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O que é doença arterial coronariana?

Versão original criada por Vishal Punwani.

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Transcrição de vídeo

RKA4MB - Olá, pessoal! Prontos para mais um vídeo? Temos aqui seu coração, certo? E o coração está aí no seu peito. O coração é uma bomba feita de músculos que vai bombear sangue por todo o seu corpo. Por todo o seu corpo mesmo: para cada pedacinho, desde a cabeça até o mindinho. E o coração é um músculo que trabalha para caramba, viu? Ele chega a bater cerca de 100 mil vezes por dia, e eu não estou inventando esse número não. Vamos fazer uma estimativa aqui. Se a gente pegar a taxa média de 72 batimentos por minuto e multiplicar isso por 1 dia, vai dar 103.680 batimentos. Ou seja, é um músculo que trabalha para caramba. É um órgão que trabalha bastante, né? [A gente] pode falar que ele dá o sangue para o seu trabalho! E o que um músculo que trabalha para caramba precisa bastante? É só lembrar da última vez que você precisou correr ou escalar uma cerca, ou então, dar um mortal carpado de costas: você precisou de bastante oxigênio. E como que você fica depois de fazer bastante exercício? Você fica ofegante, você procura inalar bastante ar para se recuperar. E isso acontece porque seus músculos precisam de bastante oxigênio para recuperar a energia que eles perderam para fazer todo aquele esforço. E, com o coração, não vai ser nada diferente dos outros músculos que a gente exemplificou. Aí, você pode pensar: "é o coração que bombeia todo o oxigênio do corpo, não é verdade? Assim, ele tem acesso a todo o sangue e não precisa de mais nada, de mais nenhum tipo de acesso, já que todo o sangue passa por lá". Mas, por mais que o coração bombeie realmente todo o sangue, não é bem assim que a coisa funciona. Deixe-me fazer um corte, aqui, para fazer um desenho e explicar melhor para você. Então, a gente faz um corte, bem aqui. E, bem aqui, a gente faz esse desenhinho, coloca aqui os lugarzinhos e, por aqui, dá para você ver que as paredes do seu coração são bem grossas. Portanto, o sangue que passa por dentro do coração não consegue irrigar todo o tecido dessa parede grossa que você tem aqui. Ele até vai conseguir irrigar essa parte interna aqui, mas não vai conseguir se difundir, penetrando e irrigando toda a parede muscular. Afinal, ela é muito, muito grossa! Mas não se preocupe, existe uma solução para esse problema. E essa solução são as artérias coronárias. Repare que essas artérias coronárias são essas que passam aqui, por fora do coração. Aqui, você pode ver a artéria coronária direita, e do outro lado, a artéria coronária esquerda. Mais precisamente onde a gente circulou aqui é a artéria descendente anterior, que é uma ramificação dessa coronária esquerda, aqui. Muito bem! Então, essa é a nossa solução: as artérias coronárias que trazem sangue e irrigam o suficiente o nosso coração para que ele faça todo esse trabalho árduo que ele tem que fazer. Só que, às vezes, essas artérias ficam meio doentinhas, né? E a doença arterial coronariana é um dos problemas que podem acontecer nas artérias coronárias. E você já deve ter ouvido falar do termo "vaso entupido". E é vaso entupido porque um monte de plaquinhas de gordura entopem esses vasinhos, como se fosse um cano da sua casa que estivesse entupido por alguma coisa. Então, vamos começar fazendo aqui um desenho. Começando aqui a desenhar as paredes das artérias coronárias. Muito bem! Agora, vamos colocar aqui o sangue (desenhando o sangue) e colocar alguns compostos do seu sangue também. Começando aqui pelos glóbulos vermelhos. Agora, aqui, um pouquinho de colesterol e, por fim, os glóbulos brancos aqui. Muito bem! E, quando o seu colesterol está passando aí, fluindo pelos vasos sanguíneos na sua corrente sanguínea, e, de repente, ele encontra uma paredezinha machucada no vaso, ele pega e pensa: "ei, olha só que lugar bacana para a gente ficar aí um tempinho. Que maravilha!" E, com isso, o colesterol começa a se depositar naquela sua parede machucada dos seus vasos sanguíneos. Os glóbulos brancos veem aquilo e ficam desesperados. Não acham nada bacana aquilo lá e começam a também tentar se livrar daquele colesterol. Com isso, começa um processo inflamatório muito grande chamado aterosclerose, que significa enrijecimento, porque, com o tempo, essa parede desse vaso vai ficando toda enrijecida. E o pior de tudo é que muitos glóbulos brancos acabam morrendo no processo. E, aí, vai juntando glóbulo