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Curso: História da vida > Unidade 7
Lição 1: A energia- Introdução à entropia
- Entropia absoluta e variação na entropia
- Entropia
- Introdução à energia livre de Gibbs
- Temperatura e favorabilidade termodinâmica
- Energia livre de formação
- Energia livre de dissolução
- Termodinâmica versus cinética
- Energia livre e equilíbrio
- Energia livre e equilíbrio
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Introdução à entropia
De acordo com a equação de Boltzmann, a entropia é uma medida do número de microestados disponíveis em um sistema. O número de microestados disponíveis aumenta quando a matéria se torna mais dispersa, assim como quando um líquido se transforma em gás, ou quando um gás se expande a uma temperatura constante. Ela também aumenta quando a energia se torna mais dispersa, o que ocorre com um aumento na temperatura. Versão original criada por Jay.
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Transcrição de vídeo
RKA3JV - E aí, pessoal,
tudo bem? Nesta aula, vamos estudar
entropia, que é um conceito que está relacionado com
a ideia de microestados. E para entender
o que significa, vamos considerar
1 mol de um gás ideal. Lembre-se que "n"
representa o número de mols a uma pressão, volume
e temperatura específicos. Se o sistema de partículas
de gás está em equilíbrio, então a pressão, o volume,
o número de mols e a temperatura
permanecem constantes. Então, do ponto de vista
macroscópico, nada muda. No entanto, do ponto
de vista microscópico, as coisas estão
mudando o tempo todo. E podemos ver isso olhando para
as nossas partículas de gás aqui no
primeiro retângulo. Elas estão batendo nas
laterais do recipiente e, às vezes, batendo
umas nas outras e transferindo a energia
de uma para a outra. Isso significa que se
compararmos as partículas deste primeiro retângulo
com as do segundo, em algum momento elas podem
estar em posições diferentes e as velocidades
terem mudado. A velocidade de uma partícula nos diz
o quão rápido ela está viajando, e esta seta aqui nos mostra
também a direção. O módulo e a direção
dão uma velocidade. Com isso, as setas representam
a velocidade também. A energia cinética de uma
partícula é igual a 1/2 mv². Onde "m" é a massa de cada
partícula, e "v" a velocidade. Então, um microestado refere-se
a um arranjo microscópico de todas as posições e energia
das partículas de gás. E como estamos lidando
com gás ideal, as energias neste caso
são as energias cinéticas, as energias de movimento
das partículas. E note que
cada retângulo mostra um arranjo microscópico
diferente de posições e energias das
partículas gerais. O que significa que cada retângulo
representa um microestado. E uma boa maneira
de entender este conceito é tirar, digamos, uma foto do nosso
sistema de partículas de gás. Se você olhar para ela
com mais calma, do ponto de vista
macroscópico nada vai mudar, mas tirando uma foto
de nível microscópico, conseguimos ver
que o sistema está se movendo de um
microestado para o outro. Portanto, o número
de microestados disponíveis para este sistema de
1 mol de partículas de gás é um número muito alto para que possamos
compreender. Com isso entendido, vamos analisar
uma equação importante aqui, que é a equação
de Boltzmann, que relaciona a entropia
ao número de microestados. O "S" representa entropia,
que é igual à constante de Boltzmann "K" vezes o logaritmo
natural de "W", que representa o número
de microestados em um sistema. Portanto, se este número
de microestados aumentar, isso vai representar
um aumento na entropia. E se o número de
microestados diminui, a entropia diminui. Às vezes, em vez de usar
a palavra microestados, as pessoas descrevem
o aumento na entropia como um aumento
na desordem, um aumento na dispersão
da matéria ou energia. No entanto, quando estamos
utilizando a equação, devemos pensar
nestes termos como significando um
aumento de microestados e, portanto, um aumento
na entropia do sistema. E pensando em uma diminuição
na desordem do sistema, um aumento na ordem ou a diminuição
na dispersão da matéria ou energia, isso está relacionado
com uma diminuição no número de
microestados disponíveis. O que significa uma diminuição
na entropia do sistema. Agora, vamos pensar
no que acontece com a variação à mudança desta
entropia em diferentes situações. Aqui estamos começando
com 1 mol de um gás ideal e aqui estão
as partículas. Temos um recipiente que possui
uma divisória removível e, sabendo disso, vamos
remover essa divisória. O que acontece? Agora, nossas partículas
de gás estão livres para se movimentarem
em um volume maior. Então, se o
volume inicial é V₁ e digamos que o volume final
vai ser o dobro, que eu vou
chamar de V₂, então V₂ é igual
a duas vezes V₁. O número de mols vai
permanecer o mesmo, então
n₂ = n₁. E durante a expansão do gás,
a temperatura será constante. Ou seja,
T₂ = T₁. Agora, quando
o volume é dobrado, o número de posições possíveis
para as partículas aumenta. Com isso, o número de microestados
