Conteúdo principal
Biblioteca de Biologia
Curso: Biblioteca de Biologia > Unidade 30
Lição 3: Ameaças à biodiversidade- Atividades humanas que ameaçam a biodiversidade
- Mutação como uma fonte de variação
- Espécies invasoras
- Revisão sobre o impacto humano nos ecossistemas
- Espécies introduzidas e biodiversidade
- Como a mudança climática afeta a biodiversidade?
- Desmistificando a acidificação dos oceanos e os impactos na biodiversidade
- Biodiversidade e extinção, antes e agora
- Ameaças à biodiversidade
© 2023 Khan AcademyTermos de usoPolítica de privacidadeAviso de cookies
Como a mudança climática afeta a biodiversidade?
Efeitos da mudança climática na biodiversidade. Vídeo de California Academy of Sciences. Versão original criada por Academia de Ciências da Califórnia.
Quer participar da conversa?
- Por gentileza...como faço para referenciar em trabalho a nível de Mestrado essa vídeo? O autor no caso...(1 voto)
Transcrição de vídeo
RKA12C Quais são algumas das ameaças
globais à biodiversidade? Primeiro, quero enfatizar que praticamente
tudo que fazemos localmente tem consequências quando falamos sobre
gases do efeito estufa ou poluentes. Poluente é algo que produzimos localmente
em nosso carro e em outras coisas que compõem várias das nossas
atividades humanas no dia a dia. Mas, em grande escala, mesmo essas atividades
locais e impactos podem ter efeitos globais nos gases do efeito estufa. Esses não são apenas
o dióxido de carbono, eles também incluem vapor de água,
metano, ozônio e óxido nitroso. Mas, para este vídeo, queremos nos concentrar
nos principais efeitos do dióxido de carbono, o qual nos referimos como CO₂. O aumento da quantidade de
dióxido de carbono na atmosfera ocorre principalmente através da
queima de combustíveis fósseis. Combustíveis fósseis contêm
grandes quantidades de carbono e, quando eles são queimados, não só liberam calor, mas também liberam dióxido de carbono. Embora a energia que
desejemos seja o calor, o dióxido de carbono é um produto secundário
da queima de combustíveis fósseis. É por isso que o CO₂ atmosférico
está aumentando. Por que tantas pessoas
estão preocupadas com isso? Em termos de mudança global, a resposta
significa que precisamos dizer algumas palavras sobre o efeito estufa
e como isso realmente funciona. Os raios de luz do Sol chegam à nossa atmosfera
com comprimento de onda de radiação curta. Essa energia da luz vem
para a superfície da Terra. Parte dela é refletida e forma uma radiação de comprimento de onda ligeiramente mais longo. Essa radiação de comprimento de onda mais longo cai no que conhecemos como área infravermelha
do espectro. Infravermelho é o mesmo que calor. Basicamente, quando a luz atinge a Terra,
ela é transformada em energia térmica. Essa energia térmica é
absorvida até certo ponto, um pouco dessa energia é
refletida de volta para o espaço. Mas os gases do efeito estufa realmente
têm uma espécie de preferência de "lanches" por radiação de onda mais longa,
como a energia infravermelha. Isso mantém a energia térmica perto da superfície
da Terra em vez de permiti-la sair para o espaço. Quanto mais gases do efeito estufa,
mais calor se acumula na atmosfera. Não é coincidência que isso
se chame efeito estufa, já que trabalha quase exatamente
como as estufas dos jardineiros. Uma estufa é feita de painéis de vidro, e
toda a luz do Sol atravessa o vidro. Ela atinge as plantas, o solo, as coisas dentro da estufa, mas muito dela torna-se energia infravermelha ou calor, que é mantido dentro de sua estufa
e salta ao redor através do ar para dentro, para fazer coisas agradáveis e quentes. Em certa medida, como as
pequenas plantas na estufa, os organismos da Terra se
beneficiam com o efeito estufa. A vida na Terra provavelmente não existiria
se não tivéssemos o efeito estufa. O problema é que, agora, nós aumentamos
a taxa na qual os gases do efeito estufa são introduzidos na atmosfera, e, portanto,
a taxa de aquecimento tem aumentado. Mesmo jardineiros têm que regular o fluxo de luz em uma estufa para não acontecer um superaquecimento e cozinhar seus legumes antes mesmo
