Conteúdo principal
Biblioteca de Biologia
Curso: Biblioteca de Biologia > Unidade 9
Lição 3: Procariontes e eucariontesTeoria endossimbiótica
Teoria que fala sobre como mitocôndrias, cloroplastos e outras organelas ligadas à membrana da célula eucarionte provavelmente surgiram de uma simbiose entre procariontes aeróbios e ancestrais eucariontes anaeróbios hospedeiros. Desenvolvido por Lynn Margulis.
Quer participar da conversa?
Nenhuma postagem por enquanto.
Transcrição de vídeo
RKA21MC - Olá, vamos
iniciar mais uma aula. Vamos começar
recordando algumas coisas. Pense só, quando olhamos para
o interior das células eucarióticas, vemos organelas ligadas à membrana e algumas dessas organelas ligadas
à membrana são particularmente interessantes. Por exemplo, aqui temos uma figura de um cloroplasto,
que é encontrado em células de plantas e algas, e sabemos que é aqui
que a fotossíntese ocorre, mas o que é realmente
interessante além disso, é que parece que os cloroplastos têm a estrutura
necessária para ser uma célula procariótica independente. Não os vemos agindo de forma independente,
mas eles têm seu próprio DNA, também possui ribossomos, e sabemos ser o local onde há tradução
do RNA mensageiro e formação da proteína. Da mesma forma, outra organela ligada à
membrana que vemos em células eucarióticas, e isso incluiria até mesmo células animais
e as células em seu e meu corpo, são as mitocôndrias. E as mitocôndrias são frequentemente vistas como
as fábricas de energia das células eucarióticas, elas aproveitam o
oxigênio para produzir ATP. Como os cloroplastos, as mitocôndrias têm seu
próprio DNA e possuem ribossomos mitocondriais. Aqui estão apenas algumas representações de como as mitocôndrias podem parecer
dentro de uma célula eucariótica maior, e assim, biólogos evolucionistas por muitas
décadas olharam para isso e disseram: Bem, por que essas coisas existem? Por que quase se parecem com células procarióticas
que podem viver de forma independente? E há até exemplos de células procarióticas,
bactérias procarióticas independentes, que vivem em simbiose dentro de outras células e
se parecem muito com mitocôndrias e cloroplastos. E então, se avançarmos para a década de 1960,
uma cientista chamada Lynn Margulis entra em cena com
a teoria da endossimbiose. De acordo com a teoria desenvolvida por ela,
algumas organelas delimitadas por membrana, como mitocôndrias e cloroplastos,
ao longo de nosso passado evolutivo, digamos dois bilhões e meio de anos atrás, vieram de ancestrais que eram, na verdade,
organismos procarióticos independentes, que podiam produzir energia aerobicamente,
ou seja, utilizando o oxigênio do ambiente, e que seriam os precursores do que consideraríamos
hoje como células eucarióticas modernas, que já poderiam ter algumas
estruturas ligadas à membrana, como o núcleo e talvez
algumas outras organelas, e só poderiam metabolizar
coisas anaerobicamente, ou seja, eles não podiam
utilizar o oxigênio do ambiente, enquanto os nossos primeiros personagens
poderiam utilizar o oxigênio. Portanto, nessa condição eles poderiam
ter se tornado simbiontes, onde aquele que poderia utilizar o oxigênio para
produzir mais energia seria engolfado na célula maior, e essa célula maior seria capaz
de fornecer nutrientes e proteção, enquanto a célula menor que está engolfada dentro
dela é capaz de metabolizar melhor os nutrientes e aproveitar o oxigênio
para produzir mais energia. Com o tempo, essa relação simbiótica
se tornou ainda mais conectada, de modo que o organismo menor não poderia mais
viver sozinho por ter perdido parte de seu DNA, que era necessário para
agir de forma independente. Parte dele pode ter sido
incorporada ao DNA da célula maior, e esses organismos menores são os que eventualmente
evoluíram para o que consideramos hoje ser mitocôndrias. Essa é uma teoria fascinante
realmente comprovada. Quando Lynn Margulis publicou essa teoria
pela primeira vez, no final dos anos de 1960, ela não foi levada tão a sério,
mas logo foi validada. Conforme examinamos as estruturas de DNA de
mitocôndrias e cloroplastos, é possível perceber que essa é realmente a teoria mais provável de
como essas organelas surgiram em nossas células. Falamos muito sobre seleção natural
e o papel da variação e mutações, mas Lynn Margulis apresenta outra ideia que
poderia catalisar a evolução, que é a simbiose. Vemos a simbiose em todo mundo natural,
e seu argumento é que, às vezes, esses simbiontes podem se tornar tão codependentes
uns dos outros que se fundem em um organismo. Muito interessante, não é?
Isso é tudo, até a próxima aula!