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Ciências EF: 7° ano
Curso: Ciências EF: 7° ano > Unidade 5
Lição 3: Saúde e qualidade de vidaDoenças relacionadas à falta de saneamento básico
Cerca de 40% da população brasileira vive em regiões sem saneamento básico e está exposta a diversas doenças causadas, principalmente, pela falta de tratamento da água e do esgoto. Neste artigo veremos à quais doenças essas pessoas estão expostas.
Principais pontos
- Saneamento básico no Brasil
- Doenças relacionadas à falta de saneamento básico
Introdução
O saneamento precário cria o ambiente propício a muitas doenças, como diarreia, hepatite, verminoses e doenças dermatológicas, causadas pela ingestão de água contaminada ou pelo contato da pele ou mucosas com a própria água, lixo ou solo infectados.
Além disso, a falta de saneamento acaba por produzir as condições necessárias, como a água parada para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, por exemplo, responsável pela Dengue, Chikungunya e Zika.
No Brasil, a diarreia costuma ser a doença mais citada relacionada à falta de saneamento básico. Isso porque a diarreia costuma ser um sinal comum de inúmeras infecções gastrointestinais que podem ser causadas por bactérias, vírus ou protozoários.
Segundo o IBGE (2015), as doenças de transmissão feco-oral (diarreias, febres entéricas e hepatite A) foram responsáveis por 87% das internações causadas pelo saneamento ambiental inadequado no período de 2000 a 2013.
Saneamento básico
O saneamento básico constitui quatro variáveis: abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos (limpeza urbana e coleta de lixo) e manejo de águas pluviais (drenagem urbana).
Atualmente, segundo dados do IBGE, quase metade da população (43%) vive em cidades sem rede de tratamento de esgoto.
O Plano Nacional de Saneamento básico visava atender 90% do território com tratamento e destinação adequados do esgoto até 2033. Mas o governo brasileiro já admitiu que não conseguirá cumprir a meta, mesmo sabendo que falta ainda muito tempo até 2033.
O pior dessa afirmação é a constatação de que o problema é crônico e histórico no país. A justificativa para esse fato lamentável é o ritmo lento das obras e a falta de comprometimento das gestões envolvidas.
Além disso, segundo as prefeituras, falta mão de obra especializada nos pequenos municípios, o que compreende técnicos, engenheiros e empreiteiras.
Outro ponto que chama a atenção nos estudos do IBGE é a discrepância entre as diferentes regiões do país – enquanto na região Norte cerca de 90% dos brasileiros vivem sem saneamento básico, no Sudeste essa parcela corresponde a apenas 17% da população, o menor número em todo o país.
Doenças relacionadas à falta de saneamento básico
Boa parte das doenças relacionadas à falta de saneamento básico possuem ciclo de transmissão feco-oral, aquele em que agentes causadores presentes nas fezes humanas ou de animais entram pela boca de uma pessoa, que se contamina.
Esse processo pode ocorrer pelo uso de água não tratada, tanto para beber quanto para lavar alimentos. Também se dá por falta de cuidados de higiene de quem se sujou com fezes e pela falta de destinação adequada dos dejetos e do lixo, que ficam expostos a moscas domésticas e outros insetos e acabam por comprometer a higiene.
As diarreias estão em primeiro lugar entre as doenças causadas por fatores ambientais, como pobreza, desnutrição, má qualidade dos alimentos consumidos, falta de condições de higiene pessoal e ausência de saneamento básico. Mas outras doenças também estão relacionadas a esses mesmos fatores. Vamos citar algumas delas.
A matéria publicada pelo site www.fenae.org.br em 2016, intitulada "A falta de saneamento básico é grande ameaça à saúde pública no Brasil" lista as seguintes doenças:
- Esquistossomose – Doença transmitida pelo parasita Schistosoma mansoni, que tem como hospedeiro intermediário caramujos de água doce. O lançamento de esgotos em rios, lagoas e em valas próximas às casas tem criado ambientes insalubres propícios para a transmissão de doenças parasitárias, a exemplo dos inúmeros registros de casos de esquistossomose em locais turísticos onde as pessoas se tornam vulneráveis ao adoecimento ao serem expostas a ambientes insalubres contaminados por material fecal.
- Febre Tifoide – A infecção se dá pelo contato direto com o portador da doença ou através do consumo de água e alimentos contaminados pelos bacilos eliminados nas fezes e na urina do doente.
- Cólera – Causada pela bactéria vibrião colérico (Vibrio cholerae) é uma doença infectocontagiosa aguda do intestino delgado. Sua contaminação ocorre principalmente pela ingestão de alimentos contaminados, mal cozidos ou o contato direto com as fezes de pessoas infectadas.
- Leptospirose – Os principais transmissores da doença são os ratos urbanos, responsáveis por contaminar a água com a bactéria Leptospira, presente na urina desses roedores. A contaminação acontece quando o indivíduo entra em contato com a água contaminada e a bactéria entra na corrente sanguínea através de pequenos ferimentos ou mucosas.
- Disenteria bacteriana – Também conhecida como Shigeloses, dá‐se através do contato com fezes ou alimentos contaminados pela bactéria Shigella. Acomete o intestino provocando diarreia severa, muitas vezes acompanhada de sangue e muco e cólicas abdominais.
- Parasitoides – A convivência em ambientes insalubres, sem o saneamento correto e acesso a água potável, pode ocasionar a proliferação de parasitas humanos. O contato com água e fezes contaminadas provoca doenças proeminentes de protozoários, lombrigas e vermes.
- Agravamento de epidemias de Zika, Dengue e Chikungunya – As enfermidades causadas pela falta de saneamento básico podem parecer um problema distante para aqueles que não convivem com essa realidade, mas as consequências da negligência em relação a políticas básicas como essa podem ter efeitos devastadores para toda a sociedade. A proliferação de agentes causadores de epidemias como o mosquito Aedes Aegypti dá um tom ainda mais preocupante a essa questão.
O saneamento básico é fundamental para que a população se sinta envolvida num conjunto de medidas para combate aos mosquitos e outras doenças causadas pela falta de saneamento básico. Entretanto, se há o abandono por parte dos gestores, dificilmente os cidadãos que ali vivem se sentirão comprometidos com tais ações, ao contrário, se sentirão desrespeitados.
O abandono de regiões periféricas ou até mesmo cidades inteiras favorece a cultura do acúmulo de lixo além de outras condições favoráveis à incidência de criadouros do mosquito. Não é à toa que temos visto o crescimento dessas doenças nos últimos anos.
Referências
http://www.tratabrasil.org.br/datafiles/estudos/ranking/2017/relatorio-completo.pdf. Acesso em: 19/09/18.
https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pnsb/tabelas. Acesso em: 19/09/18.
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv45351.pdf. Acesso em: 19/09/18.
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