também vai aumentar. E olhando para
nossa equação, se o número de
microestados aumenta, a entropia também
vai aumentar. Com isso, podemos dizer que
S₂ é maior que S₁. Pensando na variação da entropia,
se S₂ é maior que S₁, então S₂ menos S₁
vai ser um valor positivo. Com isso, a variação
vai ser positiva. E analisando mais uma situação,
estamos começando novamente com 1 mol
de gás ideal. No entanto, desta vez o volume
se manterá constante e a temperatura
é que será aumentada. Então, temos n₁ e V₁
que se mantêm constantes. Com isso, n₂ = n₁
e V₂ = V₁. Como estamos
aumentando a temperatura, neste caso,
T₂ será maior que T₁. Agora, podemos utilizar a
distribuição de Maxwell-Boltzmann para explicar o que temos
nos nossos diagramas. Aqui na esquerda podemos
ver que as partículas estão se movendo com
diferentes velocidades. Podemos ver isso,
pelo comprimento das setas. É isso que esta
distribuição nos dá. Esta parte em azul nos mostra
a variedade de velocidades. A área sob a curva representa
todas as partículas na atmosfera do gás. Note que algumas
estão se movendo com uma velocidade mais lenta,
outras mais rápidas, e outras próximas
ao centro deste pico. Aumentar a temperatura
significa que, em média, as partículas estão se
movendo mais rapidamente. Assim, podemos ver
que, em média, o comprimento
dessas setas é maior que o comprimento das setas
no diagrama da esquerda. Mas também significa que se olharmos
para a distribuição de Boltzmann, há uma maior variedade de velocidades
disponíveis para as partículas. E se houver uma faixa
maior de velocidades, isso significa que há uma
maior faixa de energia cinética, o que significa que há
mais microestados possíveis disponíveis para o sistema
de partículas de gás. Portanto, um aumento
na temperatura causa um aumento no número
de microestados disponíveis, isso causa um
aumento na entropia. Então, a entropia
final S₂ é maior do que
a entropia inicial S₁. Com isso, quando pensamos
na variação desta entropia, quando S₂
é maior que S₁, a variação
é positiva. Vamos analisar
outra situação? Estamos começando agora
com 1 mol de gás ideal, a certa temperatura T₁
e a certo volume V₁. Desta vez, vamos aumentar
o número de mols de 1 para 2
de um certo gás ideal. Então, temos 4
partículas na esquerda e vamos ficar
com 8 na direita. Assim, o número
de mols final n₂, é maior que o número
de mols inicial n₁. E, como eu disse, a temperatura
e o volume se mantêm constantes. Como aumentamos
o número de partículas, há mais arranjos
possíveis para elas e mais de maneiras
de distribuir a energia. Portanto, quando aumentamos
o número de mols, aumentamos o número
de microestados possíveis. Com isso, vamos
aumentar a entropia. Então, a entropia final S₂
é maior do que a entropia inicial S₁. Com isso, a variação dela, que vai ser
S₂ menos S₁, vai ser positiva. Assim, aumentar o número
de mols de partículas de gás, aumenta a entropia
do sistema. Em um próximo exemplo,
vamos considerar a evaporação da água líquida
em água gasosa. As moléculas de água
no estado líquido são mantidas juntas
pelas forças intermoleculares, sendo a ligação de hidrogênio
a mais importante para mantê-las juntas. Depois disso, as moléculas
são convertidas para o estado gasoso. E assumindo que não há mais forças
intermoleculares entre as partículas, assumindo que este
seja um gás ideal, se isso acontece,
aumentamos a liberdade de movimento destas
moléculas de água. Com isso, aumentamos
o número de posições possíveis e, portanto, aumentamos
o número de microestados disponíveis. E, de novo, se isso acontece
nós vamos aumentar a entropia. Já essa
mudança aqui, que é a entropia final S₂,
menos a inicial S₁, quando acontece
a mudança da água do estado líquido para
o gasoso, será positiva. E este é um
exemplo útil onde podemos pensar
na entropia como desordem. Isso porque gases são mais
desordenados do que os líquidos e, portanto, passar de um estado
líquido para um estado gasoso faz com que a desordem aumente,
o que aumenta a entropia. Mas, lembre-se, desordem é
apenas uma maneira de descrever um número maior
de microestados disponíveis. Em um último exemplo,
vamos olhar para uma situação onde temos
apenas gases. No lado esquerdo, temos
2 mols de SO₂ e 1 mol de O₂. Portanto, 3 mols de gás
no lado do reagente e no lado do produto,
temos 2 mols de gás. Qual é a variação
da entropia? Ela vai ser igual à entropia final
menos a entropia inicial. E quais são elas? Passamos de 3 mols
para 2 mols de gás, uma diminuição no número
de microestados disponíveis. Com isso, uma
diminuição na entropia. Portanto, S₂ vai ser
menor que S₁. Com isso, a mudança na entropia
vai ser a subtração por um número maior,
de um número menor. Ou seja, a mudança na entropia
para esta reação vai ser negativa. Em resumo, ao tentar descobrir
a mudança na entropia, precisamos considerar o número
de microestados disponíveis. Se ele aumenta, a mudança
na entropia é positiva. Agora, se diminui,
a mudança vai ser negativa. Eu espero que esta aula
tenha lhes ajudado. E até a próxima,
pessoal!