RKA4G - Neste vídeo, vamos falar
sobre frequência alélica. Primeiro, vamos lembrar o que são alelos. Alelos são formas alternativas de um mesmo gene. Nós temos um alelo que veio do nosso pai
e um alelo que herdamos de nossa mãe. Quando nós pensamos em alelos,
pensamos nestas variantes destes genes: essa variante que veio do nosso pai
ou da nossa mãe e que, quando pareadas e expressas, elas são responsáveis pelas nossas características. Vamos usar, para ilustrar a frequência alélica, o exemplo mais clássico que há
nesse assunto, que é a cor dos olhos. Então, vamos dizer que em uma população,
nós temos pessoas apenas com duas cores de olhos: olhos castanhos ou olhos azuis. O alelo para olhos castanhos
é representado pelo "a" maiúsculo, ou "A", e ele, então, é a variante para olhos castanhos, que a gente vai dizer que é dominante
sobre o outro alelo para olhos azuis, que é o "a". Então, o alelo para olhos azuis, o "a", é "recessivo" diante do alelo para olhos castanhos, que é dominante. Vamos pensar em uma população artificial
e, neste caso aqui, bem minúscula e representada apenas
por dois indivíduos: Indivíduo 1 e indivíduo 2. O indivíduo 1 tem um alelo para olhos castanhos e um alelo para olhos azuis. Então, uma pessoa que tem um alelo
para olhos castanhos, não interessa qual é o outro alelo que ela está a parear, ela vai ter olhos castanhos porque ele é dominante. E a outra pessoa dessa população tem olhos azuis. Então, ela tem "aa". Mas isso aqui é só uma revisão,
você já viu isso nos outros vídeos. Nessa população de duas pessoas,
nós sabemos, então, as frequências dos seus genes para a cor dos olhos. A gente pode começar a pensar
na frequência dos genes nessa população. Então, a frequência para o gene dominante, "A", é qual? Se você me disser 50%, eu vou lhe dizer que nós estamos falando
de frequência em nível de gene, OK? Então, aqui nós temos 4 genes, 4 alelos para a cor dos olhos. E a frequência do alelo "A", olhos castanhos,
nessa população em que há quatro alelos, é 1 em 4, que é a mesma coisa do que 0,25 ou 25%. E tendo isso em mente, vamos pensar
na frequência do alelo recessivo, "a". Nessa população, o que nós já dissemos?
Que só há quatro genes. Nós temos 1, 2, 3 em 4, que é a mesma coisa do que 0,75 ou 75%. Vamos, agora, esclarecer essa questão.
A gente está falando de genes. Agora, se a gente olhar para essa população
quanto ao seu fenótipo, quanto à sua característica e pensar qual é a porcentagem da população
que há com olhos castanhos, aí, sim, essa porcentagem é de 1 em 2 pessoas. Então, é 50%. Quando nós falamos de fenótipo
nessa população, é 50%: uma tem olhos castanhos, uma tem olhos azuis. Mas quando nós olhamos para os seus genes,
para seus alelos, nós dizemos que é apenas 25% para olhos castanhos, 1 em 4, e 75% de alelos para olhos azuis, 3 em 4. Então, aqui são níveis diferentes:
esse aqui é o nível mais profundo, um nível genético de cada um dos alelos
que geram a característica. Tendo isso em mente,
que a frequência para o alelo "A" é 25% e que a frequência do alelo "a" é 75%, a gente pode começar a pensar
no equilíbrio de Hardy-Weinberg. E por convenção, a frequência para o alelo dominante é representada pela letra "P"
e a frequência do alelo recessivo é representada pela letra "q". O que acontece se eu somar P + q? Vamos lembrar que no começo do vídeo,
a gente assumiu que essa população, bem simplificada, de duas pessoas,
tem alelos para a cor dos olhos, também simplificada, de ser "A", castanho, ou "a", azul. Como eu sei as frequências desses genes, se eu somar a frequência dos alelos
para olhos castanhos mais a frequência dos alelos para os olhos azuis, eu vou ter 100% da frequência alélica nessa população. É a mesma coisa se eu dissesse que
P + q é igual a 1. Certo? É apenas uma simplificação matemática. Então, P + q é igual a 1. E a partir desse conceito aqui,
dessa ideia simples de "P" e "q", nós vamos começar o próximo vídeo tratando
sobre o equilíbrio de Hardy-Weinberg e a expressão que o representa, a equação do equilíbrio de Hardy-Weinberg.