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Design inteligente e evolução

O argumento de que a evolução seria o "projeto mais inteligente" Versão original criada por Sal Khan.

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Transcrição de vídeo

RKA11E Muito tem sido dito ao longo dos últimos anos sobre a ideia do desenho inteligente, e como este se compara à evolução. O meu objetivo neste vídeo não é entrar nessa discussão que, na verdade, transformou-se em uma discussão na maioria dos círculos acadêmicos, mas realmente fazer uma tentativa de conciliar esses conceitos. Dessa forma, a ideia por trás do projeto inteligente é a de que realmente existem algumas coisas que vemos no nosso mundo, que são tão surpreendentes, que parecem ser difíceis de acreditar que podem ser produto de um conjunto de processos aleatórios. E um exemplo que podemos dar é o do olho humano, o qual na verdade é um dispositivo fantástico. Você pode chamá-lo de órgão ou de máquina, seja qual for a forma que você queira chamá-lo, ele realiza todas essas coisas maravilhosas. Ele pode focar em diferentes distâncias, leva a luz até o ponto exato do foco e, além do mais, você tem os seus nervos da retina e tem os dois olhos, e assim você pode ver em uma visão estereoscópica. Você pode ver em cores, além de poder ajustar para claro e escuro. O olho humano é verdadeiramente uma maravilha. E a discussão leva a isso: como pode ter sido criado a partir de processos aleatórios? Nosso objetivo não é traçar a evolução do olho, mas eu farei uma pequena anotação aqui de que a evolução, a seleção natural, eu gosto da expressão seleção natural porque ela não trata de um processo ativo. A seleção natural está atuando há milhares e milhares de anos, e nós vemos essa evidência quando percebemos que há uma série de tipos diferentes de olhos em nosso mundo. Na verdade, todas as evidências mostram que o olho humano não é perfeito e que há uma variação. Muito bem, variação. Que dizer, todos sabemos que alguns de nós são míopes, alguns são hipermétropes, nós temos astigmatismo, ele degenera ao longo do tempo, pessoas desenvolvem catarata. Então há todo um conjunto de coisas que podem dar errado com o olho humano. Não estou dizendo isso como uma refutação, mas estou apenas mostrando que há uma variação mesmo no que eu acredito ser realmente um pedaço extraordinário da biologia. E mesmo se você sair do mundo humano, há obviamente, uma enorme gama de olhos, existem peixinhos, peixinhos no fundo do oceano que possuem olhos que são verdadeiros sensores de luz, e alguns insetos também são assim. E esses olhos mal podem dizer se há alguma luz ou algum calor por perto. E do outro lado da gama, bem melhor do que humanos, temos certos pássaros e certos tipos de criaturas noturnas que podem ver no escuro. Como sabemos, todos os gatos possuem esse material reflexivo nos olhos que os permite uma visão noturna muito melhor, então nesse sentido, eles são superiores aos humanos, e eles podem ver tão bem quanto os humanos durante o dia. Existem certos pássaros que podem ver com uma maior clareza a distâncias bem maiores do que os humanos conseguem, então, não há um olho perfeito. Desta forma entendemos um pouco em um argumento teológico, e aqueles que assistem meus vídeos sabem que eu me desvio de argumentos teológicos. Apesar de eventualmente fazer uma preleção filosófica, mas eu quero ser bem cuidadoso para não ofender a sensibilidade ou credo de ninguém porque esta, sinceramente, não é minha intenção. Mas o ponto onde quero chegar é que veja, se você acredita em um Deus, e eu não vou tomar partido desse argumento neste vídeo agora, isto seria, até certo ponto eu diria, veja bem: observando aqui, o olho humano, este o olho humano, isto seria como dar muita importância para nós como indivíduos. Eu sempre penso que religião, assim como ciência, ou melhor, como qualquer coisa, quer dizer, nós devemos ser humildes nas nossas vidas e ter a consciência de que nós como humanos, realmente não somos perfeitos e, então, isso significa que isso é o melhor que uma entidade perfeita ou uma entidade onipotente pode produzir. E eu penso que isso é um pouco depreciativo, mas tudo bem, eu vou dar outro exemplo, tá? Vou dar outro exemplo, então, vou colocar o meu capacete de engenheiro aqui. Mais uma vez eu quero ser bem claro, meu objetivo neste vídeo não é dizer: "Você sabe, evolução, processos aleatórios acontecem por si, só não contêm Deus e você apenas devem aceitar isso". Não, esse não é o meu objetivo. Eu estou na verdade, tecendo o argumento oposto, que a crença em Deus não vai nos levar a um Deus, que uma crença em um Deus universal, onipotente, não nos levará a um Deus que planeja o especial, que planeja cada um em particular. Além disso, as imperfeições que nós vemos ao nosso redor e especialmente porque nós vemos variações, estão sendo selecionadas para isso, quer dizer, nós podemos apenas focar no olho. E nesse caso, teríamos que falar de um Deus que está planejando cada uma das versões de todas as sequências de DNA que nós vemos, porque se alguém fala sobre o planejamento de um olho, todos nós sabemos que o olho é um subproduto do DNA e nós sabemos que o DNA é uma sequência de pares de bases. Sabe? ATGCA... E enfim, bilhões e bilhões deles. E, então, quando nós falamos sobre planejamento, nós estamos falando literalmente sobre planejamento da sequência e nós