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Ciências e saúde
Curso: Ciências e saúde > Unidade 4
Lição 3: Ação das vacinasAs vacinas e a imunidade adquirida
Nesta videoaula explicamos como as vacinas atuam no sistema imunológico de forma a nos proteger por longos períodos.
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Transcrição de vídeo
RKA2JV - Alô,
alô, moçada! Hoje nós conversaremos sobre
as vacinas e a imunidade adquirida. Existem dois tipos
de imunidade: a imunidade inata
e a imunidade adquirida. E o que difere entre elas
é o grau de especificidade. Vamos relembrar rapidamente
os dois tipos de imunidade antes de focarmos
no fortalecimento da resposta imune
adquirida pelas vacinas. Bora lá? Comecemos pela
imunidade inata. A imunidade inata atua sobre
qualquer patógeno ou antígeno que seja julgado uma
ameaça ao organismo. Ela atua tentando
barrar a entrada deles e, para isso, ela conta com
algumas barreiras, que podem ser: barreiras mecânicas,
como o muco, a pele, e cera; barreiras microbiológicas,
como a flora intestinal, a flora bucal, a flora epidérmica e,
por fim, a flora vaginal; e barreira química, que é feita por
enzimas encontradas nas lágrimas, na saliva e na
secreção nasal, o pH ácido encontrado
na vagina e no estômago, e os ácidos graxos
encontrados no suor. A imunidade inata conta também
com neutrófilos, macrófagos e células chamadas de
"naturais killers", abreviada como NK, que defendem o organismo
quando um patógeno ou antígeno consegue atravessar
as barreiras. Neste caso, é desencadeado
um processo inflamatório, com dor, inchaço
e febre localizada. quando o processo inflamatório
é causado por antígenos resistentes, que geram um processo
infeccioso generalizado, a resposta imune
adquirida será acionada. A imunidade adquirida,
adaptativa ou específica envolve linfócitos T
e linfócitos B, que ficam armazenados
nos linfonodos e no baço, de prontidão para atuar no caso
da entrada de um microrganismo ou antígeno
já conhecido. Os linfócitos T participam
da resposta imune celular; já os linfócitos B participam
da resposta imune humoral, que é mediada
pelos anticorpos. Ambos os linfócitos
são avisados da invasão por meio das
células dendríticas, que capturam antígenos
e alguns macrófagos, neutrófilos ou
células NK, e os levam
até os linfonodos. A resposta imune celular
é iniciada pela análise do antígeno que
acaba de chegar e pela produção e liberação
de células T efetoras, células T
efetoras armadas e células de memória
específicas para cada caso. A resposta imune humoral
é iniciada quando os linfócitos B
passam a se multiplicar e a produzir
anticorpos, que podem ficar dissolvidos
nos fluidos corporais como plasma, lágrimas,
saliva, muco, bile, no leite materno
e na placenta; ou ainda, presos na membrana
plasmática dos próprios linfócitos B. Cada linfócito B produz
anticorpos e células de memória específicos para um
determinado antígeno. O anticorpo pode tanto
neutralizar os antígenos quanto marcá-los para
que sejam fagocitados e destruídos pelos macrófagos
e neutrófilos mais rapidamente. Quando a infecção tiver
sido controlada e eliminada, os linfócitos T e B
sofrem apoptose. Mas não os
linfócitos de memória. Estes sobrevivem por anos,
para garantir a resposta rápida no caso de uma
futura reinfecção. Caso isso ocorra,
os linfócitos de memória se reproduzem
muito rapidamente e combatem a infecção
antes mesmo dela se instalar, impedindo a manifestação da doença
ou tornando-a super branda. E sabe por que eu quis
revisar tudo isso com vocês? Porque o mecanismo das vacinas
está diretamente relacionado com a produção destes
linfócitos de memória. As vacinas desenvolvem
imunidade e são eficientes pois estimulam a produção dos linfócitos
de memória sem causar a doença. São vários os tipos de vacinas
disponíveis no mercado. Entre elas temos as
chamadas "vacinas vivas", que são normalmente dadas
em uma dose única. São exemplos: as vacinas de vírus
atenuados, como a da pólio de Sabin, sarampo, caxumba,
rubéola, varicela, hepatite A
e febre amarela; e vacinas de bactérias atenuadas,
como a da tuberculose ou a BCG. Gente, muito importante: pessoas
que são imunodeprimidas, ou seja, com certas
condições clínicas onde o sistema imunológico
não trabalha muito bem, não são recomendadas
a tomar esse tipo de vacina. Neste caso, é melhor
usar as vacinas produzidas com
parte dos antígenos, mesmo precisando
de doses de reforço. São exemplos: as vacinas
de partes de vírus como a vacina contra a pólio
(a vacina Salk), e a de influenza; as vacinas de proteínas
antigênicas clonadas, como a vacina
da hepatite B; as vacinas de
bactérias mortas, como as vacinas
para tifo, cólera, peste bubônica
e coqueluche; as vacinas de paredes
celulares de bactérias, como as vacinas de
meningococos e pneumococos; e as vacinas de RNA, que são
mais recentes, como a do coronavírus. Em 2021, a pandemia
do coronavírus deixou clara a dificuldade
de produzir vacinas eficientes para vírus que sofrem
mutações em uma alta taxa. Mas também mostrou que a união
de pesquisadores em todo o mundo, em torno de um
único objetivo comum, faz a ciência dar
grandes saltos. E é isso por
hoje, moçada. Eu espero que vocês tenham
compreendido um pouco mais sobre como a nossa
imunidade funciona e como as vacinas contribuem
com a nossa saúde. Bons estudos
e até a próxima!