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Biologia AP
Curso: Biologia AP > Unidade 4
Lição 7: Biotecnologia- Introdução à engenharia genética
- Introdução à biotecnologia
- Clonagem de DNA e DNA recombinante
- Visão geral: Clonagem de DNA
- Reação em cadeia da polimerase (PCR)
- Reação em cadeia da polimerase (PCR)
- Eletroforese em gel
- Eletroforese em gel
- Sequenciamento de DNA
- Sequenciamento de DNA
- Aplicações de tecnologias do DNA
- Biotecnologia
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Introdução à engenharia genética
Introdução à engenharia genética. Reprodução humana. DNA recombinante. Bioética.
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Transcrição de vídeo
RKA12MC – Olá, meu amigo ou minha amiga.
Tudo bem com você? Seja muito bem-vindo ou bem-vinda a
mais um vídeo da Khan Academy Brasil. E, neste vídeo, nós vamos realizar
uma introdução à engenharia genética. A ideia da engenharia genética é
algo que associamos ao século 20. A gente nem sabia o que
os genes eram, na verdade, o mecanismo da hereditariedade,
até meados do século 20. E a modificação direta de
genes para algum propósito realmente nem começou a
acontecer até a década de 1970. Mas é importante notar que os
seres humanos, de certa forma, têm influenciado a genética de
organismos por muito, muito, muito tempo. Por exemplo, na natureza, você
tem coisas que se parecem com isso. Nós o chamamos de lobos. Mas, hoje, em nossas vidas também
temos coisas parecidas com isso. Agora, um detalhe interessante é que esses
cães não foram desenvolvidos naturalmente, eles vieram de muitas gerações de criação, de seres humanos pegando coisas que eram lobos
ou raposas e selecionando certas características. Eles podem ter selecionado traços que
faziam certos lobos e raposas serem pequenos (e aí eles vão se parecer mais com cachorros,
mesmo quando estão totalmente crescidos), ou traços que são mais dóceis (eles são mais
propensos a ouvir o que um ser humano diz para fazer), ou ainda traços que são bons em matar
roedores, ou o que mais possa ser. E, com o tempo, repetindo a
seleção dessas características levou ao que vemos, como
esses diferentes cães de raça. Como podemos perceber, os seres humanos
fizeram isso por centenas e milhares de anos, e, com isso, eles estavam influenciando que DNA
é passado adiante de uma geração para outra. Porém, eles não sabiam
sobre o código genético real. Mas, mesmo assim, isso era uma
forma de manipulação genética. Da mesma forma, se você
olhar no Reino Vegetal, quando você vai à loja e
você vê aquela doce maçã, muito tempo atrás, coisas assim como
a gente vê hoje nem devia existir. É muito provável que muitos dos
produtos agrícolas que consumimos hoje possam ter passado por
algum processo semelhante. Por exemplo, se a gente estivesse
conversando milhares de anos atrás, a gente teria encontrado maçãs
silvestres em macieiras selvagens. Vamos desenhar isso aqui? Vamos
desenhar uma macieira aqui rapidinho? As pessoas que viveram há milhares de anos podem ter achado que as maçãs
estavam um pouco azedas, pequenas, difíceis de comer e difíceis de digerir. Mas, com o tempo, as pessoas selecionaram
as árvores que tinham maçãs mais doces, que tinham maçãs maiores, e desenvolveram as condições para que
elas fossem mais propensas a se reproduzir. Aí, com o tempo, conseguimos
maçãs maiores e mais doces, dessas do tipo que a gente vê no mercado. E, como eu mencionei, a maioria
dos produtos agrícolas que temos hoje é resultado de centenas ou milhares
de anos desse tipo de criação. Então, embora isso possa não ser a
definição formal da engenharia genética, que normalmente está se referindo
a algo como modificação genética, que nós só fomos capazes
de fazer nas últimas décadas, seres humanos estão realizando algum tipo de influência
no DNA dos organismos por muito, muito tempo. Mas, com isso dito, nas últimas décadas
nós fomos capazes de nos tornar muito, muito mais precisos na influência do
DNA por meio da engenharia genética. Em outros vídeos, a gente vai conversar com
muito mais detalhes sobre como isso é feito, mas a gente tem essa ideia de DNA recombinante, em que você pode pegar genes de um
