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Curso: Cosmologia e astronomia > Unidade 4
Lição 2: Humanidade na Terra- Visão geral sobre a evolução humana
- Entendendo a Notação do Calendário
- Correção na notação do calendário
- Desenvolvimento da Agricultura e da Escrita
- A agricultura de "firestick" na Austrália
- Aprendizagem coletiva
- Thomas malthus e crescimento populacional
- Agricultura e população mundial
- Informações sobre energia para cultivo de um hectare de terra
- Previsões aleatórias para 2060
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Aprendizagem coletiva
Como a linguagem simbólica leva à aprendizagem coletiva e como esse é um dos aspectos verdadeiramente diferenciadores dos seres humanos em relação ao restante do reino animal. Versão original criada por Sal Khan.
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- Então porque será que, com tanta diversidade de espécies em nosso planeta, nós humanos fomos os únicos a desenvolver a comunicação para um nível mais avançado?(4 votos)
- A evolução não é algo unidirecional e igual para todas as espécies, já que cada espécie apresenta características variadas e a depender dos fatores que nela foram impostos. Padronizar a comunicação com base naquela desenvolvida pela espécie humana, por mais que seja interessante para estudos científicos, deve ser uma atitude cautelosa. Diferentes espécies apresentam níveis de comunicação diferentes e de acordo com as necessidades evolutivas de cada uma. Seres humanos não são especiais, complexos, extremamente interessantes, mas não são o modelo de evolução da natureza. Desenvolvemos nosso nível de comunicação "avançado", pois na seleção natural, esse foi um dos meios encontrados de perpetrar a espécie.(19 votos)
- por que você escreveu imprecisa co ç(1 voto)
Transcrição de vídeo
RKA4JL - Se existe uma coisa que diferencia os seres humanos de outras espécies é o fato de os seres humanos serem
ótimos comunicadores. Mas melhor que isso, existe outro aspecto, que é que os seres humanos podem passar por um processo de aprendizagem coletiva. A maneira como isso funciona é bastante curiosa e é uma ferramenta bastante poderosa. Mas antes de começar a dizer como ela funciona, vamos analisar um grupo dos nossos parentes mais próximos evolutivamente, que são os chimpanzés. Como que eles passam conhecimento? Então, vamos supor que um chimpanzé,
ao longo de sua vida, aprenda um grupo de habilidades
representado por essa caixa aqui. O problema começa quando esse chimpanzé tem que ensinar essas habilidades para outros chimpanzés do grupo, que podem ser seus filhotes, por exemplo, ou outros chimpanzés que entraram no grupo. Quando ele for passar esse conhecimento para esses outros membros do grupo, o problema começa, porque a linguagem... o modo de passar o conhecimento dos chimpanzés, até onde a gente sabe eles não possuem uma linguagem, uma linguagem simbólica (e eu já vou falar sobre linguagem simbólica e qual a diferença entre simbólica e não simbólica), Mas até onde a gente sabe, eles não possuem uma linguagem simbólica. Então, a única maneira de eles mostrarem para outros chimpanzés o que eles fizeram, o que eles aprenderam, é mostrando e não mostrando e falando. Então, isso acaba se tornando uma
maneira muito imprecisa de passar conhecimento para
outros membros do grupo. Então, quando um chimpanzé for aprender essas habilidades, ele vai aprender só uma parte dessas habilidades, o que não vai corresponder à habilidade total. Pode ser que, ao longo da vida desses chimpanzés, eles aprendam todas essas outras habilidades ou pode ser que eles não aprendam. Mas de qualquer forma, eles não vão conseguir aprender todas as habilidades do chimpanzé 1 porque a linguagem e a transmissão de dados, a transmissão das informações, se torna muito imprecisa pela falta de uma comunicação, de uma língua precisa, uma forma de comunicação precisa. OK. Então, tendo isso em vista, vamos agora analisar o caso dos humanos, que nós sabemos que têm uma linguagem simbólica, e eu já vou diferenciar a linguagem simbólica de não simbólica. Mas primeiro, eu vou fazer esse
diagrama com os humanos. Então, vamos supor que um ser humano aprenda um conjunto de habilidades, e depois ele passe essas habilidades para os seus parentes, aos seus filhotes, ou novos membros que entraram na tribo. Essa linguagem, por a gente possuir
uma linguagem simbólica (eu estou usando bastante esse termo, mas não se preocupem, pois eu já vou explicar o que é), por a gente possuir uma linguagem simbólica, isso se torna uma transmissão muito
mais precisa e eficiente do que a transmissão de dados dos chimpanzés, que então fica imprecisa e ineficiente. Então, isso possibilita que os novos indivíduos aprendam essas habilidades. Pode ser que não aprendam tudo, por exemplo (deixe-me fazer um retângulo um pouco menor aqui). Pode ser que não aprendam tudo. Esse aqui pode ser que aprenda um pouquinho mais, mas isso ainda possibilita que eles aprendam suas próprias habilidades (deixe-me fazer de outra cor) aprendam suas próprias habilidades. Vamos
supor que este aprendeu a fazer... vamos supor, um exemplo bem banal, vamos supor que ele aprendeu a fazer fogo, e esse outro indivíduo aqui, aprendeu a
