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Curso: Cosmologia e astronomia > Unidade 1
Lição 4: Big bang e a expansão do universo- Introdução ao Big bang
- Raio do universo observável
- Raio do universo observável (correção)
- Desvio para o vermelho
- Radiação cósmica de fundo
- Radiação cósmica de fundo 2
- Lei de Hubble
- Um universo menor do que o observável
- Como o universo pode ser infinito se ele começou a expandir 13,8 bilhões de anos atrás?
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Radiação cósmica de fundo 2
Radiação cósmica de fundo 2 - Desvio para o vermelho da radiação cósmica de fundo. Versão original criada por Sal Khan.
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Transcrição de vídeo
RKA4JL - Vamos iniciar mais uma aula
da Khan Academy Brasil. No último vídeo aprendemos
que 380 mil anos após o Big Bang, que ainda é cerca de
13,7 bilhões de anos atrás, cada átomo no espaço que estava
com temperatura em torno de 3.000 Kelvin estava emitindo
radiação eletromagnética. Uma vez que havia pontos no universo, aquela
radiação apenas agora está nos alcançando. Ela está viajando há cerca de
13,7 bilhões de anos. Então, quando olhamos para a radiação
que está viajando por tanto tempo, podemos olhar para qualquer direção
e veremos que esta radiação é uniforme. Essa radiação foi deslocada
para o vermelho na faixa de micro-ondas a partir das frequências mais altas
em que realmente foi emitida. Agora, uma pergunta que pode surgir é: o que acontece se
esperarmos um bilhão de anos? Se esperarmos um bilhão de anos, se tivermos mil, 380 mil
anos após o início do universo, essas coisas não serão
mais apenas átomos. Terão começado a se
condensar em estrelas reais. O universo em todos os pontos
do espaço não será mais uniforme. Na verdade, começaremos a ter
condensação em estrelas. Se avançarmos um pouco mais,
veremos que o universo se expandirá. Acho que vou desenhar só a metade,
já que foi expandido, mas agora de repente temos estrelas. Estes não são apenas átomos
uniformes espalhados pelo universo. Na verdade, temos
condensação em estrelas e então, se você olhar o que está
sendo emitido dos pontos no espaço, dos quais só agora estamos recebendo
essa radiação cósmica de fundo, se esperarmos um bilhão de anos, a luz que vemos nesses pontos no
espaço não será radiação uniforme. Vai começar a se parecer um pouco mais
com as partes mais maduras do universo. Estaremos, essencialmente, olhando para
o universo um bilhão de anos após o Big Bang quando as estrelas e outras
estruturas se formaram. Portanto, a questão é: em um bilhão de anos, essa radiação cósmica
de fundo em micro-ondas desaparecerá. Estou usando bilhões apenas para usar um
número arbitrário, mas acabará desaparecendo? E a resposta é sim e não. Então é verdade que esse ponto
no espaço vai amadurecer. Ele amadurecerá em um bilhão
de anos e não será mais tão uniforme, mas o que você precisa pensar
é que existem outros pontos no universo. Ao mesmo tempo havia outros pontos
que também emitiam essa radiação, e os fótons originais, esses pontos originais,
ainda não chegaram até nós. Desses pontos mais distantes,
agora o universo é observável, podemos ver apenas a radiação eletromagnética
que está viajando por 13,7 bilhões de anos. Em outro bilhão de anos, o universo
será um bilhão de anos mais velho, e então haverá radiação que está
viajando por 14,7 bilhões de anos. Desta forma, começaremos a observar isso no mesmo período de tempo
no universo, será apenas de mais longe. O que eu quero
que você perceba é que, uma vez que esses pontos estavam ainda
mais distantes onde a radiação foi emitida, o que veremos em um bilhão de anos
será ainda mais desviado para o vermelho. Nesse ponto, a radiação cósmica
de fundo que vemos terá comprimentos de onda maiores
do que o espectro de rádio. Vai ficar mais vermelho, e devo dizer mais vermelho
porque já somos vermelhos. Bem, seria mais vermelho
do que a radiação de micro-ondas. E claro, isso é engraçado
porque a radiação de micro-ondas já é mais vermelha do que
a luz vermelha visível. Ela tem um comprimento de onda mais longo,
e isso vai continuar acontecendo. Continuaremos recebendo radiação à medida
que avançamos mais e mais no futuro. Continuaremos recebendo radiação
de outros pontos do espaço, que ficará cada vez mais
alterado para o vermelho. Os comprimentos de onda reais dessa luz
eletromagnética serão cada vez maiores até que realmente não possamos nem
