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Curso: Biblioteca de Biologia > Unidade 14
Lição 1: Como as células sinalizam umas às outrasExemplo de uma via de transdução de sinal
Ilustrando a complexidade de transdução de sinal com uma via MAPK. Como mutações na via estão ligadas ao câncer.
Quer participar da conversa?
- A transdução de sinal ocorrem somente em proteínas ancoradoras? ou outras proteínas, tal como as abertas por ligantes também fazem essa função?(1 voto)
Transcrição de vídeo
RKA3G Nos vídeos anteriores falamos sobre sinalização celular e ideia de que se temos uma célula, ela deve ter algum tipo de receptor em sua membrana. E esse receptor é específico para sinalizadores. E este sinalizador funciona em um mecanismo tipo chave e fechadura. Este sinalizador, ao ligar-se ao receptor, vai, então, transmitir um sinal para o interior da célula
e desencadear uma cascata de eventos. Este mecanismo é chamado de transdução do sinal. Agora, você pode estar pensando: "Como um sinal pode entrar na célula? Como ele pode desencadear
toda uma série de eventos?" E é o que eu quero fazer neste vídeo. Claro, sem entrar em todos os detalhes. Eu vou te dar uma ideia de como a transdução
pode acontecer. E isso pode acontecer em cada uma das células individuais dos sistemas complexos, incluindo você e eu. Vemos esse caminho aqui e você pode ver que há um grupo
de vias funcionando em paralelo e as vias interconectadas. Isto aqui é chamado de diagrama clássico
da MAP quinase. Agora, você pode estar se perguntando: "O que quer dizer MAP?" MAP vem do inglês Mitogen Activated Protein Kinases, ou proteínas quinases ativadas por mitógenos. Agora, você deve estar pensando:
"O que mitógeno quer dizer?" Mitógenos são substâncias que ativam o processo de replicação celular. A célula, então, entra em mitose.
Esse mecanismo é, na verdade, bastante complexo, mas eu quero te dar uma pequena ideia dele.
Então, uma proteína quinase está envolvida em muitos mecanismos biológicos. E o que são as proteínas quinases? Proteínas quinases são enzimas
que catalisam a fosforilação através da transferência de um grupo fosfato,
de um ATP ou de um GTP, para moléculas específicas. E, dessa forma, elas atuam como um mecanismo eficiente para o controle da atividade das proteínas. Agora, como eu disse, não vou entrar
em todos os detalhes. Então, o que você tem bem aqui?
Aqui temos o fator de crescimento epidérmico, o EGF, que vem do inglês Epidermal Growth Factor. É importante ressaltar que em 1986, a descoberta desse fator
por Stanley Cohen e Rita Levi Montalcini rendeu a eles o prêmio Nobel de medicina. Então, esse sinalizador do fator
de crescimento epidérmico se liga ao seu receptor específico,
o receptor do fator de crescimento epidérmico, que é parte de uma molécula mais complexa aqui.
Ao se ligar ao seu receptor, ele leva à fosforilação dessas proteínas e à ativação da "Ras".
Ras vem do inglês Rat Sarcoma, ou sarcoma do rato.
E ela recebeu esse nome porque os pesquisadores viram que ratos
que apresentavam sarcomas, ou seja, cânceres, tinham mutações nos genes que codificam a Ras.
E a Ras faz parte deste mecanismo que leva a célula a entrar em proliferação
e diferenciação. E o que acontecia nestes ratos? Eles tinham este sistema superativado, produzindo, então, células sem parar, que é justamente o que acontece
no câncer. Então, esta via é muito importante no desenvolvimento do câncer, você vê bem aqui a via dela. Ela foi descrita, originalmente, como ERK e hoje ela é chamada de ERK MAP. Mais uma vez, a ideia deste vídeo não é entrar
em todos os detalhes do percurso da MAP quinase, mas de mostrar que, se você tem uma
cascata de eventos que acontece a partir do momento em que uma substância se conecta ao seu receptor, há uma fosforilação aqui e toda uma cascata acontece, levando à divisão celular. E isso precisa acontecer em, praticamente,
todas as células do nosso corpo. Mas se há uma mutação em algum lugar,
como o que eu disse, aqui na Ras, isso pode levar ao desenvolvimento
de uma célula cancerosa. Eu espero ter dado a vocês uma noção
de como ocorre a transdução dos sinais nas células.