fazer uma roda, vamos supor. A aprendizagem coletiva permite que esses membros troquem as informações entre eles, troquem as habilidades entre eles por causa, ou por meio, da linguagem
precisa e eficiente. Então, esse membro do grupo poderia
conversar com esse membro e passar essa informação de como fazer uma fogueira. Então, esse membro saberia como
fazer uma fogueira e uma roda. Então, um próximo membro, vamos supor, o próximo... (deixe-me fazer de roxo, que era
a cor que eu estava usando) o próximo membro aprende as habilidades desse primeiro membro, então aprende a fazer fogo e depois ele precisa aprender a fazer uma roda. Só que não necessariamente ele precisa
aprender a fazer essa roda. Por causa da aprendizagem coletiva, ele pode simplesmente se utilizar... isso aqui pode ser um indivíduo ou pode ser um grupo, uma sociedade que saiba fazer uma roda. Eles podem simplesmente dar a
roda para esse outro membro, ou esse outro grupo social aqui. Eles podem utilizá-la sem aprender a utilizar a roda. Mas vamos supor que ele aprendeu utilizar a roda. Como vocês podem ver, o número de habilidades dos indivíduos vai subindo e isso ainda porque esse membro pode aprender e desenvolver suas próprias ideias, seus próprios conceitos e descobrir
coisas que só ele sabe. Então, vocês podem se perguntar: "então vai chegar uma hora em que a quantidade de conhecimento de um indivíduo vai ultrapassar a quantidade de memória
de um ser humano?" E talvez isso seja um dos motivos pelos quais o ser humano tem uma memória relativamente grande, tem uma capacidade cognitiva relativamente grande. Pode ser que seja para armazenar essas informações. E notem que aqui eu nem estou falando
ainda de linguagem escrita. Eu estou falando apenas de linguagem simbólica. A linguagem escrita leva isso tudo a um outro nível. Só que agora, então, vamos falar
sobre a linguagem simbólica. Mas para falar da linguagem simbólica, eu vou começar com a linguagem não simbólica, que, no caso, seria a que os chimpanzés utilizam. Então, quero que vocês pensem no
latido de um cachorro. O latido de um cachorro pode significar,
por exemplo, uma ameaça. Eu quero também que vocês pensem, vamos ver.... no canto de um passarinho, que pode significar que ele está no período fértil, no clima para a reprodução. OK. Essas duas maneiras de comunicação, sim, são maneiras de comunicação. Vocês podem dizer: "mas eles também se comunicam, então". Só que essas maneiras de comunicação são maneiras não simbólicas e vocês já
vão entender o que isso acarreta. Então, em uma linguagem não simbólica,
eu tenho, por exemplo, um som 1 que vai me desencadear uma reação 1, que no caso vai significar, por exemplo, uma ameaça. Então, vou colocar aqui reação.... ou melhor, significado 1 (eu abreviei "significado", aqui). Depois, eu posso ter um som 2 que, vamos supor, seja "eu achei comida". Então, tem um significado 2. E depois, eu posso ter, por exemplo, um som 3, ou melhor, um gesto 3. Vamos colocar um gesto. (deixe eu só... mudei o tamanho do pincel sem querer). Então, nós vamos ter depois um gesto 3, que vai ter um significado 3. OK. E isso aqui é a linguagem não simbólica. E agora, então, vamos para a linguagem simbólica. Na linguagem simbólica, nós vamos ter,
por exemplo, o som 1 que vai nos dar o significado 1. Nós também temos o som 2 que pode
nos indicar o significado 2. E também podemos ter o gesto 3, ou o som 3, que vai ter um significado 3. Então, vocês podem se perguntar: "mas qual é a diferença, então, entre a linguagem não simbólica e a linguagem simbólica?" Na linguagem simbólica, esses sons podem ser utilizados junto com outros sons para ter um significado totalmente diferente. Vamos supor que eu pegue o som 1, o som 2, o som 3 e isso aqui vai ter um significado, agora, 4. Vamos supor, então, que eu tenha o som 3, o som 1 e o som 2, e isso aqui vai ter um significado 5. Vamos supor que o som 1 seja "cachorro", o som 2 seja "come" e o 3 seja "humano". Aqui nós teríamos, por exemplo,
"cachorro come humano". Isso teria um significado totalmente diferente do que cada um desses sons representa. Agora, nesse outro caso, nós temos humano (aqui, acho... espere aí, vou colocar
aqui o som 2 e aqui o som 1). Então, aqui eu tenho "humano come cachorro" e isso tem um significado totalmente diferente, embora eu só tenha mudado o som, aquele único som que eu tinha ali. Então, o que acontece na linguagem simbólica (aqui eu vou escrever linguagem - minha letra está horrível hoje - linguagem simbólica). O que eu tenho na linguagem simbólica
é que quanto mais sons eu tiver, mais significados eu vou ter. Então, se eu tiver, sei lá, milhares de sons, eu vou ter quase infinitos significados e isso permite uma linguagem, uma comunicação eficiente. Isso permite, por exemplo, originar
gramática, vocabulários e novas maneiras de comunicar, ou novas maneiras de representar algumas coisas. E isso também nos dá uma capacidade incrível, que é uma capacidade de definir o que é abstrato. Então, nós não estamos mais presos a definir apenas, por exemplo, um copo, uma mesa, coisas concretas, mas agora podemos
definir também coisas abstratas como, por exemplo, um pensamento,
uma sensação, uma emoção e é isso que garante aos humanos essa capacidade incrível de passar conhecimento de geração em geração.