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Saúde e medicina
Curso: Saúde e medicina > Unidade 2
Lição 12: Mudança no loop PVO que é pré-carga?
Alguns dizem Pré-carga = Pressão Diastólica Final, outros dizem Pré-carga = Volume Diastólico Final, mas é qual deles? Assista e descubra! Rishi é um médico de Infectologia Pediátrica e trabalha na Khan Academy. Versão original criada por Rishi Desai.
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Transcrição de vídeo
Vou desenhar este
eixo para pressão e no outro eixo
colocarei o volume. Vamos fazer um pequeno
experimento mental. Vou graduá-lo em mililitros
como geralmente faço, mas não vou incluir
os números, somente para facilitar o entendimento
do que está acontecendo. Não vou marcar
os números no eixo, mas captamos a ideia de que a pressão aumenta
nesta direção e o volume aumenta nesta direção. Digamos que eu
vá até uma estante; uma estante cheia de
ventrículos esquerdos e que eu pegue o
primeiro que eu vir. Este aqui é o
que eu peguei. Ele está vazio
de início, mas começo a
enchê-lo com sangue. Ele está totalmente relaxado, o ventrículo não está
nem um pouco contraído o que é importante e começo a
colocar o sangue. Enquanto faço isso,
faço o monitoramento de quanto sangue está sendo
colocado e qual a pressão dentro do ventrículo esquerdo. Percebo que a pressão aumenta na medida
que coloco mais sangue. De fato, quando realmente
começo a preenchê-lo, digamos, enchê-lo
completamente de sangue e tentar colocar ainda um pouco mais,
enquanto tento colocar mais sangue percebo que a pressão
começa a subir e que agora começa a subir
muito rapidamente. Próximo do final ela começa
a subir muito mais rápido. Esta é a minha curva e posso
chamá-la de que eu quiser Vou chamá-la de relação
diastólica final entre pressão e volume. Você pode estar pensando que está
tudo certo para relação pressão e volume, pois essa parte faz sentido. Mas por que eu sempre
uso o nome diastólica final? Por que não largo para lá
essas duas palavras? A razão para
eu usá-las é que elas nos trazem
uma informação. Elas nos dizem que é
no final da diástole que este experimento
está sendo feito. Por exemplo,
ninguém pode vir me perguntar:
havia alguma contração neste teu ventrículo? Eu diria que
não, que estava completamente
relaxado. Eu posso convencionar
esta informação apenas usando
"diastólica final", pois entende-se que se estou
falando de algo no final da diástole, então o ventrículo
esquerdo deve estar relaxado. Mais um tópico
que eu quero salientar-- já
que estamos falando sobre
pontos interessantes-- é que se temos
pressão e volume, então a pressão
dividida pelo volume, ou a inclinação desta
curva é igual a elastância. Se eu desenhar a curva
de uma certa maneira, por exemplo, o que está
acontecendo aqui? A inclinação é bem maior
do que nesta outra. Outra maneira de dizer isso
é que a elastância da curva está indo para
cima com o tempo. Então tenha em mente que
a palavra elastância faz bastante sentido
neste contexto. Então agora temos
nossa linha ou curva. Acho que podemos
pensar em o que poderia acontecer
se neste momento, digamos que
neste ponto azul, o coração contraísse? O que aconteceria se o
ventrículo esquerdo contraísse? Obviamente que
a pressão subiria e é isso que ocorre
com a contração. Acho que a questão é quais eram as condições
naquele momento? Se eu chamar de
diástole final, pois nesta situação, a qual chamarei de situação A,
a diástole acabou de terminar. Qual era o volume? Digamos que o volume
era de 125 mililitros e que a pressão era de
10 mililitros de mercúrio. Essas eram as condições
no momento em que permiti que o ventrículo
esquerdo se contraísse. Posso escolher outro ponto. E quanto a este
outro ponto aqui? E se eu permitisse que a
