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Curso: Biblioteca de Biologia > Unidade 36

Lição 1: Curso intensivo: Biologia

Comportamento animal

Hank e seu gato Cameo ajudam-nos a aprender sobre comportamento animal e como podemos descobrir por que os animais fazem as coisas que fazem. Versão original criada por EcoGeek.

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Transcrição de vídeo

RKA11C Comportamento é a ação em resposta a um estímulo. Meu gato, por exemplo, agora está respondendo para ambos estes estímulos: um externo, o som de um saquinho de petiscos, e um estímulo interno, sua fome. Ou, pelo menos, seu desejo insaciável por petiscos... Às vezes o comportamento animal pode parecer estranho, mas, se observar atentamente, vai ver como todo comportamento tem um propósito: de ajudar um animal a procriar, comer, evitar predadores e criar seus filhotes. E, como comportamentos podem trazer vantagens assim, a seleção natural atua neles, assim como atua em traços físicos assegurando sucesso de animais que têm comportamentos benéficos, enquanto elimina aqueles que fazem coisas estúpidas, perigosas ou até mesmo que prejudiquem. Os comportamentos benéficos são os que fazem o animal aprimorar a execução das únicas duas coisas que importam no mundo: comer e fazer sexo. Ainda assim, não significa que todo comportamento é sobre procurar o número 1. Alguns comportamentos vantajosos são superaltruístas, na verdade. Já vamos falar sobre isso, mas, primeiro, o comportamento é realmente apenas um produto de um par de fatores: morfologia, a estrutura física de um animal, e fisiologia, a função dessa morfologia. O comportamento do animal obviamente é limitado pelo que seu corpo é capaz de fazer. Por exemplo, o meu gato não possui polegares opositores, então, por mais que ele queira pegar coisas do saquinho de petiscos sozinho, ele não consegue. A limitação é hereditária, gatos não podem abrir sacos de petiscos com seus polegares, porque gatos não possuem polegares opositores. Apesar que alguns têm! A mesma coisa para o pinguim, que não pode voar para escapar de um predador ou uma gazela que não consegue alcançar as mesmas folhas que uma girafa consegue. Da mesma forma, o comportamento é contido pela fisiologia do animal, como meu gato, que é feito para caçar pequenos bichos e comer carne, não um monte de alface. Isso é por causa de sua fisiologia. Tudo, desde seus dentes até seu sistema digestivo, são equipados para comer carne. Se, de repente, ele comer toda a grama que encontrar pela frente, vamos dizer que eu não gostaria de ter que limpar a sua caixa de areia. Os traços da morfologia e da fisiologia de um animal são frequentemente herdados, e é aí que falamos sobre seleção atuando nesses traços. A seleção natural desenvolve esses traços, realmente selecionando os seus comportamentos associados. É do uso desses traços, uso de asas e pernas para escapar de predadores ou do pescoço comprido para alcançar folhas, que provém a vantagem evolutiva. Não significa que todo comportamento está marcado nos genes dos animais. Alguns comportamentos são adquiridos e, até para animais que aprendem como fazer as coisas, a seleção natural favoreceu as estruturas cerebrais que são capazes de aprender. Então, de uma forma ou de outra, parte dos comportamentos tem algum vínculo genético, e nós chamamos esses comportamentos de adaptativos. O problema é que nem sempre é óbvio para quais são as vantagens evolutivas, para algumas coisas malucas que os animais fazem. Tipo, por que a tartaruga sempre coloca a sua língua para fora? Como um pequeno hamster siberiano encontra sua cara-metade nas milhas da imperdoável tundra? Por que um pássaro construtor recolhe pilhas de lixo? Para responder a essas perguntas, devemos descobrir: 1) Quais estímulos causam esses comportamentos? e 2) Para quais funções esses comportamentos servem? Para fazer isso, eu preciso da ajuda de um dos primeiros cientistas de comportamento animal, ou etólogo, Niko Tinbergen. Tinbergen desenvolveu quatro perguntas destinadas a entender o comportamento animal. As perguntas