branco morto com mais colesterol que vai depositando e criando essa protuberância de gordura que a gente chama de "placa". Assim, com o tempo, a placa vai se acumulando no vaso. E qual é a consequência disso? Bom, o sangue precisa fluir, certo? E, se você tiver esse obstáculo enorme no meio do caminho, como é que o sangue vai fluir naturalmente? No começo da formação não tem problema nenhum, fica tudo tranquilo, né? O sangue consegue fluir normalmente, né? É só uma coisinha ou outra. Mas, com o tempo... eu digo "com o tempo" porque é com o tempo mesmo. Essa placa leva décadas para evoluir até um estágio em que você tenha algum tipo de sintoma. E essa plaquinha vai crescendo e vai te trazer alguns problemas. Então, mais uma vez, só para ficar bem claro para você: doença arterial coronariana é quando se começa a construir, a criar essas placas que vão atrapalhar o fluxo sanguíneo da artéria que está no seu coração. Bom, deixe-me apagar algumas coisinhas aqui para criar algum espaço. E o que traz de ruim essa doença arterial coronariana? O problema da doença arterial coronariana é que mais tarde, no decorrer da sua vida, ela pode desencadear várias outras doenças do coração. Então, vamos descrever aqui, brevemente, as principais. Vou começar aqui com uma que você já deve ter ouvido falar. Vou começar falando da angina estável. Presta atenção aqui nesse pedacinho do coração que está sendo irrigado por essa arteriazinha. E vamos colocar, aqui em cima, uma daquelas plaquinhas de colesterol. Quando você está descansando, está em repouso, o sangue que vai passar por aquela plaquinha vai ser suficiente para alimentar aquele pedaço do coração sem problema nenhum. Então, aquele pedacinho do coração ali está feliz. Não tem nada que possa causar algum distúrbio, que possa estragar a felicidade daquele pedaço de coração. Por enquanto! Mas o que será que acontece quando você vê que seu ônibus está chegando e você precisa correr para alcançar o ponto? Ou, então, você precisa impressionar aquela mocinha e começa a fazer umas aulinhas de dança? Aí, meu amigo, você pede para o seu coração trabalhar mais e mais forte e [isso] aumenta o batimento (o ritmo) cardíaco e, então, a quantidade de sangue que aquela placa deixa passar acaba não sendo mais suficiente para irrigar aquele pedacinho do coração. E, aí, aquele pedacinho do músculo passa a ficar num estado de hipóxia. E, quando esse músculo entra em um estado de hipóxia, quando ele não tem oxigênio suficiente para desempenhar sua função, então começa a surgir um sintoma chamado de "angina de peito", ou "angina pectoris". E, se a gente olhar o significado da palavra angina, ela vem do grego "estrangular". Eu sei que pode parecer meio estranho, mas o pessoal descreve esse sintoma da angina como se o seu coração estivesse sendo apertado, estrangulado, né? Um aperto no coração, um aperto no peito. Portanto é aquela dor no peito que a pessoa sente ao fazer algum esforço físico. Só que isso é reversível. Esse sintoma de aperto no peito é reversível. Como? Justamente parando aquele seu superpasso de dança que você está fazendo ou parando para descansar naquela sua corrida para chegar ao ônibus. Você, essencialmente com isso, pede para que seu coração faça menos esforço, menos trabalho. E, com menos esforço, seu coração precisa de menos oxigênio. E, com isso, todo aquele sangue que está passando pela placa, ou a quantidade que a placa deixa passar, vai ser novamente suficiente para o trabalho que o coração está efetuando no momento. Então, a angina vai embora, aquela dor no peito desaparece, justamente porque, agora, aquele pedacinho do coração vai estar recebendo suprimento de oxigênio suficiente. E o motivo de ela se chamar angina estável é porque você sabe quando isso vai acontecer. É só você correr, é só você se esforçar que a angina aparece, né? Então, é por isso o nome angina estável, ok? Estável porque você sabe fazer aparecer, porque você sabe meio que controlar essa angina, certo? Se você fizer o esforço, vai provocar o sintoma; e, se você começar a descansar, se você parar, você vai aliviar a situação. Mas a coisa pode piorar. A coisa pode piorar um pouquinho mais, né? E, quando ela piora, a gente chama essa condição de síndrome coronária aguda. E essas síndromes coronárias agudas podem ter subdivisões. Uma é chamada de angina instável (e você pode até imaginar como uma angina instável funciona, dado o que a gente viu da angina estável) e o infarto. Só para ficar claro para você: a angina estável não é um