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Estrutura molecular dos triglicerídeos (gorduras)
Os triglicerídeos, ou gorduras, são formados a partir da combinação de glicerol e três moléculas de ácidos graxos. Essa formação acontece por meio de reações de desidratação. Outra palavra para triglicerídeos é triacilglicerol. À temperatura ambiente, as gorduras podem ser sólidas (como o óleo de coco) ou líquidas (como o óleo vegetal).
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- Por quê não se chama triesterglicerol?(2 votos)
- O nome "acil" se refere à carbonila, o éster é uma carbonila(3 votos)
- Foram formadas 3 moléculas de água, com um oxigênio e um hidrogênio do grupo da carbonila, e o outro hidrogênio pertencia a molécula do hidróxido ?(1 voto)
- Também foi usado para formar a água. Lembre-se que a água necessita de dois hidrogênios para ser formada, e semelhante ao processo de esterificação, esse também usa o hidrogênio do hidróxido.(1 voto)
Transcrição de vídeo
RKA5GM - Neste vídeo, vamos estudar
a estrutura molecular dos triglicerídeos. Na linguagem cotidiana, muitas vezes
chamamos os triglicerídeos de "gorduras". E muitas vezes, essa é uma palavra temida,
mas, como veremos, ela é essencial para a vida. Não podemos deixar de falar também que, às vezes, as gorduras em forma líquida
são referidas como se fossem óleos. Enfim, os triglicerídeos, que é uma palavra que você costuma ouvir quando vai ao consultório médico, às vezes, também são referidos como triacilglicerol. Eu gosto mais desse segundo nome porque faz muito mais sentido
quando você fala em quebrar a molécula triacilglicerol. Mas, resumindo, triglicerídeos
são literalmente gorduras. Quando a maioria das pessoas estão se referindo
à gordura, elas estão falando dos triglicerídeos. Por exemplo, se você fosse checar
o seu colesterol, provavelmente, você teria um relatório
sobre os triglicerídeos, já que se trata de uma medida
da concentração de gordura no sangue. Mas vamos pensar um pouco mais
sobre o que é o triglicerídeo. Aqui, eu tenho as moléculas
constituintes de um triglicerídeo. Essa molécula à esquerda,
isso aqui é o glicerol. Podemos ver que temos uma cadeia
de três carbonos bem aqui, cada um desses átomos de carbono está ligado
ao grupo hidroxila, um grupo OH. Isso, claro, é um álcool, isso aqui
que faz com que o glicerol seja um álcool. Às vezes, isso também é chamado de um "triol",
ele tem três grupos de hidroxila bem aqui. E isso é considerado
como sendo um álcool de açúcar. Um álcool de açúcar. Então, por isso aqui, que é o álcool,
e ele tem esses grupos de hidroxila e também é doce. Se você realmente beber uma solução de glicerol,
ele realmente vai ser doce. E você já deve estar familiarizado com a palavra glicerol,
quando você ouve falar em glicerina. Glicerina está se referindo ao glicerol. Então, temos o glicerol bem aqui. E o glicerol pode formar um triglicerídeo quando essa molécula de glicerol reage
com três moléculas de ácidos graxos. Então, tudo isso aqui do lado direito
são os ácidos graxos. Isso aqui é um ácido graxo, e isso aqui é
um ácido graxo e isso aqui também é um ácido graxo. Mas por que nós chamamos isso de "graxos"? Por que nós chamamos essas cadeias de "ácidos graxos"? Bem, você tem essa parte aqui,
que tem essas longas cadeias de carbono. Eu coloquei essas reticências aqui, porque essas cadeias podem ter diferentes números
de átomos de carbono, elas podem chegar
a ter cerca de 20 carbonos. Os sistemas biológicos tendem
a ter o mesmo número de carbonos e, na maioria da biologia animal,
podemos encontrar entre 16 a 20 carbonos, e se for um número par, estamos falando de 16, 18, 20 carbonos desenvolvidos nesses ácidos graxos. Todos esses carbonos que eu desenhei
vão fazer ligações simples. Teremos tantos hidrogênios
