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Saúde e medicina
Curso: Saúde e medicina > Unidade 6
Lição 2: Sangramento e homeostasia deficienteHemostasia primária
Durante a hemostasia primária, o tampão plaquetário é formado para cessar rapidamente o sangramento inicial após a lesão. Aprenda sobre as diferentes etapas envolvidas na hemostasia primária: vasoconstrição, adesão plaquetária, ativação e desgranulação, e agregação plaquetária. Versão original criada por Gricelda Gomez.
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Transcrição de vídeo
Vou começar com uma recapitulação
de hemostasia. Vou desenhar uma célula endotelial e o propósito da hemostasia é parar qualquer sangramento
imediatamente quando não há dano à
célula endotelial. A forma de fazer isso é 1o
fazer um tampão plaquetário. Esse é o objetivo da
hemostasia primária. E para tornar isso ainda
mais forte, nós conectamos a fibrina por cima do tampão
plaquetário formando uma tela e isso torna o tampão plaquetário
ainda mais forte. E isso é o que alcançamos, com a hemostasis secundária. E quando temos a primária e
secundária trabalhando juntas e formamos essa tela com o
tampão plaquetário, chamamos de coágulo. Agora trataremos somente
da hemostasis primária. Colocarei a célula endotelial aqui em cima no canto para lembrar que vamos focar no tampão plaquetário. Trarei outra célula endotelial com que vamos trabalhar e vou danificá-la, causar uma lesão, e ver o que faremos, o
que nosso corpo faz para interromper o sangramento. O 1o passo na homostasis primária é a vasoconstrição. O que se quer fazer é reprimir as células dos músculos lisos dos vasos sanguíneos, reprimir e fazer o furo por onde o sangue está fluindo ficar menor. Vou desenhar isso e podemos ver que o furo por onde o sangue passa está menor. E isso vai diminuir a quantidade de sangue perdida. O jeito que gosto de pensar é que estamos dirigindo por uma ponte e de repente um lado da ponte desmorona. Para que os carros não caiam, ou para limitar a tragédia, a polícia vem e diminui o tráfico, diminuindo o número de pistas por exemplo de 4 para 2 pistas para garantir que os carros não caiam. Isso é o que os vasos estão fazendo. Vasoconstrição ocorre de duas formas. Uma é só um reflexo nervoso. É como o reflexo patelar (joelho). Se nos machucamos, de repente nossos nervos indicam às células dos
músculos lisos para contrair. A segunda forma é através dessa molécula azul
chamada de endotelina. Ela é secretada pelas células endoteliais e age nas células dos músculos
lisos dos vasos sanguíneos causando vasoconstrição, fazendo com que as células
dos músculos lisos contraiam. Para saber como a endotelina faz isso, precisamos falar sobre células
endoteliais sadias e o que vasos sanguíneos saudáveis fazem. Normalmente em vasos sanguíneos sadios, há a secreção de três moléculas. As verdes são óxido nítrico
e prostaciclina. E esses são vasodilatadores. e como disse antes, endotelina é vaso constritor. É tipo um cabo de guerra entre os dois. As células endoteliais vão sempre
secretar essas substâncias, mas vasodilatação tende a vencer em vasos sanguíneos sadios e isso faz sentido uma vez que queremos garantir um fluxo sanguíneo. Mas o que acontece com os vasos
sanguíneos no caso de uma lesão é que perdemos uma quantidade
de óxido nítrico e de prostaciclina que produzimos. Então endotelina ganha pois não há mais óxido nítrico e prostaciclina. Vai acontecer vasoconstrição. E agora, após vasoconstrição, ocorre adesão plaquetária significando que as plaquetas vão se aderir à lesão. É preciso que as plaquetas cheguem lá. Para entender como as
plaquetas fazem isso, vamos falar mais sobre as plaquetas. Vou desenha uma plaqueta normalmente não são quadradas e nem tão grandes. Quero ter certeza de que
terão um boa visão do que está acontecendo. Então as plaquetas fluem pelo nosso sangue com células vermelhas, e carregam por ai esses dois
grânulos como são chamados, é como se fossem mochilas numa viagem de camping. Voce carrega um monte de coisa
na sua mochila numa viagem de camping, e pode acabar não usando nada mas voce carrega só para
o caso de precisar. É assim que que esses grânulos funcionam
nessas plaquetas. Quero falar sobre 2 receptores. As plaquetas têm mais receptores, mas há outras duas coisas que são importantes para a
