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Saúde e medicina
Curso: Saúde e medicina > Unidade 8
Lição 1: Introdução ao sistema endócrinoIntrodução ao Sistema Endócrino
Visão geral básica sobre hormônios e sistema endócrino. Versão original criada por Sal Khan.
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RKA14C Alô, alô moçada!
Tudo bem com vocês? Nosso tópico de hoje
é sobre a endocrinologia, que é o estudo dos hormônios. A palavra "hormônio" é derivada do grego e significa "despertar a atividade". Os hormônios são
mensageiros químicos que são feitos em um certo lugar do corpo e vão até outra parte do corpo. Então, como sugerido pelo nome,
despertam a atividade e determinam uma função para outro órgão. Portanto, os hormônios são
um tipo de sinalização, uma maneira entre uma parte
e outra do organismo se comunicarem, e são comunicadores muito sofisticados. Outra maneira
de pensar sobre isso é que o seu corpo consegue
se comunicar diretamente. Por exemplo: nervos inervam os músculos... Quando você quer
contrair seu músculo, você recebe um sinal do seu cérebro que vai pelo nervo diretamente
conectado ao músculo, fazendo com que haja contração, certo? Pense que os hormônios são mais como
uma rede wi-fi do corpo humano. Eles são sem fio. São produzidos em um lugar,
chegam à corrente sanguínea, que é como se fosse
as ondas de sinal, e os hormônios exercem sua função em outra parte do corpo, à distância, sem direta e mecanicamente conectar uma parte do corpo com a outra. Os hormônios podem ser
constituídos de proteínas ou outros componentes químicos. Podem ser pequenos como os aminoácidos, pesando de 300 a 500 daltons, ou até bem grandes, com centenas e centenas
de aminoácidos em sequência. Os hormônios podem ser
classificados de três maneiras: de ação endócrina, ação parácrina
e ação autócrina. Os hormônios endócrinos são aqueles
que ganham a circulação sanguínea e vão exercer sua função
em um lugar distante. Logo nós veremos exemplos. Hormônios parácrinos, por sua vez,
têm uma ação mais regional. Portanto, eles podem ser produzidos,
por exemplo, em uma parte do organismo e agir a uma pequena
distância desse local. Os hormônios autócrinos
são feitos diretamente em uma certa célula,
e agem dentro da mesma célula, ou em uma célula vizinha, no máximo, a uma distância muito pequena. Os hormônios endócrinos são liberados e, bem longe no organismo,
eles são ligados a um receptor. Os hormônios endócrinos,
quando liberados, ganham a corrente sanguínea e vão percorrer bem longe no organismo
até encontrar o seu receptor. Os parácrinos têm uma ação local,
ganham a circulação sanguínea, mas a concentração dos receptores
está muito próxima do local em que esse hormônio foi produzido. Então, os hormônios parácrinos tendem a ter uma ação mais regional devido à alta concentração
de receptores, que está muito próxima do local
de síntese desse hormônio. O mesmo acontece com
os hormônios autócrinos. Eles são produzidos,
e há uma grande concentração de receptores dentro da própria célula
que produziu o hormônio. Todos os hormônios são estudados
pela endocrinologia, uma área médica. Neste diagrama aqui, você pode ver alguns dos
principais órgãos endócrinos, em que vamos focar mais tarde,
em outras aulas. Na cabeça, na base do cérebro,
há esta estrutura laranja, que seria a glândula pituitária. A pituitária é chamada de glândula mestra porque é nela que são
produzidos os hormônios que agem nos outros órgãos
como, por exemplo, o TSH ou o hormônio estimulador da tireoide. Depois que esse hormônio
deixa a pituitária, ele ganha a circulação
e vai agir lá na tireoide, onde há muitos receptores para TSH na superfície das células da tireoide. O TSH estimula a tireoide