contração ocorresse aqui? Significa que esperei
um pouco mais. Vamos chamar de situação B
e agora o volume é maior, digamos que seja 150,
embora pareça que meu desenho está
um pouco distorcido. De qualquer forma vamos
assumir que neste ponto está o 150. A pressão está um
pouco mais alta, digamos que em 15
mililitros de mercúrio, um pouco maior,
um pouquinho mais alta. Estes são
os pontos A e B, então posso dizer, se eu quero falar com alguém sobre
isso, posso dizer que tenho a pressão e o volume. A pressão para a
situação A-- começamos por
A, obviamente. "A" tem uma pressão de
10 mililitros de mercúrio e um volume de 125. Assim que eu havia convencionado
as informações para aquele ponto. Se me perguntarem
sobre a situação B, posso dizer que a situação B tem
uma pressão um pouco mais alta e um volume um pouco maior. O que estou fornecendo
são informações sobre quais eram as condições
no momento em que aquela contração começou. Isto realmente é o que aquele
ponto representa-- as condições do momento em que
a contração começou. Você pode pensar que
terminamos por aqui, o que mais haveria
para ser dito? Foi bem interessante, mas na verdade
existe outro termo usado a todo tempo
para descrever as condições de quando a contração começa. O mais comum é que as
pessoas fiquem confusas quando se deparam
com essa palavra. A palavra é pré-carga. É muito importante
que a pré-carga seja definida porque muitos dizem que pré-carga é a pressão
no momento em que a contração se inicia. Outros dizem que não, que a pré-carga é o volume de
quando a contração começa. Tenho que dizer que não é
nem a pressão nem o volume, e sim algo diferente. Vou definir pré-carga como sendo
igual ao estresse da parede. Na verdade, deixe-me voltar
um passo, talvez meio passo. Não vou dizer somente
estresse da parede, mas estresse da parede
ventricular esquerda quando a
contração se inicia. Não vou dizer "quando
a contração se inicia", vou usar uma
abreviação, vou dizer na
diástole final. Este ponto no qual a diástole
termina, pois as situações A e B eram pontos diferentes,
como já dito, logo, no ponto em que
a diástole termina, qualquer que seja o estresse da parede
ventricular esquerda, ele será pré-carga. Assim eu defino pré-carga e acho que essa é a forma
mais fácil de definir pré-carga. Claro que a pré-carga está muito relacionada a
pressão e volume, não é como se não
houvesse nenhuma ligação. Vou abrir um
pouco de espaço para construir meu
argumento e tentar convencer de que
o que estou dizendo faz algum sentido. De modo a entender isso, temos que recordar
o que é estresse. Lembre-se que Laplace
tinha uma lei que dizia que estresse é
igual a pressão P vezes o raio dividido por duas
vezes a espessura da parede W é a espessura
da parede. Laplace não trabalhava
com ventrículos esquerdos como nós. Ele trabalhava com esferas. Ele estava trabalhando com
algo que parecia mais com isto. Ele disse que se
tivermos uma esfera-- essa é a esfera, vou tentar desenhar
o melhor que eu puder-- e se olharmos para o
interior da esfera-- digamos que
pegamos a esfera e cortamos metade fora. Vamos supor que cortamos
a metade superior e olhamos para a
área central da esfera. Ele disse que notaríamos
no interior-- vou remarcar com
uma linha branca. No interior teríamos
algo como uma rosca. Teríamos algo assim. Se olhássemos
diretamente, se olhássemos
de frente, essa "rosca" tem algo
como esta aparência Laplace disse que
em uma situação em que temos um tipo
de esfera e que podemos abri-la e olhar para
dentro dela, então podemos fazer algumas
observações interessantes, podemos dizer
que deste ponto até este ponto-- vamos
chamar de raio interno. Vou chamar de raio IN. Em seguida, deste ponto
até este outro ponto, vamos chamar de w
ou espessura da parede. Se combinarmos os dois,
