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O que é um AVC?

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Transcrição de vídeo

RKA4MB - Olá! Prontos para mais um vídeo? Antes de nos aprofundarmos sobre o que é um derrame, deixe-me orientar vocês sobre umas coisinhas aqui. O que a gente tem aqui é uma pessoa vista de lado e a gente consegue enxergar a parte interna do crânio dessa pessoa. Veja só! Vamos começar a dar nome às coisas, começando aqui pelo crânio. Aqui, temos o crânio do nosso sujeito, e o crânio, obviamente, é o que protege o cérebro da pessoa. Aqui, em rosa, nós temos o telencéfalo, a parte do cérebro que mais se destaca. E aqui, essa parte listradinha, o cerebelo. E, aqui, o tronco cerebral ou tronco encefálico. Então, tronco cerebral. Toda essa parte azulzinha, aqui, são veias (veias que drenam o cérebro). Vamos nomear algumas artérias também. Para começar, eu vou pegar aqui a carótida. Então, aqui é a nossa carótida interna. Lembrando que a gente está olhando aqui a parte esquerda do nosso amigo. Então, essa é a carótida interna esquerda. Só dá para ver essa desse ângulo. E, aqui, passando no interior da vértebra, nós temos a artéria vertebral. Cuidado que, aqui, as coisas podem começar a se complicar! Vamos pegar a artéria basilar. Bem aqui, nós temos a artéria cerebral média (vou chamá-la de ACM). Bem aqui, a artéria cerebral posterior (ACP). E logo aqui na frente, a artéria cerebral anterior (vamos chamá-la de ACA). Bem aqui, nós temos o círculo arterial cerebral ou círculo de Willis. Escrevendo aqui: círculo arterial cerebral. Vou abreviar aqui. E, agora, vamos para a parte que interessa. Vamos falar do derrame. Todos os vasos de que nós falamos aqui são os que fornecem o suprimento de sangue para o nosso cérebro. E, se você perder um pouco ou todo o fornecimento de sangue, você vai perder um pouco ou toda a função cerebral. Portanto, a restrição de sangue no cérebro causa uma restrição no funcionamento cerebral, e isso é o que a gente chama de derrame. Existem duas maneiras principais de atrapalhar o fornecimento desse sangue. Bom, a primeira maneira de que a gente vai falar (de atrapalhar esse fornecimento de sangue) é quando a gente interrompe o fluxo sanguíneo. Deixe-me tentar desenhar aqui para você. Vamos dizer que esse pedacinho da artéria cerebral anterior, aqui, foi obstruído. Com essa obstrução, o sangue aqui desse pedaço da artéria cerebral anterior não consegue transpor esse obstáculo. Com isso, esse tecido cerebral aqui não recebe o suprimento de oxigênio que vem pelo sangue, e ele começa a ser danificado, a ser lesado. Esse pedaço começa a se danificar. E esse é o tipo mais comum de derrame que tem, mas não é o único, né? Também temos um segundo tipo de derrame que é um pouco mais raro, mas muito, muito perigoso também. Antes de falar um pouquinho dessa segunda parte, vamos lembrar que esse, aqui, é o mais comum. E agora, vamos para a segunda parte. Esse segundo tipo de derrame é quando acontece uma ruptura de algum vaso que irriga o seu cérebro. Então, aqui, a gente tem uma ruptura do vaso. Então, eu vou tentar desenhar. Digamos que aqui, onde se junta a ACA com a artéria comunicante anterior, comece a inchar. Portanto, começamos aqui um aneurisma e, eventualmente, esse aneurisma vai estourar. Quando ele estoura, obviamente que começa a vazar sangue. Vai vazando sangue aqui, por toda essa parte em volta do cérebro. Com isso, pessoal, temos duas principais consequências. A primeira delas é que, quando estoura esse pedaço aqui, a parte posterior passa a não receber o oxigênio que vem com o sangue. Assim, todo esse tecido cerebral aqui começa a se danificar, começa a sofrer algum tipo de lesão. A segunda consequência que nós temos é que essa região aqui, que está sendo toda inundada de sangue, toda preenchida com sangue, começa a pressionar o tecido cerebral, ela começa a fazer pressão, a fazer pressão pelo acúmulo de sangue, e isso também machuca, danifica o nosso tecido cerebral. Então, esses são os