focam em como o comportamento ocorre e por que a seleção natural favoreceu esse comportamento em particular. Determinar como o comportamento acontece envolve duas questões: 1) Quais estímulos causam um comportamento? e 2) O que o corpo dos animais faz em resposta a esse estímulo? Essas são as causas mais próximas para o comportamento específico que estamos observando, são chamadas de causas proximais. No caso do hamster siberiano, o estímulo é o cheiro delicioso de feromônio que a sexy hamster fêmea libera quando está pronta para acasalar. A resposta do hamster macho, claro, é se mover rapidamente ao longo de muitas milhas se necessário, para encontrá-la e acasalar. Portanto, a causa proximal desse comportamento é o que a hamster fêmea sinalizou por estar pronta para o rala e rola, e o macho correu como um louco para chegar até ela. Fazer a pergunta mais complexa "Por que a seleção natural favoreceu esse comportamento?" requer fazer mais duas perguntas: "Em que esse comportamento ajuda o animal a sobreviver ou a se reproduzir?" e "Qual é a história evolutiva desse comportamento?" Essas, como você pode ver, são as questões principais e elas nos mostram as causas desse comportamento. A resposta para a primeira pergunta é que a habilidade do hamster macho de detectar a resposta aos feromônios de uma fêmea ovulando está diretamente ligada ao seu sucesso reprodutivo. Quanto à segunda questão, você pode observar que um hamster macho com detectores de feromônios superiores consegue encontrar fêmeas mais facilmente que um outro hamster e, portanto, produz mais ninhadas. Então, a seleção natural aprimorou essa habilidade física específica e o comportamento por gerações de hamsters. Então, quem pensaria em fazer essas questões em primeiro lugar? E... Cadê a minha cadeira? Niko Tinbergen fazia parte de um terço de uma tríade de etólogos revolucionários no século 20. Junto aos austríacos Karl Von Frisch e Konrad Lorenz, ele forneceu a base para o estudo do comportamento animal e aplicou as ideias para o estudo de comportamentos específicos. E, por tudo isso, os três dividiram o prêmio Nobel em 1973. Você deve ter visto as fotos famosas de jovens gansos bravos seguindo obedientemente, em fila, atrás de um homem. Aquele era Lorenz e os primeiros experimentos que ele conduziu sobre a formação de laços afetivos em filhotes de animais e o comportamento que inclui componentes inatos e adquiridos. Quando observou patinhos e gansos recém-nascidos, ele descobriu que aves aquáticas, em particular, não reconheciam suas mães. No caso dos gansos bravos, ele descobriu que o estímulo do reconhecimento seria qualquer objeto próximo se afastando da prole. Quando os gansos nascidos de chocadeiras passaram suas primeiras horas com Lorenz, não apenas o seguiram, mas eles demonstraram não reconhecer sua verdadeira mãe ou outro adulto de sua espécie. Infelizmente, Lorenz também era um membro do Partido Nazista de 1938 a 1943. E, em resposta a alguns de seus estudos em aspectos degenerativos que surgiram em gansos mistos, Lorenz alertou para o fato de que apenas uma pequena quantidade de sangue contaminado influenciaria uma raça de puro sangue. Sem nenhuma surpresa, os líderes do Partido Nazista foram rápidos em tirar conclusões absurdas do estudo comportamental de Lorenz, e a causa para o que eles chamaram de limpeza étnica. Lorenz nunca negou sua filiação ao Partido Nazista, mas passou anos tentando se distanciar do partido e se desculpando por ter se envolvido naquela maldade. Agora, como exatamente a seleção natural atua no comportamento neste nosso mundo? Quando nos viramos para os dois tipos de comportamento que são as únicas coisas do mundo que realmente importam: comer e fazer sexo. Comportamento associado com encontrar e consumir alimentos é conhecido como acumulação, sobre o qual você já deve ter ouvido falar. A seleção natural atua em comportamentos que permitem animais explorar fontes de alimento usando a menor quantidade possível de energia. Essa coisa bacana é conhecida como modelo de acumulação otimizada. A tartaruga-jacaré tem acumulação ótima, já