizado pelas civilizações arcaicas da Mesopotâmia e do Egito. Atualmente, os medicamentos também são chamados de fármacos, uma palavra que teve origem a partir do termo grego "pharmak", que significa "aquilo que tem o poder de remover as impurezas". Essa palavra passou a integrar a terminologia médica grega e chegou até nossos dias com o nome de fármaco. Para os gregos, a palavra "pharmakon" era aquilo que podia trazer tanto o bem quanto o mal, manter a vida ou causar a morte, algo que pode ser equiparado aos medicamentos atuais, que podem tanto ajudar no tratamento de uma enfermidade, como também podem ser prejudiciais se mal administrados. Atualmente, para que o medicamento seja colocado no mercado para o consumo, é preciso que ele passe por alguns processos, que são a pesquisa e o desenvolvimento do fármaco, a produção industrial, a produção de especialidades farmacêuticas e, por último, o marketing e a comercialização. Em relação a pesquisa e desenvolvimento, é preciso que haja uma série de testes para identificar a ação terapêutica de uma determinada substância, além da verificação da toxicidade e a determinação da dose ativa. Por falar em pesquisa em fármacos, não podemos deixar de falar sobre a biotecnologia e a nanotecnologia. A biotecnologia se trata de um conjunto de técnicas que envolvem a manipulação de organismos vivos para a modificação de produtos. Com a evolução dos conhecimentos sobre a genética, a microbiologia e a biologia molecular, a biotecnologia avançou bastante. Além de usar micro-organismos como instrumentos de modificações, os pesquisadores passaram a poder interferir de forma controlada e intencional no DNA das espécies. Todas essas pesquisas realizadas podem ser muito úteis para a produção de medicamentos. Agora, a nanotecnologia se trata da manipulação da matéria em uma escala atômica e molecular; geralmente, isso é feito com estruturas com medidas entre 1 a 100 nanômetros. Mas o que é um nanômetro? Um nanômetro corresponde a uma medida igual a 0,000000001 metro, ou seja, é um tamanho muito pequeno. A nanotecnologia farmacêutica trabalha com desenvolvimento, caracterização e aplicação de sistemas terapêuticos em uma escala nanométrica ou micrométrica. Atualmente, são desenvolvidos nano sistemas e micro sistemas nos quais os fármacos são encapsulados para chegar a um determinado lugar, a uma célula alvo. Existem muitas vantagens na utilização da nanotecnologia na produção de fármacos, incluindo a proteção do fármaco contra possíveis instabilidades do organismo, o aumento da eficácia terapêutica, a liberação progressiva e controlada do fármaco, a diminuição da toxicidade, a possibilidade de direcionamento a alvos específicos, a diminuição da dose terapêutica, dentre outros. Não há dúvidas que o avanço da biotecnologia e da nanotecnologia representa um grande salto no desenvolvimento de novos procedimentos terapêuticos. E, sem dúvida, isso pode refletir na qualidade de vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. Outra coisa que eu não posso deixar de falar com você é sobre as patentes dos medicamentos. Mas o que é uma patente? De forma bem geral, podemos dizer que uma patente é uma concessão pública conferida pelo estado que permite ao titular da patente proibir que outros explorem comercialmente a sua invenção, e isso também se aplica aos medicamentos. Algum laboratório específico se dedica à pesquisa e desenvolvimento de um novo medicamento, ao final, é concedido a esse laboratório uma patente da fórmula deste medicamento. Dessa forma, outros laboratórios não podem desenvolver e comercializar o medicamento que tenha a mesma fórmula. A grande maioria da população faz uso de medicamentos que são fabricados regularmente. Alguns são distribuídos gratuitamente, outros possuem preços acessíveis para toda a população. Mas há medicamentos que são fabricados essencialmente para um tipo de público que, às vezes, tem uma doença grave, rara e, assim, essa medicação é importante para garantir a saúde de quem faz uso do medicamento. O grande problema é que alguns desses produtos são fabricados por empresas que possuem sua patente, ou seja, têm o direito de propriedade e, assim, delimitam quem irá comercializar e a qual preço será repassado. Se o medicamento é caro e não acessível para toda a indústria farmacêutica há, então, uma relação de cooperação do Ministério da Saúde para fornecer esses medicamentos gratuitamente nos centros de saúde. Mas para que o governo tenha condições de fornecer esses produtos, o