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Curso: Cosmologia e astronomia > Unidade 3
Lição 2: Ondas sísmicas e como conhecemos a estrutura da TerraA Descontinuidade Sísmica de Mohorovicic
A Descontinuidade Sísmica de Mohorovicic - limite entre crosta e manto (ou Moho). Versão original criada por Sal Khan.
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Transcrição de vídeo
RKA2MP - E aí, pessoal, tudo bem? Nesta aula, nós vamos falar a respeito
da descontinuidade de Mohorovičić. A primeira pessoa que surgiu com a ideia de que a Terra tem várias camadas
foi Andrija Mohorovičić. Ele foi um meteorologista e sismólogo. Ele percebeu isso em 1909,
em um terremoto que aconteceu na Croácia, mais ou menos ao sudeste de Zagreb,
mais ou menos aqui. Para a sorte dele,
e para a nossa também, tinha um monte de estações sismográficas
nessa mesma região. O que essas estações faziam?
Basicamente, eram instrumentos instalados que serviam para medir as ondas sísmicas
quando elas passassem pelo local. O interessante é que Andrija notou, que se a Terra fosse uma matéria única
e uniforme, mais ou menos igual a esta
que eu estou desenhando, ela ficaria mais densa conforme fôssemos
descendo e haveria um certo tipo de refração, ou seja, uma refração contínua
e em curvas. Por exemplo: digamos que você tenha
um terremoto aqui nesta Terra uniforme, ou seja, uma Terra apenas
com uma única camada, apesar de que, cada vez
que você chegasse mais próximo do centro, ficasse mais densa, ou seja, quanto mais
próximo estivesse do terremoto, mais rápido a onda chegaria, ou seja, chegaria aqui primeiro,
depois aqui, depois aqui e depois aqui. E estas são as ondas de corpo. Elas atravessariam a Terra
através da crosta terrestre. Quanto mais longe você estiver
do terremoto, o tempo que demora para as ondas
atingirem certo ponto será proporcional à distância do terremoto. Deixe-me colocar isso aqui
em termos de gráfico. Nós temos o eixo horizontal,
que vai ser a distância, e, no eixo vertical, nós temos o tempo. E aí, o nosso gráfico vai ser uma reta. Isso acontece porque você está viajando com aproximadamente a mesma velocidade
em todos estes arcos. Talvez viaje um pouco mais rápido
em locais mais fundos, mas, de modo geral,
estes arcos possuem a mesma velocidade. E a distância destes arcos é proporcional à distância ao longo da superfície. Basicamente, eles estão se propagando
com a mesma velocidade, apenas estão viajando em distâncias diferentes, mas o tempo de duração
será proporcional à distância. Quando ele mediu o momento
em que essas ondas do terremoto atingiram diversas estações sismográficas, ele percebeu algo interessante. Claro, essa teoria ele idealizou no caso
da Terra ter apenas uma camada. Mas, então, colocando no gráfico de novo, aqui nós temos a distância e aqui o tempo. No quilômetro 200,
ou a 200 km de distância do terremoto, ele viu exatamente o que esperamos
de uma Terra contendo apenas uma camada, ou seja, o tempo para a onda chegar
era proporcional à distância. Mas, com 200 km,
ele percebeu algo interessante. De repente, as ondas estavam chegando
mais rápidas. A inclinação mudou. Levou menos menos tempo
para chegar a pontos mais distantes. Por algum motivo, as ondas chegam
mais rápido nessas estações a mais de 200 km de distância. De algum modo, estavam mais aceleradas,
estavam se movendo mais rápido. Foi ele que percebeu
que isso se devia ao fato das ondas que chegam às estações
mais distantes terem atravessado uma camada
mais densa da Terra. Vamos pensar no que isso significa. Se uma camada é mais densa,
podemos explicar por que isso acontece. Se temos uma camada assim, e hoje sabemos (que essa camada é a crosta), e depois você tem uma camada
mais densa (que sabemos que é o manto), e com isso, se tivermos um terremoto
aqui na crosta, a velocidade vai ser proporcional. Com isso, se tivermos um terremoto,
enquanto ele estiver na crosta, ele vai ser proporcional,
e isso até 200 km de distância. Mas, se essas ondas forem
a uma profundidade maior, elas vão ser refratadas,
passando de 200 km. E, claro, a velocidade da onda vai mudando, vai chegar aqui mais rápido
do que está a 200 km. E aí Mohorovičić pensou: "Espera aí, deve ter
uma camada mais densa onde essas ondas estão sendo refratadas!" E, de fato, é o que chamamos de manto. E a fronteira entre o que chamamos
de crosta e essa camada mais densa
que chamamos de manto foi nomeada em homenagem a ele. É o que chamamos de descontinuidade
de Mohorovičić. Às vezes, você só escuta
"descontinuidade de Moho"., é uma forma abreviada de falar. E o interessante é que,
com essas informações dos terremotos, foi possível descobrir a verdadeira
composição da Terra. Isso porque ninguém tinha escavado
um buraco tão fundo, ou seja, ninguém cavou um buraco
até chegar ao manto, ao núcleo externo ou ao núcleo interno. Nas próximas aulas, nós vamos continuar
utilizando informações de terremotos para descobrirmos que o núcleo externo
é líquido e o núcleo interno é sólido. Eu espero que esta aula tenha te ajudado.
Até a próxima, pessoal!