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Genes e biodiversidade

Como o pool gênico contribui para a biodiversidade? Entenda como a diversidade genética dentro de populações contribui para a sobrevivência da espécie. Vídeo de California Academy of Sciences..

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Transcrição de vídeo

RKA12C Nós vimos que os genes podem variar ou, basicamente, os genes são diferentes entre grupos de organismos. Isso é evidente, já que os genes definem as formas corpóreas, os fenótipos. E os fenótipos de organismos diferentes podem variar desde árvores a bolachas-do-mar ou uma gaivota. Os genes também podem variar entre espécies relacionadas, mesmo que você olhe para um único gene de besouros. Cada espécie possui sua própria maquiagem genética. Mas queremos falar sobre como a diversidade genética acontece também entre populações distintas de uma mesma espécie ou entre indivíduos da mesma espécie. Pense na quantidade de raças de cachorros ou nas diferentes formas de rosas. Eles representam a diversidade genética dentro de uma única espécie de cachorros e uma única espécie de rosas. "Cães e rosas" poderia ser o nome de uma banda. Cada indivíduo é como um barco com sua tripulação. Alguns cuidam do timão, outros do motor, e outros estão limpando o chão. Mas sabe-se que dois barcos possuem exatamente a mesma tripulação. Mesmo que os barcos pareçam idênticos de longe, cada tripulação faz com que as direções que os barcos tomam venham a ser diferentes de acordo com como o motor está ou até mesmo o quão limpo o chão está. Coloque todos os barcos em uma grande frota e você terá vários tipos de tripulações. Você terá um mar de trabalho! Assim como os barcos, cada tipo de organismo é único, assim como são únicas suas informações genéticas. Se você considerar todos os organismos em uma população, nós temos muitos genes diferentes. Isso é chamado de pool gênico, que é o conjunto completo de informações genéticas dentro de uma população de uma dada espécie ou dentro da própria espécie. Quanto maior o pool gênico, maior a diversidade genética. Assim, maior a chance de alguns membros da população sobreviverem e prosperarem em tempos de mudanças ambientais. Isso acontece porque alguns indivíduos possuem traços que os tornam resilientes ao encontrar mudanças no ambiente, mais resistentes ao encontrar doenças, e mais aptos a sobreviver a mudanças no clima. Já vimos que isso acontece devido à forma como a seleção natural ocorre, selecionando os indivíduos com maior fitness, passando as características boas para a prole. Agora, vamos amarrar essa informação ao tamanho populacional. Basicamente, quanto maior a população, é mais provável que haja indivíduos mais aptos, com uma combinação única de genes que permitirão a sobrevivência deles. Mas o que acontece quando o pool da população é muito menor? Na natureza, a reprodução entre organismos de uma população pequena e isolada tende a ser restrita aos membros da própria população, como entre irmãos ou primos. Assim, a maquiagem genética dos indivíduos fica mais e mais uniforme. E o pior: falhas e deficiências que esses organismos possam carregar em sua informação genética começam a ser expressos ou aparecem com maior frequência na população, o que é resultado da endogamia. As evidências mostram que, não apenas manter um número grande de espécies, mas também manter um grande número de indivíduos dentro dessas populações é importante para preservar a biodiversidade. Vários estudos mostraram que a extinção ou a perda permanente de espécies é precedida de uma queda na diversidade genética, uma queda no pool gênico. Do ponto de vista das espécies, a diminuição da diversidade genética é um sinal de um futuro problema. A degradação de habitat pode causar uma diminuição no tamanho populacional e promover a endogamia. Quando o tamanho populacional diminui a ponto de ser quase extinto, diz-se que as espécies passaram por um gargalo genético. O bisão-americano é um bom exemplo desse gargalo. A queda da população reduziu a diversidade genética, o que os torna mais vulneráveis a mudanças ambientais e doenças. Como não podemos voltar no tempo e ver todas as espécies que foram extintas, é muito difícil, quase impossível, saber quais genes foram perdidos quando a espécie foi extinta ou quando os indivíduos que carregavam essas combinações genéticas únicas morreram. Conforme os homens invadem os ambientes selvagens, as espécies consequentemente diminuem, assim como o pool gênico, o que resulta na perda de várias opções de resposta de uma população para estresses, sejam naturais ou antropogênicos. Argumentos sobre serviços ambientais se relacionam à conservação da diversidade genética. Os genes controlam a produção de substâncias que usamos na medicina, na alimentação e até mesmo em fontes de energia. Preservar a diversidade genética aumenta a probabilidade de que novas substâncias venham a ser encontradas dentro de populações selvagens e que os suprimentos de algumas que já temos sejam mantidos. A erosão da diversidade genética na agricultura pode se dar de duas formas: uma devido à seleção artificial de alguns traços que os humanos "acham" mais desejáveis, excluindo outros, a outra porque somos dependentes de uma pequena quantidade de organismos. Por exemplo, apenas cerca de 100 espécies de plantas somam 90% da nossa colheita, e apenas três espécies, milho, arroz e trigo, somam cerca de 70% das calorias consumidas pela humanidade. E isso inclui 50% das proteínas de origem vegetal que comemos. E se alguma doença atingir alguma dessas fontes de nossa nutrição, já que essas plantas não possuem nenhum tipo de resistência genética? Eu odeio pensar nos efeitos terríveis que essa lacuna genética poderia causar na nossa própria sobrevivência.