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Curso: Ciências EF: 9° ano > Unidade 8
Lição 3: Civilizações na Via LácteaCivilizações detectáveis em nossa galáxia 2
Por que nós ainda nos preocupamos com a Equação de Drake. Pensando sobre a fração da vida de um planeta quando uma civilização pode ser detectável. Versão original criada por Sal Khan.
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Transcrição de vídeo
RKA4JL - E aí, pessoal,
tudo bem? Talvez você esteja se perguntando porque ainda
estamos nos preocupando com a equação de Drake, ou porque estamos
tentando descobrir o número de civilizações detectáveis
na nossa galáxia quando nós não temos
a menor ideia dessas coisas aqui, ou seja, nós não conhecemos
a fração de planetas que podem ter vida
ou gerar vida, ou então quantos planetas podem ter vida inteligente,
quer dizer, nós não conhecemos
estas respostas aqui. De fato, nós não conhecemos
essas respostas por um bom tempo. Então, qual é o objetivo
desse exercício? Claro, este é
um ponto de vista válido, porque mesmo que
a equação de Drake não seja uma equação tão difícil
como nós definimos aqui, ela não é uma equação
na qual nós conseguimos resolver problemas
de engenharia, física, ou qualquer coisa desse tipo. Eu a vejo mais como uma experiência
de pensamento, ou seja, ela pode estruturar
o nosso pensamento em torno desse problema, e é por isso
que eu a acho importante. Provavelmente ela não vai nos dar
um número real, mas vai nos ajudar a pensar
a respeito disso, ou melhor o que é necessário para os planetas
chegarem ao ponto de terem vidas inteligentes. E embora você ache
que isso é desnecessário, por exemplo, há 200 anos
não existia nenhuma maneira das pessoas terem uma estimativa
do número de estrelas na galáxia, e agora nós temos uma ideia. Esse trabalho foi realizado
nos últimos 20 ou 30 anos. E também era quase impossível
fazer uma média dos planetas capazes
de manterem a vida. Existem até outros métodos indiretos
para pensar sobre isso. Por exemplo,
alguns desses exoplanetas parecem como se estivessem
na zona certa. Eles parecem que têm
a assinatura química certa com base em outras informações
que estamos recebendo. E talvez eles sejam capazes
de sustentar a vida. Então, conforme o tempo passa
e a tecnologia melhora, podemos ser capazes de ficar melhores, melhores e melhores nisso. Mas claro, isso
não vai acontecer em breve. Isso é só para estruturar
o nosso pensamento. Eu quero falar nessa aula
de um breve esclarecimento do que eu falei no último vídeo. No último vídeo
eu falei que este L aqui era a vida útil
ao longo da vida da estrela. Mas o que é relevante é o tempo de vida
da civilização enquanto ela é detectável. Então não importa
se a civilização tem cerca de 100 mil anos,
ou seja, se ela não está liberando qualquer tipo de coisa
que podemos detectar. Não é com isso
que nós estamos nos preocupando. Nós estamos
nos preocupando com 5 mil, 10 mil anos,
ou 100 mil anos, quando elas estão usando
algum tipo de comunicação ou algum tipo
de radiação eletromagnética que podemos detectar
quando algo assim chegar até nós. Uma outra coisa
que eu quero deixar claro é que quando
nós estamos falando do número
de civilizações detectáveis em uma galáxia, neste momento, (deixe-me escrever aqui o "agora", entre aspas). Então quando nós estamos falando
de civilizações detectáveis "agora", nós não estamos falando
de civilizações que sejam parecidas
com a nossa, ou seja, que desenvolveram
comunicação à rádio nos últimos cem anos. Porque, francamente,
essas civilizações não poderiam estar
100 anos-luz longe de nós. Isso para sermos capazes de detectar
aqueles sinais agora. Se elas estão