mesmo faz uso de uma legalidade judicial, que é a quebra de patentes. Essa quebra de patentes permite que o governo consiga a comercialização do medicamento a preços acessíveis, ou consiga que o produto seja fabricado por uma empresa terceirizada para ser distribuído somente para os centros de saúde do governo. Essa quebra de patentes é realizada por meio de pagamentos de royalties pela comercialização do produto. Além disso, as patentes de medicamentos são geralmente reconhecidas pelo prazo de dez anos e esse tempo é contado a partir da fase final do desenvolvimento de um medicamento. Após esses dez anos, a patente perde a validade e, com isso, outros laboratórios podem produzir medicamentos ou com a mesma fórmula, os chamados genéricos, ou os similares. Outro assunto que não podemos deixar de falar são os riscos da automedicação, que é a utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas. Não se esqueça que os medicamentos são drogas e, como todas as drogas, eles são arriscados para a saúde se não forem ingeridos da forma ideal. Mas mesmo sabendo disso, muitas pessoas fazem uso de medicamentos sem uma consulta prévia a um médico. Segundo os dados apresentados pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, o Sinitox, os medicamentos são a principal causa de intoxicação no Brasil. Boa parte desses acidentes se deve à automedicação. O uso de um medicamento de forma incorreta pode agravar doenças ao esconder determinados sintomas, por exemplo, o uso de um antibiótico pode aumentar a resistência de um micro-organismo, o que vai dificultar a eficácia de um possível tratamento posterior. Além disso, o uso de um medicamento pode anular ou potencializar o efeito de outro, sem contar que o uso de um medicamento de forma incorreta pode causar reações alérgicas, dependência e até mesmo a morte. Então, não se esqueça, sempre busque ajuda de um médico quando tiver algum problema de saúde, pois é ele que vai conseguir dizer exatamente qual é o seu problema e qual é o tratamento ideal para ele. Muitas pessoas também têm um problema chamado hipocondria ou nosomifalia, que é um estado em que a pessoa tem sempre a ideia de ter um problema médico grave, mas que não é diagnosticado. Os sintomas de uma pessoa hipocondríaca incluem medo intenso e prolongado de ter uma doença grave e preocupação de que pequenos sintomas indiquem algo grave. Além disso, a pessoa realiza consultas em um médico com muita frequência. A hipocondria é um transtorno mental e, como tal, precisa ser tratado. Terapias e até mesmo o uso de medicamentos indicados por um especialista podem ajudar no tratamento. Por último, não podemos deixar de falar sobre um grande problema gerado pela indústria farmacêutica que é o descarte de dejetos de medicamentos no meio ambiente. Os medicamentos são descartados diariamente e não é uma quantidade pequena que é descartada, é uma quantidade muito grande. Esse material é tóxico e por isso não pode seguir o mesmo caminho que o lixo comum, ou seja, você não pode pegar aquele medicamento que sobrou e jogar na pia ou na sacola de lixo. Ao fazer isso, esses medicamentos podem ocasionar contaminação do solo, lençóis freáticos,lagos, rios e represas, podendo atingir até mesmo a fauna e a flora, e prejudicando drasticamente, o ciclo de vida de uma determinada região. Ainda tem os produtos das próprias farmácias e dos hospitais, que geram um grande volume de descartes. Em relação a esses estabelecimentos existem legislações ambientais e empresas especializadas em fazer o recolhimento e descarte de forma correta dos dejetos farmacêuticos e hospitalares, mas se tratando dos medicamentos que usamos em casa, o que devemos fazer para descartá-los de forma segura? Bem, ainda não existe uma legislação específica para isso, o ideal seria a incineração, já que mesmo não sendo algo totalmente eficiente é a forma mais efetiva. Busque também se informar se em sua cidade tem algum posto de coleta de resíduos médicos e, se tiver, faça o descarte nesses locais. Enfim, resumindo um pouco sobre esta aula: você viu o que são os medicamentos, quais são os tipos de medicamentos, também viu algumas novas tecnologias que ajudam na pesquisa e no desenvolvimento de novos medicamentos, além de ter visto quais são os riscos da automedicação e o problema que o descarte de forma incorreta de um medicamento pode causar ao meio ambiente. Eu espero que você tenha gostado desta aula e, aproveitando, quero deixar aqui para você um grande abraço e até o próximo vídeo!