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Saúde e medicina
Curso: Saúde e medicina > Unidade 21
Lição 1: Sistema de Cuidados MédicosVisão geral do sistema de saúde
As diferentes funções no sistema de saúde. Versão original criada por Sal Khan.
Quer participar da conversa?
- Até que ponto a ética é aplicada no sistema de saúde brasileiro? justifique;(1 voto)
Transcrição de vídeo
Estou aqui com o Professor Lawrence Baker,
da Escola de Medicina de Stanford, e iremos falar de maneira geral como
funciona o sistema de saúde. O que é o sistema de saúde? Quem está incluído nele? E o que fazem? Bem, vou começar e por favor corrija-me,
pode expor minha ignorância. Você tem os prestadores de serviço,
os médicos, enfermeiras, e tudo mais, hospitais, farmácias, todas essas pessoas. Todo mundo que está associado à saúde.
Todos estão aqui. Hospitais, médicos, farmácias e o resto. Eles prestam serviço de saúde a alguém. Estes são os pacientes.
Vamos usar outra cor. Temos um detalhe aqui, algumas pessoas se tornam pacientes quando
precisam do sistema de saúde, mas alguns só tem alguma dúvida e não
são pacientes, vão para perguntar. Como os chamamos? População. População. Temos aqui a população do mundo
ou do país, pessoas. Por outro lado, alguém tem que
pagar por isso. Na maior parte das vezes, estes são
os planos de saúde. Antigamente, há cerca de 100 anos, não
havia planos de saúde. Tínhamos pacientes e prestadores, e se os
pacientes tivessem alguma preocupação, eles iriam ao prestador, fariam um negócio
e pagariam algum dinheiro, e o prestador iria realizar o serviço. Os planos de saúde surgiram nos
últimos 100 anos, talvez começando de fato nos EUA apenas em
1930, 1940, quando ficaram populares. Isso é relativamente novo, portanto. E esses agentes trabalham em conjunto. E o termo mais geral aqui, que
vejo muitas vezes, é com pagador. Este termo é bem geral, e inclui aquele
que está pagando pelo serviço. As companhias de plano de saúde
são incluídas aqui. Nós chamamos de pagadores os
planos de saúde, porque eles pagam por alguns cuidados
de saúde que as pessoas precisam. Os pagadores podem ser companhias privadas
de seguro de saúde, ou pode ser o governo, companhias públicas
como o Medicare (sistema público dos EUA). Os planos de saúde não fazem isso por
bondade, alguém os paga. E em grande parte, nos Estados Unidos,
isso é feito pelos empregadores. Vamos colocar outra seta no diagrama aqui. Que seria da população, e também
os pacientes, que providenciam o dinheiro para pagar
os planos de saúde, que por sua vez, pagam os provedores
de saúde. Portanto os pacientes podem adquirir
um plano de saúde, uma apólice de seguro saúde. Eles vão até uma seguradora e
adquirem seu plano, pagam um prêmio de seguro diretamente. Ou, para a maioria das pessoas, eles
trabalham para um empregador E o empregador faz o acordo de pagar
o plano de saúde, e cobra o seu empregado de alguma maneira. Talvez diretamente, pagando com
parte do salário, talvez indiretamente, reduzindo o salário
pago mensalmente e compensando com o plano de saúde. E outra parte que está faltando aqui é que em alguns casos a população paga
impostos ao governo, isso funciona em um programa como o
Medicare (ou o SUS no Brasil), no qual há um plano para as pessoas
que é pago com impostos. Há diferentes fluxos para o dinheiro aqui, mas ele sempre vai dos pacientes
para os planos de saúde, seja através dos empregadores, dos
impostos ou por pagamento direto. Os planos usam o dinheiro para pagar os
provedores de tratamento de saúde. Há mais um detalhe, às vezes os pacientes pagam os médicos
ou os hospitais diretamente. São os co-pagamentos. Há portanto um pequeno pagamento
indo e voltando. O co-pagamento existe para que
as seguradoras fiquem tranquilas de que você não usará
seu plano a torto e a direito. Que você pagará uma parte, seja
10 ou 50 dólares As seguradoras sabem que uma vez que
pagam os provedores pelo tratamento e que os pacientes tem o serviço de graça, as pessoas usam o serviço para qualquer
problema pequeno, mas isso custa muito para o todo. Se você coloca o co-pagamento, as pessoas pensam duas vezes antes
de usar o serviço sem necessidade. E nesse ecossistema ouvimos bastante sobre
HMO (organização de manutenção de saúde) uma combinação entre os planos de saúde
e os provedores em um só pacote. Ao longo do tempo os EUA tiveram
