Conteúdo principal
Curso: Sustentabilidade > Unidade 7
Lição 2: Uso do solo e da águaImpactos das práticas agrícolas
As práticas agrícolas que podem causar danos ambientais são as lavouras, a agricultura de corte e queima, e o uso de fertilizantes. Versão original criada por Khan Academy.
Quer participar da conversa?
Nenhuma postagem por enquanto.
Transcrição de vídeo
RKA10JV - E aí, pessoal!
Tudo bem? Hoje vamos estudar os impactos
das práticas agrícolas. E para isso, vamos pensar
em um delicioso café da manhã. Como assim? Digamos que aqui temos
uma caixa de cereal, uma caixa de leite de arroz, que é um leite vegetal feito de arroz, e um pijama bastante confortável. Algumas coisas que utilizamos
às vezes, não é? E você sabia que todos esses itens
estão ligados com práticas agrícolas? Em particular, lavrar, cortar e queimar. Agricultura e fertilizantes. Então, vamos entender
cada um desses itens? Vamos começar com os cereais. Se você não sabe, a maioria dos cereais é composto de grãos
como aveia, milho e cevada. E o cultivo de grãos geralmente
começa com o cultivo em solo de boa qualidade
com muitos nutrientes. Mas o que é lavrar?
Ou seja, o que é esse cultivo? Resumidamente, é o processo
de revolvimento do solo. Ou seja, um processo
de inverter as camadas do solo com o uso de arado
para que esse plantio seja feito. Isso é muito importante
porque permite aos agricultores controlarem facilmente as ervas daninhas
e outras pragas na superfície do solo. Isso ajuda a preparar o solo
para a semeadura. E, às vezes, em áreas
fortemente cultivadas, o solo pode ficar compactado com o tempo. Aqui o cultivo pode ajudar
a quebrá-lo em pedaços menores que chamamos de agregadores de solo. E isso permite o plantio mais fácil. Agora, a lavoura é feita
há milhares de anos, mas mudou muita coisa
em relação ao passado, quando usávamos, por exemplo, seres humanos e grandes
animais de tração, para cultivar pequenos campos
geralmente uma vez por ano. E hoje em dia, na era da
agricultura industrializada, os agricultores em grande escala usam equipamentos mecanizados e pesados que podem cultivar milhares de
hectares várias vezes por ano. Ok, agora estamos crescendo mais, estamos cultivando mais, muito mais,
e embora o preparo do solo possa ajudar a soltá-lo e arejá-lo,
o que você acha que acontece quando o maquinário pesado
passa sobre a terra e rasga a superfície várias vezes por ano? Essa prática de arado
de cultivo intensivo repetido compacta as camadas
inferiores do solo, e faz com que ele perca a capacidade de reter água ou nutrientes do local. Além disso, o preparo do solo também reduz qualquer resíduo de colheita restante,
como estoques de plantas. Assim, por sua vez,
a superfície exposta desse solo torna-se realmente vulnerável
ao vento e à chuva. Isso porque nada está o segurando, e fornecendo cobertura. E o que acontece a seguir? O solo solta e pode começar a se
acumular no escoamento superficial e ser deslocado pela erosão. E quando isso acontece, esse solo,
a matéria orgânica e os nutrientes são literalmente lavados ou destruídos. Quem poderia imaginar
que uma caixa de cereal causaria tanto dano assim, não é? Mas calma! Têm coisas boas
acontecendo também. Felizmente, as alternativas
de cultivo de baixa ou nenhuma colheita, podem aliviar alguns desses impactos. Em Palouse, por exemplo, que está
a oeste nos Estados Unidos, temos uma grande área agrícola
onde muitos grãos são cultivados. É realmente importante porque
os campos são muito íngremes, e montanhosos e, com isso, o vento e a chuva podem
causar muita erosão quando o solo é arado pesadamente. E ao não cultivar os campos, os agricultores podem
evitar a erosão do solo, e o mais importante,
do meu ponto de vista, garantir que eles possam plantar
muitos grãos para o cereal. Mas esses cereais não estão totalmente
prontos sem leite, correto? E muitas pessoas utilizam leite de arroz
porque são sensíveis à lactose. E aí entra uma outra necessidade
que é o cultivo de arroz. E geralmente são cultivados
em regiões temperadas e tropicais, muitas vezes em áreas onde a
qualidade do solo não é a melhor. E, por causa disso, faltam nutrientes. Então como esses agricultores fazem os nutrientes irem para o solo? E mais importante ainda, como
eles cultivam arroz para o cereal, e tantas outras coisas em que
esse alimento é utilizado? Eles costumam utilizar o que chamamos
de agricultura de corte e queima, e como o nome já diz, partes da floresta são cortadas,
