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Teoria cinética molecular e as leis dos gases
A teoria cinética molecular (TCM) pode ser usada para explicar o comportamento macroscópico dos gases ideais. Neste vídeo, veremos como a TCM representa as propriedades dos gases, conforme descritas pelas várias leis dos gases (lei de Boyle, lei de Gay-Lussac, lei de Charles, lei de Avogadro e lei de Dalton das pressões parciais). Versão original criada por Sal Khan.
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Transcrição de vídeo
RKA4JL - Olá! Vamos iniciar mais
uma aula da Khan Academy Brasil. Em outros vídeos, tivemos uma noção
de teoria cinética molecular. Para iniciar o assunto, você
pode imaginar um contêiner. Vou desenhá-lo
em duas dimensões aqui. Neste contêiner
há um pouco de gás e você pode imaginar o gás
como sendo essas partículas que têm volume total muito
menor do que o volume do contêiner. A temperatura com que
estamos lidando aqui está relacionada à energia cinética
média das partículas. Todas essas partículas
estão se movendo, vibrando e cada uma delas teria
alguma energia cinética. Lembre-se que para
calcular a energia cinética usamos a fórmula
(m vezes v²) sobre 2. Então, cada uma dessas
partículas terão massa e velocidade e mesmo que elas sejam
o mesmo tipo de partícula, podem ter
velocidades diferentes, e se forem partículas diferentes,
podem ter massas diferentes também, mas a média da energia cinética
em todas essas partículas é proporcional à temperatura
de todas elas medida em Kelvin. Lembre-se de que a pressão nada mais
é do que a força por unidade de área. Então você pode imaginar
esta superfície do nosso contêiner. Isso poderia ser algum tipo de cubo, então vou desenhá-lo
em três dimensões aqui e há uma área aqui. Você tem suas partículas e eu vou fazer
isso em uma cor diferente. Essas partículas estão
constantemente ricocheteando e há muito mais partículas
do que as que desenhei aqui. Essas são colisões
perfeitamente elásticas, elas estão preservando
a energia cinética e, então, estão aplicando alguma
força coletivamente nesta área. A pressão é por causa da
colisão destas partículas na superfície. Neste vídeo vamos usar os conceitos de
teoria cinética molecular para entender por que
a lei dos gases ideais, ou somente lei dos gases,
PV igual a nRT, faz sentido quando
conceitualizamos com isso aqui. Apenas para lembrar, "p" é a pressão,
"V" é o volume, "n" é o número de mols da amostra
de gás que estamos usando, "T" é a temperatura em Kelvin e "R" é apenas a constante
universal dos gases. Vamos começar pensando em como
a pressão se relaciona com o volume se mantivéssemos
todo o resto constante. A ideia da lei dos gases nos diz que pressão vezes
volume será igual a isso. Então, se isso for constante, posso representar essa
parte da equação com "k" aqui, mas isso também significaria que poderíamos
dividir, digamos, ambos os lados por V. Podemos dizer que as pressões
são iguais a alguma constante sobre V. Outra maneira de pensar sobre isso é que a pressão é proporcional
ao inverso do volume e se dividirmos os
dois lados da equação por P, teremos que o volume
é proporcional ao inverso da pressão. Isso faz sentido do ponto de
vista da teoria molecular cinética? Bem, vamos olhar
para o nosso cubo original. Imagine que pegamos o mesmo número
de partículas e energia cinética contida nele e colocamos tudo isso
em um recipiente maior. De uma hora para outra, você teria um número
bem menor de partículas ricocheteando porque simplesmente elas têm
mais espaço para ocupar e também a área da superfície
do contêiner será maior. Portanto, faz sentido que,
se o volume aumentar, a pressão diminuirá. Você pode pensar sobre isso
de outra forma. Se esse recipiente for menor e tiver o mesmo número de partículas
com a mesma energia cinética média, elas irão ricochetear mais entre si,
esbarrar mais umas nas outras, pois estão em um espaço menor.
