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Biologia - Ensino Médio
Curso: Biologia - Ensino Médio > Unidade 5
Lição 2: Hereditariedade não-MendelianaAlelos múltiplos, dominância incompleta e codominância
Na vida real, os genes geralmente possuem diferentes versões (alelos). Os alelos não são completamente dominantes ou recessivos, mas muitos, na verdade, agem com codominância ou dominância incompleta.
Introdução
Gregor Mendel sabia como manter as coisas simples. Em seu trabalho sobre ervilhas, cada gene possuía apenas duas versões diferentes ou alelos, e estes alelos possuíam uma relação de dominância clara (com o alelo dominante sobrepondo-se completamente ao alelo recessivo para determinar a aparência das plantas).
Hoje sabemos que nem todos os alelos se comportam de forma tão clara como nos experimentos de Mendel. Por exemplo, na vida real:
- Pares de alelos podem ter uma variedade de relações de dominância (ou seja, um alelo do par pode não "esconder" completamente o outro no heterozigoto).
- Há frequentemente muitos alelos diferentes de um gene em uma população.
Nestes casos, o genótipo, ou conjunto de alelos, de um organismo ainda determina o seu fenótipo ou características observáveis. Contudo, uma variedade de alelos pode interagir entre si de diferentes maneiras para especificar o fenótipo.
Uma observação: provavelmente temos sorte que os genes das ervilhas de Mendel não mostravam estas complexidades. Se eles mostrassem, é provável que Mendel não tivesse compreendido seus resultados e não tivesse descoberto os princípios básicos da herança—que são essenciais para nos ajudar a entender os casos especiais!
Dominância incompleta
Os resultados de Mendel foram inovadores em parte porque eles contradiziam a ideia (então-popular) que os traços dos pais eram permanentemente misturados em sua prole. Em alguns casos, no entanto, o fenótipo de um organismo heterozigoto pode na verdade ser uma mistura entre os fenótipos de seus pais homozigotos.
Por exemplo, na planta boca-de-leão, Antirrhinum majus, o cruzamento entre uma planta de flores brancas homozigota (C, start superscript, W, end superscript, C, start superscript, W, end superscript) e uma planta de flores vermelhas homozigota (C, start superscript, R, end superscript, C, start superscript, R, end superscript) produzirá descendentes com flores rosas (C, start superscript, R, end superscript, C, start superscript, W, end superscript). Este tipo de relação entre alelos, com um fenótipo heterozigoto intermediário entre os dois fenótipos de homozigotos, é chamado de dominância incompleta.
Nós ainda podemos usar o modelo de Mendel para prever os resultados de cruzamentos para alelos que mostram dominância incompleta. Por exemplo, a autofertiliização de uma planta rosa produziria uma proporção genotípica de 1 C, start superscript, R, end superscript, C, start superscript, R, end superscript colon 2 C, start superscript, R, end superscript, C, start superscript, W, end superscript colon 1 C, start superscript, W, end superscript, C, start superscript, W, end superscript e uma proproção fenotípica de 1, colon, 2, colon, 1 vermelho: rosa: branco. Alelos ainda são herdados de acordo com as regras básicas de Mendel, mesmo quando eles mostraram dominância incompleta.
Codominância
A codominância está estreitamente relacionada com a dominância incompleta, em que ambos os alelos são simultaneamente expressos no heterozigoto.
Podemos observar um exemplo de codominância nos grupos sanguíneos MN dos seres humanos (menos famosos do que os grupos sanguíneos ABO, porém também importantes!). O tipo sanguíneo MN de uma pessoa é determinado por seus alelos de um gene específico. O alelo L, start superscript, M, end superscript determina a produção de um marcador M exposto na superfície das hemácias, enquanto o alelo L, start superscript, N, end superscript determina a produção de um marcador de N, ligeiramente diferente.
Os homozigotos (L, start superscript, M, end superscript, L, start superscript, M, end superscript e L, start superscript, N, end superscript, L, start superscript, N, end superscript) possuem apenas um marcador M ou N, respectivamente, na superfície das suas hemácias. No entanto, os heterozigotos (L, start superscript, M, end superscript, L, start superscript, N, end superscript) possuem ambos os tipos de marcadores em números iguais na superfície das células.
Assim como acontece com a dominância incompleta, nós também podemos usar regras de Mendel para prever a herança de alelos codominantes. Por exemplo, se duas pessoas com o genótipo L, start superscript, M, end superscript, L, start superscript, N, end superscript tivessem filhos, nós esperaríamos observar os tipos sanguíneos M, MN e N, com os genótipos L, start superscript, M, end superscript, L, start superscript, M, end superscript, L, start superscript, M, end superscript, L, start superscript, N, end superscript e L, start superscript, N, end superscript, L, start superscript, N, end superscript em seus filhos em uma proporção 1, colon, 2, colon, 1 (se eles tivessem crianças o bastante para determinarmos a proporção com precisão!)
Alelos múltiplos
O trabalho de Mendel sugeria que existiam apenas dois alelos para cada gene. Hoje, sabemos que esse não é sempre ou frequentemente o caso! Apesar de indivíduos humanos (e todos os organismos diploides) poderem ter apenas dois alelos para um dado gene, múltiplos alelos podem existir em nível populacional e diferentes indivíduos em uma população podem ter diferentes pares desses alelos.
Como exemplo, vamos considerar um gene que determina a cor do pelo em coelhos, chamado de gene C. Há quatro alelos do gene C: C, c, start superscript, c, h, end superscript, c, start superscript, h, end superscript e c:
- Um coelho C, C tem pelagem preta ou marrom.
- Um coelho c, start superscript, c, h, end superscriptc, start superscript, c, h, end superscript tem coloração chinchila (pelagem cinza).
- Um coelho c, start superscript, h, end superscript, c, start superscript, h, end superscript tem coloração Himalaia (extremidades do corpo com pelos de outra cor), com corpo branco e orelhas, face, pés e cauda escuros.
- Um coelho c, c é albino, com pelagem totalmente branca.
Múltiplos alelos possibilitam diversas relações de dominância. Neste caso, o alelo de pelagem preta C é dominante completo sobre todos os outros; o alelo da pelagem chinchila c, start superscript, c, h, end superscript é dominante incompleto sobre o alelo Himalaia c, start superscript, h, end superscript e o alelo albino c; e o alelo Himalaia c, start superscript, h, end superscript é dominante completo para o alelo albino c.
Os criadores de coelho descobriram estas relações cruzando diversos coelhos de genótipos diferentes e observando os fenótipos dos filhotes heterozigotos.
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- Minha mãe é O, e o pai da minha irmã tbem é O. Porém ela é A, ( sei que devem ta falando que pulo a cerca mais nao kkk ) fez DNA e deu tudo certinho kk, entretanto esses dias minha irmã fez alguns exames e deu q o sangue dela é B.
tem algo q possa explicar isso ? ja falaram que isso pode entrar pro Guiness Book(3 votos)- Se for verdade, a única explicação é que um dos dois pais é falso O, quando na verdade a pessoa tem sangue A ou B, porém é Rh nulo, não há produção de antígeno A ou B,nem como definir o real tipo sanguíneo da pessoa. Mas isso qualquer médico explicaria, é até simples.(2 votos)