dois tipos principais de derrame. Derrame que também pode ser chamado de AVC, ok? AVC de acidente vascular cerebral (um acidente que aconteceu na região dos vasos cerebrais). Voltando aqui para os dois tipos de derrame (ou de AVC), ou você interrompe o fluxo sanguíneo, que é conhecido como AVC isquêmico ("isquêmico" porque se refere a um ambiente celular que não tem oxigênio suficiente), e o segundo tipo que é quando a gente tem esse vazamento de sangue aqui por causa da ruptura de um vaso. Esse aí a gente chama de AVC hemorrágico. Portanto, AVC isquêmico e AVC hemorrágico, esses são os dois tipos de derrame (de AVC) que a gente tem. Agora, sem se preocupar se o derrame que você teve foi do tipo isquêmico ou hemorrágico, as suas células cerebrais vão começar a ter um mau funcionamento dentro de, mais ou menos, uns 3 minutos. Afinal, começa a faltar oxigênio e também falta glicose. Sem oxigênio e sem glicose, a célula não consegue realizar suas tarefas básicas. E, assim, a gente tem esse mau funcionamento e até o falecimento das células. Mas o que você acha que aconteceria se, de repente, parte do seu cérebro parasse de funcionar? De forma intuitiva você começa a pensar: "bom, se uma parte do meu cérebro parar de funcionar, eu simplesmente vou perder as funções que aquela parte do cérebro desempenhava, não é mesmo?". Portanto, vamos ver alguns exemplos aqui. Vamos dizer que apareceu um coágulo aqui, bem na artéria cerebral média. Com um coágulo, o sangue não vai conseguir passar por aqui, vai ter uma obstrução. E o que vai acontecer? Toda essa região posterior aqui, a artéria cerebral média, vai perder a função, pelo menos temporariamente. E, pessoal, a artéria cerebral média é bem importante! Ela fornece sangue para duas partes bem especiais aqui do cérebro. A primeira é chamada de "área de Broca", que fica aqui na parte externa do cérebro (então, a área de Broca). E a segunda, aqui, é a chamada "área de Wernicke". Eu não sei se eu pronunciei certo, nem o nome francês nem o nome alemão aqui, mas o importante mesmo é que essas duas áreas aqui são essenciais para a sua fala. Essas áreas vão determinar como você fala e até se o que as pessoas vão te dizer você vai conseguir entender ou não. Portanto, se você tiver um grande coágulo aqui na artéria cerebral média e acabar danificando a área de Broca ou a área de Wernicke, você vai acabar tendo problemas na sua fala, problemas na sua comunicação. Que tal mais um outro exemplozinho, né? Digamos que eu tenha, aqui, um outro coágulo saindo dessa arteriazinha que está ramificando da artéria basilar. Então, temos aqui: coágulo. Aqui tem um monte de nervos especiais chamados nervos cranianos, que se originam no tronco cerebral, e alguns desses nervinhos controlam os seus músculos faciais. Se os neurônios, aqui, perderem oxigênio, o que vai acontecer? O canto da sua boca começa a cair, fica meio caidinha aqui, as suas pálpebras também começam a ficar caídas, e, basicamente, você vai acabar perdendo a função de alguns músculos da sua cara. Mas o que, basicamente, vai nos dizer o quão grave foi o derrame (o AVC) que a pessoa enfrentou? São basicamente duas coisas. Primeiramente: onde que o acidente aconteceu (onde que foi o derrame)? E segundo: qual é o total da área, quanto do tecido celular foi danificado? E o que que vai determinar isso? Bom, isso vai ser determinado pelos vasos sanguíneos que estão envolvidos. Por exemplo, digamos que a gente tenha um coágulo aqui. Se o coágulo acontecer aqui, simplesmente o que não vai ser irrigado vai ser o tronco cerebral. E, se seu tronco cerebral começar a ser danificado, meu amigo, você não está em bons lençóis, viu! Porque essa parte do cérebro é a responsável por te manter vivo, porque é aqui que é controlada a sua respiração, o seu coração e várias outras atividades vitais. Em contrapartida, se você tiver um coágulo nesse vasinho bem pequenininho, aqui, ou então nesse outro vasinho pequenininho aqui, ou nesse outro vasinho aqui, o que vai ser danificado? Nesse caso, a área