E isso vai aumentar a pressão. Então, o volume diminui
e a pressão aumenta e temos uma relação
em que a pressão é inversamente proporcional
ao volume, ou vice-versa. Se você mantiver as outras
variáveis constantes, nós temos o que é conhecido
como lei de Boyle. Por outro lado, se mantivéssemos o volume
e o número de mols constantes e refletíssemos sobre a relação
entre pressão e temperatura, "bem, isso é constante,
isso é constante e isso é constante", a lei dos gases diria que a pressão
será proporcional à temperatura, ou que a temperatura será
proporcional à pressão. Isso faz sentido. Se voltarmos ao nosso contêiner original
e aumentássemos a temperatura, teríamos um aumento da
energia cinética média. Isso significa que quando as partículas
atingem a lateral do recipiente, vão atingi-la com
mais velocidade. Consequentemente, em
diversos momentos, há maior pressão sobre
a lateral do contêiner. Poderíamos também
baixar a temperatura, então a energia
cinética fica muito baixa e as partículas ficam
vagarosamente à deriva. Assim, a velocidade com que ela se batem
na lateral do recipiente vai diminuir e a pressão diminuirá. Então, faz todo sentido
se a temperatura sobe e a pressão sobe. Se a temperatura desce,
a pressão desce. Isso é conhecido
como lei de Gay-Lussac. Mas e se mantivéssemos a pressão
e o número de moléculas constantes? Então estamos realmente olhando
para a relação entre volume e temperatura. Mais uma vez,
se P, n e R são constantes, a lei dos gases poderia nos dizer
que o volume é proporcional à temperatura. Bem, vamos pensar um pouco:
se aumentarmos a temperatura, se essas coisas estiverem
se movendo mais rápido, se quiser ter a mesma quantidade
de força por área do contêiner, você vai ter que aumentar o volume. Portanto, essa relação, que é completamente
consistente com a teoria cinética molecular, é conhecida como lei de Charles. Temos também a relação entre
o volume e o número de mols. Se todo o resto
for mantido constante, a lei dos gases nos diz que
o volume será proporcional ao número de mols de nossa molécula
ou do gás com qual estamos lidando. Isso faz sentido
porque, mais uma vez, você está mantendo
todas as outras variáveis constantes. Você tem pressão
e temperatura constantes. Se eu dobrar o número de partículas aqui,
mas sem mudar a pressão ou a temperatura, faz sentido eu ter que
dobrar o volume. Da mesma forma, se eu
dobrasse o volume aqui e não mudasse a
pressão ou a temperatura, seria necessário colocar
o dobro de partículas lá, então ainda teria um número suficiente
de interações de salto das partículas com os lados do recipiente
para que eu tenha pressão suficiente. Essa noção é chamada de lei de Avogadro. Por último, mas
não menos importante, digamos que tenho dois
contêineres idênticos: aquele ali e esse aqui. Vou desenhar o mesmo
contêiner uma terceira vez. Digamos que aqui eu tenho gás um e, nesse caso, há uma pressão
devido ao gás um. Vamos assumir que o volume e as temperaturas
são iguais em todos os três recipientes. Digamos que temos o gás dois
e ele está exercendo pressão também. Mas e se eu pegasse todo o gás dos dois recipientes
e os colocasse neste terceiro recipiente? Este terceiro recipiente teria todo o gás
original um e todo o gás original dois, mas não estamos mudando
nem o volume e nem a temperatura. Em qualquer unidade de área
na superfície do contêiner, você obteria as colisões da partícula um, o que me daria P1
de força por unidade de área e você obteria as colisões da partícula dois, o que daria a você outra força
por unidade de área. Portanto, faz sentido
que a soma das pressões parciais seja igual à pressão total no recipiente. Isso é conhecido
como lei de Dalton. O objetivo desta
videoaula é apenas mostrar que tudo que diz respeito
à lei dos gases faz muito sentido, principalmente quando você
pensa sobre isso nos termos da teoria
da cinética molecular. Eu espero que você
tenha gostado da nossa aula. Até a próxima!