no outro lado da galáxia, nós não conseguiríamos detectar
os seus sinais por mais de dezenas
de milhares de anos. Então, quando
eu estou falando do "agora", estou me referindo
aos sinais recebidos agora. Então, "sinais recebidos". Por exemplo, você pode ter
uma civilização que desenvolveu rádio
70 mil anos atrás, mas como eles estão
há 70 mil anos-luz longe e talvez entraram em colapso
10 mil anos depois, então nós estamos recebendo
o seu primeiro sinal de rádio agora. Então essa seria a civilização
que nós estamos contando nesta equação. Então, só para lembrar
o que são cada um desses termos: aqui nós temos o número de estrelas na galáxia, que está entre 100
e 400 bilhões, e multiplicamos isso
pela chance de terem planetas, e multiplicamos isso pela média desse
planetas serem capazes de manter a vida, e multiplicarmos isso
pela chance desses planetas terem vida, e multiplicamos isso
por essas vidas serem vidas inteligentes, e multiplicamos
por vidas detectáveis. Por exemplo, algum tipo de vida que começou
a emitir, quem sabe, um sinal à rádio. Mas não sabemos exatamente. Então, estes seis primeiros termos aqui nos dizem os números de civilizações
que ocorreram em algum ponto da história. Mas o que nós nos importamos são as civilizações
que são detectáveis agora, ou seja, nós não queremos saber daqueles
que deixaram um sinal antes de nós. E nós temos tudo isso, sendo que essa aqui é a quantidade de civilizações detectáveis enquanto eles estavam enviando
um sinal de rádio, dividido pela vida daquele planeta,
ou sistema solar, ou quem sabe uma estrela. Isso para qualquer dada estrela ou qualquer planeta
que atenda a esses critérios. Então, o que eu quero saber é: qual é
a chance disso estar acontecendo agora? Ou seja, de alguma civilização estar enviando
algum tipo de sinal a rádio agora? Esse cara é o tempo de vida útil
ao longo da vida da estrela, e esse aqui é a média
de vida da estrela. Isso aqui é como se fosse
o tempo de vida detectável da estrela dividido pela vida do sistema solar,
ou um planeta. Então,
para ficar mais claro, digamos que o tempo de vida
do Sol com a Terra e nosso sistema solar seja de, aproximadamente,
10 bilhões de anos. Digamos que nós,
como humanos, eu vou ser
bem otimista aqui, digamos
que uma civilização seja detectável
por um milhão de anos. Então nós somos detectáveis
por um milhão de anos. Se olharmos
para essa equação, vai ser 1 milhão
sobre 10 bilhões. Então se eu simplificar
isso aqui, isso vai ser 1 em 10 mil. Então, mesmo que nós estivermos
enviando um sinal nosso por 1 milhão de anos,
a extensão relativa a toda a história
do nosso planeta e nosso Sol, se alguém aleatoriamente
analisar o nosso sistema solar em algum tempo aleatório
na nossa história, isso nestes 10 bilhões de anos, existe somente uma chance
em cada 10 mil de acontecer, ou seja, deles conseguirem nos perceber
enquanto enviamos o nosso sinal. Isso assumindo que não existe
civilização em Marte e Vênus, ou que não havia nenhuma outra
civilização na Terra há centenas de milhares de anos. Então, aqui nós temos apenas
uma chance em 10 mil de nos detectar, e isso assumindo
que estão olhando agora. Por exemplo, não poderia ser
uma civilização há cerca de 3 milhões de anos atrás, e talvez eles fizeram essa busca há 20, 100
ou mil anos-luz de nós, ou seja, eles miraram os seus telescópios
para nós. Mas se eles fizeram isso
há 1 ou 2 milhões de anos, eles podem
ter mirado no Sol e não receberam
qualquer sinal de rádio, ou qualquer outro sinal de vida. Isso porque
quando eles olharam para cá, eles não acertaram a única chance
em 10 mil chances. Mas é isso aí, pessoal.
Até a próxima aula!