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Cosmologia e astronomia
Curso: Cosmologia e astronomia > Unidade 4
Lição 4: Vida no UniversoCivilizações detectáveis em nossa galáxia 1
Uma estrutura para pensarmos sobre quantas civilizações detectáveis haveriam lá fora. Versão original criada por Sal Khan.
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Transcrição de vídeo
RKA4JL - E aí, pessoal,
tudo bem? Na Via Láctea existem entre
100 e 400 bilhões de estrelas e a pergunta que eu faço
é a seguinte: será que existe alguma civilização
orbitando essas estrelas? E se existirem, será que elas
podem ser contatadas? Ou será que elas atingiram
o nosso mesmo nível tecnológico? E é possível emitirem
ondas eletromagnéticas por aí? Será que essa civilização
é parecida conosco? Será que tem alguém,
por exemplo, assistindo TV? Eu não posso responder isso, até porque essa é uma pergunta
muito ampla, ou seja, nós não temos informações necessárias
para respondê-las. Mas nesse vídeo, eu quero pensar em uma forma
de estimar isso, isto é, estimar quantas civilizações
há na Via Láctea. Existe uma fórmula para isso. Eu não sei
se você já ouviu falar da chamada
"fórmula de Drake". Então nesse vídeo nós vamos estudar
esta equação e colocar a nossa própria versão
da equação de Drake, ou seja, a fórmula vai ser
um pouco diferente, mas terá a mesma lógica
de pensamento. Quem sabe,
em um futuro vídeo, eu não possa colocar
a verdadeira fórmula de Drake? Essa fórmula vem
de Frank Drake, que é um professor da
Universidade da Califórnia em Santa Cruz, e ele foi o primeiro
a pensar nessa estrutura. Por isso a fórmula
tem seu nome. Essa equação, embora não seja
tão fácil assim de aplicar, ela leva a uma questão, que é: “Quantas civilizações
existem na galáxia?” Para começar, vamos pensar
um pouco diferente do que o Frank pensou. Então, quantas estrelas novas
surgem a cada ano? Eu vou chamar de “n”
o número de civilizações que podem existir
na Via Láctea. E mais uma vez, lembre-se que podem existir
várias civilizações aqui nessas estrelas. Talvez um planeta aqui
que tenha água, talvez vida inteligente. Mas de qualquer jeito,
eles não podem ser contatados. Talvez não tenham tecnologia
para enviar sinais. Enfim, eles não conseguem
se comunicar de alguma forma com a gente. Aqui nós estamos falando
de civilizações como a nossa, isto é, em algum nível
usando tecnologia parecida com a nossa. É isso que eu quero dizer
com “detectável”: o que pode existir. Então vamos colocar aqui
o igual e então eu vou começar
pelo nosso número de estrelas, ou seja, o número de estrelas
no nosso sistema solar. Eu vou chamar isso
de “n*” (asterisco). Nós dissemos que existem,
mais ou menos, de 100 a 400
bilhões de estrelas no nosso sistema solar. Então, aqui,
o número de estrelas. Lembrando que isso aqui é o símbolo
de cardinalidade de um conjunto, ou seja, a quantidade.
É número. Então, o número
de estrelas na galáxia. Lembrando que existem entre
100 e 400 bilhões de estrelas no nosso sistema solar. Nós não sabemos quantas
são acessíveis, e se são acessíveis. O centro da galáxia
é um grande borrão, não sabemos o que tem
do outro lado, até porque nem vemos
todas as estrelas lá no centro. Então isso aqui é um chute. Nós temos entre 100
e 400 bilhões de estrelas. Agora, vamos supor que existam
planetas em seu redor. Então vamos multiplicar
as estrelas pelos planetas. Então, pela frequência
de possuir um planeta. Então isso aqui
vai ser as chances
de terem planetas. Então se isso aqui
são 100 bilhões, vamos dar um chute,
um palpite, sobre isso aqui? Até porque todos os dias se descobrem coisas
exuberantes no espaço, então, talvez,
isso aqui seja ¼ da quantidade
de estrelas. E se estou dizendo que isso aqui
é 100 bilhões dividido por 4, nós temos, aproximadamente,
25 bilhões de planetas. Isso não quer dizer que existam
civilizações nesses planetas. Poderia ser, por exemplo, Júpiter, Netuno
ou Mercúrio. Poderia até ter planetas
capazes de sustentar uma vida, isto é, um centro rochoso,
água líquida por fora, mais ou menos isso que pensamos
que é necessário para a vida. Então nós vamos multiplicar isso
pelo número de planetas bons, ou seja, nós não sabemos
exatamente se pode ter vida neles, mas eles estão próximos
das estrelas e não são nem tão quentes
e nem tão frios, quer dizer,
têm gravidade, água. Não sabemos o que isso significa
exatamente, mas vou colocar aqui