organismo e colocar em outros organismos. Aí, você vai dizer: por que isso é útil? Bem, vamos dizer que exista uma árvore
[e] que você queira que ela cresça. Digamos ela seja uma macieira, mas que é muito suscetível
a um certo tipo de doença, e, aí, se essa doença a atingir, a
gente acaba perdendo toda a colheita. Mas e se a gente pudesse
inserir no DNA dessa macieira, talvez um gene que a torne
mais resistente a essa doença? Isso seria interessante, não é? E é isso o que as pessoas realmente fazem hoje. Elas inserem o DNA de alguma coisa em outra coisa. E um detalhe: o DNA original pode
ser de alguma coisa bem selvagem. Eu já li histórias sobre inserir
DNA de inseto em uma planta para que ela seja mais robusta,
de uma forma ou de outra. Agora, um detalhe interessante é
que essa ideia de DNA recombinante, alimento geneticamente modificado, é frequentemente conhecida como
organismo geneticamente modificado. Só que isso é um tanto quanto controverso. Muitas pessoas podem chegar e dizer: Ei, isso é bom! Isso nos permite
produzir alimentos mais robustos. E, na verdade, essa ideia de DNA recombinante,
ou seja, de inserir DNA em outra coisa, pode tornar o alimento mais nutritivo,
pode fornecer mais vitaminas. Bem, algumas pessoas vão olhar por esse lado, mas tem outras pessoas também
que podem chegar e falar o seguinte: Olha, a gente não sabe exatamente quais são
todas as repercussões do que estamos fazendo e o que isso vai acarretar. Então, assim, a gente pode pensar que é algo útil, mas, quando a gente pega o DNA de
um organismo e o coloca em outro, como isso vai afetar a nutrição? Ou quais serão os efeitos de longa
duração ao comer isso por muito tempo? Bem, isso é algo para você pensar, e é realmente muito importante
a gente realizar essas perguntas. Inclusive, com perguntas como essa,
surge um campo conhecido como Bioética. À medida que temos mais e
mais controle sobre o genoma, e, especialmente, quando
vamos para o genoma humano, há perguntas que temos que fazer
sobre se isso é bom ou se é ruim. Mas, enfim, voltando a essa ideia da
engenharia genética e de DNA recombinante, outras coisas que você poderia fazer é que, por
exemplo, podemos produzir insulina para diabéticos. Sabe, que tal a gente pegar
aqui uma célula de uma bactéria e inserir na célula da bactéria o
gene que ajuda a produzir insulina? Aí, de repente, a célula da bactéria pode se
tornar uma fábrica de produção de insulina humana. Essa insulina pode ser colhida, e aí
teremos mais insulina para diabéticos. Esse é um uso muito interessante
de DNA recombinante. Enfim, meu amigo ou minha amiga, estamos realmente
indo para um período interessante da humanidade. Por milhares de anos, a gente estava criando coisas, mas, agora, estamos aprendendo a manipular
coisas em um nível de um grão muito fino, e isso nos faz realizar todos os tipos de perguntas. É provável que haja algumas coisas
muito boas que poderemos fazer (produzir novos medicamentos,
produzir colheitas mais robustas), mas também existem questões sobre
“quais são os efeitos colaterais de tudo isso?”. E a Bioética fica realmente interessante quando começamos
a pensar em modificar o próprio genoma humano, porque, quando você está modificando a genética, você não está apenas modificando um organismo, você está muito ficando todos os seus descendentes, você está modificando os genes
que existem no fundo genético. Claro, existem argumentos muito bons
para modificar o genoma humano. Por exemplo, corrigir doenças e
algumas coisas que podem ser muito sérias. Mas, com o tempo, as coisas podem
mudar e as pessoas podem dizer: Ei, eu quero ser um pouquinho mais alto,
ou eu quero ter uma certa cor de cabelo, ou eu quero dentes mais retos. Ou ainda podem ter pessoas
que vão dizer o seguinte: eu quero um filho que
tenha esse ou aquele traço. Enfim, as coisas ficam
muito, muito interessantes quanto mais pensamos sobre o
que a engenharia genética pode fazer. Eu espero que você tenha compreendido
toda essa introdução que eu fiz aqui. E, mais uma vez, eu quero deixar
para você um grande abraço, e falar que te encontro na próxima!