de tê-los colhidos fora da planta. A mudança na taxa de CO₂ não é
algo que está acontecendo agora, já aconteceu antes na história da Terra. Os cientistas até veem ciclos nessas coisas, mas o problema é que eles têm observado
que a taxa atual de CO₂ está mudando. Esse é o problema que está por trás de todos
os problemas que estamos vendo hoje. A vida simplesmente não pode continuar. Aqui está um gráfico que demonstra o conteúdo
de CO₂ na atmosfera ao longo do tempo. O que eu gosto sobre
esse gráfico em particular é que vamos observar cerca de
400 mil anos atrás até o presente. Temos centenas de milhares de anos de intervalo
e uma série de vales e picos, vales e picos. Em seguida, chegamos ao presente e meio que observamos nessa parte um aumento significativo. Vamos ampliar essa parte
do gráfico para vê-lo melhor. Aqui, na Revolução Industrial, estamos observando
um aumento da produção de dióxido de carbono em função das atividades dos seres humanos. Há agências lá fora que estão muito
preocupadas com este problema. Uma delas é o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (da sigla, em inglês, IPCC). De acordo com as estimativas
mais conservadoras do IPCC, a temperatura média do planeta vai subir de
1,1 a 2,9 graus Celsius durante este século. Isso equivale de 2 graus a 5,2 graus Fahrenheit. Modelar ou estimar o que
vai acontecer é complicado. É por isso que preferimos sugerir
intervalos em vez de números precisos. Mas o que podemos falar para o
pior cenário dos modelos possíveis é um aumento de 2,4 graus
a 6 graus Celsius. Isso equivale a um aumento de
4,3 graus a 11,5 graus Fahrenheit. Se eu pensar em ir para o meu termostato e, apenas durante a noite, aumentar 6 graus Celsius, não só minhas contas de
eletricidade vão passar pelo telhado, mas a temperatura ficaria além do acolhedor,
além de 30 graus na minha casa. Não é realmente a minha temperatura
ideal, nem para os meus objetos. O gelo em minhas bebidas iria
derreter muito mais rápido. Isso é, igualmente, um dos
principais problemas para a Terra: estamos falando sobre a
elevação global do nível do mar. As massas de gelo continental é o que está
nos dando maior motivo de preocupação. É bastante simples: o derretimento de gelo em lugares como a Groenlândia e as altas montanhas, por exemplo, resultará em mais água indo para o oceano. O elefante congelado na sala é a Antártida,
porque quase todo o gelo está nesse continente, o que significa que, quando derreter, ele irá acrescentar enormemente à quantidade de água no oceano. Mesmo o derretimento parcial da
Groenlândia e da Antártida, em conjunto, pode resultar em uma elevação de 4 a 6 metros ou cerca de 3 a 20 pés de água
no oceano em todo o mundo, seria muito mais água nos oceanos
nas próximas centenas de anos. Isso é o suficiente para que
países inteiros como as Maldivas, que existem em atóis baixos no oceano
índico, desaparecessem sob a água. Quase qualquer área baixa ou país baixo,
como a Holanda e, por exemplo, Nova Orleans, enfrentaria sérias ameaças
de inundações adicionais. Em seguida, você adiciona coisas como tempestades, tempestades de furacões e tufões. É um enorme problema! E o que isso significa
para a biodiversidade? Bem, em primeiro lugar, eles
perderiam esses lugares baixos e, portanto, o habitat e as
espécies que vivem neles. Alguns desses habitat são o lar de
espécies raras e ameaçadas de extinção por conta da mudança
real do nível do mar. O que realmente é um grande problema para
a biodiversidade é o próprio aquecimento. Novamente, lembre-se que cada espécie tem
seus próprios intervalos de habitat e tolerância, o que inclui todas as coisas que vivem em
um determinado regime de temperatura. O IPCC estima que o aumento de 4 graus Celsius,
o que equivale a 7 graus Fahrenheit, vai resultar em grande extinção, devido à incapacidade de organismos de se adaptarem às mudanças. Alguns organismos não podem mover-se para
áreas mais frias com rapidez suficiente ou adaptar-se rapidamente o suficiente. Alguns animais migratórios podem
mudar um pouco seus padrões de migração... Mas e os organismos que não podem mudar?