a média de planetas capazes de manter a vida. De novo, nós não temos
a resposta para isso, nós não sabemos
o número exato. Talvez 0,1 por cento
de qualquer sistema solar pode ter planetas que são capazes
de manter vida. Quer dizer, nós não temos
a resposta exata para isso, então eu vou chutar
que talvez seja 0,1 mesmo. E aqui as chances
de terem planetas, de novo, nós não temos
o número exato, talvez seja ¼. Então, por hora,
se nós quisermos saber o número de civilizações
que podem existir na Via Láctea, nós pegamos o número
de estrelas na galáxia, multiplicamos pelo número
de chances de terem planetas e multiplicamos
pela média de planetas capazes de manter a vida. Mas, de novo, não é porque
você tem os ingredientes que, necessariamente,
você terá essas civilizações. Ou melhor, não significa que você terá a vida
acontecendo nessas civilizações. Então vamos multiplicar isso
pela porcentagem de ter vida. Então aqui vai ser a chance
de ter vida neles. Pode ser que aconteçam
essas coisas aqui, e então vamos dizer
que a chance de ter vida seja de 1 em 10, ou seja, talvez 1 em cada 10 planetas
possuam vida. Para ser sincero, eu acho
que esse número é até maior, porque a vida é tão forte
e é gerada tão estranhamente que eu acho que vou até mudar
esse número aqui e vou colocar 0,5. Então vou colocar aqui ½. Claro, estou assumindo que todas essas coisas
que estão acontecendo, talvez até alguns planetas
já tiveram vida e quem sabe foram destruídos
por uma guerra nuclear, isto é, quem sabe algum planeta
teve vida em algum ponto
de sua história. Agora, essas civilizações podem ter vidas inteligentes. Por exemplo,
se os dinossauros não tivessem sido atingidos
por um asteroide, eles não teriam evoluído a ponto de poderem assistir TV,
usar a internet, entre todas essas outras coisas,
ou seja, isso é uma circunstância anormal. Então pensando nisso,
vamos multiplicar isso pela chance de ter
vida inteligente. Então isso aqui
será a vida inteligente. E claro, eu vou chutar isso aqui
em 1 sobre 10, ou seja, provavelmente 1 planeta
a cada 10 planetas possui vidas inteligentes. E é importante você observar
este ponto aqui quando nós falamos
de vidas inteligentes. Nós temos todos esses exemplos
aqui de vida, mas o que interessa para a gente
é se tem vida inteligente no planeta. Isso porque nós acreditamos
que somente vida inteligente é capaz de se comunicar
com a gente, isto é, achar algum meio
de se comunicar com a gente. Mas, claro, mesmo que se tenha
vida inteligente, não necessariamente terá
a sofisticação tecnológica necessária para se comunicar com a gente,
ou seja, para usar ondas de rádio
para comunicação ou qualquer outro meio
de comunicação, como, por exemplo, aqui, quando ainda não tínhamos sofisticação necessária para nos comunicarmos. Então nós vamos multiplicar
tudo isso daqui pela fração dos que usam
a comunicação. E então, essa comunicação
nos permite contatá-los. Então isto aqui são
os detectáveis. Isso daqui dará o número
de civilizações detectáveis, ou melhor,
civilizações com vida que se tornam detectáveis a nós. Mas, claro, essas civilizações podem até se destruir ou existir por um pequeno período de tempo, o que nem daria tempo
da gente detectar nada. Então, por exemplo, se nós vemos
uma estrela a 10 mil anos-luz, significa que esse sinal
foi lançado 10 mil anos atrás. Então o que nós conhecemos
desse sinal é a fração que está chegando
agora para nós. E nós multiplicamos tudo isso
pela média de vida de uma civilização. Então L será a vida útil
ao longo da vida da estrela e eu vou dividir isso por T,
que vai ser a média de vida da estrela. Então aqui o Ts será
a média de vida da estrela. Mas, claro,
aqui eu estou falando de média de vida de uma estrela,
e eu vou pegar, por exemplo, uma supernova. Eu poderia até dizer
a expectativa de vida média para o planeta
ou qualquer outra coisa, mas nós estamos assumindo que
as nossas estrelas são as supernovas, ou seja, você não terá chance
de vida na Terra para se desenvolver mais. Então talvez isso aqui aconteça
a cada 10 mil anos e isso aqui acontece
a cada 10 bilhões de anos. Se você multiplicar
tudo isso daqui, você terá o número
de civilizações detectáveis em nossa galáxia agora. E claro, esse número
nós vamos discutir futuramente com uma versão mais famosa
da equação de Drake. Também, eu vou falar mais um pouco desse pedaço aqui, porque eu acho que é um pouco confuso. Mas é isso aí, pessoal.
Até a próxima aula!