afetada não vai ser tão grande assim, então, não vamos ter danos significativos. Pois aqui estamos falando de pequenos derrames (bem pequenininhos), muito diferente desse aqui, que é um grande derrame em um lugar bastante significativo. Digamos que é um derrame muito bem localizado (ou mal localizado!). Então, aqui, só para revisar: a gravidade do seu AVC, a gravidade do seu derrame depende da região que foi afetada (a gente não vai querer um AVC aqui na parte do tronco cerebral). e também depende do tamanho da área que foi afetada, certo? Mas e esses danos aí feitos no cérebro? Será que eles são irreversíveis? Infelizmente, na grande maioria das vezes, sim! Afinal, os neurônios começam a morrer depois de uns 4 minutos, mais ou menos, sem oxigênio. Mas o que causa um AVC? O que causa um derrame? Alguns problemas no coração como, por exemplo, a fibrilação auricular podem ser uma das causas, que é quando as câmaras do seu coração não se contraem de forma adequada e essa maneira irregular do coração de bater pode causar alguns coágulos. E esses coágulos, se forem bombeados para os vasos do cérebro, podem acontecer essas coisinhas que listamos aqui anteriormente. Outro problema do coração muito relacionado ao derrame (ao AVC) é o infarto. Portanto, em um infarto, a parede do seu coração não contrai de forma correta e isso pode criar coágulos na parede do coração, que também podem ser bombeados para o cérebro e causar todos os probleminhas listados. Uma outra causa do derrame (na verdade, essa é uma das grandes, das maiores causas) é uma coisinha chamada aterosclerose. Aterosclerose é quando o colesterol vai grudando aqui na parede da sua artéria. Vai grudando, vai se juntando e isso vai dificultando a passagem do sangue pela artéria. Olha só como vai ficando apertadinho para o sangue passar, vai ficando difícil. E você já pode imaginar os resultados dessa aterosclerose, não é verdade? E isso pode acontecer em várias regiões aqui do nosso cérebro. E o problema é: se você tem uma, é muito provável que você tenha mais. Talvez você tenha mais uma aqui, outra aqui, uma outra aqui... ou seja, a aterosclerose é muito, muito perigosa, certo? Essas plaquinhas de colesterol não são brincadeira, não! Portanto, vamos listar aqui, aterosclerose. Nós também temos o famoso AIT (sigla que significa acidente isquêmico transitório), também conhecido como isquemia. Os sintomas do AVC, do derrame e do AIT são muito, muito semelhantes, mas, como o AIT é temporário, ele não destrói o tecido celular. Então, os efeitos são reversíveis, os danos são temporários. Uma das grandes diferenças é que as consequências do AIT vão se resolver, ou seja, vão sarar, vão curar em menos de 24 horas, enquanto que, se você tiver um derrame (um AVC) de verdade, você não vai recobrar essas funções por semanas, meses ou até pelo resto da sua vida. E agora, para finalizar, vamos corrigir alguns erros comuns que as pessoas cometem quando falam de derrame. O primeiro pensamento que eu quero corrigir é sobre a relação do derrame com o coração, né? O senso comum diz que ele é prioritariamente, primordialmente relacionado ao coração. Nós vimos aqui que sim, o coração tem a sua relação, pode causar alguns tipos de derrame, mas, como a gente viu, o derrame acontece quando tem uma incompatibilidade entre a demanda do cérebro de sangue e o fluxo sanguíneo na região cerebral. Portanto, isso é um problema cerebral, e não um problema no coração. Outro erro comum é que pessoas pensam que o derrame só acontece em pessoas idosas, quando, na verdade, apenas 2/3 dos derrames são em pessoas maiores de 65 anos. E uma taxa de 1/3, que é bem significante, acontece com pessoas que têm menos dessa idade (65 anos). Portanto, derrame pode acontecer em pessoas das mais variadas idades. E, por último e mais importante: é, sim, possível prevenir o derrame! Tem um monte de coisas que você pode fazer, como por exemplo, controlar sua pressão e parar de fumar. Ok, pessoal! Espero que tenham gostado e até o próximo vídeo. Tchau, tchau!