Conteúdo principal
Biologia AP
Curso: Biologia AP > Unidade 6
Lição 2: Fluxo de energia através dos ecossistemas- Taxa metabólica
- Endotérmicos e ectotérmicos
- Estratégias de controle de temperatura
- Estratégias de história de vida e fecundidade
- Estratégias de história de vida
- Fluxo de energia e matéria através dos ecossistemas
- Cadeias alimentares e teias alimentares
- O impacto de mudanças nas pirâmides tróficas
- Fluxo de energia através dos ecossistemas
© 2023 Khan AcademyTermos de usoPolítica de privacidadeAviso de cookies
O impacto de mudanças nas pirâmides tróficas
O impacto de mudanças nas pirâmides tróficas.
Quer participar da conversa?
Nenhuma postagem por enquanto.
Transcrição de vídeo
RKA12JL – Alô, alô, moçada!
Tudo bem com vocês? A imagem que você vê aqui é conhecida como
uma pirâmide ecológica ou pirâmide trófica. Você sabe o que significa
essa palavra, “trófica”? A palavra “trófica” na Biologia
refere-se às relações alimentares. Eu gosto de pensar assim: essa pirâmide trófica consegue
me fornecer informações sobre quem está se alimentando
e quem está produzindo energia, e como essa energia, produzida a partir
do alimento consumido por esses grupos, se distribui ao longo
da pirâmide. A base da pirâmide trófica
exibe os produtores primários. Na maioria das vezes, esses
produtores são autótrofos. Lembra o que isso significa? Organismos autótrofos são aqueles capazes
de converter a energia vinda da luz solar em energia química. Portanto, são seres vivos que
obtêm a energia a partir do sol, mais outros nutrientes que
podem estar disponíveis, e armazenar parte dessa
energia como biomassa. Biomassa, aliás, é uma palavra chique que
significa massa de matéria viva, matéria orgânica, que pode ser utilizada como fonte
de energia para o próprio organismo ou também como base alimentar
para outros seres vivos. Quando alguém diz que aquele determinado
prato de comida tem X número de calorias, esse alguém está dizendo o quanto de
energia há armazenada naquela comida. E caloria é uma unidade
de medida de energia. Imagine que a base dessa pirâmide, que
corresponde aos produtores primários, consiga produzir, por ano e por
metro quadrado desse ambiente, cerca de 20 mil quilocalorias. Essas 20 mil quilocalorias estão
armazenadas na forma de biomassa. Ok, a energia está armazenada
na forma de biomassa, e agora? Como essa energia é levada
ao próximo nível da pirâmide? Bom, o próximo nível corresponde
aos consumidores primários. São organismos que se alimentam dos
produtores que estão na base da pirâmide. Mas nem toda essa energia
consegue ser aproveitada. Parte dela é perdida. Estima-se que cerca de 10% da biomassa
consiga ser passada de um nível trófico para outro em uma pirâmide ecológica. Então, no nosso valor hipotéticode 20 mil
quilocalorias que havia nos produtores primários, apenas 10% dessa energia
armazenada na forma de biomassa chega aos
consumidores primários. Portanto, algo em torno das
2 mil quilocalorias ao ano por metro quadrado
do ambiente. No próximo nível trófico, temos
os consumidores secundários. Estes se alimentam dos
consumidores primários. Novamente, apenas 10% da energia é
aproveitada entre um nível trófico e outro, portanto, os consumidores secundários
obtêm cerca de 200 quilocalorias ao ano por metro quadrado
de ambiente. O próximo nível trófico é composto
pelos consumidores terciários. Estes conseguem
também seus 10%, cerca de 20 quilocalorias por metro
quadrado por ano no ambiente. Por fim, chegamos ao topo
da pirâmide do nosso exemplo, os consumidores quaternários. Geralmente, os consumidores
quaternários são predadores, e, novamente, apenas 10% de aproveito
da biomassa do nível trófico anterior. Assim sendo, 2 quilocalorias por