a fazer hormônios da tireoide, como a tirotricina (T4)
e a triiodotironina (T3). Esses dois são os principais hormônios
circulantes da tireoide. O que esses hormônios fazem? Eles regulam o metabolismo,
o apetite, a termogênese, a função muscular... Enfim, eles têm uma grande atividade
em várias partes do corpo. Inclusive, esse hormônio é capaz
de aumentar ou diminuir o metabolismo de todo o seu organismo. Então, alguém com hipertiroidismo
vai ter um metabolismo muito alto. Você deve conhecer a imagem clássica
de alguém com taquicardia, metabolismo acelerado, perda de peso... Isso seria alguém com muito
hormônio da tireoide. Você pode imaginar
o contrário para alguém com deficiência de hormônio da tireoide,
o hipotiroidismo. Portanto, é vital manter exatamente
a quantidade certa desses hormônios, mas a regulação final
se dá pela glândula pituitária. Ela realiza esse controle
por um mecanismo conhecido como feedback negativo,
que é semelhante a um termostato. Ela percebe o nível de hormônio
da tireoide no sangue, e, quando a quantidade
está correta, ela vai diminuir, porque não tem por que fazer mais
se está tudo certo. Se os níveis estão baixos,
ela vai estimular a produção de TSH para que a tireoide faça mais hormônios. Além de produzir a TSH, a pituitária também faz
um hormônio chamado de ACTH, o hormônio adrenocorticotrófico,
que age no córtex da adrenal, ou seja, nas camadas mais externas
de tecido dessa glândula. Mesmo que a glândula adrenal
esteja acima dos rins, ela não influencia no
funcionamento renal, tudo bem? Por estar logo acima dos rins, o nome adrenal remete ao fato de estar adjacente ao rim, mas ela não filtra o sangue ou exerce qualquer outra
função nos rins, tudo bem? As adrenais produzem
seus hormônios, como o cortisol, que regula
o metabolismo da glicose e mantém a pressão sanguínea
e o bem-estar. Também produzem mineralocorticóides, como a aldosterona,
que é muito importante na regulação do balanço de sal e água. Você também tem os andrógenos na adrenal,
que têm certa importância. Esses três hormônios são
os principais hormônios produzidos pelo córtex da adrenal. A pituitária também produz
o hormônio luteinizante e o hormônio folículo estimulante, que são abreviados em LH e FSH. Esses hormônios agem nas gônadas, portanto, nos homens,
agem nos testículos estimulando o desenvolvimento
dos espermatozoides, e, nas mulheres, agem nos ovários
estimulando os ovócitos. Estimulam também a produção
nas gônadas de esteroides, principalmente a testosterona no homem, e o estradiol nas mulheres. Bom, há outros dois hormônios que são derivados
da parte anterior da pituitária. O hormônio do crescimento,
que é abreviado em GH, indispensável para o crescimento adequado, por exemplo, dos ossos longos
do nosso corpo... Nossa pituitária realmente
faz muita coisa, não é mesmo? E também temos a prolactina, LTH, um hormônio feminino
muito importante na lactação, permitindo que a mulher esteja apta a amamentar logo após o parto. Vamos agora para outra região:
o pâncreas, que é esta estrutura
que estamos vendo aqui. Dentro do pâncreas, há ilhas de células chamadas de ilhotas de Langerhans. Essas ilhas, com o pâncreas,
produzem hormônios endócrinos, como a insulina e o glucagon. A insulina é vital,
sem ela você teria diabetes, pois atua retirando a glicose do sangue
e transportando para um músculo. É a falta de insulina que pode
gerar sintomas de diabetes, sobre os quais conversaremos depois. Percebeu que tanto as adrenais
quanto o pâncreas estão bem próximos aos vasos sanguíneos? Isso porque sua atuação depende necessariamente de um fluxo sanguíneo, ganhando a circulação muito rapidamente. Mas vamos conversar mais
sobre isso depois. Bom, por hoje é só. Bons estudos e até a próxima aula!