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Introdução à engenharia genética

Embora seja um conceito recente, a engenharia genética tem raízes em práticas humanas antigas, como a reprodução seletiva de animais e plantas. Hoje, a tecnologia do DNA recombinante permite a manipulação precisa dos genes, criando organismos geneticamente modificados (OGM) com características aprimoradas. Embora ofereça benefícios como colheitas robustas e novos medicamentos, ela levanta preocupações bioéticas, especialmente no que diz respeito à modificação do genoma humano. Versão original criada por Sal Khan.

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Transcrição de vídeo

RKA12MC – Olá, meu amigo ou minha amiga. Tudo bem com você? Seja muito bem-vindo ou bem-vinda a mais um vídeo da Khan Academy Brasil. E, neste vídeo, nós vamos realizar uma introdução à engenharia genética. A ideia da engenharia genética é algo que associamos ao século 20. A gente nem sabia o que os genes eram, na verdade, o mecanismo da hereditariedade, até meados do século 20. E a modificação direta de genes para algum propósito realmente nem começou a acontecer até a década de 1970. Mas é importante notar que os seres humanos, de certa forma, têm influenciado a genética de organismos por muito, muito, muito tempo. Por exemplo, na natureza, você tem coisas que se parecem com isso. Nós o chamamos de lobos. Mas, hoje, em nossas vidas também temos coisas parecidas com isso. Agora, um detalhe interessante é que esses cães não foram desenvolvidos naturalmente, eles vieram de muitas gerações de criação, de seres humanos pegando coisas que eram lobos ou raposas e selecionando certas características. Eles podem ter selecionado traços que faziam certos lobos e raposas serem pequenos (e aí eles vão se parecer mais com cachorros, mesmo quando estão totalmente crescidos), ou traços que são mais dóceis (eles são mais propensos a ouvir o que um ser humano diz para fazer), ou ainda traços que são bons em matar roedores, ou o que mais possa ser. E, com o tempo, repetindo a seleção dessas características levou ao que vemos, como esses diferentes cães de raça. Como podemos perceber, os seres humanos fizeram isso por centenas e milhares de anos, e, com isso, eles estavam influenciando que DNA é passado adiante de uma geração para outra. Porém, eles não sabiam sobre o código genético real. Mas, mesmo assim, isso era uma forma de manipulação genética. Da mesma forma, se você olhar no Reino Vegetal, quando você vai à loja e você vê aquela doce maçã, muito tempo atrás, coisas assim como a gente vê hoje nem devia existir. É muito provável que muitos dos produtos agrícolas que consumimos hoje possam ter passado por algum processo semelhante. Por exemplo, se a gente estivesse conversando milhares de anos atrás, a gente teria encontrado maçãs silvestres em macieiras selvagens. Vamos desenhar isso aqui? Vamos desenhar uma macieira aqui rapidinho? As pessoas que viveram há milhares de anos podem ter achado que as maçãs estavam um pouco azedas, pequenas, difíceis de comer e difíceis de digerir. Mas, com o tempo, as pessoas selecionaram as árvores que tinham maçãs mais doces, que tinham maçãs maiores, e desenvolveram as condições para que elas fossem mais propensas a se reproduzir. Aí, com o tempo, conseguimos maçãs maiores e mais doces, dessas do tipo que a gente vê no mercado. E, como eu mencionei, a maioria dos produtos agrícolas que temos hoje é resultado de centenas ou milhares de anos desse tipo de criação. Então, embora isso possa não ser a definição formal da engenharia genética, que normalmente está se referindo a algo como modificação genética, que nós só fomos capazes de fazer nas últimas décadas, seres humanos estão realizando algum tipo de influência no DNA dos organismos por muito, muito tempo. Mas, com isso dito, nas últimas décadas nós fomos capazes de nos tornar muito, muito mais precisos na influência do DNA por meio da engenharia genética. Em outros vídeos, a gente vai conversar com muito mais detalhes sobre como isso é feito, mas a gente tem essa ideia de DNA recombinante, em que você