metro quadrado de ambiente ao ano. Perceba o quanto de biomassa foi se
perdendo desde a base da nossa pirâmide. É comum que os predadores
estejam em menor número, por exemplo em uma floresta, quando comparado com a
quantidade de produtores primários em uma grande área de
vegetação por exemplo. Isso porque os predadores
devem caçar muito para conseguir obter quantidade suficiente
de energia para sua sobrevivência, já que muita dessa energia é
perdida entre os níveis tróficos até chegar no predador
no topo de pirâmide. Fica fácil de entender com esse exemplo
o quanto um ecossistema pode suportar. Um ecossistema, desse modo, suporta
grande quantidade de produtores primários, mas poucos consumidores mais
ao topo da pirâmide trófica. Algo interessante para focarmos
nosso estudo agora é: oras bolas, para onde está indo essa energia
que vai se perdendo a cada nível trófico? Bem, em muitos casos, esses
organismos estão se movendo. Eles têm que fazer coisas e processos
que mantêm sua sobrevivência, e isso gera gasto calórico. Até mesmo as plantas gastam
calorias para se manterem vivas. Por isso, a cada nível trófico,
um pouco de energia é perdido. Outro aspecto interessante é
que, a cada morte que acontece, esses corpos são decompostos
por outros organismos. Então, toda biomassa que
estava contida em um organismo não vai ser utilizada pelo
outro organismo consumidor. A energia de forma total não
é transferida entre os níveis. Parte do organismo permanece como
material que não é digerível, os restos. Esses restos ainda possuem energia, ela
só não foi aproveitada pelo consumidor. Aí, entram os organismos decompositores
que conseguem capturar esses nutrientes, a partir desses restos, e tornar esses nutrientes
disponíveis aos produtores primários. Os produtores primários,
por sua vez, aproveitam parte desses nutrientes
fornecidos que ficaram na terra (fornecidos, lembrando,
graças aos decompositores) e utilizam também a energia
solar e mantêm o ciclo. Entendido? Por isso, parte da energia é perdida,
porque parte dela não é digerível e só se torna disponível
aos produtores primários graças à atuação
dos decompositores, e também porque parte dessa
energia é perdida no gasto calórico para manter o
organismo vivo. Vamos pensar em
outra coisa agora? E se houver alguma mudança brusca
no ecossistema dessa pirâmide? E se, por exemplo, uma catástrofe
como um vulcão entrando em erupção acontecesse nesse
ecossistema? O vulcão entrará em erupção, lançará
cinzas ao céu e lava no solo. E agora o que aconteceria?
Bom, com tantas cinzas no céu, a energia solar que conseguiria chegar
até o solo diminuiria consideravelmente. Logo, os produtores primários
seriam prejudicados e não conseguiriam produzir as 20 mil
quilocalorias por metro quadrado por ano. Imagine que esse potencial produtor caísse para
2 mil quilocalorias por metro quadrado ao ano. Logo, para o próximo
nível, cairia para 200, e depois 20, e depois 2,
e por fim 0,2. Só a falta de luz solar já seria suficiente
para prejudicar a existência dos predadores que existem no
topo da pirâmide, já que teríamos muito menos energia
armazenada na forma de biomassa desde o início da pirâmide,
lá nos produtores primários. E se for outro fator, que não o vulcão,
que fosse introduzido no ecossistema? E se fossem, por exemplo,
pesticidas? Alguns consumidores
seriam dizimados, portanto, poderia haver uma
transferência ainda menor de biomassa de um nível trófico ao outro,
afetando toda a pirâmide. Entendeu o que
eu quis dizer? Os ecossistemas são muito
complexos e entrelaçados, e um impacto em uma área pode causar
um desequilíbrio em todo o ecossistema, prejudicando as
transferências de energia. Por hoje, é só!
Bons estudos e até a próxima!