hemostasis primária. Vou desenhar receptores azuis e roxos, onde ambos são glicoproteínas, mas esse nome é muito longo. Então vou chamá-los pela segunda parte dos seus nomes e vou escrever tudo que estamos falando aqui ao lado, como se fosse um placar. Assim vamos registrando todas as moléculas e receptores
que são importantes para a hemostasis primária. O receptor azul é glicoproteína 1b e o receptor roxo é glicoproteína 2b3a. Vamos nos referir a eles como 1b, 2b3a. Para que as plaquetas
saibam o local da lesão, temos que falar antes sobre
as plaquetas normais e a interação delas com
as células endoteliais. Normalmente as plaquetas
não se aderem ou grudam às células endoteliais, e isso tem a ver com
óxido nítrico e prostaciclina. As duas substância que já tinha mencionado que são secretadas pelas células
endoteliais sadias. E o que elas fazem além de causar vasodilatação nas células
dos músculos lisos, é um tipo de bloqueio das plaquetas de grudarem às células endoteliais. Como já foi dito, quando há uma lesão para
a célula endotelial, haverá menos óxido nítrico
e menos prostaciclina que vão bloquear plaquetas de chegar perto das células endoteliais. Agora que há menos
óxido nítrico e prostaciclina, plaquetas vão chegar mais perto
do local da lesão pois não há nada bloqueando
elas de irem lá. Além disso, temos esta cola, essa molécula que fornece o elo entre o local da lesão e a plaqueta. Esta cola é chamada de fator von Willebrand. Espero que há um jeito melhor
de se lembrar disso. É um nome longo. Vamos nos referir a ele como FvW. E este FvW está normalmente
flutuando no sangue, mas é também secretado
pelas células endoteliais no local da lesão especificamente. E quando FvW entra em contato com o local da lesão, ele se liga ao colágeno subendotelial. Colágeno é uma substância
que dá estrutura aos vasos sanguíneos, e normalmente não tem contato com sangue ou plaquetas. Então na lesão, FvW adere firmemente ao colágeno e no outro lado ele adere ao receptor Gp1b nas plaquetas. E a plaqueta está pronta
para se ligar ao FvW sempre que houver uma lesão. Agora que está aderida, uma vez aderida, a plaqueta é ativada e aí começa o próximo passo, ativação e agregação. Quando a plaqueta é ativada
ela muda de forma. Então vou apagar a plaqueta agora, para mudar a forma dela. E faz muitas outras coisas. Uma delas é o receptor Gp2b3a é a confirmação que é normalmente inativo. Ele não é capaz de aderir corretamente. Após a ativação ele muda de forma fazendo-o capaz de aderir. E depois as bolsas, os grânulos que mencionei
que estão dentro das plaquetas, agora serão utilizados e é agora que a granulação acontece. Essas bolsas, esses grânulos, são liberados no sangue. Um deles é conhecido como grânulo alfa e no grânulo alfa há duas substâncias que já conhecemos. Um deles é fibrinogênio que usaremos na hemostasis secundária, e o outro é o FvW. E no grânulo denso, que gosto de pensar nele como denso, e tem mais, e há três substâncias, três moléculas. E como estamos imaginando eles como
mochilas ou bolsas, isso ajuda a lembrar o que existe dentro
do grânulo denso. Dentro do grânulo denso, na bolsa densa, temos serotonina,
ADP (adenina difosfato) e cálcio. E a forma de lembrar o que
as três moléculas fazem, penso em passado, presente e futuro. Serotonina é liberada, ela é constrictor das células
do músculo liso penso nisso como passado, porque isso aconteceu no passado, mas agora vai acontecer novamente. ADP é presente. ADO ativa plaquetas e promove agregação. ADP é o que precisamos agora, para que as plaquetas se aglomerem. Cálcio é o futuro, porque cálcio é necessário para
a hemostasis secundária. Esta é a próxima parte, estabilizar
o tampão plaquetário. A terceira coisa que uma plaqueta
ativada faz é secretar tromboxano A2. Tromboxano A2 é na verdade exatamente o oposto da prostaciclina, e é feita da mesma enzima. Tromboxan também age
como cabo-de-guerra com prostaciclina. Ele age nas células dos músculos lisos causando vasoconstrição, e também faz com que mais
plaquetas sejam ativadas, e ajude na agregação. O passo final, agregação plaquetária, é mediada primariamente pelo Gp2b3a. Somente até a plaqueta estar ativada que causa o receptor 2b3a a mudar de formato permitindo sua adesão ao fibriogeno. Por conta do 2b3a da plaqueta
aderir ao fibriogeno e através da adesão do fibriogeno muitos receptores 2b3a
das muitas plaquetas criam a aglomeração e
o tampão plaquetário e chegamos ao fim da hemostasis primária. Traduzido por Liliana R Kawase