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Física - Ensino Médio
Curso: Física - Ensino Médio > Unidade 14
Lição 4: Mudanças de fase e curvas de aquecimentoCurva de aquecimento da água
A curva de aquecimento da água mostra como a temperatura de uma determinada quantidade de água varia conforme calor é adicionado sob uma taxa constante. Durante uma mudança de fase, a temperatura da água permanece constante, o que resulta em um platô no gráfico. Podemos usar a curva de aquecimento para calcular a quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de uma amostra de água em uma certa quantidade, como por exemplo de -25°C (quando a água está presente em estado sólido) para 125°C (quando a água está presente em estado gasoso). Versão original criada por Jay.
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RKA2JV - Olá! Tudo bem com você? Você vai assistir agora a mais uma
aula de Ciências da Natureza. Nesta aula, vamos conversar sobre
a curva de aquecimento para a água. Uma curva de aquecimento mostra
o comportamento da temperatura de uma substância pura ou de uma mistura em relação ao calor recebido por ela. Aqui, estamos vendo o diagrama
de uma substância pura, que neste caso é a água. Neste diagrama temos
a temperatura no eixo Y, que neste caso está medido
em graus Celsius, e o calor fornecido à água no eixo X, que neste caso está sendo
medido em quilojoules. Vamos dizer que temos 18,0 gramas de gelo e que nosso objetivo
é calcular o calor total necessário para transformar
esses 18 g de gelo, inicialmente a -25 °C, em vapor de água a 125 °C. Então, estamos começando
com gelo a -25 °C. Sendo assim, primeiro precisamos
aquecer o gelo até 0 °C, que é o ponto de fusão da água, ou seja, quando o gelo derrete. Então, em nossa curva de aquecimento,
vamos aqui do ponto A ao ponto B. Para calcular o calor necessário, precisamos usar a equação q = mcΔt, onde "q" é o calor adicionado,
"m" é a massa do gelo, "c" é o calor específico do gelo e Δt é a variação de temperatura, que é a temperatura final
menos a temperatura inicial. Estamos tentando calcular "q". Sabemos que a massa
do nosso gelo é de 18,0 g. O calor específico do gelo
é igual a 2,03 J/g °C. E a variação de temperatura, sabemos que é a temperatura final
menos a temperatura inicial. A temperatura final é 0 °C
e a temperatura inicial é -25. Portanto, temos 0 - 25,
que é +25 °C. Realizando o cálculo, os gramas
serão cancelados, os graus Celsius também serão cancelados, e com isso teremos que
q = 9,1 vezes 10² J. Nossa resposta está correta e tem apenas dois
algarismos significativos, mas também poderíamos escrever 0,91 kJ, que também estaria correto. Agora que o gelo está a 0 °C,
sabemos que ele vai derreter. Então, vamos do ponto B na curva
de aquecimento até o ponto C. E, para calcular quanto calor
é necessário para derreter o gelo, precisamos saber o calor
latente de fusão do gelo, que é igual a 6,01 kJ/mol. Sabendo isso, precisamos descobrir
quantos mols de gelo temos aqui. Para fazer isso, pegamos
a massa de gelo, que é 18,0 g, e dividimos isso pela massa molar
do H₂O, que é 18,0 g/mol. Os gramas serão cancelados e,
realizando o cálculo, vamos ter 1,00 mol de gelo aqui. Aí, multiplicando isso por 6,01 kJ/mol, temos que os mols se cancelam
e a nossa resposta vai ser 6,01 kJ. Agora que todo o gelo derreteu,
temos água líquida. E, em nossa curva de aquecimento, vamos aquecer a água líquida
de 0 °C até 100 °C, que é o ponto de ebulição da água. Ou seja, vamos ir do ponto C
ao ponto D na curva de aquecimento. Para calcular o calor adicionado, usamos a equação
q = mcΔt novamente. Sendo assim, temos que "q" é igual a, a massa ainda é 18,0 g, mas o calor específico agora mudou. Afinal, uma vez que temos água líquida, precisamos usar o calor
específico da água líquida, que é 4,18 J/g °C. E, para a variação de temperatura,
a temperatura final é 100. Portanto, temos 100 menos zero,
que é igual a +100 °C. Ao realizar o cálculo,
os gramas se cancelam, os graus Celsius também, e aí descobrimos que
q = 7,52 vezes 10³ J. e isso é igual a 7,52 kJ. Assim, chegamos ao ponto D
na curva de aquecimento. E agora estamos no ponto
de ebulição da água. Dessa forma, o calor que adicionamos agora vai transformar a água
líquida em água gasosa. Ou seja, indo do ponto D ao ponto E estamos fazendo uma mudança de fase. Precisamos saber o calor latente
de vaporização da água. Isso é igual a 40,7 kJ/mol. Já sabemos que temos 1 mol de H₂O. Portanto, basta multiplicar
40,7 kJ/mol por 1 mol. Os mols se cancelam e,
realizando o cálculo, chegamos à conclusão que
é necessário 40,7 kJ de energia para transformar a água líquida
em água gasosa, ou vapor. Agora vamos aquecer a água gasosa
de 100 °C até 125 °C. Ou seja, vamos no ponto E ao ponto F
na curva de aquecimento. E, para descobrir quanto calor