então temos o raio total. Ele disse que o R-total
é igual ao raio interno mais a espessura da parede. Lembre-se de que-- não sem
antes mencionar a pressão, pois você pode
se perguntar onde a pressão
se encaixa nisso. A pressão é o que está
forçando as paredes. Isso é pressão. Agora sim, lembre-se
de que há uma relação, uma interessante relação
entre o volume e o raio interno. . O volume é igual a
4/3 pi raio ao cubo. Neste caso, o r
é o raio interno, então deveria escrever r in. Eu escrevi r minúsculo,
mas vou facilitar escrevendo R maiúsculo,
essa é a relação. Se quisermos mover
os termos, pode-se dizer que o raio interno é simplesmente
a raiz cúbica-- e em seguida invertemos
toda a equação, isto é, 3 sobre 4 pi e
este é o V do volume. Se tivermos o volume, podemos achar
o raio interno. Podemos mesmo fazer isso, podemos perguntar
qual é o raio interno? Se estes são os volumes--
eu já calculei antes para não precisar ficar
calculando raiz cubica enquanto você espera
pacientemente por mim. Podemos fazer
este cálculo e perguntar se
temos 125 mililitros, então qual será
o raio interno? Será de 3.1 centímetros
aproximadamente. Você pode se perguntar
como passamos de mililitros para
centímetros? Lembre que 1 mililitro--
vou anotar aqui-- 1 mililitro é igual a
1 centímetro cúbico. Isso é ótimo, pois quando precisarmos fazer a raiz
cúbica, sobrarão os centímetros. Essa é a situação A,
na situação B, se colocarmos
150 na equação, então o raio interno passa
a ser de 3.3 centímetros. Também podemos
fazer a próxima variável, podemos calcular
a espessura da parede. Para isso, assumimos--
e é uma suposição justa-- que o ventrículo
esquerdo não vai se alterar muito entre
um batimento e outro em termos de
tamanho e peso, então teremos uma
parede de aproximadamente 1 centímetro de espessura
apenas para facilitar a matemática. A última variável
de que precisamos é o raio total, que
é simplemente o raio interno mais a
espessura da parede, ou seja, apenas somamos
estes dois números. Podemos somá-los
facilmente e chegamos a um raio total de
4.1 centímetros. Este outro será
de 4.3 centímetros Finalmente podemos
calcular a pré-carga, podemos pegar
todos esses números e dizer: Sr. Laplace
nos pediu a pressão, temos ela aqui. Sr. Laplace nos
pediu o raio total, também o temos aqui. Sr. Laplace nos pediu
a espessura da parede, temos ela aqui. Tudo que precisamos para calcular o estresse da parede
ao final da diástole-- é óbvio que é muito importante
que esses números sejam do final da diástole
e nós os temos. Portanto podemos calcular
a pré-carga, o que é o máximo pois faz com que pré-carga não
seja apenas uma palavra qualquer que usamos, mas algo possível
de se quantificar. Então vamos
calcular logo. Primeiro na
situação A. Na situação A-- vou
apenas reescrever A-- temos 10 vezes 4.1, que é 41, dividido
por 2 vezes 1. O resultado é--
vamos dar um número
aproximado-- 21 mililitros
de mercúrio. Outro ponto interessante
é que a pré-carga é medida em
unidades de pressão. Na situação B
temos 15 vezes 4.3, dividido por 2 vezes 1. Isso nos dá 32. 32. Mais uma vez estou arredondando,
então 32 mililitros de mercúrio. Podemos ver que
ao passar da situação A para a situação B-- antes
deixe-me desenhar na "rosca" o que é o estresse da parede. O estresse da parede é a força sobre a área, a qual
traciona o músculo cardíaco. Isso faz sentido. No início da contração quando o coração está próximo de se
contrair, quanto de estresse há na parede? Essa é a pré-carga. Obviamente que ela
leva em consideração a pressão e o volume. Agora você já pode
contar para alguém que fomos de uma pré-carga
de 21 mililitros de mercúrio para uma pré-carga de
32 mililitros de mercúrio neste ponto. Na verdade este é um
cálculo feito raramente, mas eu o considero
de bastante valor.