Sabemos que os óvulos
femininos se desenvolvem dentro dos ovários
e conforme desenvolvem, ocorre também flutuações nos
hormônios sexuais femininos que são liberados pelos ovários. Por exemplo, temos estrógeno, temos progesterona
e temos inibina, todos liberados pelos ovários
durante o desenvolvimento dos óvulos. Tudo muito bem, mas por que isso está
realmente acontecendo? O que estes hormônios realmente
fazem no corpo feminino? E porque seus níveis variam? Veja este gráfico,
que é chamado de Gráfico do Ciclo Ovariano, que garanto que vão vê-lo,
caso estudem a fisiologia reprodutiva feminina. É bem informativo e
ajuda no entendimento e visualização do que
está acontecendo no corpo durante cada ciclo reprodutivo. Aqui está o esqueleto do gráfico. Somente os eixos. Primeiro vamos ver os eixos, depois vamos ver que informação o gráfico nos mostra. No eixo x temos tempo. O tempo está restrito a 28 dias, que é
o período de duração de cada ciclo reprodutivo. Dá pra ver que está 28/0, pois o vigésimo oitavo dia é
o mesmo que o dia zero. Dá pra entender? Em outras palavras, quando
chegamos no dia 28 de um ciclo, estamos no dia 0 do próximo ciclo. Não há espaço entre os ciclos. Lembrando que a
ovulação ocorre no dia 14. Este é o eixo x. Antes de falarmos sobre o eixo y, quero mencionar que
o ciclo reprodutivo foi dividido em duas fases principais, a fase folicular e fase lútea. Veremos por que
são chamadas assim. No eixo y vamos acompanhar
algumas coisas diferentes ao mesmo tempo. Isso acontece pois estão todos relacionados
uns aos outros. Ocorrem no corpo ao mesmo tempo, é por isso que queremos ver todos
juntos no mesmo gráfico. Escrevemos a lista com uma
ordem específica. Em primeiro, temos os hormônios
gonadotrópicos FSH e LH. Lembre que são liberados pela glândula pituitária
anterior, no cérebro. Estes hormônios afetam
o desenvolvimento dos folículos no ciclo ovariano. Estes hormônios afetam o desenvolvimento
dos folículos no ciclo ovariano Vamos olhar o ciclo ovariano
aqui em baixo. Conforme os folículos
se desenvolvem, os hormônios são
liberados pelos ovários. Aqui em baixo vemos
os níveis dos hormônios. Por fim, temos a fase
do ciclo uterino, que depende dos níveis
dos hormônios sexuais que são liberados pelos ovários. De modo geral,
a fase uterina do ciclo ou a menstruação, é quando ocorre a descamação
da parede endometrial, já a fase proliferativa,
é quando ocorre a formação de uma nova camada endometrial. A última fase é
a fase secretora, quando o endométrio fica pronto para a implantação de
um óvulo fertilizado. Mesmo que não exista
um ovo fertilizado, o endométrio fica pronto. Falaremos mais sobre essas fases mais tarde. Quero destacar o
traçado em rosa, nos níveis hormonais ovarianos, representa o estrogênio, e o azul, em baixo,
é a inibina, e o traçado laranja
é a progesterona. Estes são os 3
hormônios ovarianos com os quais
vamos lidar. Aqui temos esse
esquema que é bem lógico. Espero que facilite o entendimento e aprendizado. Vamos começar com a primeira
metade do gráfico, a parte da fase folicular do gráfico, não vamos nos preocupar com a fase lútea agora. Vamos apagar por enquanto. No dia zero, a glândula
pituitária anterior está liberando um pouco de FSH
e um pouco de LH. É possível ver os níveis básicos. Sabemos que o FSH
estimula o crescimento do folículo. Podemos ver que ele cresce
na medida que os dias passam. Ao crescer, o número de células granulosas aumenta. As células granulosas
estão representadas na cor roxa bem aqui. Sabemos que as células
granulosas secretam estrógeno, Os níveis de
estrógeno aumentam cada vez mais no sangue,
enquanto os folículos crescem. Além da ação do FSH, o hormônio luteinizante faz
com que as células, que envolvem o