mesmo vê-la como luz eletromagnética, porque ela será deslocada para
o vermelho até o infinito. Terá um comprimento de onda infinito. Eu quero mostrar a você que em algum
ponto haverá uma espécie de limite onde não poderemos nem mesmo
obter radiação de mais longe. Vou desenhar um diagrama disso. Então vamos dizer que
este é o universo, e que este seja o universo 13,7
bilhões de anos atrás, quando aquela radiação, que é o que agora vemos
como radiação cósmica de fundo em micro-ondas, quando ela começa a ser concebida. Digamos que esse é o ponto
do universo onde estamos agora. Então aqui somos nós. Digamos que esse é o ponto no universo onde observamos a radiação de fundo
agora, ou este é um dos pontos. Obviamente, poderíamos formar
um círculo ao nosso redor. Pode ser qualquer um
desses pontos aqui, onde os fótons, a radiação eletromagnética
que foi emitida de seu ponto 380 mil anos após o início do
universo, está apenas agora nos alcançando. Sendo assim, esse é
o ponto no universo a partir do qual estamos observando
a radiação cósmica de fundo. Esse ponto no universo, agora, amadureceu
em coisas que parecem estrelas, galáxias e planetas e se olhassem para o nosso ponto no espaço, eles também veriam radiação
cósmica de fundo vinda de nós. Não é como algum tipo de lugar antigo, é que a luz que estamos
recebendo deles agora é a luz velha, luz que aquele ponto no espaço emitiu antes
de ser capaz de amadurecer em estruturas reais. Logo, esse é o ponto no espaço do qual estamos
recebendo radiação cósmica de fundo agora. Vamos pegar outro ponto no
espaço com qualquer distância. Bem, na verdade, é estimado
em cerca de 46 bilhões de anos-luz. Naquela época, quando as coisas
estavam apenas começando a ser emitidas, isso era apenas cerca de
36 milhões de anos-luz. Esta é uma estimativa muito aproximada,
porque é realmente baseada em quão rápido presumimos
que o universo está se expandindo, mas era muito menor do que
46 bilhões de anos-luz. Agora vamos percorrer a mesma distância
novamente a partir deste ponto no espaço. Isso foi há 380 mil anos. Agora vamos avançar 380 mil
anos após o Big Bang, que é aproximadamente 13,7 bilhões
de anos atrás. Vamos dar uma olhada agora.
Eu vou desenhar um pouco maior. Agora, se fizermos um pouco
maior, aqui é onde estamos. Este ponto no espaço do qual só agora estamos
recebendo aquela radiação cósmica de fundo está aqui, e então este outro ponto
no espaço estará bem aqui. Isso tudo, agora, é da ordem de
46 ou 47 bilhões de anos-luz. Essa distância também será de
46 bilhões de anos-luz. Cada ponto no espaço naquela
época estava emitindo essa radiação. Temos essa radiação uniforme, e eram apenas
átomos de hidrogênio por toda a parte. São átomos de hidrogênio quente. Esse aqui está recebendo
o que vem desse aqui. Estamos apenas agora, 13,7 bilhões de anos
no futuro, recebendo fótons desse ponto. Esse pouco verde só
agora vai receber fótons. Quando ele olha
para o ponto no espaço, ou as coisas que ele pensa
serem pontos no espaço, ou as coisas que ele pensa que são pontos no espaço
lá fora, verá aquela radiação uniforme. Da mesma forma, esse ponto aqui
só agora receberá fótons do ponto no espaço onde estamos agora,
como era 380 mil anos após o Big Bang. A mesma coisa daquele ponto no espaço:
os fótons só chegarão agora. Então temos que os
fótons desse ponto aqui levaram 13,7 bilhões de anos
para chegar a este ponto aqui, que agora está a 46 bilhões
de anos-luz de nós, e o universo continua a se expandir. O universo está se expandindo mais rápido
do que a luz pode nos alcançar. Isso nunca, jamais nos afetará. Então há algum limite,
alguma distância da qual nunca obteremos luz
durante este período de tempo, ou, na verdade, da qual nunca, jamais,
obteremos qualquer radiação eletromagnética. E a resposta é que a radiação cósmica de fundo daqui
ou a radiação cósmica de fundo desse ponto começará a amadurecer
e não será tão uniforme se avançarmos 400 milhões
de anos ou bilhões de anos, mas obteremos radiação
uniforme de mais longe, que será ainda mais deslocada
para o vermelho. Quanto mais avançarmos no futuro,
a radiação de fundo que obteremos será cada vez mais distante e será
cada vez mais deslocada para o vermelho. Em certo ponto seria tão
deslocado para o vermelho que nem mesmo observaríamos
como radiação eletromagnética. E há um limite onde
não observamos mais nada porque, além disso, a luz não
foi capaz de realmente nos atingir. E é isso. Terminamos esta aula.
Até a próxima!