nem sequer sabemos que em muitas sequências há algum problema. Nós sabemos que muitos desses problemas vieram de vírus primitivos em nosso passado distante. Então, o argumento que eu cito aqui é que para dar crédito ao todo poderoso, pelo menos na minha cabeça, deveríamos partir de um sistema de ideias básicas, muito simples e elegantes. Ideias básicas. Assim como a seleção natural e variabilidade, que em nosso DNA chamamos de mutações. As leis da Física e da Química, aquelas a partir das quais, dessas ideias básicas, complexidade pode surgir. Então, isto é realmente ao que a Evolução se refere. Olha só, nosso universo é esse mundo profundo, este ambiente profundo, de onde ideias muito básicas, simples e elegantes dão origem a uma complexidade na estrutura que é realmente maravilhosa. Na minha cabeça, é a isso que a Evolução se refere e na minha cabeça, mesmo sendo eu um engenheiro, isto refere-se a uma forma maior de planejamento, isso diz respeito a um planejamento mais profundo. Assim, o argumento desse vídeo é que se alguém acredita em um Deus, e você sabe, eu não vou entrar nesse mérito aqui, e se esse Deus se refere à beleza e elegância e é infinitamente poderoso, então, essa ideia das leis da Física, Química e seleção natural, que são formas muito profundas de planejamento, são a arte do desenhista, que age dessa forma, ao contrário de planejar cada elemento um por um. E o que é ainda mais profundo sobre o planejamento, é que ele na verdade é adaptativo. Portanto, acompanha comigo, se há um estresse ambiental, então, a outra variação sobrevive mais frequentemente, e se esse elemento nunca muda, o que seria a perfeição, nada ou ninguém poderia ser apontado como ponto mais avançado que o planejamento pode chegar, porque isso está sempre, eu não quero dizer ficando melhor, mas ficando cada vez mais adequado ao seu ambiente devido às suas mudanças, e isso para mim, é um planejamento melhor. Agora, apenas seguindo esse raciocínio e eu quero ser bem claro, toda essa ideia seria para criar um padrão esperado para um planejamento, e o melhor exemplo que vejo disso acontece com os fractais. Muitos de vocês, talvez todos, já devem ter visto um. Um fractal é um objeto geométrico que pode ser dividido em partes, cada uma das quais semelhante ao objeto original. Esse é um Conjunto de Mandelbrot, um conjunto muito famoso de fractais, isto é imensamente complexo. De fato, você pode fazer uma aproximação no Conjunto de Mandelbrot em qualquer ponto e quando você se afastar, este se tornará infinitamente complexo e poderá explorá-lo indefinidamente. Mas a beleza aqui é que todo esse fractal pode ser descrito por uma equação espantosamente simples, que é, "z", o próximo "z" é igual ao "z" anterior ao quadrado +1. E você está pensando: "Professor, você começou falando sobre o planejamento inteligente, Evolução e tudo mais, porque de repente está entrando nesse assunto de fractais?" E o ponto que eu estou tentando abordar aqui, é que se eu tivesse dois desenhistas e um começasse a pintar esse exato fractal em particular, e dissesse: "Eu vou fazer este marrom, vou fazer este azul, vou fazer aqui um círculo, outro círculo aqui." Você pensaria: "Isso é um desenhista fantástico!" Por exemplo, se você fosse até alguém 300 anos atrás e mostrasse isso, ele diria que este é o melhor desenho que alguém já foi capaz de inventar por ser tão infinitamente complexo, mas agora, nós sabemos que isso pode ser completamente descrito por uma simples equação. Literalmente. Bom, para aqueles de vocês que estão interessados, aqui os desenhistas estão começando em zero. Desculpa, eu tenho que corrigir uma coisa. Aqui não é +1, é "+C", e isso tem que ficar bem claro. Esta é a equação "+C". Então, para cada ponto no plano complexo, colocamos aquele ponto para "C", depois você começa do zero, e você continua fazendo isso. Então, você tem "0²" mais aquele número, aquele número complexo é igual àquilo. Em seguida, você põe aquilo aqui, então faz aquele número ao quadrado mais aquele número complexo, e você vai fazendo isso de novo, de novo, de novo, e assim, alguns números não vão ao infinito e estes números estão em preto, eles são considerados parte do Conjunto de Mandelbrot. Em seguida, os números que vão ao infinito, você repete nesta fórmula, colore-os baseado em quão rápido estes tendem ao infinito e isso cria esta beleza infinita, e um padrão complexo. Agora, se você pudesse dizer o que é um projeto mais profundo, e pode perguntar isso a qualquer engenheiro, na minha cabeça, este é o planejamento mais profundo, porque é simples e elegante, mas ele descreve algo de infinita complexidade, ele não apenas enfoca o particular, cria na verdade um padrão para um tipo de nível abstrato. Ele cria apenas a ideia de que cada ponto é apenas um elemento. Esse é o ponto mais importante deste vídeo. Talvez eu tenha me centrado mais na leveza metafísica ou na maravilha disso tudo, mas meu objetivo é defender a ideia de como conciliar estes conceitos. Que a evolução, sua aleatoriedade não diz respeito ao universo de Deus, embora eu não queira tomar partido sobre isso. Na minha cabeça, isso diz respeito a um Deus mais profundo. Então, de qualquer forma, me desculpem por tomar essas liberdades e eu não quero ofender a sensibilidade ou a crença de ninguém, mas eu realmente apenas quis deixar essa ideia aqui. E isso aí! Bom, a gente vê no próximo vídeo. Valeu.