quanto possível ligados a cada um deles. Mas apesar dessa representação aqui,
também podem existir ligações duplas. Nós vamos falar mais sobre isso
quando falarmos de gorduras saturadas e insaturadas. Então, você tem essa cadeia de carbono aqui. Essa parte tem um caráter hidrofóbico,
que não se dissolve bem em água. E, é por isso que as pessoas tendem a se referir
a essa parte como um tipo de graxo ou gorduroso. Temos aqui do lado esquerdo um grupo carboxila. Isso aqui que eu estou destacando
é um grupo carboxila, e isso aqui é ácido. Por isso, é muito fácil
para ele doar um átomo de hidrogênio, ou melhor, um próton de hidrogênio,
já que o H⁺ será doado, e a carga negativa do elétron aqui
é transmitida entre os demais oxigênios. O caráter ácido desse composto
se dá justamente pela liberação do H⁺. Quanto mais fácil for a liberação desse próton de hidrogênio, mais ácido será o caráter do composto. Quando você tem essas três moléculas,
elas não precisam ser idênticas, essa pode ter 18 carbonos, essa aqui poderia ter
16 carbonos e essa aqui poderia ter 20 carbonos. Alguma ainda poderia ter um par de ligações duplas
para que elas pudessem ser todas diferentes, mas vamos pensar sobre
como tudo isso fica junto formando um composto. Então, o que vamos ver aqui vai ser
um pouquinho de Química Orgânica, ok? E vai ocorrer aqui
um processo de síntese de desidratação. Nesse grupo hidroxila, sabemos que o oxigênio
tem um par de elétrons para fazer duas ligações. Na verdade, vamos colocar aqui esses dois pares,
dois pares de elétrons, aqui, você também tem dois pares de elétrons, aqui você também tem esses dois pares
e aqui você tem esses dois pares também. Então, vamos imaginar que essas duas moléculas colidam de um jeito, que esse oxigênio aqui,
interaja com esse carbono daqui, e que esse carbono daqui,
adquira uma carga parcialmente positiva, faz três ligações com dois oxigênios. Como sabemos, oxigênios são muito eletronegativos, então, se esses dois se colidirem de forma certa, esses elétrons daqui podem formar
uma ligação com esse carbono, já que é o único daqui
que tem carga parcialmente positiva. Então, se isso acontecer, teremos essa ligação aqui,
mas, no entanto, o oxigênio pode chegar e dizer: "Calma aí! Você vai compartilhar elétrons com outro par? Eu já não tenho o suficiente aqui para você? Então, eu vou levar esses elétrons para mim." Isso pode acontecer de várias maneiras diferentes, mas continuando: caso o oxigênio
leve com ele esse hidrogênio, ele ainda pode capturar um outro hidrogênio,
e com isso formar uma molécula de água. Claro, estou apenas apresentando
uma simplificação do processo. Mas você pode ver isso com muito mais profundidade
quando estiver estudando Química Orgânica. Mas todo esse processo aqui
pode acontecer três vezes. Pode acontecer aqui de novo. Assim, o oxigênio leva para si
ambos os elétrons que ele tanto quer levar, e talvez posso usá-los
para pegar um próton de hidrogênio. Também poderia acontecer ao contrário,
talvez liberar um próton de hidrogênio e, em seguida, assim como ele está saindo,
ele volte também. Portanto, há diferentes maneiras
que essas coisas podem acontecer, mas isso aqui é apenas uma ideia geral. Então, podemos ter isso acontecendo aqui
também pela terceira vez. Então, um desses pares aqui vem e forma uma ligação com esse carbono,
com esse carbono aqui, do grupo carbonila, e assim, mais uma vez, esse cara pode tomar
esses dois elétrons ao se afastar, e talvez compartilhar esse par com o próton hidrogênio, e, mais uma vez, formando uma molécula de água. Então, teremos uma formação
de moléculas de água aqui, uma formação de moléculas de água aqui
e uma formação de moléculas de água aqui. Assim, três moléculas de água vão ser produzidas, e por isso que nós chamamos isso daqui