toda alinhada. Melhor que correr por aí caçando sua presa, ela simplesmente permanece na água e a comida vem até ela. Então, a tartaruga-jacaré tem uma língua rosa comprida dividida em dois segmentos, que parece uma minhoca deliciosa para um peixe passando. Em resposta ao estímulo de um peixe passando, ela põe a língua para fora e a balança. A seleção natural vem por várias gerações atuando, não só em tartarugas com línguas mais rosa e mais agitadas, para pegar mais peixes, mas também atua naquele que melhor sabe quando e como agitar essas línguas para conseguir mais comida. Então, é selecionando tanto o traço físico quanto o comportamento que melhor explora tudo. E o que pode ser mais sexy que a dança de língua de uma tartaruga? Bem, que tal sexo? Como vimos nosso assanhado amigo hamster siberiano, comportamentos e características físicas associadas são adaptadas para permitir que o animal se reproduza mais, apenas por serem melhores em encontrar parceiros. Muitas vezes, animais da mesma espécie vivem próximos ou em grupos. Determinar quem e em qual grupo acasala, cria alguns aspectos e comportamentos interessantes. Isso é a seleção sexual. Com frequência, machos das espécies vão encontrar e defender um habitat agradável para criar os filhotes, e as fêmeas escolherão o macho baseadas no seu território. Mas, e sobre aquelas espécies? Há várias delas, onde a fêmea escolhe um macho não por causa disso, mas por causa da forma como ele dança ou, mais esquisito ainda, quanta porcaria ele coleciona. Como aquele pássaro construtor: ele constrói uma cabana elaborada apenas de galhos e pedaços de grama e, então, gasta um tempo enorme recolhendo coisas. Às vezes pilhas de frutas, às vezes pilhas de belas porcarias azuis de plástico. Etólogos acreditam que ele está recolhendo as coisas para atrair a fêmea, para ela olhar para sua casa caprichada. Uma vez que a fêmea ficou interessada em olhar mais de perto, o macho começa a cantar músicas e dançar em volta e muitas vezes copia outras espécies dentro de sua pequena casa para a fêmea. As fêmeas inspecionam vários desses pássaros antes de escolher com quem acasalar. Fazendo danças mais elaboradas e tendo mais objetos azuis, marca mais pontos com as fêmeas. Etólogos demonstram que níveis mais altos de soluções de problemas e a inteligência em machos estão correlacionados a essas atividades. Sim, deu muito trabalho construir o ninho e recolher aquela porcaria, mas garotas também curtem os nerds que podem aprender danças! Então, o cérebro do pássaro construtor está evoluindo em resposta à seleção sexual das fêmeas. Essa inteligência também se traduz em outros comportamentos úteis, como evitar predadores. Graças à evolução comportamental, somos muito bons em cuidar de nossas necessidades nutricionais e sexuais. Mas o que confundiu os cientistas por muito tempo é: "Por que animais, por vezes, cuidam da necessidade de outros?" Por exemplo, morcegos da América do Sul literalmente regurgitam sangue dentro da boca de membros de seu clã que não conseguiram uma refeição naquela noite. Como você explica animais que agem dessa forma tão altruísta? Nós fizemos uma outra aula sobre esse assunto, mas, basicamente, podemos agradecer ao cientista britânico William Hamilton, que desenvolveu uma equação para explicar como a seleção natural pode, simultaneamente, deixar os animais em forma e permitir a evolução do altruísmo. Hamilton descobriu que a evolução do altruísmo era melhor compreendida em comunidades maiores, especialmente famílias estendidas dos animais. O altruísmo pode evoluir se o benefício de um comportamento for maior que o custo sobre o indivíduo, porque ajudou os parentes desse indivíduo o suficiente para compensar. Hamilton chamou isso de adaptação inclusiva, expandindo a definição de Darwin de aptidão, que é basicamente quantos filhotes alguém está fazendo para incluir na ninhada de parentes. Agora, acho que a única questão não resolvida é: "Se eu esquecer de alimentar vocês, quem vai regurgitar sangue dentro da boca do outro?" Com certeza, há uma razão por que isso só ocorre com morcegos!