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Osmose e tonicidade

Osmose e tonicidade. Soluções hipertônicas, isotônicas e hipotônicas e seu efeito sobre as células.

Introdução

Já se esqueceu de molhar uma planta por alguns dias e depois voltou para encontrar murcha, sua rúcula uma vez exuberante? Se já, então você já sabe que o equilíbrio hídrico é muito importante para as plantas. Uma planta murcha porque a água se move para fora de suas células diminuindo a pressão interna—chamada de pressão de turgor—que normalmente sustenta a planta.
Por que a água sai da célula? A quantidade de água fora das células diminui conforme a planta perde água, no entanto a quantidade de íons e outras partículas permanece a mesma no espaço exterior às células. Esse aumento na concentração do soluto, ou partículas dissolvidas, puxa a água das células para o espaço extracelular, em um processo conhecido como osmose.
Formalmente, osmose é o movimento da água através de uma membrana semipermeável, de um meio de mais baixa concentração de soluto para um meio de mais alta concentração de soluto. De primeira pode parecer estranho, já que geralmente falamos da difusão do solutos que estão dissolvidos na água e não propriamente do movimento da água. No entanto, a osmose é fundamental em vários processos biológicos e frequentemente ocorre ao mesmo tempo em que os solutos difundem-se ou são transportados. Aqui, vamos examinar em maior detalhe como a osmose funciona, além de seu papel no equilíbrio hídrico das células.

Como funciona

Por que a água se move de áreas onde os solutos são menos concentrados para áreas onde são mais concentrados?
Na verdade, essa é uma questão complicada. De forma a respondê-la, vamos voltar atrás e refrescar nossas memórias sobre o porquê de acontecer a difusão. Na difusão, as moléculas se movem de uma região de alta concentração para outra de baixa concentração—não que sejam conscientes de seus arredores, mas simplesmente por resultado das probabilidades. Quando uma substância está na forma de gás ou líquido, suas moléculas estarão em movimento constante e aleatório, saltando e deslizando umas sobre as outras. Se há muitas moléculas de uma substância no compartimento A e nenhuma molécula da substância no compartimento B, então é bastante improvável—impossível, na realidade—que uma molécula mova-se aleatoriamente de B para A. Por outro lado, é extremamente provável que uma molécula mova-se de A para B. Podemos imaginar todas aquelas moléculas agitadas no compartimento A e algumas delas saltando para o compartimento B. Portanto, o movimento das moléculas ocorre de A para B e assim será até as concentrações se tornarem iguais.
No caso da osmose, pode-se mais uma vez imaginar moléculas—desta vez, moléculas de água—em dois compartimentos separados por uma membrana. Se nenhum dos compartimentos contiver soluto, então as moléculas de água terão probabilidades iguais de se moverem em ambas as direções entre os compartimentos. Contudo, se adicionarmos soluto em um dos compartimentos, isto afetará a probabilidade de as moléculas de água se moverem para fora desse compartimento e para dentro do outro—especificamente isto reduzirá a probabilidade.
Por que é assim? Existem algumas diferentes explicações que cabem aqui. Aquela que parece ter o melhor apoio científico envolve moléculas do soluto ricocheteando na membrana e fisicamente deslocando as moléculas de água para trás, tornando-as menos propensas a atravessar a membrana.1,2.
Independentemente dos mecanismos exatos envolvidos, o ponto principal é que quanto mais soluto contido na água, menos apta a atravessar a membrana até um compartimento adjacente ela será. Isso resulta em um fluxo de água de regiões de baixa concentração de soluto para regiões de maior concentração de soluto.
Ilustração da osmose. Um béquer é dividido na metade por uma membrana semi-permeável. Na imagem da esquerda - início, o nível da água é igual em ambos os lados, mas há menos partículas de soluto no lado esquerdo do que no direito. Na imagem da direita - final, houve um movimento resultante da água da área de menor para a área de maior concentração de soluto. O nível da água no lado esquerdo é agora menor do que o nível da água no lado direito e as concentrações de soluto nos dois compartimentos são mais semelhantes.
Crédito da imagem: OpenStax Biology
Esse processo é ilustrado no exemplo do béquer acima, no qual haverá fluxo de água do compartimento da esquerda para o compartimento da direita até que as concentrações de soluto estejam próximas do equilíbrio. Note que nesse caso elas não ficarão perfeitamente iguais pois a pressão hidrostática exercida pela coluna elevada de água à direita se opõe à pressão osmótica criando um equilíbrio que não é suficiente para ter concentrações iguais.

