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A deriva continental

Nesta videoaula abordamos o surgimento da teoria da deriva continental ou pangeia. Posteriormente aprofundamos na teoria em si, relacionamos os perfis das costas continentais, especialmente da brasileira e africana com o movimento das massas continentais ao longo do tempo geológico do planeta Terra. Apresentamos as evidências que legitimam a teoria.

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Transcrição de vídeo

RKA- Olá, meu amigo ou minha amiga. Tudo bem com você? Seja muito bem-vindo ou bem-vinda a mais uma aula de ciências da natureza. E, nessa aula, nós vamos conversar sobre a deriva continental. Uma teoria que mostra como a Pangea se transformou nos continentes que conhecemos hoje. Mas, antes de falar sobre essa teoria, é muito legal a gente conversar primeiro sobre a formação do nosso planeta. Há cerca de 4,6 bilhões de anos, o sistema solar tinha acabado de se formar e os planetas que faziam parte desse sistema estavam divididos em dois grupos. Os jovianos e os telúricos. Os jovianos são planetas formados por gás, os chamados planetas gasosos, enquanto que os telúricos são planetas rochosos. O planeta terra faz parte desse último grupo. Uma coisa muito interessante que podemos falar sobre os planetas rochosos é que eles possuem uma estrutura interna muito peculiar, começando de dentro para fora. Temos, inicialmente, o núcleo interior que é seguido pelo núcleo exterior. Depois, temos o manto inferior que é seguido pelo manto superior. E, por último, nós temos a crosta. No caso da terra, o núcleo é formado, predominantemente, por níquel e ferro no estado sólido. Já o núcleo exterior é formado também por níquel e ferro, mas no estado líquido. O manto terrestre é formado por silicatos de ferro e de magnésio, além de rochas que se encontrem uma forma pastosa chamada magma. O manto superior é mais pastoso que o interior e está em constante movimentação. Enfim, chegamos à crosta terrestre, que é o grande foco de estudo dessa aula. A crosta do nosso planeta é a menor e mais fina entre as camadas. Sua profundidade varia entre 5 quilômetros e 70 quilômetros, dependendo, claro, se estamos falando de uma região oceânica ou de uma região continental. Essa camada é subdividida em crosta superior, também chamada de camada sial, e a crosta inferior, chamada de camada sima. A camada sial é composta, predominantemente, por silício e alumínio. Ela abriga as formas de relevo e, é nela, onde todas as atividades humanas são realizadas. Já a camada sima, onde é mais observada nos oceanos, possui em sua composição silício e magnésio. Mas a pergunta a se fazer aqui agora é: como a nossa crosta adquiriu a forma que tem hoje, com os continentes separados pelos oceanos? Existe uma ideia muito interessante de que, no passado, os continentes não estavam separados. Eles formavam um único grande continente conhecido como Pangea. No entanto, com o passar do tempo, devido à dinâmica das camadas terrestres, a crosta se movimentou e formou o que conhecemos hoje. Essa ideia faz parte de uma teoria conhecida como deriva continental. Mas o que é essa teoria e de onde ela surgiu? É possível observar traços dessa teoria há pelo menos quatro séculos. Por exemplo, no século XVII, Francis Bacon, um filósofo e cientista inglês, ao observar o formato de alguns continentes apresentados nos mapas da época. Principalmente, o mapa da América do sul e da África, ele percebeu que o contorno desses continentes tinham algumas particularidades. Os dois continentes tinham encaixe perfeito como se fossem as peças de um quebra-cabeça. Com o passar dos anos, mais pessoas fizeram comentários sobre essa ideia. Foi aí que, no final do século XIX, Eduardo Suez postulou a ideia de que o conjunto de continentes que temos hoje já foi, no passado, um grande continente, formando, o que ele chamou, de terra de Gondwana. Ao longo dos anos, vários cientistas realizaram contribuições a essa teoria. Mas, podemos dizer que a primeira pessoa que formulou um conjunto de explicações