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Conteúdo principal

Qualidade de vida, conceito e exemplos

Introdução

Para você, o que significa ter qualidade de vida?
O que faz você feliz?
O que deixaria você ainda mais feliz?
Pense um pouco a respeito e depois dê uma olhada na Figura 1, que mostra alguns poucos exemplos do universo de possibilidades existente.
Figura 1: Algumas possibilidades de vida.
O conceito de qualidade e vida é muito subjetivo e dinâmico, ou seja, varia de pessoa para pessoa e pode mudar ao longo da vida, com as vivências e experiências.
Mas, de maneira geral, podemos dizer que a qualidade de vida compreende três aspectos subjetivos: o ser, o pertencer e o tornar-se.
O ser é o ser humano, você.
Você é resultado de seus hábitos, sua aptidão física, suas habilidades individuais, sua inteligência, seus valores familiares e individuais, suas experiências de vida etc. Você é fruto de tudo o que viveu e aprendeu até esse exato momento.
O pertencer trata das relações que você estabeleceu e possui com seus familiares, amigos, vizinhos e pessoas das suas comunidades reais e virtuais. É um conceito que aborda também o grau de privacidade que você escolheu ter, bem como a participação em diferentes grupos. Esse pertencer também ajudou a definir quem você é hoje.
O tornar-se remete às expectativas e possibilidades reais de você vir a ser quem você gostaria de ser, pertencer a grupos que você gostaria de pertencer, trabalhar naquilo que você gostaria de trabalhar e assim sucessivamente. O tornar-se está ligado, então, a seus objetivos e suas aspirações, que embasam suas escolhas de hoje – ou deveriam embasa-las.
Os três aspectos subjetivos da qualidade de vida estão relacionados com a realização pessoal e com a sensação de felicidade que isso traz.
Contudo, o conceito de qualidade de vida não se restringe apenas aos aspectos subjetivos, ele abarca também aspectos objetivos, como o acesso à educação de qualidade, à alimentação adequada, à saúde, à moradia, à segurança e aos bens de consumo.
Aliás, o conceito de qualidade de vida nasceu considerando apenas questões objetivas. Ao longo da história, os aspectos subjetivos foram sendo somados.
Vamos ver agora como isso se deu.

O conceito de qualidade de vida

O conceito de qualidade de vida foi sendo modificado ao longo da história.
O termo "qualidade de vida" foi usado pela primeira vez em 1920, em uma publicação norte-americana sobre bem-estar e economia. Na época, o termo foi atrelado ao suporte que deveria ser dado pelo governo às classes sociais desfavorecidas.
Ele ressurgiu na década de 1960, novamente nos Estados Unidos, sendo atrelado à aquisição de bens, como casa própria, carro, outros bens menores e salário fixo.
A partir daí, o conceito vem sendo ampliado para incluir também questões sociais, como educação, saúde e lazer.
No entanto, como falamos na Introdução, o conceito de qualidade de vida é muito subjetivo, variando de pessoa para pessoa. Assim, nas últimas décadas, têm sido inseridas visões ainda mais subjetivas, como a satisfação pessoal e o sentimento de realização e felicidade.
Segundo publicação de 2012 do Ministério da Saúde e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, qualidade de vida é:
[...] a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.
Portanto, o conceito de qualidade de vida engloba tanto questões objetivas quanto subjetivas.
Entre os aspectos subjetivos, temos o bem-estar espiritual, físico, mental, psicológico e emocional, além do pertencimento social com a participação em diferentes grupos sociais (família, amigos, trabalho etc.). Já os objetivos abarcam saúde, educação, moradia, saneamento básico e outras circunstâncias da vida.

Medindo a qualidade de vida

Quando o conceito de qualidade de vida estava ligado somente às questões objetivas, sua medição era relativamente fácil, sendo feita através da determinação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
O IDH foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) no início dos anos 1990 para classificar os países em três níveis: desenvolvido, em desenvolvimento e subdesenvolvido.
O valor do IDH varia entre 0 e 1. Países com IDH maior ou igual a 0,8 são considerados desenvolvidos. Países considerados em desenvolvimento apresentam IDH entre 0,5 e 0,79. Já os países subdesenvolvidos apresentam IDH abaixo de 0,49.
Figura 2: Mapa-múndi do IDH 2017.
Em seu cálculo, são considerados os dados sobre a expectativa de vida ao nascer, a educação e o produto interno bruto (PIB) per capita.
A expectativa de vida está relacionada com as condições de saúde da população. A educação considera a taxa de alfabetização de adultos e a taxa de matrícula na Educação Básica e no ensino superior. Já a renda é medida pelo poder de compra da população.
O IDH é ainda a medida de desenvolvimento mais conhecida e utilizada no mundo.
Entretanto, com a inclusão dos aspectos subjetivos no conceito de qualidade de vida, o IDH deixou de ser adequado para determiná-la por considerar apenas aspectos objetivos em seu cálculo.
Em 2010, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) ampliou o IDH, definindo o Índice de Valores Humanos (IVH), que aborda também a felicidade das pessoas como fator de bem-estar, além dos aspectos considerados no IDH.
Assim, o IVH reflete expectativas, sonhos, percepções e aspirações da sociedade relacionadas à educação, à saúde e ao trabalho, funcionando como uma bússola na definição e no acompanhamento de políticas públicas.
O Butão e a França usam o índice Felicidade Interna Bruta, que se propõe a medir a felicidade do país.
Figura 3: Casal de idosos no Butão.
A Venezuela criou o Ministério para a Suprema Felicidade Social, com a responsabilidade de coordenar programas de assistência desenvolvidos pelo Executivo. Em Dubai, por sua vez, foi criado o Ministério da Felicidade.
Já a Inglaterra criou o Índice Planeta Feliz, que visa medir o grau de satisfação das pessoas e bem-estar, a expectativa de vida e os impactos causados pela sociedade à natureza.
Talvez o mais importante não seja exatamente o nome do índice usado para a medição da felicidade, mas a própria felicidade em si.

Referências das figuras

Figura 1: Algumas possibilidades de vida. Crédito: Ana Lucia Souto, 2019.

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