Osmolaridade

A osmolaridade descreve a concentração total de solutos em uma solução. Uma solução com baixa osmolaridade tem menos partículas de soluto por litro de solução, ao passo que uma solução com alta osmolaridade tem mais partículas de soluto por litro de solução. Quando soluções com osmolaridades diferentes são separadas por uma membrana permeável à água, mas não ao soluto, a água se move do lado com menor osmolaridade para o lado com maior osmolaridade.
Três termos—hiperosmótico, hiposmótico e isosmótico—são usados para descrever osmolaridades relativas entre soluções. Por exemplo, ao comparar duas soluções que têm osmolaridades diferentes, diz-se que a solução com maior osmolaridade é hiperosmótica em relação à outra, e que a solução com menor osmolaridade é hiposmótica. Se duas soluções têm a mesma osmolaridade, elas são consideradas isosmóticas.

Tonicidade

Em ambientes hospitalares e laboratórios de biologia, com frequência é útil pensar sobre como soluções afetarão a entrada e a saída de água das células. A capacidade de uma solução extracelular de fazer a água se mover para dentro e para fora de uma célula por osmose é conhecida como tonicidade. A tonicidade é um pouco diferente da osmolaridade porque leva em consideração as concentrações relativas de soluto e também a permeabilidade da membrana celular a esses solutos.
Três termos — hipertônico, hipotônico e isotônico — são usados para descrever se uma solução fará a água entrar ou sair de uma célula:
Se uma célula for colocada em uma solução hipertônica, haverá um fluxo resultante de água para fora da célula, e a célula perderá volume. Uma solução será hipertônica a uma célula se sua concentração de soluto for maior que aquela dentro da célula, e os solutos não puderem atravessar a membrana.
Se uma célula for colocada em uma solução hipotônica, haverá um fluxo resultante de água para dentro da célula, e a célula ganhará volume. Se a concentração de soluto fora da célula for menor que aquela dentro da célula, e os solutos não puderem atravessar a membrana, então essa solução será hipotônica à célula.
Se uma célula for colocada em uma solução isotônica, não haverá fluxo resultante de água para dentro nem para fora da célula, e o volume da célula permanecerá estável. Se a concentração de soluto fora da célula for igual àquela dentro da célula, e os solutos não puderem atravessar a membrana, então essa solução será isotônica à célula.

Tonicidade em sistemas vivos

Se uma célula for colocada em uma solução hipertônica, a água sairá da célula e a célula encolherá. Em um meio isotônico, não há movimento resultante de água, portanto, não haverá alteração no tamanho da célula. Quando uma célula for colocada em um meio hipotônico, a água entrará na célula, e a célula inchará.
Imagem de hemácias em solução hipertônica (enrugadas), solução isotônica (normais) e hipotônicas (inchadas e rompendo-se).
Crédito da imagem: Mariana Ruiz Villareal
No caso de uma hemácia, as condições isotônicas são ideais, e o organismo tem sistemas homeostáticos (manutenção da estabilidade) para assegurar que essas condições permaneçam constantes. Se colocada em uma solução hipotônica, a hemácia incha e pode explodir, enquanto que em uma solução hipertônica, ela murcha— tornando o citoplasma denso e concentrado — e pode morrer.
No caso de uma célula vegetal, no entanto, uma solução hipotônica extracelular é ideal. A membrana plasmática só pode expandir até o limite da parede celular rígida, assim a célula não vai estourar ou sofrer lise. De fato, o citoplasma em plantas é geralmente um pouco hipertônico em relação ao meio celular, e água vai entrar na célula até sua pressão interna — pressão de turgor — impedir o influxo adicional.
Manter esse equilíbrio de água e solutos é muito importante para a saúde da planta. Se uma planta não é regada, o fluido extracelular se tornará isotônico ou hipertônico, fazendo com que a água deixe as células da planta. Isso resulta na perda da pressão de turgor, que você provavelmente já viu em uma planta murchando. Sob condições hipertônicas, a membrana celular pode se descolar da parede e comprimir o citoplasma, um estado chamado plasmólise (painel esquerdo abaixo).
Imagem de uma célula de planta sob condições hipertônicas (plasmolisada/enrugada), condições isotônicas (não completamente cheia, não totalmente pressionada contra a parede da célula), e condições hipotônicas (firmemente pressionada contra a parede celular, estado normal).
Crédito da imagem: OpenStax Biology, modificação do trabalho de Mariana Ruiz Villareal
A tonicidade é uma preocupação para todos as coisas vivas, particularmente aquelas que não têm paredes celulares rígidas e vivem em meios hiper- ou hipotônico. Por exemplo, paramécios — mostrados abaixo — e amebas, que são protistas que não possuem paredes celulares, podem ter estruturas especializadas chamadas de vacúolos contráteis. Um vacúolo contrátil coleta o excesso de água da célula e bombeia para fora, evitando que a célula se rompa conforme ela absorve água de seu meio hipotônico.
Imagem microscópica de um paramécio, mostrando seus vacúolos contráteis.
Crédito da imagem: OpenStax Biology, modificação do trabalho de National Institutes of Health (NIH), scale-bar data from Matt Russell