plausíveis, bem estruturadas e baseadas em diversas observações foi o geográfico e meteorologista Alfred Wegener. Depois de realizar diversas expedições à Groelândia para fazer importantes observações meteorológicas e geofísicas, ele chegou à conclusão de que, no passado, os continentes estavam todos juntos formando um supercontinente que ele chamou de Pangea. Não custa lembrar aqui que "pan" significa" todo" e "gea" significa "terra". Ou seja, toda terra. De acordo com suas teorias, com o passar do tempo, a Pangea teria se fragmentado e formados os continentes e oceanos que conhecemos hoje. Essa teoria foi publicada, em 1915, no livro A origem dos continentes e oceanos. Com isso, estava criada a teoria da deriva continental. Para defender a sua teoria Wegener apresentou quatro tipos de evidências: evidências geomorfológicas; evidências litológicas; evidências paleontológicas; e evidências glaciais. Mas, o que são elas e o que elas mostram? As evidências geomorfológicas são aquelas que mostram coincidências na formação geológica entre os continentes. Como, por exemplo, o encaixe perfeito entre as linhas das costas de vários continentes. Tais como da América do sul com o da África. Olha, aqui nesse mapa, como esses dois continentes se encaixam perfeitamente. Agora, as evidências litológicas são aquelas que mostram a continuidade geológica de grandes estruturas na superfície da terra. Tais como cadeias de montanhas. Observe aqui no mapa que temos uma espécie de continuidade entre a serra do cabo, que é uma cadeia de montanhas que vem do leste a oeste na África do Sul, com a Sierra de la ventana, na Argentina, que tem a mesma orientação. Podemos falar, também, do planalto da Costa do Marfim, na África, que tem teoricamente continuidade no Brasil. As evidências paleontológicas são aquelas que mostram fósseis de animais e plantas similares em certos continentes. Por exemplo, foram encontrados fósseis de répteis de 300 milhões de anos apenas no continente africano e na América do sul. Isso sugere que os dois continentes estiveram juntos naquele tempo. Os animais e plantas são diferentes hoje, pois, após a separação, surgiram caminhos evolutivos diferentes. Mas, isso, já é assunto para uma outra aula. As evidências glaciais, meu amigo ou minha amiga, mostram, por exemplo, que há aproximadamente 300 milhões de anos, houve um importante evento de glaciação. Ou seja, uma espécie de era glacial no sul e sudeste do Brasil. E também no sul da África, na Austrália e na Antártida. O mais interessante sobre tudo isso é que, em todos esses lugares, têm espécies de marcações nas rochas que indicam a movimentação das geleiras formadas nessa época. Então, nós temos aqui quatro tipos de evidências que foram apresentadas por Wegener. É claro que, ao longo dos anos, ele acrescentou e refinou pouco mais as suas evidência, que, para ele, eram provas convincentes de que a deriva continental, de fato, ocorreu. No entanto, ele nunca conseguiu responder questões levantadas por algumas pessoas. Como, por exemplo, que forças seriam capazes de mover os imensos blocos que são os continentes? Como ele não conseguiu responder perguntas como essa, suas idéias acabaram caindo em descrédito. Principalmente, porque, na época, os cientistas acreditavam que as camadas externas da terra eram muito rígidas para que a deriva continental ocorresse. No entanto, um tempo depois, após diversas pesquisas geológicas, os cientistas chegaram à conclusão que existia uma espécie de movimento ou convecção no manto da terra. E essa movimentação seria capaz de empurrar e puxar os continentes, formando uma nova crosta terrestre. Esse processo ocorre por meio da expansão do assoalho oceânico, que é uma espécie de montanha submarina. Essa ideia, inclusive, está de acordo com a teoria de placas tectônicas e a sua dinâmica. Mas isso é assunto para a próxima aula. Bem, meu amigo ou minha amiga, eu espero que você tenha gostado desse vídeo, que tenha compreendido tudo direitinho. E, aproveitando esse momento, eu quero deixar para você um grande abraço e até a próxima aula.