ou seja, árvores e plantas, e depois são deixadas para secar. E depois os agricultores
pegam os cortes e queimam. E para que isso serve? Simples, as cinzas que sobram
desses cortes são utilizadas para fertilizar o solo. Mas esse é um benefício temporário. Após cerca de três a cinco anos, a produtividade das cortadas e queimadas
começa a diminuir rapidamente devido à perda de nutrientes, e à medida que as ervas daninhas
começam a crescer novamente. E se você não sabe,
uma erva daninha é uma planta que nasce espontaneamente em local
e momentos indesejados e que pode interferir
negativamente na agricultura. Quando isso acontece, os agricultores
simplesmente abandonam a terra se movem para uma nova área
e repetem todo o processo. E o principal impacto disso
é que pode levar décadas para que esses lotes se recuperem depois de cortados,
queimados e cultivados. E essa prática pode se tornar
um ciclo vicioso. Na Amazônia, por exemplo, as pessoas nas áreas rurais
dependem do corte e queimada para ganhar dinheiro vendendo
as safras que cultivam, ou então criar pastagens abertas
para os animais pastarem. Nesse processo, milhares de hectares
são queimados a cada ano e à medida que essas
árvores e plantas queimam, enormes quantidades
de gases de efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono,
são produzidos, o que contribui para mudanças climáticas. E às vezes, os incêndios não
conseguem ser bem geridos, e podem queimar fora do controle o que causa grandes impactos ambientais
e caros de se resolver. Mas calma, nem tudo é tristeza
quando estamos falando do nosso saboroso leite de arroz. Existem alternativas a essa
prática de cortar e queimar que incluem a aplicação
de fertilizante animal, como o estrume, em parcelas usadas para adicionar
nutrientes de volta ao solo ou o uso de cultivos em alamedas em que árvores ou outra vegetação
são plantadas em lavouras para ajudar a manter os nutrientes
e a umidade do solo. Por fim, digamos que eu já tomei
o meu café da manhã, e agora estou relaxando no meu pijama
de algodão super confortável. Mas se você não sabe, o algodão é muito difícil de crescer. Ele requer muitos fertilizantes, e fertilizantes ajudam
as plantas a crescer. Mas isso não é algo ruim, correto? De fato não é. Na verdade, utilizamos
fertilizantes há milênios. Por milhares de anos, as pessoas
utilizaram fertilizantes naturais para repor ou aumentar
os nutrientes no solo e promover o crescimento das plantas. Os fertilizantes naturais
significam que os agricultores usam coisas como sobras de safras, estercos, cinzas de madeira, ossos moídos, peixes ou partes de peixes,
fezes de pássaros e morcegos. No entanto, no início de 1.800, os cientistas descobriram
que o nitrogênio, o fósforo e o potássio eram essenciais para
o crescimento das plantas. E com o tempo, muitos agricultores
começaram a mudar de fertilizantes naturais
para fertilizantes artificiais, e que têm concentrações
mais altas desses nutrientes. E isso aumentou a produtividade
das plantações. Em outras palavras, os agricultores
poderiam cultivar mais, o que significa mais algodão
e mais pijamas confortáveis. Mas tem um porém, agora os agricultores
estão cultivando mais as safras do que em qualquer outro momento
da história, e como já vimos, o uso excessivo de fertilizantes
causa grandes impactos ambientais. Aplicar fertilizantes pode poluir
a água de escoamento, e poluir as águas superficiais locais, e à medida que materiais
ricos em nutrientes como fertilizantes chegam
aos rios, lagos e oceanos próximos, eles causam um desequilíbrio de nutrientes
nos ecossistemas marinhos. Então quando muitos nutrientes
dos fertilizantes saturam o corpo da água, temos o que chamamos de eutrofização, em que esses nutrientes alimentam
o rápido crescimento das algas. E essa enorme proliferação de algas pode sugar todo o oxigênio
dos corpos da água e elevar a uma enorme
mortandade de peixes, formando o que chamamos de zonas mortas. E é um enorme impacto ambiental, não é? Mas claro, existem maneiras de reduzir a quantidade de fertilizantes
lançados nas águas. Os agricultores podem, por exemplo,
limitar a quantidade que aplicam ou então utilizarem compostos
de matéria orgânica decomposta. E, diferentemente dos fertilizantes, esses compostos tendem a ter níveis mais
baixos e seguros de nitratos e fosfatos. Enfim, essas são algumas
práticas do nosso cotidiano que se utilizam de agricultura
e causam impactos ambientais. Eu espero que esta aula
tenha lhes ajudado. E até a próxima, pessoal!