Escala da distância às estrelas mais próximas

RKA3JV - E aí pessoal, tudo bem? Antes de a gente começar a falar de algumas coisas fora do Sistema Solar, eu quero dar alguns passos para trás, porque eu encontrei uma figura muito boa do Sol. E a razão para isso é porque nesta imagem o Sol está em uma escala muito grande. Nesta escala a Terra seria, mais ou menos, deste tamanho. E isso é interessante porque, nesta escala, todo o nosso planeta poderia caber nessas chamas de plasma que vem do Sol. Mas, claro, isso é hipoteticamente, porque estas chamas são bastante quentes. Mas, imagine uma cápsula que cubra todo o nosso planeta e que nós podemos ficar próximos destas chamas. Mas, fora isso, vamos apenas pensar sobre o que significa estar na fronteira do Sistema Solar. E no último vídeo nós exploramos a nuvem de Oort e ela estava um pouco abaixo de 1 ano-luz de distância do Sol. Mas, claro, dependendo do que você considera como fronteira, ela poderia estar até mais longe, ou seja, até mais distante. E no Sol nós temos essas partículas aqui não vistas, que são elétrons e prótons. Então, elétrons com energia super alta e prótons sendo ejetados do Sol a uma velocidade muito alta. Isso a cerca de 400 km/s. Deixe-me colocar essa velocidade aqui então. Então, nós temos uma velocidade de 400 km/s. E na superfície da Terra nós estamos protegidos destas partículas altamente energéticas, isso por causa do campo magnético da Terra. Agora, se você estiver na Lua, quando o Sol está sobre a Lua e você está no lado escuro dela, você terá contato direto com isso. E como você pode imaginar, não é a melhor das coisas para você ficar apreciando muito tempo. Mas, a razão pela qual estou falando dessas partículas é porque elas são consideradas como ventos solares. Então, estas partículas são o vento solar e eu vou colocar "vento" aqui entre aspas, porque essa associação de vento é um pouco diferente do que estamos acostumados, ou seja, aquela brisa agradável que estamos acostumados. Ou seja, essas aqui são partículas carregadas que estão indo a uma super velocidade a partir do Sol. Eu estou falando de ventos solares, porque talvez eles nos ajudem a ter uma definição dos limites do Sistema Solar. Ou seja, o limite de quanto esses ventos solares atingem. Isso antes deles entrarem em contato com o meio interestelar. Então, aqui do lado direito nós temos um esquema disso. Ok, mas se você olha assim para o Sistema Solar, como a extensão do vento solar, ele é muito menor do que a nuvem de Oort, mas mesmo assim ainda é consideravelmente grande. E aqui nós temos a heliopausa. A heliopausa é essencialmente onde a velocidade e as forças do vento solar estão agindo de forma contrária. Ou seja, a pressão está tão diluída neste ponto que está de forma contrária principalmente pelo hidrogênio e o hélio que estão em um meio interestelar diferente. Ou seja, após este ponto não está mais sendo ejetado, existe uma pausa ali. E o Voyager 1 e Voyager 2 chegaram bem próximos dessa pausa. De modo que esta aqui é uma maneira de ver a borda do Sistema Solar. E essa é uma forma de ver que a borda do Sistema Solar não é uma borda rígida. Uma outra visão seria algo como a nuvem de Oort. Você sabe, a área onde você tem ainda objetos por ali. Na verdade, nós não observamos objetos diretamente na nuvem de Oort, nós apenas acreditamos que existam objetos lá. E talvez a definição mais abstrata seria a influência significativa da atração gravitacional do Sol. Portanto, todas essas formas são para imaginar a extensão do Sistema Solar, mas elas deixam um tipo de área cinza pelo que é e pelo que não é o Sistema Solar. Mas, o meu foco aqui é explicar um pouco fora do Sistema Solar e só dar a você uma noção de escala enquanto nós apenas vamos à estrela mais próxima. Então, deixe-me descer aqui, e nós temos a nossa vizinhança local do ponto de vista estelar. E embora você ache que as estrelas são grandes, aqui nós temos o nosso Sistema Solar e você pode pensar que este aqui é o Sol. Não, se eu fosse desenhar o Sol ele não seria nem um pixel aqui na minha tela. Na verdade, se eu colocasse toda obra de Plutão e tudo o que tem dentro dela, ainda não seria nem um pixel aqui na minha tela. Na verdade, o que nós vemos aqui é, mais ou menos, o raio de 1 ano-luz. Talvez seja o raio da nuvem de Oort. E nós vimos no vídeo passado que ele é enorme. Então, esta aqui provavelmente seria a nuvem de Oort, e nós vimos o quanto isso é enorme. E só para você ter uma ideia do que nós vimos no vídeo passado, é mais ou menos este diâmetro. Ou seja, é um diâmetro muito grande, está a uma distância muito grande do Sol. E mesmo isso não daria nem um pixel aqui nessa tela. Então, apenas para te dar uma ideia o quão distante estamos disso, nós somos uma espécie de grão aqui dentro deste Sistema Solar. Então, só para você ter uma ideia, se nós fossemos deste Sistema Solar para uma estrela mais próxima fora dele, se você observar aqui, eu acho que a estrela mais próxima é a Alpha Centuri A. Então, se eu fosse para esse grupo de estrelas, nós estaríamos a 4,2 anos-luz de distância. Uma outra forma de pensar é que, se alguém emitisse luz daqui, isso levaria cerca de 4,2 anos para chegar até a gente, ou se esse alguém desaparecesse ou explodisse, nós não ficaríamos sabendo por 4,2 anos-luz. Bem, você pode estar se perguntando: nós poderíamos viajar até lá e trocar algumas informações ou tecnologias. Mas, não é bem assim, porque uma distância de 4,2 anos-luz é uma distância muito grande. Então, só para você ter uma ideia, nós falamos no vídeo passado sobre a Voyager 1 e a Voyager 2 e provavelmente elas foram bem próximo da heliopausa e elas estavam viajando a 60 mil km/h, que é a mesma coisa que 17 km/s. Então, supondo que alguém consiga atingir esta velocidade de alguma forma e fosse direto para o sistema Alfa Centauro, que é o mais próximo da Terra, ele demoraria 80 mil anos na velocidade do Voyager 1, que é o mais rápido dos Voyager. Ou seja, é um tempo muito grande. E aí nós teríamos que pensar em uma outra forma de fazer isso. Mas, é isso aí pessoal! Até a próxima aula!