infarto; a angina instável também não é um infarto. Já o infarto, esse, sim, é um infarto. Ah, vá! Eu digo isso porque o infarto também é conhecido como ataque do coração, e o ataque do coração é o infarto. Não é nenhum desses dois outros problemas que causam essa dor no peito. Então, vamos primeiro dar uma olhadinha na angina instável, antes de falar do famoso infarto. Lembra daquela plaquinha que a gente tinha no vaso do coração? Então, vamos voltar para ela. Aqui está o nosso vaso, a nossa artéria coronária, e essa placa, seja por causa de uma pressão sanguínea, até por hipertensão, ou até de forma espontânea, ela pode sofrer uma ruptura. E, quando eu digo ruptura, essa ruptura é meio que uma pequena explosão dessa placa, e isso acaba liberando todas aquelas gorduras, colesterol, células mortas, necrosadas. Isso tudo fica exposto no sangue. E todo esse material exposto na placa é muito trombogênico. E o que significa trombogênico? Bom, trombogênico é quando você causa esse monte de coágulo. Isso origina vários coágulos aqui. Bom, deixe-me dar uma consertada nesse desenho, porque está uma bagunça. E, quando o seu sangue vê todo aquele material estranho, ele vai ficando louco! Ele manda um monte de glóbulo branco, ele manda um monte de anticorpo, e aquilo vai formando um belo de um coágulo! E, a partir daqui, duas possibilidades podem acontecer. Uma delas é que essa plaquinha fica oscilando para cima e para baixo, para cima e para baixo, para cima e para baixo. Por quê? Porque, afinal, ela se rompeu nessa parte aqui de cima. Aqui embaixo, ela continua presa, por isso, ela fica oscilando (fica batendo, tipo uma asinha). Então, com isso, tem hora que o vaso vai estar completamente obstruído e tem hora que o vaso vai estar só um pedaço obstruído (não vai estar 100% obstruído). E lembra o que a gente viu anteriormente? Quando a gente tem um vaso obstruído, esse vaso entupido pode causar o estado de hipóxia no que está depois dele, no que está sendo irrigado por ele, ok? E isso provoca a tal da angina. A diferença é que, agora, isso pode acontecer mesmo se você não estiver forçando o seu coração, mesmo se você estiver em um estado de repouso. E isso é porque aquela placa está lá batendo para cima e para baixo, para cima e para baixo, e, então, ela pode obstruir o seu sangue a qualquer momento. E é por isso que ela é chamada de angina instável, né? É porque não dá para você prever quando isso vai acontecer. Isso pode acontecer a qualquer momento. Ela é imprevisível. E a última parte de que a gente vai falar nesse vídeo, essa outra ramificação da síndrome coronária aguda, é o infarto. Lembra que a gente falou que, agora, essas placas estão expostas pelo sangue, pelos vasos sanguíneos e elas começam a se coagular, e tudo mais? E, assim, nascem duas possibilidades: ou o coágulo, também chamado de trombo, fica tão grande, tão grande, que entope o vaso (e, quando esse vaso é entupido por esse coágulo, a gente chama isso de trombose), ou então esse trombo, esse coágulo, se solta. E isso também é chamado de embolização. Ou seja, pode embolizar, e esse pedacinho, esse êmbolo, vai correndo vaso abaixo e vai bloquear, e entupir um vasinho um pouco mais fino, um pouco menor. E, quando uma dessas duas coisas acontecem é o quando a gente tem o chamado infarto, ou ataque do coração. Afinal, agora, isso não vai se resolver sozinho mais. A gente entupiu um pedacinho e vai cortar o suprimento de sangue e oxigênio para uma parte, para um pedacinho do coração. Assim, aquelas células vão começar a morrer justamente por não estarem recebendo o seu suprimento de oxigênio. Porém, se você conseguir chegar a um hospital, ou tomar algum medicamento, ou sofrer uma intervenção cirúrgica antes de uns 20 minutos, você consegue salvar aquele pedacinho do coração. Agora, se aquele bloqueio, causado pela trombose ou por algum tipo de embolização, ficar lá por mais de 20 minutos, então, meu amigo, aquele pedacinho do músculo do seu coração vai morrer. Morrer mesmo! E é isso o que chamamos de infarto. Agora, uma última coisinha que eu queria esclarecer aqui para vocês: o infarto não é a mesma coisa que a insuficiência cardíaca. A insuficiência cardíaca é quando seu coração não consegue bombear sangue o suficiente para satisfazer as necessidades do seu corpo. Já o infarto é quando um pedacinho do músculo do seu coração morre por não estar recebendo oxigênio suficiente, ok? Essa é a diferença. Porém, um pode causar o outro. Ok, pessoal? Muito obrigado e até o próximo vídeo! Tchau, tchau!