diferentes tipos de seguradoras. No âmbito privado, principalmente, houve
muita inovação nos últimos 30 a 40 anos. Diferentes seguradoras usaram diferentes
estratégias ao longo desse ciclo. Uma versão disso é o que chamamos HMO,
organização de manutenção de saúde, este é apenas um jargão, você tem que se
aprofundar para entender o que significa. Mas estas são empresas que atuam
como as seguradoras, o paciente, ou uma pessoa, paga um
prêmio a elas, e você compra alguma cobertura de saúde,
e esta empresa oferece os tratamentos. Mas eles fazem isso tentando integrar seus
serviços com o dos provedores. As organizações são integradas ou porque
as HMO contratam médicos diretamente, ou porque possui o hospital, como a
Kaiser Permanente por exemplo. Ou em alguns casos a relação é contratual,
não é a mesma coisa. Então nem todos são estritamente
associados à, digamos, Kaiser, de modo que você vai ao prédio escrito
"Kaiser" e o médico está lá. Pode ser que os médicos tenham sua rotina,
mas estão estritamente associados à... Blue Shield? Quais outras? Sim, Blue Shield, ou Aetna, ou Cigna,
várias empresas diferentes. Se ler os detalhes dos contratos verá que
cada um é um pouco diferente da outra. Mas são relações contratuais. E a diferença que todos notam quando
entram em um plano com o empregador, tive que fazer isso recentemente, você tem que escolher entre HMO e PPO, que
estão sob a mesma apólice. Eu vejo assim, as HMO tem uma
lista de médicos com os quais provavelmente os preços
são pré-negociados. A diferença entre HMO e PPO está... Bem, não quero me aprofundar muito
nos detalhes, mas podemos pensar nisso da forma
como já falamos. Uma HMO tem uma lista de médicos que
você pode visitar, você tem que ir a esses médicos da lista. De maneira geral, se você for a um médico
que não está na lista, o plano de saúde não irá pagar
pelo tratamento. Você pagará do próprio bolso. Numa HMO típica, há uma relação restrita
entre os médicos e as seguradoras a respeito do que será feito, o que é
permitido e tudo o mais. E no caso mais restrito serão o mesmo, o médico será empregado pelo
plano de saúde. Como no caso da Kaiser. Podemos pensar como um espectro de opções. Afastando-se um pouco disso para uma PPO, numa PPO você ainda tem uma lista. Você será encorajado a ir aos
médicos da lista, mas talvez haverá mais flexibilidade. Se decidir ir a um médico fora da lista,
o plano ainda pagará alguma quantia, talvez não tanto quanto se você
for a um médico da lista. Mas pagará um pouco, enquanto uma
HMO talvez não pague. E o plano pode ser menos restritivo ao
gerenciar o que médicos podem fazer, em relação a limitar o acesso
a serviços com alto custo. HMO tende a ser mais restrito,
PPO um pouco menos. É como um espectro de opções. Você vai de algo mais gerenciado e
concentrado para algo menos gerenciado. Mas, ainda assim, é mais restritivo que o
sistema dos anos 50 e 60, onde qualquer um ia ao médico, que podia
fazer o exame que quisesse, e o plano iria simplesmente pagar a conta. Não havia integração. Por essa razão, os planos de saúde estão
tentando se integrar mais aos provedores. Porque, como você disse, nos anos 50 e 60, você tinha o provedor realizando seu
serviço indiscriminadamente, e obviamente o paciente irá adorar, pois
terá um terceiro pagando por isso. Não havia inspeção, a pessoa que decidia
era o provedor e o paciente, que poderiam decidir, "Vamos usar
mais serviços", sem problemas. Isso criou um grande problema. As seguradoras são atores interessantes
na política de saúde no mundo. Porque precisamos dos planos. Temos os planos para mitigar o
risco associado a ficar doente. A conta é alta. Não podemos deixar as pessoas
sozinhas nisso, precisamos dos planos de saúde. Mas com os planos de saúde, implicitamente posso ter meus vizinhos
pagando pelo meu tratamento, então eu poderia usar as coisas de
forma ineficiente. Então você precisa dos planos de saúde,
mas precisa gerenciar o que acontece, você precisa da integração com
os provedores, os dos co-pagamentos, ou da revisão
do que está sendo utilizado, tudo isso são tentativas dos
planos de saúde para mitigar o que os economistas chamam
de risco moral, usar serviços adicionais sem necessidade
porque um outro está pagando. [Legendado por: Eduardo Pavinato Olimpio]
[Revisado por: Claudia Alves]