precisamos adicionar, vamos usar novamente a equação q = mcΔt. Dessa forma, temos que "q"
é igual à massa, que ainda é 18,0 g, vezes o calor específico,
só que agora do vapor, que é 1,84 J/g °C, vezes a variação de temperatura,
que é 125 - 100. Isso é +25 °C. Os gramas se cancelam,
os graus Celsius se cancelam e, realizando o cálculo, chegamos à conclusão que
q = 8,3 vezes 10² J, ou 0,83 kJ. Finalmente, depois de ter feito tudo isso, precisamos somar os valores calculados. Ok, a gente foi inicialmente
do ponto A ao ponto B na curva de aquecimento, certo? Mas agora vamos pensar apenas
na variação no eixo horizontal, ou seja, na quantidade
de calor em quilojoules. Então, indo do ponto A ao ponto B,
chegamos a um valor igual a 0,91 kJ. Do ponto B ao ponto C, temos
isto aqui, que é mais 6,01 kJ. De C a D, temos esta variação
aqui no eixo horizontal, que corresponde a mais 7,52 kJ. De D a E, tivemos esta
grande distância aqui, que corresponde a mais 40,7 quilojoules. Finalmente, de E até F, calculamos
que isto é igual a mais 0,83 kJ. Somando tudo isso, chegamos a 56,0 kJ. Esta é a quantidade de energia
em forma de calor necessária para transformar 18,0 gramas
de gelo a -25 °C em água gasosa a 125 °C. Agora que fizemos isso, vamos pensar
sobre as inclinações das diferentes linhas em nossa curva de aquecimento. Primeiro vamos olhar para
a linha que vai de B até C, e também para a linha que vai
de D até o ponto E. Ambos os segmentos de reta
representam mudanças de fase. Indo do ponto B até o ponto C, estamos
indo de um sólido para um líquido. E, do ponto D até o ponto E, estamos passando de
um líquido para um gás. Como a inclinação de
ambas as linhas é zero, isso significa que, à medida que você
adiciona calor aqui no eixo X, a temperatura não se altera,
ou seja, não muda. Portanto, durante uma mudança de fase,
toda a energia é usada para interromper as forças
intermoleculares que estão presentes e elas não aumentam a temperatura. Portanto, não há aumento de temperatura
durante uma mudança de fase. Olha aqui, do ponto D ao ponto E. Durante esse processo no gráfico, nós convertemos nossa água
líquida em água gasosa. Assim, à medida que o calor é adicionado, toda essa energia é usada para quebrar as forças intermoleculares
entre as moléculas de água: separar essas moléculas de água líquida e transformá-las em
moléculas de água gasosa. Só depois que as moléculas de água líquida são convertidas em
moléculas de água gasosa é que vemos a temperatura
aumentar novamente. Aí, do ponto E ao ponto F, tudo está no estado gasoso e vemos um aumento de temperatura. Agora vamos comparar a inclinação da reta que vai do ponto A ao ponto B com a inclinação da reta que vai de C a D. Observando essas linhas, a inclinação da linha que liga
o ponto A até o ponto B é um pouco mais acentuada que a inclinação da linha que
liga o ponto C até o ponto D. O motivo para as diferentes inclinações tem a ver com os diferentes
calores específicos. De A a B usamos o calor
específico do gelo, que é 2,03 J/g °C. De C a D, usamos em nosso cálculo o calor específico da água,
que é 4,18 J/g °C. Quanto mais alto o valor
do calor específico, mais energia é necessária para elevar a temperatura de uma
substância em uma certa quantidade. Então, vamos tentar comparar estes dois. Vamos dizer que a gente queira aumentar
a temperatura do gelo em 25 °C. Vamos pensar sobre essa
diferença aqui no eixo Y. Teríamos que aplicar apenas uma
pequena quantidade de energia para fazer o gelo aumentar
sua temperatura em 25 °C. Agora, vamos pensar nessa mesma
variação de temperatura na água líquida. Se a gente tentar aumentar
a temperatura da água líquida na mesma proporção, ou seja, 25 °C, vamos ter que adicionar mais energia. Sendo assim, no eixo X,
temos que colocar mais energia para realizar a mesma
variação de temperatura. E isso se deve ao fato de que a água
líquida tem um calor específico mais alto. Já que pode ser um pouco difícil
de ver neste diagrama, vamos pensar em colocar um pouco
de calor em uma substância aqui. Eu vou desenhar uma linha horizontal e, em seguida, tentar realizar
uma certa variação de temperatura. Então, eu vou desenhar uma linha vertical. Estes dois vão me dar uma
reta com uma inclinação. Agora vamos dizer que
estamos tentando realizar a mesma variação de temperatura. Eu vou desenhar esta distância Y aqui
da mesma forma que antes. Mas agora temos um calor
específico mais alto, portanto, é preciso mais energia. Sendo assim, esta distância X
vai ser maior. E, quando aumentamos a distância X,
percebemos que a inclinação diminui. Resumindo: quanto maior
for o calor específico, menor será a inclinação
da curva de aquecimento. Espero que você tenha
compreendido essas ideias aqui e, mais uma vez, eu quero deixar
para você um grande abraço e dizer que eu te encontro na próxima!