folículo produzam um hormônio chamado
androstenediona. A androstenediona tem
estrutura muito semelhante a
do estrogênio. As células granulosas absorvem a androstenediona e a
convertem em estrogênio, fazendo com que os níveis de
estrogênio fiquem bem elevados, como podemos ver aqui. Logo, enquanto os
folículos crescem, os níveis de estrogênio vão
aumentando cada vez mais. A propósito,
vamos observar o que está acontecendo
no endométrio do útero, que é o revestimento
uterino interno, podemos ver que está
na fase proliferativa. É chamada de fase proliferativa, pois o aumento dos níveis
de estrogênio, como vemos aqui, estão induzindo a formação de uma
nova camada do endométrio, já que a camada
anterior descamou durante a menstruação
da semana anterior. É isso que acontece durante
a fase proliferativa. Neste momento,
coisas bem interessantes começam a acontecer. Quando o hipotálamo
e a glândula pituitária anterior no cérebro, começam a
perceber esses níveis super elevados do estrogênio, eles começam a liberar
menor quantidade de FSH e LH. Como podemos ver aqui,
quando começam a cair. Isso faz sentido, não é verdade? O papel da liberação de FSH e LH era de estimular o
desenvolvimento dos folículos. Os folículos produzem estrogênio então quando o cérebro percebe
que tem bastante estrogênio, então quer dizer que os folículos
estão se desenvolvendo. Por isso não é necessário
que continuem a liberar tanto FSH e LH. Isso faz sentido. É por isso que vemos esse decréscimo dos níveis de FSH e LH no sangue, Porque os altos níveis de estrogênio
indicam para o cérebro que podem reduzir a produção e liberação dos hormônios gonadotrópicos. Agora começa a ficar
mais interessante. Neste momento, as células granulosas
estão produzindo muito estrogênio e começam a produzir mais dois hormônios em
quantidades elevadas. Começam a produzir progesterona, e outro hormônio chamado Inibina. É bom saber que existem
dois tipos de inibina, Inibina A e inibina B, mas vamos considerar que são a mesma coisa. O papel da inibina é inibir
a liberação de FSH da pituitária anterior. Conseguimos ver que
conforme a inibina aumenta, o FSH, em azul,
começa a diminuir. Lembrando que a
inibina está bloqueando a liberação de FSH na
pituitária anterior. Se você pensa que as coisas
interessantes acabaram, tudo fica ainda
mais interessante. Lembra que o estrogênio começa a aumentar até que o hipotálamo e
a pituitária anterior parem de produzir FSH e LH por
um processo chamado feedback negativo? Ocorre que se o
estrogênio ao atingir um ponto bem elevado-- digamos que seja este-- faz com que o cérebro libere mais FSH e LH. Parece um evento paradoxal. Quando atingimos níveis muito
elevados de estrogênio, o cérebro tenta por sua vez liberar uma quantidade
bem elevada de FSH e LH. Mas no gráfico estamos vendo somente uma liberação
elevada de LH e não de FSH. Porque isso acontece? Acabamos de falar que as
células granulosas estão liberando inibina, que diminui a liberação de
FSH a partir da pituitária anterior. Preste atenção. Os níveis de inibina
estão bem elevados, e toda essa inibina
reduz a quantidade de FSH liberada pela
pituitária anterior, mas não afeta a
liberação de LH. Como resultado temos a liberação
de enormes quantidades de LH a partir da pituitária anterior,
em um processo chamado de Pico Lúteo. A grande quantidade de LH junto a quantidade
relativamente alta de FSH que está sendo liberada, impulsionam o
desenvolvimento do folículo para sua fase final,
a ovulação. Podemos ver o óvulo
saindo do folículo, no processo da ovulação. Lembrando que isso acontece no dia 14. Estas foram a fase folicular
e a ovulação no gráfico. [Legendado por: Claudia Alves]
[Revisado por: Valter Bigeli]