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Curso: Biblioteca de Biologia > Unidade 35
Lição 1: Exemplos de exercícios resolvidos de Biologia Avançada/2015- 1a-c, Respostas ao ambiente
- 1d-e, Respostas ao ambiente e seleção natural
- 2a-b, Respiração celular e ancestralidade comum
- 2c-d, Respiração celular e compartimentalização celular e suas origens
- 3a-b, Filogenia
- 4a-b, Meiose e diversidade genética
- 5a-b, Respostas ao ambiente
- 6a-c, Ecologia das populações
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3a-b, Filogenia
Pensando sobre a distância evolutiva entre as espécies. Construção de árvores filogenéticas (cladogramas).
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Transcrição de vídeo
RKA - "A sequência de aminoácidos do citocromo 'c'
foi determinada para cinco espécies de vertebrados. A tabela abaixo mostra o número de diferenças
nas sequências entre cada par de espécies." Antes de resolver essa questão,
vamos contextualizá-la um pouco. O citocromo "c" é uma proteína relacionada
com a cadeia de transporte de elétrons. Para responder à questão abaixo, basta saber que o citocromo é uma proteína
que pode ser encontrado em diferentes espécies. Chamamos de citocromo "c" um grupo de proteínas
que desempenham a mesma função em diferentes grupos de vertebrados. Dessa forma, podemos comparar as variações
dessa proteína de uma espécie para outra. Para ler essa tabela, temos que
olhar uma linha e uma coluna. No cruzamento das duas, temos um número de diferenças que uma espécie possui comparada à outra. Por exemplo:
"D. polylepis" e "G. gallus" possuem 18 diferenças
na sequência de aminoácidos. Evidentemente, o número de uma espécie
com ela mesma será zero porque não há diferença alguma. Tudo bem.
Agora vamos responder à pergunta. Letra (a): "Utilize os dados da tabela
para criar uma árvore filogenética que represente as relações evolutivas
dos cinco organismos. Justifique na árvore filogenética o porquê de uma
das espécies ser menos relacionada com as demais." Olhando para essas diferenças,
é razoável dizer que as espécies que possuem o menor número de diferenças
na sequência do citocromo "c", provavelmente são
estreitamente relacionadas. No exercício, já está presente
essa árvore filogenética aqui embaixo. Assim, as espécies que irão aqui e aqui são provavelmente muito relacionadas,
já que o ancestral em comum está próximo. Elas não devem ter muitas diferenças
na sequência de aminoácidos do citocromo "c". Estes dois devem ser bastante similares também,
não devem ter muitas diferenças, ao passo que este deve ter
um número bom de diferenças. Então, vamos ver na tabela
quem tem muito ou pouca diferença. Eu vou apenas fazer uma leitura da tabela
à procura de pequenas quantidades. Então, vamos ver aqui. "E. ferus" e "E. africanus" têm apenas uma diferença
na sequência de aminoácidos do citocromo "c". Então, eu poderia dizer que essas duas espécies
são bastante próximas. Elas provavelmente compartilharam um ancestral
em comum não muito distante. Então, vou organizá-las assim,
como está escrito no cladograma. Vou colocar "E. ferus" aqui
e "E. africanus" aqui. Agora, vamos ver onde há
outros números baixos. Bem, eu vejo esse "3" aqui, que é o número de diferenças de sequência ou
as diferenças de aminoácidos entre "G. gallus" e "A. forsteri". Então, eu diria que essas duas espécies
provavelmente são próximas. Então, vou organizá-las assim
neste cladograma. Das cinco espécies, só restou "D. polylepis".
Vou colocá-la aqui. Quando você compara "D. polylepis" com qualquer
uma das outras espécies presentes no quadro, você vê uma diferença muito grande. "D. polylepis" e ""E. ferus" possuem uma diferença
de 21 sequências de aminoácidos. A diferença com "G. gallus"
é de 18 sequências de aminoácidos. A diferença com a "A. forsteri"
é de 17 sequências de aminoácidos. E a diferença com "E. africanus"
é de 20 sequências de aminoácidos. Portanto, "D. polylepis" é
a espécie mais diferente. O exercício pede para você justificar
o porquê de "D. polylepis" ser a espécie menos relacionada
com as demais. Então, vamos à resposta. "'D. polylepis' é menos relacionada
às demais espécies porque possui maior diferença no número de sequências de aminoácidos quando comparada
às outras quatro." Porque, mesmo se você for comparar "E. ferus" com "G. gallus", você não verá diferenças perto de 20, enquanto a diferença de "D. polylepis"
com as demais espécies são todas próximas de 20. O ancestral em comum destes dois
é mais próximo do ancestral em comum destes dois, do que de "D. polylepis". Bom, vejamos agora a questão (b): "Identifique se os dados morfológicos ou
se os dados de sequências de aminoácidos são mais prováveis de representar com precisão
as relações evolutivas entre as espécies. Justifique sua resposta." Os dados morfológicos referem-se
à morfologia das diferentes espécies. A espinha dorsal, os diferentes ossos de um organismo,
ou mesmo a forma das diferentes partes do corpo são exemplos de morfologia. As sequências de aminoácidos
referem-se à composição das proteínas. Eu, particularmente, responderia para essa questão
que são os dados de aminoácidos. Então, vamos lá,
à resposta da letra (b): "Eu acredito que os dados de sequência
de aminoácidos representam, com maior precisão,
as relações evolutivas." Isso porque: "Os dados morfológicos
seriam menos precisos, uma vez que espécies distantes
podem apresentar convergência evolutiva." Convergência evolutiva significa que os organismos
que possuem ancestral em comum muito distantes podem apresentar
morfologias parecidas em função da pressão de seleção
que suas linhagens sofreram ao longo do tempo. Eles teriam morfologias semelhantes,
mas não significa que são próximos. Por exemplo, um morcego e uma ave: ambos possuem asas, mas eles não estão relacionados apenas porque
ambos têm asas. Outro exemplo, seria o golfinho
e um peixe: ambos têm nadadeiras em função
da convergência evolutiva do ambiente em que viviam. Eles vieram de diferentes ancestrais.
Mas, porque eles compartilharam ambientes similares, eles possuem morfologia similar. A morfologia desses organismos
convergiu para essa forma. Os organismos podem ter morfologia similar,
apesar de serem muito distantes na árvore evolutiva. Bom, existem argumentos
para defender a morfologia, mas como, neste caso específico, nós estamos
olhando apenas para o citocromo "c", não os apresentarei. Essa variação entre o citocromo "c" dos organismos poderia ter surgido por algum tipo de anomalia ou talvez de alguma convergência ou
divergência de uma proteína específica que não desempenhava a função
que agora desempenha na história evolutiva. Em geral, se eu posso olhar
sequências moleculares se eu posso olhar
para as sequências de proteínas, se eu pudesse olhar para
o que está acontecendo com o DNA, eu poderia entender
como a evolução está acontecendo. Gosto de olhar para as sequências moleculares porque elas permitem que você não esteja enganado pela convergência evolutiva da morfologia
de organismos distantes filogeneticamente, como é o caso dos morcegos e pássaros,
ou golfinhos e peixes.