de síntese de desidratação, já que estamos perdendo três moléculas de água
a fim de formar essas ligações. Mas uma pergunta que eu quero te fazer agora:
o que é que vai ficar depois que isso acontecer? Bem, vamos olhar um pouquinho mais embaixo aqui. Então, observando aqui, essa ligação verde aqui
é essa ligação daqui. Então, deixa eu colocar aqui da mesma cor. Essa ligação verde aqui é essa ligação aqui,
e essa outra ligação verde aqui é essa ligação daqui. Na verdade, a forma que eu desenhei aqui,
com os oxigênios já sem os hidrogênios, pode acontecer antes, ao mesmo tempo ou depois. Isso não precisa seguir uma única ordem. Mas eu poderia colocar os hidrogênios aqui,
aqui também e aqui também, e, com isso, aqui teria uma carga positiva, isso aqui também teria uma carga positiva
e aqui também teria uma carga positiva. Então, você poderia imaginar
uma outra molécula de água vindo aqui e tirando um desses prótons de hidrogênio, tirando cada um desses produtos de hidrogênio
desses átomos de oxigênio aqui, então, você ficaria com essa molécula bem aqui. E lembre-se que foram produzidos três moléculas de água, então aqui temos uma molécula de água, aqui também foi produzido uma molécula de água
e aqui também temos uma molécula de água. Então, temos três moléculas de água. Então, agora, observando essa molécula aqui
e ignorando as moléculas de água que estão fora, isso aqui é um triglicerídeo. Na verdade, escrevendo da forma mais técnica,
da forma como, às vezes, é referida, essa molécula é um triacilglicerol, e eu estou escrevendo em cores diferentes
para mostrar cada uma das partes da palavra. Já sabemos de onde o "glicerol" vem, certo? Já que foi feito uma ligação aqui
com a glicerina ou o glicerol. Agora, o "acil", de onde vem essa parte da palavra?
O que significou o "acil"? Acil ou acila é um grupo funcional, que é onde está o carbono que faz
parte de um grupo chamado "carbonila". Ele pode estar ligado com o tipo de cadeia
que, aqui, eu apenas vou chamar de "R", e ele também está ligado a alguma outra coisa. E assim temos aqui três grupos acila, ou seja, triacil. Portanto, aqui temos um grupo acila, aqui temos um grupo acila e aqui também temos um grupo acila. Cada um deles está diretamente
ligado ao oxigênio daqui. E, na verdade, isso é parecido
com outros grupos funcionais. Por exemplo, vamos supor
que você tenha um outro grupo carbonila e vamos dizer que ele esteja ligado
a uma cadeia orgânica, e você tem o oxigênio ligado também aqui
a uma outra cadeia orgânica. Essa coisa aqui está se referindo a um éster,
e aqui temos de fato 3 ésteres. Aqui, temos um éster, aqui temos um éster
e aqui também temos um éster. Portanto, esse vídeo não serviu apenas para aprender sobre gorduras, ou triacilglicerol,
ou ainda triglicerídeos, mas também para dar uma boa noção
do que são esses grupos funcionais. Agora, você já sabe
de onde o triacilglicerol vem, não é? Temos aqui o radical do glicerol,
e ainda esses três grupos acila aqui, que é o que permite fazer
a ligação com os ácidos graxos. Então, essa é a gordura
sobre qual as pessoas tanto falam. E eu tenho aqui algumas fotos dela. Isso aqui, por exemplo, é o óleo de coco. Pelo fato de ela estar a uma temperatura abaixo
do seu ponto de fusão, ela está na forma sólida. Aqui eu também
tenho um dos derivados do petróleo, e ele está a uma temperatura
bem acima do seu ponto de fusão, por isso, ele está na forma líquida. Por isso, que as pessoas normalmente
se referem a isso como um óleo, mas isso é constituído por um grupo de triglicerídeos,
temos aqui uma grande mistura de triglicerídeos. E se você fosse ver as moléculas desses triglicerídeos,
todas elas teriam geralmente essa mesma forma. Mas os ácidos graxos podem ter
diferentes números de carbono e ainda podem ter diferentes números de ligações,
sejam simples ou duplas.