pode pegar genes de um organismo e colocar em outros organismos. Aí, você vai dizer: por que isso é útil? Bem, vamos dizer que exista uma árvore [e] que você queira que ela cresça. Digamos ela seja uma macieira, mas que é muito suscetível a um certo tipo de doença, e, aí, se essa doença a atingir, a gente acaba perdendo toda a colheita. Mas e se a gente pudesse inserir no DNA dessa macieira, talvez um gene que a torne mais resistente a essa doença? Isso seria interessante, não é? E é isso o que as pessoas realmente fazem hoje. Elas inserem o DNA de alguma coisa em outra coisa. E um detalhe: o DNA original pode ser de alguma coisa bem selvagem. Eu já li histórias sobre inserir DNA de inseto em uma planta para que ela seja mais robusta, de uma forma ou de outra. Agora, um detalhe interessante é que essa ideia de DNA recombinante, alimento geneticamente modificado, é frequentemente conhecida como organismo geneticamente modificado. Só que isso é um tanto quanto controverso. Muitas pessoas podem chegar e dizer: Ei, isso é bom! Isso nos permite produzir alimentos mais robustos. E, na verdade, essa ideia de DNA recombinante, ou seja, de inserir DNA em outra coisa, pode tornar o alimento mais nutritivo, pode fornecer mais vitaminas. Bem, algumas pessoas vão olhar por esse lado, mas tem outras pessoas também que podem chegar e falar o seguinte: Olha, a gente não sabe exatamente quais são todas as repercussões do que estamos fazendo e o que isso vai acarretar. Então, assim, a gente pode pensar que é algo útil, mas, quando a gente pega o DNA de um organismo e o coloca em outro, como isso vai afetar a nutrição? Ou quais serão os efeitos de longa duração ao comer isso por muito tempo? Bem, isso é algo para você pensar, e é realmente muito importante a gente realizar essas perguntas. Inclusive, com perguntas como essa, surge um campo conhecido como Bioética. À medida que temos mais e mais controle sobre o genoma, e, especialmente, quando vamos para o genoma humano, há perguntas que temos que fazer sobre se isso é bom ou se é ruim. Mas, enfim, voltando a essa ideia da engenharia genética e de DNA recombinante, outras coisas que você poderia fazer é que, por exemplo, podemos produzir insulina para diabéticos. Sabe, que tal a gente pegar aqui uma célula de uma bactéria e inserir na célula da bactéria o gene que ajuda a produzir insulina? Aí, de repente, a célula da bactéria pode se tornar uma fábrica de produção de insulina humana. Essa insulina pode ser colhida, e aí teremos mais insulina para diabéticos. Esse é um uso muito interessante de DNA recombinante. Enfim, meu amigo ou minha amiga, estamos realmente indo para um período interessante da humanidade. Por milhares de anos, a gente estava criando coisas, mas, agora, estamos aprendendo a manipular coisas em um nível de um grão muito fino, e isso nos faz realizar todos os tipos de perguntas. É provável que haja algumas coisas muito boas que poderemos fazer (produzir novos medicamentos, produzir colheitas mais robustas), mas também existem questões sobre “quais são os efeitos colaterais de tudo isso?”. E a Bioética fica realmente interessante quando começamos a pensar em modificar o próprio genoma humano, porque, quando você está modificando a genética, você não está apenas modificando um organismo, você está muito ficando todos os seus descendentes, você está modificando os genes que existem no fundo genético. Claro, existem argumentos muito bons para modificar o genoma humano. Por exemplo, corrigir doenças e algumas coisas que podem ser muito sérias. Mas, com o tempo, as coisas podem mudar e as pessoas podem dizer: Ei, eu quero ser um pouquinho mais alto, ou eu quero ter uma certa cor de cabelo, ou eu quero dentes mais retos. Ou ainda podem ter pessoas que vão dizer o seguinte: eu quero um filho que tenha esse ou aquele traço. Enfim, as coisas ficam muito, muito interessantes quanto mais pensamos sobre o que a engenharia genética pode fazer. Eu espero que você tenha compreendido toda essa introdução que eu fiz aqui. E, mais uma vez, eu quero deixar para você um grande abraço, e falar que te encontro na próxima!