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  • Avatar blobby green style do usuário MARY MARTINS
    o que acontece com as celulas animais em um meio hipotonico?
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  • Avatar male robot hal style do usuário TiimmyTurner
    O procedimento de armazenamento que salga a carne(adicionar sal a carne) com o intuito de retirar a água e retardar o seu apodrecimento,poderia ser classificado como um processo de tonicidade?
    (1 voto)
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    • Avatar piceratops ultimate style do usuário Thiago Medeiros
      Nesse caso não seria a carne (as células musculares) do animal que você estaria interessado em secar, isso é um efeito colateral. Ao por salgar demais a carne, você cria um meio extremamente hipertônico para as bactérias e fungos que estariam sobre essa carne. Fazendo com as moléculas de água do citoplasma desses seres difunda naturalmente e eles murchem até morrerem.
      (3 votos)
  • Avatar starky seed style do usuário Maria Camila Melo
    O processo hipotonico e hipertonico ocorre igualmente a todos os seres vivos, mas corresponde de forma diferente dependendo individuo
    (1 voto)
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    • Avatar piceratops ultimate style do usuário Thiago Medeiros
      Sim, a água sempre passa do meio hipertônico (maior concentração de sal, por exemplo) para o meio hipotônico (menor concentração de sal) tentando atingir um equilíbrio físico, pois todas permitem o fluxo bidirecional de água.

      Enquanto num meio extracelular hipotônico uma célula animal que possui a membrana com consistência de uma bolha de sabão pode se expandir, uma célula vegetal que possui paredes celulares com a consistência de papel ou cortiça resiste mais ao inchaço provocado pela água, e no caso das células vegetais serve para ajudar a sustentar o peso da própria planta.

      No caso de um meio extracelular hipertônico é prejudicial a ambas, pois se perde água que é necessária para o transporte de substâncias dentro citoplasmas das células e outras atividades intracelulares.
      (1 voto)
  • Avatar aqualine ultimate style do usuário André Freitas Santos
    No caso da ameba que tem os vacúolos contráteis, o que acontece quando está em meio hipertônico?
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  • Avatar aqualine seed style do usuário Walter Rodrigues Filho
    Que tipo de membrana posso usar em laboratório para experimentos com água e sal, de forma a verificar o fenomeno de migração de água do lado hipotônico para o hipertônico?
    Qual a equação que faz o balanço de pressão da coluna dágua mais osmótica?
    Grato,
    Walter
    04.08.2019
    15hs16min
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  • Avatar aqualine sapling style do usuário Camila F Mari
    Qual é a definição de pressão de osmose? Qual é a explicação para essa pressão?
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    • Avatar piceratops ultimate style do usuário Thiago Medeiros
      A osmose é a tendência da água de ir para o meio com maior concentração de um soluto (sal, açúcar, etc), pois no caso de um meio hipertônico a maior concentração de moléculas de soluto impede a passagem de moléculas de água do lado hipertônico para o lado hipotônico, mas a maior concentração de moléculas de água do meio hipotônico equilibra essa concentração.

      Água tenta equilibrar essa diferença mais outros limites físicos podem atrapalhar, como as paredes celulares das plantas que resistem a pressão da entrada de mais água ou no caso do béquer do exemplo, a pressão atmosférica e o peso da coluna de água cria um movimento contrário de moléculas de água que diminui o tamanho da coluna de água a direita, não possibilitando um perfeito equilíbrio osmótico (a presença de quantidades semelhantes de H2O por unidade de volume de ambos os lados).
      (1 voto)
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