E sobre os que não podem se mover pela floresta? Pense nas cadeias de montanha. Provavelmente,
eles vão avançar mais para cima e para os lados da montanha, alterando completamente ecossistemas inteiros à medida que vão migrando. Temos exemplos realmente interessantes de alguns
dos nossos investigadores aqui na academia, pessoas como Dave Kavanaugh, que estuda besouros endêmicos especializados em viver em áreas de altas montanhas. Esses lugares
mais frios estão desaparecendo. Os besouros estão se movendo
para mais e mais alto, mas, em breve, não existirão
regiões frias nas montanhas. Mesmo os ecossistemas
marinhos não estão imunes. Um aumento de 2 graus Celsius no oceano,
cerca de 3,5 graus Fahrenheit, não soa como muito, mas é muito porque estamos falando sobre uma enorme quantidade de calor extra sobre todo o oceano. E nós estamos falando sobre uma média numérica. Alguns lugares vão ser mais quentes que isso,
outros vão ser mais frios. Mas, em geral, 2 graus Celsius é um aumento suficiente para resultar na morte de grandes recifes de corais, simplesmente porque recifes de corais não podem responder a essas mudanças rápidas na temperatura, nem tampouco podem se mover
tempo suficiente para outros lugares, mesmo supondo que outro
habitat adequado fosse acessível. Esses são alguns efeitos
do aquecimento global, mas também precisamos falar sobre a adição
química do CO₂ ao ecossistema do mundo. Há algumas evidências iniciais que mostram que
todas as regiões do mundo estão sendo afetadas, de uma forma ou de outra, apenas
por essa simples adição de CO₂. Mesmo se você não falar sobre as
consequências do aquecimento global, estudos indicam que a vida da planta
tende a reagir ao aumento de CO₂, construindo mais de si por meio do
processo surpreendente que é a fotossíntese. As plantas usam o dióxido de carbono e o
transformam em moléculas para o seu próprio uso. Nós estamos falando sobre
sequestro e fixação de carbono. É apenas a planta dizendo: “ei, há mais dióxido
de carbono! Eu posso fazer mais de mim!” Isso soa como algo bom. Como ter
mais plantas poderia ser algo ruim? De fato, o sequestro e a
fixação de CO₂ são evidências de que ainda não tivemos um aquecimento
global verdadeiramente desenfreado. Mas há um limite, há um nível superior de quanto
as plantas podem coletar ou sequestrar carbono e, assim, reduzir os níveis
circundantes de dióxido de carbono. Isso porque o CO₂ não é geralmente
o único produto químico necessário para que as plantas construam a si mesmas. É meio que dizer que... Você sabe que eu poderia colocar muito
e muito óleo no meu carro, e parece estar funcionando bem, sem
lembrar de adicionar gasolina a cada hora. Então, o carro fica sem gasolina
e, eventualmente, ele para por isso. Você tem muito do óleo da biodiversidade. Nesse sentido, poderia realmente
diminuir os níveis do dióxido de carbono. Mas os níveis aumentam, porque você tem habilidades desiguais de espécies de plantas para sequestrar ou absorver todo esse novo dióxido de carbono. Com isso, a biodiversidade ou
riqueza de espécies pode cair, porque as plantas são mais sensíveis a limitações
de outros componentes químicos necessários. Nesse sentido, elas morrerão. E morrerão também o fitoplâncton marinho
e seus ecossistemas circundantes. Eles tornam-se menos funcionais
à medida que as espécies morrem, portanto menos eficazes no
sequestro de dióxido de carbono, causando um ciclo de feedback no qual a mudança
do clima global realmente fica pior e pior. Como o CO₂ não está sendo usado,
ele acumula na atmosfera. Na próxima vez que você ouvir um carro passar, é melhor pensar que mesmo algo local pode ir ao global de uma forma que produza efeitos enormes.
Realmente vale a pena pensar sobre isso!