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Curso: Cosmologia e astronomia > Unidade 3
Lição 1: Teoria tectônica de placas- Tectônicas de placas: Diferença entre crosta e litosfera
- Estrutura da Terra
- Tectônica de Placas – Evidência do movimento das placas
- Tectônica de placas: características geológicas dos limites de placas divergentes
- Tectônica de placas: características geológicas dos limites de placas convergentes
- Placas se movendo devido à convecção do manto
- Formação das ilhas havaianas
- Pangeia
- Camadas mecânicas e composicionais da Terra
- Como sabemos sobre o núcleo da Terra
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Como sabemos sobre o núcleo da Terra
Os padrões de detecção de onda P e sombra de onda S nos fornecem informações sobre o núcleo. Versão original criada por Sal Khan.
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Transcrição de vídeo
RKA2MP - E aí, pessoal, tudo bem? Como sabemos que existe um núcleo e que ele é constituído por núcleo externo
líquido e núcleo interno sólido? A resposta vem da mesma técnica
que Mohorovičić utilizou em 1909 para ver como era o comportamento
e como se medem as ondas sísmicas, ou seja, as diferentes distâncias
de um terremoto. Portanto, imagine que você tenha
um terremoto aqui em zero graus e vamos relembrar algumas coisas aqui. Primeiro, lembre-se que as ondas-P
podem atravessar qualquer coisa, ou seja, elas viajam através
de qualquer material. Agora, as ondas-S, as ondas secundárias,
são ondas transversais, com isso, elas podem viajar
somente pelos sólidos. Portanto, se um terremoto acontece
no grau zero, e você tem um sismógrafo para medir isso, e eles são extremamente sensíveis
a ponto de medir terremotos que ocorrem a milhares de quilômetros
de distância, e aí aparece aquilo que chamamos
de sombra da onda-S. Aí, você pode medir essas ondas. Você pode percorrer o caminho por aqui,
por aqui, por aqui também, e aí você consegue medir essas ondas. Você pode medir todos estes pontos. Ou seja, estávamos em zero grau e fomos
caminhando até chegar em 105 graus. Quando você chega aqui,
você não consegue mais medi-las. Elas não chegam por alguma razão,
embora devessem chegar. Poderiam até chegar mais fracas,
mas as ondas deveriam chegar. Ou seja, do nada, você não tem mais sinais
de ondas-S. Nesta área todinha aqui,
você não tem nenhuma onda-S. Eu poderia até virar a imagem e você vai
ver algo simétrico do outro lado do globo. Ou seja, nesta área aqui também
não tem ondas-S. Você só consegue ver a 105 graus
nesta direção e nesta aqui também. A única explicação para isso
é que existem alguns materiais que as ondas-S não conseguem atravessar, até porque nós sabemos que as ondas-S
só viajam através dos sólidos. Então, depois desses 105 graus,
tem alguma coisa que é líquida, ou seja, tem uma camada líquida. O que eu estou querendo dizer é que tem
uma camada no núcleo externo que é líquida, e essa camada impede que as ondas-S
passem por ela. As ondas-S só viajam pelos sólidos. E aí, essas ondas são conduzidas
para a sombra da onda-S. Isso nos mostra que tem um núcleo
com pelo menos uma parte externa líquida. Nós ainda nem sabemos se a parte interna
é líquida ou sólida, mas, com toda certeza,
a parte externa é líquida. E aí vem a próxima parte: como sabemos
que existe um núcleo interno? Podemos utilizar as ondas-P para isso. Elas podem atravessar qualquer coisa, mas viajam mais rápido em um material
mais denso, com isso, elas fazem refração para fora. E as ondas-P se movem mais lentamente
em líquidos. Nós conseguimos medir os padrões
de refração utilizando sismógrafos ao redor do mundo. E aí, o comportamento dessas ondas-P,
quando saem do manto e entram no núcleo, começa a ficar mais lento, indicando
que o núcleo externo é líquido. E aí são refratadas de novo. Basicamente, o comportamento delas
dentro do núcleo externo é o que esperamos, mas, se você observar estações mais distantes e utilizar computadores mais sofisticados
para coletar esses dados, você percebe que, inicialmente, as ondas-P
são refratadas para o núcleo externo e ficam mais lentas, indicando que estão
no núcleo externo. Mas, depois, meio que passam
para um material mais denso, indicando que está sólido, indicando que existe um outro tipo
de núcleo, que é o chamamos de núcleo interno, Depois, são refratadas,
como esperamos que aconteça. Ainda existe o que chamamos de sombra
das ondas-P, que é esta parte aqui. Elas estão indicando que acontecem
coisas bem estranhas no núcleo. Mas, basicamente, as ondas-P nos ajudam
a entender a estrutura da Terra. Elas nos ajudam a ver
que existe um núcleo externo que é líquido e um núcleo interno,
que é um pouco mais sólido. Isso é graças aos diferentes meios
e densidades. Ou seja, graças a isso, conseguimos dizer
que este núcleo é sólido. Claro, existe muita matemática
por trás disso. Mas, se você conhecer a velocidade das ondas
em cada tipo de material, você já consegue descobrir isso, ou seja, você vai descobrir
a que profundidade as coisas acontecem. Portanto, tem uma transição entre o manto
e o núcleo mais externo, e outra transição entre o núcleo externo
e o núcleo interno. Eu espero que esta aula tenha te ajudado.
Até a próxima, pessoal!